Patrística (Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho)
Lista de 15 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Patrística (Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho) com questões de Vestibulares.
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A Patrística é o estudo dos Pais da Igreja, os líderes religiosos e teólogos cristãos durante os primeiros séculos da história do cristianismo. A Patrística é considerada como o período inicial da teologia cristã e inclui figuras importantes como Santo Agostinho, Orígenes, Clemente de Alexandria e Ireneu. A Patrística se concentra principalmente na interpretação das Escrituras, na doutrina cristã e na organização da Igreja. A Patrística é um período anterior à escolástica e os pensamentos desses pais da igreja foram muito influentes para a escolástica, especialmente para Tomás de Aquino.
01. (ENEM Digital 2020) Sem negar que Deus prevê todos os acontecimentos futuros, entretanto, nós queremos livremente aquilo que queremos. Porque, se o objeto da presciência divina é a nossa vontade, é essa mesma vontade assim prevista que se realizará. Haverá, pois, um ato de vontade livre, já que Deus vê esse ato livre com antecedência.
SANTO AGOSTINHO. O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995 (adaptado).
Essa discussão, proposta pelo filósofo Agostinho de Hipona (354-430), indica que a liberdade humana apresenta uma
- natureza condicionada.
- competência absoluta.
- aplicação subsidiária.
- utilização facultativa.
- autonomia irrestrita.
Resposta: A
Resolução: Sim, é correto afirmar que a discussão proposta pelo filósofo Agostinho de Hipona (354-430) indica que a liberdade humana apresenta uma natureza condicionada. Ele afirma que Deus prevê todos os acontecimentos futuros, mas isso não significa que os seres humanos não possuem livre arbítrio. Ele argumenta que a vontade humana é prevista por Deus, mas ainda é livre, já que é essa mesma vontade prevista que se realizará. Isso sugere que a liberdade humana é condicionada pela presciência divina, mas ainda é livre, já que é a vontade humana que se realiza.
02. (UEMA) Segundo o filósofo Agostinho, o homem fora criado à imagem e à semelhança de Deus, estando, portanto, preparado para compreender a essência divina. Contudo, em virtude do pecado de Adão – o chamado pecado original -, o homem decaíra. Como todo ser humano nasce em consequência do ato procriador (pecado original), todo ser humano nasce manchado pelo pecado de Adão.
Fonte: AGOSTINHO, Santo. Confissões. São Paulo: Paulus, 1997. (adaptado)
Existem várias formas de se tentar explicar a origem do homem. A do filósofo Agostinho é uma delas. Sua teoria está fundamentada em uma consciência do tipo
- crítica.
- religiosa.
- empírica.
- científica.
- senso comum.
Resposta: B
Resolução: A teoria de Agostinho é uma perspectiva teológica, baseada em sua visão cristã e doutrina religiosa. Ele foi um importante teólogo e bispo da Igreja Católica, e suas concepções sobre a origem do homem e a queda original estão profundamente enraizadas em sua fé religiosa e interpretação da Bíblia. Portanto, sua teoria é religiosa, e a resposta correta é a opção B.
03. (UPE) O pensamento católico marcou as formas de ser e de pensar na Europa, durante a Idade Média. Sobre a produção cultural, ligada ao catolicismo no medievo, marque a alternativa CORRETA.
- Apesar de, inicialmente, terem sido associadas à heresia, as ideias de John Huss influenciaram o catolicismo romano a partir do século XIII.
- O pensamento de São Tomás de Aquino contestava a filosofia de Aristóteles, expondo o paganismo presente na obra do pensador clássico.
- Os mosteiros beneditinos serviram como polos de vulgarização do saber teológico.
- As primeiras traduções da Bíblia do latim para outras línguas, realizadas com o apoio da igreja católica, datam da alta Idade Média.
- Em sua obra, Santo Agostinho estabelece um diálogo com o pensamento de Platão.
