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Patrística (Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho)

Lista de 15 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Patrística (Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho) com questões de Vestibulares.


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Patrística é a filosofia cristã nos três primeiros séculos, elaborada pelos primeiros Pais Apostólicos da Igreja ou Santos Padres; consiste na elaboração doutrinal das verdades de fé do cristianismo e, na sua defesa contra os ataques dos pagãos e dos hereges. Wikipédia






01. (ENEM Digital 2020) Sem negar que Deus prevê todos os acontecimentos futuros, entretanto, nós queremos livremente aquilo que queremos. Porque, se o objeto da presciência divina é a nossa vontade, é essa mesma vontade assim prevista que se realizará. Haverá, pois, um ato de vontade livre, já que Deus vê esse ato livre com antecedência.

SANTO AGOSTINHO. O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995 (adaptado).

Essa discussão, proposta pelo filósofo Agostinho de Hipona (354-430), indica que a liberdade humana apresenta uma

  1. natureza condicionada.
  2. competência absoluta.
  3. aplicação subsidiária.
  4. utilização facultativa.
  5. autonomia irrestrita.

02. (UEMA) Segundo o filósofo Agostinho, o homem fora criado à imagem e à semelhança de Deus, estando, portanto, preparado para compreender a essência divina. Contudo, em virtude do pecado de Adão – o chamado pecado original -, o homem decaíra. Como todo ser humano nasce em consequência do ato procriador (pecado original), todo ser humano nasce manchado pelo pecado de Adão.

Fonte: AGOSTINHO, Santo. Confissões. São Paulo: Paulus, 1997. (adaptado)

Existem várias formas de se tentar explicar a origem do homem. A do filósofo Agostinho é uma delas. Sua teoria está fundamentada em uma consciência do tipo

  1. crítica.
  2. religiosa.
  3. empírica.
  4. científica.
  5. senso comum.

03. (UPE) O pensamento católico marcou as formas de ser e de pensar na Europa, durante a Idade Média. Sobre a produção cultural, ligada ao catolicismo no medievo, marque a alternativa CORRETA.

  1. Apesar de, inicialmente, terem sido associadas à heresia, as ideias de John Huss influenciaram o catolicismo romano a partir do século XIII.
  2. O pensamento de São Tomás de Aquino contestava a filosofia de Aristóteles, expondo o paganismo presente na obra do pensador clássico.
  3. Os mosteiros beneditinos serviram como polos de vulgarização do saber teológico.
  4. As primeiras traduções da Bíblia do latim para outras línguas, realizadas com o apoio da igreja católica, datam da alta Idade Média.
  5. Em sua obra, Santo Agostinho estabelece um diálogo com o pensamento de Platão.

04. (ENEM 2019) De fato, não é porque o homem pode usar a vontade livre para pecar que se deve supor que Deus a concedeu para isso. Há, portanto, uma razão pela qual Deus deu ao homem esta característica, pois sem ela não poderia viver e agir corretamente. Pode-se compreender, então, que ela foi concedida ao homem para esse fim, considerando-se que se um homem a usar para pecar, recairão sobre ele as punições divinas. Ora, isso seria injusto se a vontade livre tivesse sido dada ao homem não apenas para agir corretamente, mas também para pecar. Na verdade, por que deveria ser punido aquele que usasse da sua vontade para o fim para o qual ela lhe foi dada?

AGOSTINHO. O livre-arbítrio. In: MARCONDES, D. Textos básicos de ética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

Nesse texto, o filósofo cristão Agostinho de Hipona sustenta que a punição divina tem como fundamento o(a)

  1. desvio da postura celibatária.
  2. insuficiência da autonomia moral.
  3. afastamento das ações de desapego.
  4. distanciamento das práticas de sacrifício.
  5. violação dos preceitos do Velho Testamento.

05. (UEA - SIS) O filósofo Agostinho de Hipona (354-430) afirma que há uma forma de os humanos não precisarem passar pelas punições divinas, desde que

  1. vivam em irmandades religiosas.
  2. utilizem convenientemente o livre-arbítrio.
  3. duvidem sistematicamente da filosofia pagã.
  4. façam cotidianamente exames de consciência
  5. imitem a cada semana o sacrifício de Cristo.

06. (UECE) “De fato, a corrupção é nociva, e, se não diminuísse o bem, não seria nociva. Portanto, ou a corrupção nada prejudica – o que não é aceitável – ou todas as coisas que se corrompem são privadas de algum bem. Isto não admite dúvida. Se, porém, fossem privadas de todo o bem, deixariam inteiramente de existir. [...]. Logo, enquanto existem, são boas. Portanto, todas as coisas que existem são boas, e aquele mal que eu procurava não é uma substância, pois, se fosse substância, seria um bem”.

HIPPONA, Agostinho. Confissões. Coleção “Os Pensadores”. Livro VII, cap. XII, 1983. – Texto adaptado.

