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Pós-Modernidade (Foucault e Bauman)

Lista de 12 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Pós-Modernidade (Foucault e Bauman) com questões de Vestibulares.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Pós-Modernidade.




01. (Enem 2013) O edifício é circular. Os apartamentos dos prisioneiros ocupam a circunferência. Você pode chamá-los, se quiser, de celas. O apartamento do inspetor ocupa o centro; você pode chamá-lo, se quiser de alojamento do inspetor. A moral reformada; a saúde preservada; a indústria revigorada; a instrução difundida; os encargos públicos aliviados; a economia assentada, como deve ser, sobre uma rocha; o nó górdio da Lei sobre os Pobres não cortado, mas desfeito – tudo por uma simples ideia de arquitetura!

BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

Essa é a proposta de um sistema conhecido como panóptico, um modelo que mostra o poder da disciplina nas sociedades contemporâneas, exercido preferencialmente por mecanismos

  1. religiosos, que se constituem como um olho divino controlador que tudo vê.
  2. ideológicos, que estabelecem limites pela alienação, impedindo a visão da dominação sofrida.
  3. repressivos, que perpetuam as relações de dominação entre os homens por meio da tortura física.
  4. sutis, que adestram os corpos no espaço-tempo por meio do olhar como instrumento de controle.
  5. consensuais, que pactuam acordos com base na compreensão dos benefícios gerais de se ter as próprias ações controladas.

02. (UEMA) Gilberto Cotrim (2006. p. 212), ao tratar da pós-modernidade, comenta as ideias de Michel Foucault, nas quais ―[...] as sociedades modernas apresentam uma nova organização do poder que se desenvolveu a partir do século XVIII. Nessa nova organização, o poder não se concentra apenas no setor político e nas suas formas de repressão, pois está disseminado pelos vários âmbitos da vida social [...] [e] o poder fragmentou-se em micropoderes e tornou-se muito mais eficaz. Assim, em vez de se deter apenas no macropoder concentrado no Estado, [os] micropoderes se espalham pelas mais diversas instituições da vida social. Isto é, os poderes exercidos por uma rede imensa de pessoas, por exemplo: os pais, os porteiros, os enfermeiros, os professores, as secretarias, os guardas, os fiscais etc.

Fonte: COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2006. (adaptado)

Pelo exposto por Gilberto Cotrim sobre as ideias de Foucault, a principal função dos micropoderes no corpo social é interiorizar e fazer cumprir

  1. o ideal de igualdade entre os homens.
  2. o total direito político de acordo com as etnias.
  3. as normas estabelecidas pela disciplina social.
  4. a repressão exercida pelos menos instruídos.
  5. o ideal de liberdade individual.

03. (Enem 2010) A lei não nasce da natureza, junto das fontes frequentadas pelos primeiros pastores: a lei nasce das batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das conquistas que têm sua data e seus heróis de horror: a lei nasce das cidades incendiadas, das terras devastadas; ela nasce com os famosos inocentes que agonizam no dia que está amanhecendo.

FOUCAULT. M. Aula de 14 de janeiro de 1976. In. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes. 1999

O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a política e a lei em relação ao poder e à organização social. Com base na reflexão de Foucault, a finalidade das leis na organização das sociedades modernas é

  1. combater ações violentas na guerra entre as nações.
  2. coagir e servir para refrear a agressividade humana.
  3. criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre os indivíduos de uma mesma nação.
  4. estabelecer princípios éticos que regulamentam as ações bélicas entre países inimigos.
  5. organizar as relações de poder na sociedade e entre os Estados.

04. (PUC-PR) Considere o excerto a seguir.

É um hábito humano – muito humano – culpar e punir os mensageiros pelo conteúdo odioso da mensagem de que são portadores – nesse caso, das enigmáticas, inescrutáveis, assustadoras e corretamente abominadas forças globais que suspeitamos (com boas razões) serem responsáveis pelo perturbador e humilhante sentido de incerteza existencial que devasta e destrói nossa confiança, ao mesmo tempo que solapa nossas ambições, nossos sonhos e planos de vida. E embora quase nada possamos fazer para controlar as esquivas e remotas forças da globalização, podemos pelo menos desviar a raiva que nos provocaram e continuam a provocar, e despejar nossa ira, alternadamente, sobre seus produtos, ao nosso lado e ao nosso alcance. Isso, claro, não vai chegar nem perto das raízes do problema, mas pode aliviar, ao menos por algum tempo, a humilhação provocada por nossa impotência e incapacidade de resistir à debilitante precariedade de nosso lugar no mundo.

BAUMAN, Z. Estranhos à nossa porta. Trad.: Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2017, p. 21-22.

