Maquiavel
Lista de 10 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Maquiavel com questões de Vestibulares.
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01. (UNICAMP) Quanto seja louvável a um príncipe manter a fé, aparentar virtudes e viver com integridade, não com astúcia, todos o compreendem; contudo, observa-se, pela experiência, em nossos tempos, que houve príncipes que fizeram grandes coisas, mas em pouca conta tiveram a palavra dada, e souberam, pela astúcia, transtornar a cabeça dos homens, superando, enfim, os que foram leais (...). Um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir.
(Nicolau Maquiavel, O Príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1997, p. 73-85.)
A partir desse excerto da obra, publicada em 1513, é correto afirmar que:
- O jogo das aparências e a lógica da força são algumas das principais artimanhas da política moderna explicitadas por Maquiavel
- A prudência, para ser vista como uma virtude, não depende dos resultados, mas de estar de acordo com os princípios da fé.
- Os princípios e não os resultados é que definem o julgamento que as pessoas fazem do governante, por isso é louvável a integridade do príncipe.
- A questão da manutenção do poder é o principal desafio ao príncipe e, por isso, ele não precisa cumprir a palavra dada, desde que autorizado pela Igreja.
02. (FAMERP) [Maquiavel] elogia a República romana como tendo sido a mais perfeita forma de governo e um verdadeiro Estado unido pelo espírito público de seus cidadãos; no entanto, numa época como a sua, seria necessário um líder que utilizasse a força como princípio, tese que desenvolve em O Príncipe.
(Teresa Aline Pereira de Queiroz. O Renascimento, 1995.)
A obra O Príncipe foi escrita por Maquiavel em 1513 e publicada em 1532. Nela, o pensador florentino
- rejeita a noção de república, valorizando o princípio de participação política direta de todos os cidadãos.
- defende a submissão do poder secular ao poder atemporal, reconhecendo a Igreja como o centro da vida política.
- analisa experiências políticas do passado e do presente, propondo um modelo de atuação do governante.
- celebra o princípio da experiência do indivíduo, identificando os conselhos dos anciãos como origem de todo poder.
- questiona o militarismo da Roma Antiga, sugerindo aos governantes abandonar projetos imperiais e expansionistas.
03. (CESUPA) “(...) E as principais bases que os Estados têm, sejam novos, velhos ou mistos, são boas leis e boas armas. (...) não podem existir boas leis onde não há armas boas, e onde há boas armas convém que existam boas leis (...).(...) As forças com que um príncipe mantém o seu Estado são próprias ou mercenárias, auxiliares ou mistas. As mercenárias e auxiliares são inúteis e perigosas (...) não são unidas aos príncipes, são ambiciosas e indisciplinadas (...).”
MAQUIAVEL, Nicolau. O Principe. São Paulo: Abril Cultural, 1979. P. 49. (Os Pensadores). O Príncipe, obra escrita de 1513 a 1516, foi publicada postumamente, em 1532
A partir das informações apresentadas acima, é correto considerar que:
- Ao príncipe caberia conservar seu Estado mediante o recurso da guerra travada por soldados mercenários, pois as armas seriam “as principais bases que os Estados têm”.
- A obra referida é uma análise política sobre como deve agir um soberano perante um governo já estabelecido ou a conquistar. Daí a alusão às “boas leis” e às “boas armas”.
- Para Maquiavel, nas repúblicas democráticas, os conflitos deveriam ser controlados e regulados pelo príncipe e suas forças mais leais: as mercenárias e as auxiliares.
- O pensamento de Maquiavel respaldou-se na ruína imposta à Itália por outras nações no século XV. Devido a isso, defendia a organização de Estados dissociados da guerra.
04. (UFPR) Considere a passagem abaixo:
A substituição do reino do dever ser, que marca a filosofia anterior, pelo reino do ser, da realidade, leva Maquiavel a se perguntar: como fazer reinar a ordem, como instaurar um Estado estável? O problema central de sua análise política é descobrir como pode ser resolvido o inevitável ciclo de estabilidade e caos. Ao formular e buscar resolver esta questão, Maquiavel provoca uma ruptura com o saber repetido pelos séculos. Trata-se de uma indagação radical e de uma nova articulação sobre o pensar e fazer política, que põe fim à ideia de uma ordem natural eterna. A ordem, produto necessário da política, não é natural, nem a materialização de uma vontade extraterrena, e tampouco resulta do jogo de dados do acaso. Ao contrário, a ordem tem um imperativo: deve ser construída pelos homens para se evitar o caos e a barbárie, e, uma vez alcançada, ela não será definitiva, pois há sempre, em germe, o seu trabalho em negativo, isto é, a ameaça de que seja desfeita.
