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Filosofia Moderna

Lista de 20 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Filosofia Moderna com questões do Enem.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Filosofia Moderna.




1. (Enem 2019) TEXTO I

Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre crescentes: o céu estrelado sobre mim e a lei moral em mim.

KANT, I. Critica da razão prática. Lisboa: Edições 7

TEXTO II

Duas coisas admiro: a dura lei cobrindo-me e o estrelado céu dentro de mim.

FONTELA, O. Kant (relido). In: Poesia completa. São Paulo, Hedra, 2015.

A releitura realizada pela poeta inverte as seguintes ideias centrais do pensamento kantiano:

  1. Possibilidade da liberdade e obrigação de ação.
  2. A prioridade do juízo e importância da natureza.
  3. Necessidade da boa vontade e crítica da metafísica
  4. Prescindibilidade do empírico e autoridade da razão.
  5. Interioridade da norma e fenomenalidade do mundo.

Resposta: E

Resolução:

2. (Enem 2019) Para Maquiavel, quando um homem decide dizer a verdade pondo em risco a própria integridade física, tal resolução diz respeito apenas a sua pessoa. Mas se esse mesmo homem é um chefe de Estado, os critérios pessoais não são mais adequados para decidir sobre ações cujas consequências se tornam tão amplas, já que o prejuízo não será apenas individual, mas coletivo. Nesse caso, conforme as circunstâncias e os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o melhor para o bem comum seja mentir.

ARANHA, M. L. Maqulavel: a lógica da força. São Paulo: Moderna, 2006 (adaplado)

O texto aponta uma inovação na teoria política na época moderna expressa na distinçăo entre

  1. idealidade e efetividade da moral.
  2. nulidade e preservabilidade da liberdade.
  3. ilegalidade e legitimidade do governante.
  4. verificabilidade e possibilidade da verdade.
  5. objetividade e subjetividade do conhecimento.

Resposta: A

Resolução:

3. (Enem 2019) TEXTO I

Considero apropriado deter-me algum tempo na contemplação deste Deus todo perfeito, ponderar totalmente à vontade seus maravilhosos atributos, considerar, admirar e adorar a incomparável beleza dessa imensa luz.

DESCARTES, R. Meditações. São Paulo: Abril Culural, 1980

TEXTO II

Qual será a forma mais razoável de entender como é o mundo? Existirá alguma boa razão para acreditar que o mundo foi criado por uma divindade todo-poderosa?

Não podemos dizer que a crença em Deus é “apenas” uma questão de fé.

RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.

Os textos abordam um questionamento da construção da modernidade que defende um modelo

  1. centrado na razão humana.
  2. baseado na explicação mitológica.
  3. fundamentado na ordenação imanentista.
  4. focado na legitimação contratualista
  5. configurado na percepção etnocêntrica

Resposta: A

Resolução:

4. (Enem PPL 2019) TEXTO I

Eu queria movimento e não um curso calmo da existência. Queria excitação e perigo e a oportunidade de sacrificar-me por meu amor. Sentia em mim uma superabundância de energia que não encontrava escoadouro em nossa vida.

TOLSTÓI, L. Felicidade familiar. Apud KRAKAUER, J. Na natureza selvagem. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.

TEXTO II

Meu lema me obrigava, mais que a qualquer outro homem, a um enunciado mais exato da verdade; não sendo suficiente que eu lhe sacrificasse em tudo o meu interesse e as minhas simpatias, era preciso sacrificar-lhe também minha fraqueza e minha natureza tímida. Era preciso ter a coragem e a força de ser sempre verdadeiro em todas as ocasiões.

ROUSSEAU, J.-J. Os devaneios do caminhante solitário. Porto Alegre: L&PM, 2009.

Os textos de Tolstói e Rousseau retratam ideais da existência humana e defendem uma experiência

  1. lógico-racional, focada na objetividade, clareza e imparcialidade.
  2. místico-religiosa, ligada à sacralidade, elevação e espiritualidade.
  3. sociopolítica, constituída por integração, solidariedade e organização.
  4. naturalista-científica, marcada pela experimentação, análise e explicação.
  5. estético-romântica, caracterizada por sinceridade, vitalidade e impulsividade.