O autor do texto apresenta o hábito que os humanos têm de culpar e punir o mensageiro por causa do conteúdo da mensagem que conduzem. Para tanto, fundamenta seu ponto de vista

  1. nos mecanismos de apagamento das consequências das ações globais.
  2. na percepção do panorama gerado pelas forças da globalização.
  3. na precariedade de nosso lugar no mundo diante da crueza de nossa ira.
  4. no exemplo de como lidamos com os produtos da globalização.
  5. na humilhação provocada por nossa impotência diante das incertezas.

05. (Unioeste) Os estudos realizados por Michel Foucault (1926-1984) apresentam interfaces que corroboram para estudos em diversas áreas de conhecimento, entre as quais a Filosofia, Ciências Sociais, Pedagogia, Psiquiatria, Medicina e Direito. Em 1975, Foucault publicou a obra “Vigiar e Punir: história da violência das prisões”, na qual propunha uma nova concepção de poder, a qual abandonava alguns postulados que marcaram a posição tradicional da esquerda do período. Sobre a concepção de poder foucaultiana, é CORRETO afirmar.

  1. Só exerce poder quem o possui, por se tratar de um privilégio adquirido pela classe dominante que detém o poder econômico.
  2. O poder está centralizado na figura do Estado e está localizado no próprio aparelho de Estado, que é o instrumento privilegiado do poder.
  3. Todo poder está subordinado a um modo de produção e a uma infraestrutura, pois o modo como a vida econômica é organizada determina a política.
  4. O poder tem como essência dividir os que possuem poder (classe dominante) daqueles que não têm poder (classe dos dominados).
  5. O poder não remete diretamente a uma estrutura política, ao uso da força ou a uma classe dominante: as relações de poder são móveis e só podem existir quando os sujeitos são livres e há possibilidade de resistência.

06. (Enem) O ano de 1968 ficou conhecido pela efervescência social, tal como se pode comprovar pelo seguinte trecho, retirado de texto sobre propostas preliminares para uma revolução cultural: “É preciso discutir em todos os lugares e com todos. O dever de ser responsável e pensar politicamente diz respeito a todos, não é privilégio de uma minoria de iniciados. Não devemos nos surpreender com o caos das ideias, pois essa é a condição para a emergência de novas ideias. Os pais do regime devem compreender que autonomia não é uma palavra vã; ela supõe a partilha do poder, ou seja, a mudança de sua natureza. Que ninguém tente rotular o movimento atual; ele não tem etiquetas e não precisa delas”.

Journal de la comune étudiante. Textes et documents. Paris: Seuil, 1969 (adaptado)

Os movimentos sociais, que marcaram o ano de 1968,

  1. foram manifestações desprovidas de conotação política, que tinham o objetivo de questionar a rigidez dos padrões de comportamento social fundados em valores tradicionais da moral religiosa.
  2. restringiram-se às sociedades de países desenvolvidos, onde a industrialização avançada, a penetração dos meios de comunicação de massa e a alienação cultural que deles resultava eram mais evidentes.
  3. resultaram no fortalecimento do conservadorismo político, social e religioso que prevaleceu nos países ocidentais durante as décadas de 70 e 80.
  4. tiveram baixa repercussão no plano político, apesar de seus fortes desdobramentos nos planos social e cultural, expressos na mudança de costumes e na contracultura.
  5. inspiraram futuras mobilizações, como o pacifismo, o ambientalismo, a promoção da equidade de gêneros e a defesa dos direitos das minorias.

07. (ENEM LIBRAS 2017) O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento das suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto é mais útil, e inversamente. Forma-se então uma política das coerções, que são um trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus comportamentos.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1987.

Na perspectiva de Michel Foucault, o processo mencionado resulta em

  1. declínio cultural.
  2. segregação racial.
  3. redução da hierarquia.
  4. totalitarismo dos governos.
  5. modelagem dos indivíduos.

08. (Unioeste) “Discursos sobre o sexo não se multiplicaram fora do poder ou contra ele, porém, lá onde ele se exercia e como meio para seu exercício: criaram-se em todo canto incitações a falar; em toda parte, dispositivos para ouvir e registrar procedimentos para observar, interrogar e formular. Desenfurnam-no e obrigam-no a uma existência discursiva”. Trecho de História da Sexualidade, Vol. I – A Vontade de Saber” in Sociologia em Movimento (p. 503).

