Contratualistas
Lista de 09 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Contratualistas (John Locke, Thomas Hobbes e Rousseau) com questões do Enem.
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Hobbes, Contratualismo, Filosofia Política
01. (Enem PPL 2021) Polemizando contra a tradicional tese aristotélica, que via na sociedade o resultado de um instinto primordial, Hobbes sustenta que no gênero humano, diferentemente do animal, não existe sociabilidade instintiva. Entre os indivíduos não existe um amor natural, mas somente uma explosiva mistura de temor e necessidade recíprocos que, se não fosse disciplinada pelo Estado, originaria uma incontrolável sucessão de violências e excessos.
NICOLAU, U. Antologia ilustrada de filosofia: das origens à Idade Moderna. São Paulo: Globo, 2005 (adaptado).
Referente à constituição da sociedade civil, considere, respectivamente, o correto posicionamento de Aristóteles e Hobbes:
- Instrumento artificial para a realização da justiça e forma de legitimação do exercício da coerção e da violência.
- Realização das disposições naturais do homem e artifício necessário para frear a natureza humana.
- Resultado involuntário da ação de cada indivíduo e anulação dos impulsos originários presentes na natureza humana.
- Objetivação dos desejos da maioria e representação construída para possibilitar as relações interpessoais.
- Realização da razão e expressão da vontade dos governados.
02. (Enem Digital 2020) O fim último, causa final e desígnio dos homens, ao introduzir uma restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita; quer dizer, o desejo de sair da mísera condição de guerra que é a consequência necessária das paixões naturais dos homens, como o orgulho, a vingança e coisas semelhantes. É necessário um poder visível capaz de mantê-los em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito às leis, que são contrárias a nossas paixões naturais.
HOBBES, T. M. Leviatã. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado).
Para o autor, o surgimento do estado civil estabelece as condições para o ser humano
- internalizar os princípios morais, objetivando a satisfação da vontade individual.
- aderir à organização política, almejando o estabelecimento do despotismo.
- aprofundar sua religiosidade, contribuindo para o fortalecimento da Igreja.
- assegurar o exercício do poder, com o resgate da sua autonomia.
- obter a situação de paz, com a garantia legal do seu bem-estar.
Iluminismo Francês, Jean-Jacques Rousseau, Contratualismo
03. (Enem PPL 2020) Antes que a arte polisse nossas maneiras e ensinasse nossas paixões a falarem a linguagem apurada, nossos costumes eram rústicos. Não era melhor, mas os homens encontravam sua segurança na facilidade para se reconhecerem reciprocamente, e essa vantagem, de cujo valor não temos mais a noção, poupava-lhes muitos vícios.
ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre as ciências e as artes. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (adaptado).
No presente excerto, o filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) exalta uma condição que teria sido vivenciada pelo homem em qual situação?
- No sistema monástico, pela valorização da religião.
- Na existência em comunidade, pela comunhão de valores.
- No modelo de autogestão, pela emancipação do sujeito.
- No estado de natureza, pelo exercício da liberdade.
- Na vida em sociedade, pela abundância de bens.
Jean-Jacques Rousseau, Contratualismo
04. (Enem PPL 2019) TEXTO
Eu queria movimento e não um curso calmo da existência. Queria excitação e perigo e a oportunidade de sacrificar-me por meu amor. Sentia em mim uma superabundância de energia que não encontrava escoadouro em nossa vida.
TOLSTÓI, L. Felicidade familiar. Apud KRAKAUER, J. Na natureza selvagem. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.
TEXTO
Meu lema me obrigava, mais que a qualquer outro homem, a um enunciado mais exato da verdade; não sendo suficiente que eu lhe sacrificasse em tudo o meu interesse e as minhas simpatias, era preciso sacrificar-lhe também minha fraqueza e minha natureza tímida. Era preciso ter a coragem e a força de ser sempre verdadeiro em todas as ocasiões.
ROUSSEAU, J.-J. Os devaneios do caminhante solitário. Porto Alegre: L&PM, 2009.
Os textos de Tolstói e Rousseau retratam ideais da existência humana e defendem uma experiência
- lógico-racional, focada na objetividade, clareza e imparcialidade.
- místico-religiosa, ligada à sacralidade, elevação e espiritualidade.
- sociopolítica, constituída por integração, solidariedade e organização.
- naturalista-científica, marcada pela experimentação, análise e explicação.
- estético-romântica, caracterizada por sinceridade, vitalidade e impulsividade.
Hobbes, Jean-Jacques Rousseau, Contratualismo, Filosofia Política
05. (Enem 2018) TEXTO I
Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção.
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
TEXTO II
Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano.
ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado).
Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma
- predisposição ao conhecimento.
- submissão ao transcendente.
- tradição epistemológica.
- condição original.
- vocação política.
Hobbes, Contratualismo, Empirismo Britânico, John Locke
06. (Enem PPL 2016) TEXTO I
Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar. HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
TEXTO II
Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Petrópolis: Vozes, 1994.
Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a)
- condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da morte violenta.
- organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade.
- capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o homem possa constituir o Estado civil.
- situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em sua livre decisão pelo pecado original.
- estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as relações sociais e violenta a humanidade.
Hobbes, Contratualismo, Empirismo Britânico, Filosofia Política
07. (Enem 3ª Aplicação 2016) A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara em suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da vida humana. Para exemplificar: o argumento não supõe que todos sejam de fato movidos por orgulho e vaidade para buscar o domínio sobre os outros; essa seria uma suposição discutível que possibilitaria a conclusão pretendida por Hobbes, mas de modo fácil demais. O que torna o argumento assustador e lhe atribui importância e força dramática é que ele acredita que pessoas normais, até mesmo as mais agradáveis, podem ser inadvertidamente lançadas nesse tipo de situação, que resvalará, então, em um um estado de guerra.
RAWLS, J. Conferências sobre a história da filosofia política. São Paulo: WMF, 2012 (adaptado).
O texto apresenta um concepção de filosofia política conhecida como
- alientação ideológica.
- microfísica do poder.
- estado de natureza.
- contrato social.
- vontade geral.
Política, Contratualismo, Empirismo Britânico, John Locke
08. (Enem PPL 2014) Sendo os homens, por natureza, todos livres, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem dar consentimento. A maneira única em virtude da qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar com outras pessoas em juntar-se e unir-se em comunidade para viverem com segurança, conforto e paz umas com as outras, gozando garantidamente das propriedades que tiverem e desfrutando de maior proteção contra quem quer que não faça parte dela.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1978
Segundo a Teoria da Formação, de John Locke, para viver em sociedade, cada cidadão deve
- manter a libertadade do estado de natureza, direito inalienável.
- abrir mão de seus direitos individuais em prol do bem comum.
- abdicar de sua propriedade e submeter-se ao poder do mais forte.
- concordar com as normas estabelecidas para a vida em sociedade.
- renunciar à posse jurídica de seus bens, mas não à sua independência.
Política, Contratualismo, Montesquieu
09. (Enem 2013) Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, atuando de forma independente para a efetivação da liberdade, sendo que esta não existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes concomitantemente.
MONTESQUIEU, B. Do espírito das leis. São Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado)
A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para que possa haver liberdade em um Estado. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja
- exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas.
- consagração do poder político pela autoridade religiosa.
- concentração do poder nas mãos de elites técnico-científicas.
- estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo.
- reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governante eleito.