(SADEK, Maria Tereza. Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de virtù. In: WEFFORT, Francisco (org.). Clássicos da política, vol. 01. São Paulo: Ática, 2001. p. 17-18.)
Considerando o argumento de Maria Tereza Sadek, em seu texto intitulado Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de virtù, é correto afirmar:
- Os estudos de Maquiavel sobre o reino do ser na política levam em consideração a tradição idealista de Platão, Aristóteles e São Tomás de Aquino e rejeitam as interpretações de historiadores antigos, como Tácito, Políbio, Tucídides e Tito Lívio.
- Em sua obra, Maquiavel coloca em relevo a dimensão efetivamente social, histórica e política das relações humanas, explicitando que sua regra metodológica implica o exame da realidade tal como ela é e não como se gostaria que ela fosse.
- A política, segundo Maquiavel, tem correspondência com as ideias inatistas, ou seja, de que os indivíduos são predestinados a um tipo de condição que lhes é inerente, não havendo possibilidade de mudança ou qualquer outra forma de alterar as estruturas de poder, por ele denominada de “maquiavélicas”.
- Segundo Sadek, ao formular uma explicação sobre essa questão, Maquiavel não rompeu com os paradigmas que fundavam a política de seu tempo, por conseguinte, favorecendo a perpetuação de tiranias nos séculos XV e XVI.
- Para Maquiavel, o problema central da política foi a democracia, e sua construção implicava o fortalecimento de governos descentralizados, o que aproximava seus estudos de liberais como John Locke e Thomas Hobbes.
05. (Fuvest) No início do século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe – uma célebre análise do poder político, apresentada sob a forma de lições, dirigidas ao príncipe Lorenzo de Médicis. Assim justificou Maquiavel o caráter professoral do texto:
Não quero que se repute presunção o fato de um homem de baixo e ínfimo estado discorrer e regular sobre o governo dos príncipes; pois assim como os [cartógrafos] que desenham os contornos dos países se colocam na planície para considerar a natureza dos montes, e para considerar a das planícies ascendem aos montes, assim também, para conhecer bem a natureza dos povos, é necessário ser príncipe, e para conhecer a dos príncipes é necessário ser do povo.
Tradução de Lívio Xavier, adaptada.
Ao justificar a autoridade com que pretende ensinar um príncipe a governar, Maquiavel compara sua missão à de um cartógrafo para demonstrar que
- o poder político deve ser analisado tanto do ponto de vista de quem o exerce quanto do de quem a ele está submetido.
- é necessário e vantajoso que tanto o príncipe como o súdito exerçam alternadamente a autoridade do governante.
- um pensador, ao contrário do que ocorre com um cartógrafo, não precisa mudar de perspectiva para situar posições complementares.
- as formas do poder político variam, conforme sejam exercidas por representantes do povo ou por membros da aristocracia.
- tanto o governante como o governado, para bem compreenderem o exercício do poder, devem restringir-se a seus respectivos papéis.
06. (Unit-SE) É necessário ao príncipe ser tão prudente, que possa fugir aos vícios que lhe fariam perder o governo e acautelar-se, se possível, quanto aos que não oferecem tal perigo. Não conseguindo, entretanto, fazer isso, pode, sem atormentar-se, deixar que as coisas sigam o seu curso. Não se importe o príncipe, ainda, de incorrer na prática daqueles vícios sem os quais dificilmente pode salvar o Estado. Nas ações de todos os homens, especialmente os príncipes, contra os quais não há tribunal a que recorrer, os fins é que contam”. “Faça, pois, o príncipe tudo para alcançar e manter o poder; os meios de que se valer serão sempre julgados honrados e louvados por todos.
(PRÍNCIPE. 2018).
A formação do Estado e do poder político sempre foi alvo de discussões e de diversas teorias, no decorrer da história da humanidade, sendo que o fragmento de texto indica concepções
- absolutistas.
- liberais.
- democráticas.
- anarquistas.
- socialistas.