Tendo como referência os estudos sobre sexualidade em “A Vontade de Saber”, no qual o autor se propõe a analisar os discursos de verdade em torno da sexualidade, é CORRETO afirmar sobre essa obra que

  1. o objetivo principal da obra foi fazer uma história das condutas, comportamentos e práticas sexuais das sociedades ocidentais.
  2. o tema principal do livro são os problemas de censura e de liberdade sexual nas sociedades ocidentais.
  3. em “A Vontade de Saber”, o discurso sobre repressão sexual moderna é criticado por ocultar a proliferação de discursos a respeito da sexualidade.
  4. Foucault demonstra que os discursos sobre a sexualidade apenas descrevem a natureza reprodutiva humana e não se articulam com quaisquer relações de poder.
  5. em “A Vontade de Saber”, o autor defende a existência de uma verdade sobre o sexo que está escondida nos discursos sobre sexualidade.

09. (Enem) Nossa cultura lipofóbica muito contribui para a distorção da imagem corporal, gerando gordos que se veem magros e magros que se veem gordos, numa quase unanimidade de que todos se sentem ou se veem “distorcidos”.

Engordamos quando somos gulosos. É pecado da gula que controla a relação do homem com a balança. Todo obeso declarou, um dia, guerra à balança. Para emagrecer é preciso fazer as pazes com a dita cuja, visando adequar-se às necessidades para as quais ela aponta.

FREIRE, D. S. Obesidade não pode ser pré-requisito. Disponível em: http//gnt.globo.com. Acesso em: 3 abr. 2012 (adaptado).

O texto apresenta um discurso de disciplinarização dos corpos, que tem como consequência

  1. a ampliação dos tratamentos médicos alternativos, reduzindo os gastos com remédios.
  2. a democratização do padrão de beleza, tornando-o acessível pelo esforço individual.
  3. o controle do consumo, impulsionando uma crise econômica na indústria de alimentos.
  4. a culpabilização individual, associando obesidade à fraqueza de caráter.
  5. o aumento da longevidade, resultando no crescimento populacional.

10. (UEL) Sobre a crítica frankfurtiana à concepção positivista de ciência e técnica, é correto afirmar que a racionalidade técnica

I. dissocia meios e fins e redunda na adoração fetichista de seus próprios meios.

II. constitui um saber instrumental cujo critério de verdade é o seu valor operativo na dominação do homem e da natureza.

III. aprimora a ação do ser humano sobre a natureza e resgata o sentido da destinação humana.

IV. incorpora a reflexão sobre o significado e sobre os fins da ciência no contexto social.

Assinale a alternativa correta.

  1. Somente as afirmativas I e II são corretas.
  2. Somente as afirmativas I e IV são corretas.
  3. Somente as afirmativas III e IV são corretas.
  4. Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
  5. Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

11. (IFPA) Um importante sociólogo contemporâneo é polonês Zygmunt Bauman. Preocupado com as novas dinâmicas da vida social, propõe um empreendimento reflexivo que tem como norte as recentes modificações do mundo atual. Em relação às análises de Bauman é INCORRETO afirmar:

  1. Liquidez é a metáfora que Bauman utiliza para explicar o sentido da pós-modernidade.
  2. Desmoronamento da antiga ilusão moderna, ou seja, questionamento da crença de que há um fim do caminho em que andamos, um estado de perfeição a ser atingido no futuro.
  3. Desregulamentação e privatização das tarefas e deveres modernizantes. Na modernidade líquida, não existem mais valores individuais, apenas sociais.
  4. Nesta sociedade líquida, transformada pelo mercado, também os valores mais importantes da vida passam pelo mesmo processo de materialização tal qual um simples mercadoria.
  5. O processo de transformação pelo qual passa a humanidade pode ser aplicado ao mundo globalizado que, na sua empolgação compulsiva para produzir bens de consumo acaba produzindo um número significante de lixo.

12. (CESGRANRIO) "O que está em questão é o que rege os enunciados e a forma como estes se regem entre si para constituir um conjunto de proposições aceitáveis cientificamente e, consequentemente, susceptíveis de serem verificadas ou infirmadas por procedimentos científicos. Em suma, problema de regime, de política do enunciado científico."

FOUCAULT, M. Microfísica do Poder, cap. I - tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Editora Graal, 2007. Segundo o francês Michel Foucault,

  1. o esforço moderno por conhecer a loucura promoveu a superação da cisão entre sujeito e objeto.
  2. o conflito moderno entre razão e experiência deve ser superado através do retorno genealógico ao discurso originário dos primeiros filósofos.
  3. o sujeito não é fruto de uma construção histórica, mas sim a origem perene dos saberes determinados historicamente.
  4. os saberes próprios de uma época são autônomos frente às relações de poder que nela se desdobram.
  5. as relações de poder regulam a produção do saber

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