Resposta: E
Resolução: Sim, é correto afirmar que a teoria da origem do homem proposta pelo filósofo Agostinho é uma visão religiosa. Ele acredita que o homem foi criado à imagem e à semelhança de Deus, tendo a capacidade de compreender a essência divina. No entanto, ele também acredita que o homem decaíra devido ao pecado de Adão (o chamado pecado original) e, como resultado, todos os seres humanos nascem manchados por esse pecado original. Essa teoria é baseada em sua crença religiosa e é uma das várias explicações para a origem do homem.
04. (ENEM 2019) De fato, não é porque o homem pode usar a vontade livre para pecar que se deve supor que Deus a concedeu para isso. Há, portanto, uma razão pela qual Deus deu ao homem esta característica, pois sem ela não poderia viver e agir corretamente. Pode-se compreender, então, que ela foi concedida ao homem para esse fim, considerando-se que se um homem a usar para pecar, recairão sobre ele as punições divinas. Ora, isso seria injusto se a vontade livre tivesse sido dada ao homem não apenas para agir corretamente, mas também para pecar. Na verdade, por que deveria ser punido aquele que usasse da sua vontade para o fim para o qual ela lhe foi dada?
AGOSTINHO. O livre-arbítrio. In: MARCONDES, D. Textos básicos de ética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
Nesse texto, o filósofo cristão Agostinho de Hipona sustenta que a punição divina tem como fundamento o(a)
- desvio da postura celibatária.
- insuficiência da autonomia moral.
- afastamento das ações de desapego.
- distanciamento das práticas de sacrifício.
- violação dos preceitos do Velho Testamento.
Resposta: B
Resolução: Ele argumenta que a vontade livre foi dada ao homem para que ele possa agir corretamente, e não para pecar. Ele acredita que se o homem usa a sua vontade livre para pecar, ele será punido divinamente. Ele argumenta que seria injusto se a vontade livre fosse dada ao homem tanto para agir corretamente quanto para pecar. Em vez disso, ele afirma que a vontade livre foi dada ao homem para que ele possa agir de forma correta e que a punição divina decorre de seu uso incorreto da vontade livre.
05. (UEA - SIS) O filósofo Agostinho de Hipona (354-430) afirma que há uma forma de os humanos não precisarem passar pelas punições divinas, desde que
- vivam em irmandades religiosas.
- utilizem convenientemente o livre-arbítrio.
- duvidem sistematicamente da filosofia pagã.
- façam cotidianamente exames de consciência
- imitem a cada semana o sacrifício de Cristo.
Resposta: B
Resolução: O filósofo Agostinho de Hipona afirma que os humanos podem evitar as punições divinas se usarem convenientemente o livre-arbítrio. Ele acredita que a vontade livre foi dada ao homem para que ele possa agir corretamente e que a punição divina decorre de seu uso incorreto da vontade livre. Ele sugere que se os humanos usarem a vontade livre de forma conveniente e agirem de acordo com o que é certo e justo, eles podem evitar as punições divinas. Ele ressalta que a vontade livre é um instrumento importante e é preciso usá-lo com sabedoria e moderação para evitar as punições divinas.
06. (UECE) “De fato, a corrupção é nociva, e, se não diminuísse o bem, não seria nociva. Portanto, ou a corrupção nada prejudica – o que não é aceitável – ou todas as coisas que se corrompem são privadas de algum bem. Isto não admite dúvida. Se, porém, fossem privadas de todo o bem, deixariam inteiramente de existir. [...]. Logo, enquanto existem, são boas. Portanto, todas as coisas que existem são boas, e aquele mal que eu procurava não é uma substância, pois, se fosse substância, seria um bem”.
HIPPONA, Agostinho. Confissões. Coleção “Os Pensadores”. Livro VII, cap. XII, 1983. – Texto adaptado.
Sobre a questão do mal em Santo Agostinho, considere as seguintes afirmações:
I. O mal não existe sem o bem.
II. O mal diminui o bem, e vice-versa.
III. O mal absoluto pode existir.
É correto o que se afirma em
- I e III apenas.
- I e II apenas.
- II e III apenas.
- I, II e III.
Resposta: B
Resolução:
I. O mal não existe sem o bem: Santo Agostinho afirma que a corrupção é nociva, mas só é nociva porque diminui o bem. Portanto, o mal existe em relação ao bem, e não de forma absoluta.