Resposta: E

Resolução:

5. (Enem PPL 2019) TEXTO I

Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção.

HOBBES. T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural. 1953

TEXTO II

Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano.

SOUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens_ São Paulo: Martins Fontes 1993 (adaptado)

Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma

  1. predisposição ao conhecimento.
  2. submissão ao transcendente.
  3. tradição epistemológica.
  4. condição original.
  5. vocação política.

Resposta: D

Resolução:

06. (Enem 2019) Dizem que Humboldt, naturalista do século XIX, maravilhado pela geografia, flora e fauna da região sul-americana, via seus habitantes como se fossem mendigos sentados sobre um saco de ouro, referindo-se a suas incomensuráveis riquezas naturais não exploradas. De alguma maneira, o cientista ratificou nosso papel de exportadores de natureza no que seria o mundo depois da colonização ibérica: enxergou-nos como territórios condenados a aproveitar os recursos naturais existentes.

ACOSTA, A. Bem viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo: Elefante, 2016 (adaptado).

A relação entre ser humano e natureza ressaltada no texto refletia a permanência da seguinte corrente filosófica:

  1. Relativismo cognitivo.
  2. Materialismo dialético.
  3. Racionalismo cartesiano.
  4. Pluralismo epistemológico.
  5. Existencialismo fenomenológico.

Resposta: C

Resolução:

07. (Enem PPL 2019) Eis o ensinamento de minha doutrina: “Viva de forma a ter de desejar reviver — é o dever —, pois, em todo caso, você reviverá! Aquele que ama antes de tudo se submeter, obedecer e seguir, que obedeça! Mas que saiba para o que dirige sua preferência, e não recue diante de nenhum meio! É a eternidade que está em jogo!”.

NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010 (adaptado).

O trecho contém uma formulação da doutrina nietzscheana do eterno retorno, que apresenta critérios radicais de avaliação da

  1. qualidade de nossa existência pessoal e coletiva.
  2. conveniência do cuidado da saúde física e espiritual.
  3. legitimidade da doutrina pagã da transmigração da alma.
  4. veracidade do postulado cosmológico da perenidade do mundo.
  5. validade de padrões habituais de ação humana ao longo da história.

Resposta: A

Resolução:

08. (Enem PPL 2018) Quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos e sublimes que sejam, sempre descobrimos que se resolvem em ideias simples que são cópias de uma sensação ou sentimento anterior. Mesmo as ideias que, à primeira vista, parecem mais afastadas dessa origem mostram, a um exame mais atento, ser derivadas dela.

(HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973)

Depreende-se deste excerto da obra de Hume que o conhecimento tem a sua gênese na:

  1. convicção inata.
  2. dimensão apriorística.
  3. elaboração do intelecto.
  4. percepção dos sentidos.
  5. realidade transcendental

Resposta: D

Resolução: Sobre Hume e a gênese do conhecimento:

O termo "percepções" é utilizado por Hume para designar a totalidade dos fatos mentais e das operações volitivas, isto é, determinadas pela vontade ou causadas por ela. Ele escreve que as percepções constituem ‘todos os materiais do pensamento’.

As percepções originais, isto é, os elementos primitivos da experiência, são, escreve Hume, as “impressões”. As “ideias”, por seu turno, que afloram à consciência, quando pensamos ou raciocinamos, são fracas imagens das impressões.

As ideias não são, portanto, como para os platônicos, os arquétipos de tudo que existe e nem, como para os cartesianos, inatas, pois unicamente as impressões são inatas.

Como as ideias são fracas imagens de impressões correspondentes, podemos dizer que as percepções do espírito, assumindo dupla forma, como impressões e como ideias, distinguem-se em grau e não em natureza. Ou melhor, as duas facetas de uma única percepção discriminam-se entre si do mesmo modo como um modelo se diferencia de sua cópia.