Sobre a questão do mal em Santo Agostinho, considere as seguintes afirmações:

I. O mal não existe sem o bem.

II. O mal diminui o bem, e vice-versa.

III. O mal absoluto pode existir.

É correto o que se afirma em

  1. I e III apenas.
  2. I e II apenas.
  3. II e III apenas.
  4. I, II e III.

07. (UECE) “Agostinho faz um contraponto ao dualismo maniqueísta ao refutar que o mal não existe enquanto ser. Ele refuta o dualismo ontológico do bem e do mal dos maniqueístas e desenvolve a teoria da origem do mal como uma negação do Sumo Bem, na qual o mal não tem ser, não existe, mas é resultado do livre-arbítrio da vontade do homem que o utiliza em vista de si mesmo. Ou seja, o mal é moral; é um ato voluntário do homem ao negar seu Criador, Deus, Bem universal, em vista de si mesmo.”

GOMES, I. S. G. A origem do mal no pensamento de agostinho de hipona. In: Anais do III Congresso Nordestino de Ciências da Religião e Teologia. Disponível em: http://www.unicap.br/ocs/index.php/cncrt/cncrt/paper/vie wFile/277/61. Acessado em 18-10-2021 – Adaptado.

Segundo essa passagem, a origem do mal está

  1. na liberdade do homem, dotado por Deus de livre-arbítrio.
  2. na ação sobre os homens de um ente que personifica o mal.
  3. na natureza humana, que, por ser finita, é próxima do mal.
  4. no mau uso do livre-arbítrio, orientado pelo amor-próprio.

08. (PUC-PR) Leia a passagem de texto a seguir.

“na lei temporal dos homens nada existe de justo e legítimo que não tenha sido tirado da lei eterna. Assim, no mencionado exemplo do povo que, às vezes, tem justamente o direito de eleger seus magistrados e, às vezes, não menos justamente, não goza mais desse direito, a justiça dessas diversidades temporais procede da lei eterna, conforme a qual é sempre justo que um povo sensato eleja seus governantes e que um povo irresponsável não o possa.”

SANTO AGOSTINHO. O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995, p. 41.

Ao debater a origem do mal, Santo Agostinho trata ao mesmo tempo da diferença entre lei temporal e lei eterna.

De acordo com a passagem de texto citada acima e com seus conhecimentos, analise as sentenças abaixo e assinale a alternativa CORRETA.

  1. A lei temporal, embora útil à vida social, não impede que indivíduos e povos irresponsáveis prefiram seus interesses pessoais ao bem público, sendo então necessária a lei eterna, da qual procedem as leis temporais.
  2. A lei temporal diz respeito à utilidade pública, não devendo ser influenciada pela lei eterna, que diz respeito à salvação da alma.
  3. As leis humanas deixam impunes muitas ações que só poderão ser punidas quando as leis temporais forem substituídas pelas leis eternas nos processos de julgamento.
  4. A lei eterna diz respeito tão somente àqueles que merecem a vida feliz após a morte.
  5. A lei eterna é o fundamento da retidão, de maneira que ela diz respeito apenas à vida espiritual individual, não podendo determinar a vida pública.

09. (ENEM PPL 2015) Se os nossos adversários, que admitem a existência de uma natureza não criada por Deus, o Sumo Bem, quisessem admitir que essas considerações estão certas, deixariam de proferir tantas blasfêmias, como a de atribuir a Deus tanto a autoria dos bens quanto dos males. Pois sendo Ele fonte suprema da Bondade, nunca poderia ter criado aquilo que é contrário à sua natureza. AGOSTINHO. A natureza do Bem. Rio de Janeiro: Sétimo Selo, 2005 (adaptado).

Para Agostinho, não se deve atribuir a Deus a origem do mal porque

  1. o surgimento do mal é anterior à existência de Deus.
  2. o mal, enquanto princípio ontológico, independe de Deus.
  3. Deus apenas transforma a matéria, que é, por natureza, má.
  4. por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é oposto, o mal.
  5. Deus se limita a administrar a dialética existente entre o bem e o mal.

10. (UECE) Em diálogo com Evódio, Santo Agostinho afirma: “parecia a ti, como dizias, que o livrearbítrio da vontade não devia nos ter sido dado, visto que as pessoas servem-se dele para pecar. Eu opunha à tua opinião que não podemos agir com retidão a não ser pelo livre-arbítrio da vontade. E afirmava que Deus no-lo deu, sobretudo em vista desse bem. Tu me respondeste que a vontade livre devia nos ter sido dada do mesmo modo como nos foi dada a justiça, da qual ninguém pode se servir a não ser com retidão”.

AGOSTINHO. O livre-arbítrio, Introdução, III, 18, 47.

Com base nessa passagem acerca do livre-arbítrio da vontade, em Agostinho, é correto afirmar que

  1. o livre-arbítrio é o que conduz o homem ao pecado e ao afastamento de Deus.
  2. o poder de decisão ‒ arbítrio ‒ da vontade humana é o que permite a ação moralmente reta.
  3. é da vontade de Deus que o homem não tenha capacidade de decidir pelo pecado, já que o Seu amor pelo homem é maior do que o pecado.
  4. a ação justa é aquela que foi praticada com o livre-arbítrio; injusta é aquela que não ocorreu por meio do livre-arbítrio.