II. O mal diminui o bem, e vice-versa: Santo Agostinho afirma que a corrupção é nociva, mas só é nociva porque diminui o bem. Ele diz que “se não diminuísse o bem, não seria nociva”, então a corrupção só existe em relação ao bem e a diminuição do bem é o seu efeito.
III. O mal absoluto pode existir: Isto não é afirmado no texto, mas sim o contrário, o mal não é uma substância e só existe enquanto há bem, logo não pode ser considerado como absoluto.
07. (UECE) “Agostinho faz um contraponto ao dualismo maniqueísta ao refutar que o mal não existe enquanto ser. Ele refuta o dualismo ontológico do bem e do mal dos maniqueístas e desenvolve a teoria da origem do mal como uma negação do Sumo Bem, na qual o mal não tem ser, não existe, mas é resultado do livre-arbítrio da vontade do homem que o utiliza em vista de si mesmo. Ou seja, o mal é moral; é um ato voluntário do homem ao negar seu Criador, Deus, Bem universal, em vista de si mesmo.”
GOMES, I. S. G. A origem do mal no pensamento de agostinho de hipona. In: Anais do III Congresso Nordestino de Ciências da Religião e Teologia. Disponível em: http://www.unicap.br/ocs/index.php/cncrt/cncrt/paper/vie wFile/277/61. Acessado em 18-10-2021 – Adaptado.
Segundo essa passagem, a origem do mal está
- na liberdade do homem, dotado por Deus de livre-arbítrio.
- na ação sobre os homens de um ente que personifica o mal.
- na natureza humana, que, por ser finita, é próxima do mal.
- no mau uso do livre-arbítrio, orientado pelo amor-próprio.
Resposta: D
Resolução: Agostinho afirma que o mal é resultado do livre-arbítrio da vontade humana que o utiliza em vista de si mesmo, ou seja, o mal é moral e é um ato voluntário do homem ao negar seu Criador, Deus, Bem universal, em vista de si mesmo.
08. (PUC-PR) Leia a passagem de texto a seguir.
“na lei temporal dos homens nada existe de justo e legítimo que não tenha sido tirado da lei eterna. Assim, no mencionado exemplo do povo que, às vezes, tem justamente o direito de eleger seus magistrados e, às vezes, não menos justamente, não goza mais desse direito, a justiça dessas diversidades temporais procede da lei eterna, conforme a qual é sempre justo que um povo sensato eleja seus governantes e que um povo irresponsável não o possa.”
SANTO AGOSTINHO. O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995, p. 41.
Ao debater a origem do mal, Santo Agostinho trata ao mesmo tempo da diferença entre lei temporal e lei eterna.
De acordo com a passagem de texto citada acima e com seus conhecimentos, analise as sentenças abaixo e assinale a alternativa CORRETA.
- A lei temporal, embora útil à vida social, não impede que indivíduos e povos irresponsáveis prefiram seus interesses pessoais ao bem público, sendo então necessária a lei eterna, da qual procedem as leis temporais.
- A lei temporal diz respeito à utilidade pública, não devendo ser influenciada pela lei eterna, que diz respeito à salvação da alma.
- As leis humanas deixam impunes muitas ações que só poderão ser punidas quando as leis temporais forem substituídas pelas leis eternas nos processos de julgamento.
- A lei eterna diz respeito tão somente àqueles que merecem a vida feliz após a morte.
- A lei eterna é o fundamento da retidão, de maneira que ela diz respeito apenas à vida espiritual individual, não podendo determinar a vida pública.
Resposta: A
Resolução: A lei temporal, embora útil à vida social, não impede que indivíduos e povos irresponsáveis prefiram seus interesses pessoais ao bem público, sendo então necessária a lei eterna, da qual procedem as leis temporais.
09. (ENEM PPL 2015) Se os nossos adversários, que admitem a existência de uma natureza não criada por Deus, o Sumo Bem, quisessem admitir que essas considerações estão certas, deixariam de proferir tantas blasfêmias, como a de atribuir a Deus tanto a autoria dos bens quanto dos males. Pois sendo Ele fonte suprema da Bondade, nunca poderia ter criado aquilo que é contrário à sua natureza. AGOSTINHO. A natureza do Bem. Rio de Janeiro: Sétimo Selo, 2005 (adaptado).