Assim, em Hume, esta relação é dupla: a) as ideias são similares às impressões, ou melhor, são cópias ou imagens das impressões e b) as ideias estão necessariamente unidas às impressões, ou melhor, as ideias não são descobertas sem impressões correspondentes.

09. (ENEM 2018) TEXTO I

Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção.

HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

TEXTO II

Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano.

ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado).

Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma

  1. predisposição ao conhecimento.
  2. submissão ao transcendente.
  3. tradição epistemológica.
  4. condição original.
  5. vocação política.

Resposta: D

Resolução:

10. (Enem 2018) Jamais deixou de haver sangue, martírio e sacrifício, quando o homem sentiu a necessidade de criar em si uma memória; os mais horrendos sacrifícios e penhores, as mais repugnantes mutilações (as castrações, por exemplo), os mais cruéis rituais, tudo isto tem origem naquele instinto que divisou na dor o mais poderoso auxiliar da memória.

NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1999.

O fragmento evoca uma reflexão sobre a condição humana e a elaboração de um mecanismo distintivo entre homens e animais, marcado pelo(a)

  1. racionalidade científica.
  2. determinismo biológico.
  3. degradação da natureza.
  4. domínio da contingência.
  5. consciência da existência.

Resposta: E

Resolução:

11. (Enem 2017) A moralidade, Bentham exortava, não é uma questão de agradar a Deus, muito menos de fidelidade a regras abstratas. A moralidade é a tentativa de criar a maior quantidade de felicidade possível neste mundo. Ao decidir o que fazer, deveríamos, portanto, perguntar qual curso de conduta promoveria a maior quantidade de felicidade para todos aqueles que serão afetados.

RACHELS, J. Os elementos da filosofia moral. Barueri-SP: Manole, 2006.

Os parâmetros da ação indicados no texto estão em conformidade com uma

  1. fundamentação científica de viés positivista.
  2. convenção social de orientação normativa.
  3. transgressão comportamental religiosa.
  4. racionalidade de caráter pragmático.
  5. inclinação de natureza passional.

Resposta: D

Resolução:

12. (Enem 2016) Sentimos que toda satisfação de nossos desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as preocupações.

SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra indissociavelmente ligada à

  1. consagração de relacionamentos afetivos.
  2. administração da independência interior.
  3. fugacidade do conhecimento empírico.
  4. liberdade de expressão religiosa.
  5. busca de prazeres efêmeros.

Resposta: B

Resolução:

13. (Enem 2016) Vi os homens sumirem-se numa grande tristeza. Os melhores cansaram-se das suas obras. Proclamou-se uma doutrina e com ela circulou uma crença: Tudo é oco, tudo é igual, tudo passou! O nosso trabalho foi inútil; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado amareleceu-nos os campos e os corações. Secamos de todo, e se caísse fogo em cima de nós, as nossas cinzas voariam em pó. Sim; cansamos o próprio fogo. Todas as fontes secaram para nós, e o mar retirou-se. Todos os solos se querem abrir, mas os abismos não nos querem tragar!

NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra, Rio de Janeiro: Ediouro, 1977

O texto exprime uma construção alegórica, que traduz um entendimento da doutrina niilista, uma vez que

  1. reforça a liberdade do cidadão.
  2. desvela os valores do cotidiano.
  3. exorta as relações de produção.
  4. destaca a decadência da cultura.
  5. amplifica o sentimento de ansiedade.

Resposta: D

Resolução: Thomas Hobbes é crítico do estado de natureza e afirma que o homem deve abdicar da sua liberdade para obter segurança e paz na sociedade (LETRA A).

Thomas Hobbes, filósofo da política moderna, concebe o estado de natureza como sendo uma esfera de guerra de todos contra todos, ou seja, ele é um espaço de luta pela sobrevivência e os homens, embora livres, são egoístas, ambiciosos e não controlam seus impulsos.