11. (UFT) No livro Confissões, Santo Agostinho, principal representante da Patrística medieval, trata do seguinte problema “É Deus o autor do mal?”. Desse problema advêm as seguintes indagações: “Onde está, portanto, o mal? De onde e por onde conseguiu penetrar? Qual é a sua raiz e a sua semente? Porventura não existe nenhuma? Por que recear muito, então, o que não existe?”

Fonte: (AGOSTINHO, S. Confissões. São Paulo: Nova Cultural, 1999, p. 177 (Col. Os pensadores)).

Com relação ao problema do mal em Confissões analise as afirmativas a seguir:

I. todas as coisas que existem são boas, e o mal não é uma substância, pois, se fosse substância seria um bem.

II. todas as coisas que se corrompem não são boas, pois são privadas de todo bem.

III. o mal se não é substância, é a perversão da vontade desviada da substância suprema.

IV. o mal é a corrupção que afeta diretamente a substância divina que está sujeita a ela.

Com base nas afirmativas, assinale a alternativa CORRETA.

  1. Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
  2. Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
  3. Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
  4. Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.

12. (Enem 2018) Não é verdade que estão ainda cheios de velhice espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre assim no decurso dos séculos, abstendo-se, como antes, de toda ação? Se existiu em Deus um novo movimento, uma vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca antes criara, como pode haver verdadeira eternidade, se n’Ele aparece uma vontade que antes não existia?”

AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1984.

A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é um exemplo da reflexão filosófica sobre a(s)

  1. essência da ética cristã.
  2. natureza universal da tradição.
  3. certezas inabaláveis da experiência.
  4. abrangência da compreensão humana.
  5. interpretações da realidade circundante.

13. (UFU) Agostinho, em Confissões, diz: “Mas após a leitura daqueles livros dos platônicos e de ser levado por eles a buscar a verdade incorpórea, percebi que ‘as perfeições invisíveis são visíveis em suas obras’ (Carta de Paulo aos Romanos, 1, 20)”.

Agostinho de Hipona. Confissões, livro VII, cap. 20, citado por: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Tradução do autor.

Nesse trecho, podemos perceber como Agostinho

  1. se utilizou da Bíblia para conhecer melhor a filosofia platônica.
  2. utiliza a filosofia platônica para refutar os textos bíblicos.
  3. separa nitidamente os domínios da filosofia e da religião.
  4. foi despertado para o conhecimento de Deus a partir da filosofia platônica.

14. (UNESP) Não posso dizer o que a alma é com expressões materiais, e posso afirmar que não tem qualquer tipo de dimensão, não é longa ou larga, ou dotada de força física, e não tem coisa alguma que entre na composição dos corpos, como medida e tamanho. Se lhe parece que a alma poderia ser um nada, porque não apresenta dimensões do corpo, entenderá que justamente por isso ela deve ser tida em maior consideração, pois é superior às coisas materiais exatamente por isso, porque não é matéria. É certo que uma árvore é menos significativa que a noção de justiça. Diria que a justiça não é coisa real, mas um nada? Por conseguinte, se a justiça não tem dimensões materiais, nem por isso dizemos que é nada. E a alma ainda parece ser nada por não ter extensão material?

(Santo Agostinho. Sobre a potencialidade da alma, 2015. Adaptado.)

No texto de Santo Agostinho, a prova da existência da alma

  1. desempenha um papel primordialmente retórico, desprovido de pretensões objetivas.
  2. antecipa o empirismo moderno ao valorizar a experiência como origem das ideias.
  3. serviu como argumento antiteológico mobilizado contra o pensamento escolástico.
  4. é fundamentada no argumento metafísico da primazia da substância imaterial.
  5. é acompanhada de pressupostos relativistas no campo da ética e da moralidade.

15. (UFMS) Assinale a alternativa correta acerca de Santo Agostinho.

  1. Filósofo de corrente patrística, atuou na defesa dos interesses da Igreja Católica e reafirmou que a razão seria proveniente das ilustrações divinas, defendendo a Bíblia cristã como maior fonte do saber filosófico.
  2. Crítico implacável da Patrística, Agostinho defendia que a verdade emanava da fé cristã e que qualquer outra forma de reflexão não chegaria a uma resposta aceitável aos olhos de Deus.
  3. Pensador do chamado Classicismo medieval, atuava em temáticas que versavam sobre a lógica e a existência humana por meio das concepções naturalísticas e ontológicas.
  4. Pensador que ajudou a fundar as bases da filosofia adotada pela igreja católica durante o período medieval, buscou na graça divina a garantia para a liberdade aos homens.
  5. Filósofo cristão que defendia a fé e a liberdade por meio da graça de Deus, combateu incessantemente a doutrina do pecado original e da guerra justa.

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