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Arthur Schopenhauer

Lista de 07 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Arthur Schopenhauer com questões de Vestibulares.


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01. (Enem) Sentimos que toda satisfação de nossos desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as preocupações.

SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra indissociavelmente ligada à

  1. consagração de relacionamentos afetivos.
  2. administração da independência interior.
  3. fugacidade do conhecimento empírico.
  4. liberdade de expressão religiosa.
  5. busca de prazeres efêmeros.

02. (Unesp) Nossa felicidade depende daquilo que somos, de nossa individualidade; enquanto, na maior parte das vezes, levamos em conta apenas a nossa sorte, apenas aquilo que temos ou representamos. Pois, o que alguém é para si mesmo, o que o acompanha na solidão e ninguém lhe pode dar ou retirar, é manifestamente mais essencial para ele do que tudo quanto puder possuir ou ser aos olhos dos outros. Um homem espiritualmente rico, na mais absoluta solidão, consegue se divertir primorosamente com seus próprios pensamentos e fantasias, enquanto um obtuso, por mais que mude continuamente de sociedades, espetáculos, passeios e festas, não consegue afugentar o tédio que o martiriza.

(Schopenhauer. Aforismos sobre a sabedoria de vida, 2015. Adaptado.)

Com base no texto, é correto afirmar que a ética de Schopenhauer

  1. corrobora os padrões hegemônicos de comportamento da sociedade de consumo atual.
  2. valoriza o aprimoramento formativo do espírito como campo mais relevante da vida humana.
  3. valoriza preferencialmente a simplicidade e a humildade, em vez do cultivo de qualidades intelectuais.
  4. prioriza a condição social e a riqueza material como as determinações mais relevantes da vida humana.
  5. realiza um elogio à fé religiosa e à espiritualidade em detrimento da atração pelos bens materiais.

03. (UEA) Leia o texto para responder à questão.

Pensemos num cavalo diante de nós. Então perguntemos: o que é isso? Platão diria: “Esse animal não possui nenhuma existência verdadeira, mas apenas uma aparente, um constante vir-a-ser. Verdadeiramente é apenas a Ideia, que se estampa naquele cavalo, que não depende de nada, nunca veio-a-ser, sempre da mesma maneira. Enquanto reconhecemos nesse cavalo sua Ideia, é por completo indiferente se temos aqui diante de nós esse cavalo ou seu ancestral. Unicamente a Ideia do cavalo possui ser verdadeiro e é objeto do conhecimento real”. Agora, deixemos Kant falar: “Esse cavalo é um fenômeno no tempo, no espaço e na causalidade, que são as condições a priori completas da experiência possível, presentes em nossa faculdade de conhecimento, não determinações da coisa-em-si. Para saber o que ele pode ser em si, seria preciso outro modo de conhecimento além daquele que unicamente nos é possível pelos sentidos e pelo entendimento.”

(Arthur Schopenhauer. “Sobre as ideias”. Metafísica do belo, 2003. Adaptado.)

Schopenhauer compara as filosofias platônicas e kantianas, fazendo-as responder a uma mesma questão. Na perspectiva platônica, o cavalo presente “diante de nós” é

  1. absolutamente igual a todos os cavalos do mundo.
  2. um ser imutável e eterno.
  3. a essência do cavalo real.
  4. a demonstração da inexistência do mundo inteligível.
  5. uma sombra da ideia do cavalo.

04. (UEA) Na contemplação do belo o conhecer puro ganhou a preponderância sem luta: a beleza do objeto facilita o conhecimento de sua Ideia. O sentimento do sublime nasce exatamente do fato de um objeto que tem relações desfavoráveis, hostis, com a vontade tornar-se objeto de contemplação.

(Arthur Schopenhauer. Metafísica do belo, 2003. Adaptado.)

As contemplações do belo e do sublime são semelhantes e, em um aspecto, diferentes.

O belo distingue-se do sublime por

  1. ajustar-se de imediato às dimensões humanas da observação.
  2. modificar as percepções habituais dos objetos artísticos.
  3. desvelar o mundo por meio da intensificação sensorial.
  4. transgredir a sensação de oposição entre o homem e a natureza.
  5. satisfazer aos anseios de felicidade dos observadores.

Texto para a questão 5, 6 e 7

Manipulando as palavras, é possível construir falácias e sofismas a fim de superar nossos adversários no campo da argumentação. Adotando certas atitudes que desestabilizam emocionalmente nossos antagonistas, parecemos estar cobertos de razão. São expedientes que muitas vezes, até por instinto, acabamos por utilizar em conversas e discussões. Por uma questão de honestidade intelectual, porém, precisamos tomar consciência de que somos algozes e vítimas nesse jogo sujo.

O pensador alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860), apoiando-se em sua observação e inspirando-se nas lições de Aristóteles, denunciou várias estratégias que, com maior ou menor brilhantismo, nós empregamos todos os dias, não propriamente para descobrir e divulgar a verdade, mas neutralizar e desmerecer o discurso do nosso interlocutor.

O que Maquiavel (1469-1527) pretendeu com O Príncipe, ao descrever o que se deve fazer para conquistar e preservar o poder político, assim Schopenhauer fez com relação às disputas verbais. O objetivo é defender-se das ameaças externas e ganhar a briga na base da palavra e da instauração de um clima emocional perturbador, deixando claro quem tem a mente mais arguta e a língua mais afiada, mesmo que seja necessário atropelar os escrúpulos e esmagar a ética.

(...)

(Gabriel Perissé, prof. da Universidade Católica de Santos, revista Língua, set.2014)

05. (ESPM) Depreende-se do texto que:

  1. manipular palavras é a forma mais racional para derrotar o adversário num debate ou discussão.
  2. usar falácias e sofismas passa necessariamente pela manipulação de palavras o que compensaria a falta de argumentação convincente.
  3. utilizar-se de falácias e sofismas seria um instrumento válido para provocar raiva no adversário e desestabilizá-lo numa discussão.
  4. lançar mão de sofismas e falácias é um jogo desonesto que vitima as pessoas sem idoneidade.
  5. desestabilizar o adversário emocionalmente é um recurso instintivo que acaba ganhando âmbitos de honestidade intelectual.

06. (ESPM) Deduz-se do texto que:

  1. quem quer conquistar e preservar o poder político deve privilegiar a verdade.
  2. um político deve valer-se da retórica honesta para defender-se das críticas externas.
  3. um debate intelectual quando descambar para um clima emocional prejudicará aquele que tem razão.
  4. debates acalorados pela emoção atropelam os escrúpulos e esmagam a ética.
  5. os escrúpulos e a ética podem ser deixados de lado, quando se tratar de impor um ponto de vista.

07. (ESPM) Segundo o texto:

  1. busca-se por meio de várias estratégias descobrir a verdade nas polêmicas intelectuais.
  2. o maior ou menor brilhantismo retórico do debatedor vai determinar a eficiência para se ganhar uma disputa verbal.
  3. desqualificar e anular os argumentos do adversário não são estratégias mais eficazes do que provar a verdade.
  4. a principal estratégia das lições aristotélicas para a arte de convencer era a desestabilização emocional.
  5. Schopenhauer estabeleceu intertextualidade com Maquiavel quando elaborou a teoria sobre a arte de manipular.

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