A solução, para Hobbes, está na proclamação de um Estado soberano, onde os homens e as mulheres abdicam da sua liberdade, assinam um pacto social e conseguem conviver de forma harmônica, pois o Estado é uma esfera consensual e assegura a segurança e o bem-estar aos indivíduos.

Para que os homens são sejam "os lobos" dos homens e a violência reine nessas relações, o contratualismo é necessário e o Estado acaba sendo detentor de todo o poder para mediar as relações humanas através de leis e normas jurídicas.

14. (Enem 2016) TEXTO I

Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar. HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

TEXTO II

Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa.

LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Petrópolis: Vozes, 1994.

Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a)

  1. condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da morte violenta.
  2. organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade.
  3. capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o homem possa constituir o Estado civil.
  4. situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em sua livre decisão pelo pecado original.
  5. estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as relações sociais e violenta a humanidade.

Resposta: A

Resolução:

15. (Enem 3ª Aplicação) Os ricos adquiriram uma obrigação relativamente à coisa pública, uma vez que devem sua existência ao ato de submissão à sua proteção e zelo, o que necessitam para viver; o Estado então fundamenta o seu direito de contribuição do que é deles nessa obrigação, visando a manutenção de seus concidadãos. Isso pode ser realizado pela imposição de um imposto sobre a propriedade ou a atividade comercial dos cidadãos, ou pelo estabelecimento de fundos e de uso dos juros obtidos a partir deles, não para suprir as necessidades do Estado (uma vez que este é rico), mas para suprir as necessidades do povo.

KANT, T. A metafísica dos costumes. Bauru: Edipro, 2003.

Segundo esse texto de Kant, o Estado

  1. deve sustentar todas as pessoas que vivem sob seu poder, a fim de que a distribuição seja paritária.
  2. está autorizado a cobrar impostos dos cidadãos ricos para suprir as necessidades dos cidadãos pobres.
  3. dispõe de poucos recursos e, por esse motivo, é obrigado a cobrar impostos idênticos dos seus membros.
  4. delega aos cidadãos o dever de suprir as necessidades do Estado, por causa do seu elevado custo de manutenção.
  5. tem a incumbência de proteger os ricos das imposições pecuniárias dos pobres, pois os ricos pagam mais tributos.

Resposta: B

Resolução: Na visão de Kant, o Estado apresenta como uma de suas funções, o desenvolvimento de um sistema que seja capaz de cobrar impostos dos cidadãos mais ricos, em virtude da redução da desigualdade social.

Como resultado, obtém-se uma economia mais estável, visto que os mais pobres obterão mais oportunidades de evolução econômica, visando melhores condições e qualidade de vida.

16. (Enem 2017) Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também que não lhe emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em prazo determinado. Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante para perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-Io emprestado e prometo paga-Io, embora saiba que tal nunca sucederá.

KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

De acordo com a moral kantiana, a “falsa promessa de pagamento” representada no texto

  1. assegura que a ação seja aceita por todos a partir da livre discussão participativa.
  2. garante que os efeitos das ações não destruam a possibilidade da vida futura na terra.
  3. opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer como norma universal.
  4. materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana podem justificar os meios.
  5. permite que a ação individual produza a mais ampla felicidade para as pessoas envolvidas.

Resposta: C

Resolução:

17. (Enem Libras 2017) Os filósofos concebem as emoções que se combatem entre si, em nós, como vícios em que os homens caem por erro próprio; é por isso que se habituaram a ridicularizá-los, deplorá-los, reprová-los ou, quando querem parecer mais morais, detestá-los. Concebem os homens, efetivamente, não tais como são, mas como eles próprios gostariam que fossem.

ESPINOSA, B. Tratado político. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

No trecho, Espinosa critica a herança filosófica no que diz respeito à idealização de uma

  1. estrutura da interpretação fenomenológica.
  2. natureza do comportamento humano.
  3. dicotomia do conhecimento prático.
  4. manifestação do caráter religioso.
  5. reprodução do saber tradicional.

Resposta: B

Resolução: Natureza do comportamento humano.