07. (UFPR) O texto a seguir é referência para a questão
Quando se conquistam Estados habituados a reger-se por leis próprias e em liberdade, há três modos de manter a sua posse: primeiro, arruiná-los; segundo, ir habitá-los; terceiro, deixá-los viver com suas leis, arrecadando um tributo e criando um governo de poucos, que se conserve amigos. [...] Quem se torna senhor de uma cidade tradicionalmente livre e não a destrói será destruído por ela. Tais cidades têm sempre por bandeira, nas rebeliões, a liberdade e suas antigas leis, que não esquecem nunca, nem com o correr do tempo, nem por influência dos benefícios recebidos. Por muito que se faça, quaisquer que sejam as precauções tomadas, se não se promovem o dissídio e a desagregação dos habitantes, não deixam eles de se lembrar daqueles princípios e, em toda oportunidade, em qualquer situação, a eles recorrem [...]. Assim, para conservar uma república conquistada, o caminho mais seguro é destruí-la ou habitá-la pessoalmente.
(MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 21-22.)
Com base nessa passagem, extraída da obra O Príncipe, de Maquiavel, assinale a alternativa correta.
- O poder emanado do príncipe deve ter a capacidade de não apenas levar a cabo os planos de expansão de seu próprio governo, mas sobretudo criar condições para que esse poder mantenha-se de forma plena e garanta a legitimidade da própria dominação.
- A passagem refere-se em especial às repúblicas que ainda não passaram por um processo de amadurecimento de suas instituições democráticas. Repúblicas que dependem de orientação externa e de outras nações na formação da sua própria identidade política, a fim de suplantar o ódio típico dessas repúblicas.
- Para Maquiavel, “habitar” a república conquistada é uma possibilidade mais condizente com a posição do Príncipe. Considerando que o autor tinha laços com o pensamento humanista, “destruir” uma república conquistada implicaria lançar mão da força militar, com a qual Maquiavel não concordava.
- No mundo moderno e contemporâneo, o Príncipe, garantidor da ordem e da segurança pública, pode e deve intervir com o argumento de preservar as instituições democráticas e republicanas, mesmo que para isso seja necessário o uso da força.
- O Príncipe pode, por meio de pleito eleitoral, plebiscito ou consulta popular, agir em nome do povo e garantir a soberania de seu Estado. Pode invadir as nações que coloquem em risco a sua própria liberdade. Pode combater o ódio das outras repúblicas, e que essa nação seja destruída ou habitada pelo Príncipe, a fim de assegurar a ordem democrática
08. (IFRR) Nicolau Maquiavel (1469-1527) foi um expoente literário do Renascimento no século XVI.
Sobre sua obra mais conhecida, O Príncipe, é correto afirmar que:
- Defendia o Estado Mínimo, marcado pelo respeito às leis naturais que regem a “mão invisível do mercado”.
- Preocupava-se em discutir e esclarecer problemas teológicos, fortalecendo a autoridade papal junto aos reinos medievais;
- Buscou justificar a perseguição aos judeus na Europa e a escravidão na América;
- Foi escrito em alemão e apenas no século XIX foi traduzido para outros idiomas.
- Defende um Estado forte, independente da Igreja, governado de modo absolutista pois “a razão do Estado” estaria acima de qualquer outro ideal.
09. (UNISC) O cenário político contemporâneo mais do que nunca evidencia a necessidade de se retornar ao grande clássico da política – O Príncipe de Nicolau Maquiavel. Essa obra, escrita no início do século XVI, teve como motivação principal discutir as articulações políticas necessárias para levar a cabo o projeto de unificação da Península Itálica, que não se concretizou nesse período. Na obra, o autor
- defende a quebra do decoro parlamentar como expediente normal da política.
- advoga que o político deve descumprir sempre suas promessas, seja qual for a situação.
- afirma que a sociedade e os homens são bons e o Estado e os políticos são maus.
- ressalta a importância do estabelecimento do Estado real, capaz de impor a ordem.
- condena a democracia, como modelo político, e sugere a substituição pela autocracia.
10. (FDSM) Para Maquiavel “o Príncipe” é o único que carrega em seus ombros o peso da pressão e da responsabilidade do governo do Estado e dos interesses de toda a coletividade. Portanto, não deve e nem pode ter, quando governa, os valores morais das pessoas comuns. Em alguns momentos é até conveniente, se necessário, que ele utilize recursos como a força e a mentira.
Podemos dizer que Maquiavel, em sua obra “O Príncipe”:
- Apresenta fundamentos do liberalismo político que o colocam como um precursor do pensamento iluminista.
- Opõe-se ao pensamento político do Antigo Regime.
- Propõe a sofocracia, o governo de um rei-filósofo.
- Reafirma os valores iluministas de sua época.
- Reavalia as relações entre ética e política durante um período de governos absolutistas.