18. (Enem PPL 2016) Os ricos adquiriram uma obrigação relativamente à coisa pública, uma vez que devem sua existência ao ato de submissão à sua proteção e zelo, o que necessitam para viver; o Estado então fundamenta o seu direito de contribuição do que é deles nessa obrigação, visando a manutenção de seus concidadãos, ou pelo estabelecimento de fundo e de uso dos juros obtidos a partir deles, não para suprir as necessidades do Estado (uma vez que este é rico), mas para suprir as necessidades do povo.

KANT, I. A metafísica dos costumes. Bauru: Edipro, 2003.

Segundo esse texto de Kant, o Estado

  1. deve sustentar todas as pessoas que vivem sob seu poder, a fim de que a distribuição seja paritária.
  2. está autorizado a cobrar impostos dos cidadãos ricos para suprir as necessidades dos cidadãos pobres.
  3. dispõe de poucos recursos e, por esse motivo, é obrigado a cobrar impostos idênticos dos seus membros.
  4. delega aos cidadãos o dever de suprir as necessidades do Estado, por causa do seu elevado custo de manutenção
  5. tem a incumbência de proteger os das imposições pecuniárias dos pobres, pois os ricos pagam mais tributos.

Resposta: B

Resolução: Na visão de Kant, o Estado apresenta como uma de suas funções, o desenvolvimento de um sistema que seja capaz de cobrar impostos dos cidadãos mais ricos, em virtude da redução da desigualdade social.

Como resultado, obtém-se uma economia mais estável, visto que os mais pobres obterão mais oportunidades de evolução econômica, visando melhores condições e qualidade de vida.

19. (Enem 2016, 2ª) Pode-se admitir que a experiência passada dá somente uma informação direta e segura sobre determinados objetos em determinados períodos do tempo, dos quais ela teve conhecimento. Todavia, é esta a principal questão sobre a qual gostaria de insistir: por que esta experiência tem de ser estendida a tempos futuros e a outros objetos que, pelo que sabemos, unicamente são similares em aparência. O pão que outrora comi alimentou-me, isto é, um corpo dotado de tais qualidades sensíveis estava, a este tempo, dotado de tais poderes desconhecidos. Mas, segue-se daí que este outro pão deve também alimentar-me como ocorreu na outra vez, e que qualidades sensíveis semelhantes devem sempre ser acompanhadas de poderes ocultos semelhantes? A consequência não parece de nenhum modo necessária.

(HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril cultural, 1995)

O problema descrito no texto tem como consequência a:

  1. universabilidade do conjunto das proposições de observação.
  2. normatividade das teorias científicas que se valem da experiência.
  3. dificuldade de se fundamentar as leis científicas em bases empíricas.
  4. inviabilidade de se considerar a experiência na construção da ciência.
  5. correspondência entre afirmações singulares e afirmações universais.

Resposta: C

Resolução: Levando em consideração que Hume era um filósofo empirista, ou seja, acreditava que tomo conhecimento provém unicamente da experiência, podemos afirmar que a consequência desse posicionamento é a impossibilidade de fundamentar leis científicas nas bases empíricas, uma vez que o principal pressuposto da ciência é a criação de teorias e leis que sejam universalmente válidas, enquanto que para Hume, não era possível chegar a verdades absolutas.

20. (Enem 2016) Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo, embora nossa memória possua todas as demonstrações feitas por outros, se nosso espírito não for capaz de resolver toda espécie de problemas; não nos tornaríamos filósofos, por ter lido todos os raciocínios de Platão e Aristóteles, sem poder formular um juízo sólido sobre o que nos é proposto. Assim, de fato, pareceríamos ter aprendido, não ciências, mas histórias.

(DESCARTES. R. Regras para a orientação do espírito. São Paulo: Martins Fontes.1999)

Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera o conhecimento, de modo crítico, como resultado da:

  1. investigação de natureza empírica.
  2. retomada da tradição intelectual.
  3. imposição de valores ortodoxos.
  4. autonomia do sujeito pensante.
  5. liberdade do agente moral.

Resposta: D

Resolução:

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