Para Agostinho, não se deve atribuir a Deus a origem do mal porque
- o surgimento do mal é anterior à existência de Deus.
- o mal, enquanto princípio ontológico, independe de Deus.
- Deus apenas transforma a matéria, que é, por natureza, má.
- por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é oposto, o mal.
- Deus se limita a administrar a dialética existente entre o bem e o mal.
Resposta: D
Resolução: Isso significa que, para Agostinho, o mal é algo que não tem existência real, mas é criado pelo uso indevido do livre-arbítrio humano, afastando-se do Sumo Bem, que é Deus. Ele afirma que a lei eterna, que procede da natureza de Deus, é a origem da justiça, e que as leis temporais devem se basear nela para evitar a irresponsabilidade e o egoísmo humano.
10. (UECE) Em diálogo com Evódio, Santo Agostinho afirma: “parecia a ti, como dizias, que o livrearbítrio da vontade não devia nos ter sido dado, visto que as pessoas servem-se dele para pecar. Eu opunha à tua opinião que não podemos agir com retidão a não ser pelo livre-arbítrio da vontade. E afirmava que Deus no-lo deu, sobretudo em vista desse bem. Tu me respondeste que a vontade livre devia nos ter sido dada do mesmo modo como nos foi dada a justiça, da qual ninguém pode se servir a não ser com retidão”.
AGOSTINHO. O livre-arbítrio, Introdução, III, 18, 47.
Com base nessa passagem acerca do livre-arbítrio da vontade, em Agostinho, é correto afirmar que
- o livre-arbítrio é o que conduz o homem ao pecado e ao afastamento de Deus.
- o poder de decisão ‒ arbítrio ‒ da vontade humana é o que permite a ação moralmente reta.
- é da vontade de Deus que o homem não tenha capacidade de decidir pelo pecado, já que o Seu amor pelo homem é maior do que o pecado.
- a ação justa é aquela que foi praticada com o livre-arbítrio; injusta é aquela que não ocorreu por meio do livre-arbítrio.
Resposta: B
Resolução: Sim, é correto afirmar que, para Agostinho, o poder de decisão ‒ arbítrio ‒ da vontade humana é o que permite a ação moralmente reta. Ele defende que o livre-arbítrio da vontade foi dado pelo Deus principalmente para esse fim e que não podemos agir com retidão a não ser por meio dele.
11. (UFT) No livro Confissões, Santo Agostinho, principal representante da Patrística medieval, trata do seguinte problema “É Deus o autor do mal?”. Desse problema advêm as seguintes indagações: “Onde está, portanto, o mal? De onde e por onde conseguiu penetrar? Qual é a sua raiz e a sua semente? Porventura não existe nenhuma? Por que recear muito, então, o que não existe?”
Fonte: (AGOSTINHO, S. Confissões. São Paulo: Nova Cultural, 1999, p. 177 (Col. Os pensadores)).
Com relação ao problema do mal em Confissões analise as afirmativas a seguir:
I. todas as coisas que existem são boas, e o mal não é uma substância, pois, se fosse substância seria um bem.
II. todas as coisas que se corrompem não são boas, pois são privadas de todo bem.
III. o mal se não é substância, é a perversão da vontade desviada da substância suprema.
IV. o mal é a corrupção que afeta diretamente a substância divina que está sujeita a ela.
Com base nas afirmativas, assinale a alternativa CORRETA.
- Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
- Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
- Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
- Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
Resposta: B
Resolução: De acordo com a passagem de texto, Agostinho afirma que o mal não é uma substância, pois se fosse substância seria um bem. Ele também afirma que o mal é a perversão da vontade desviada da substância suprema, ou seja, é a corrupção da vontade humana que se afasta da bondade divina. As afirmativas II e IV não estão corretas, pois Agostinho afirma que as coisas que se corrompem ainda são boas e que o mal não afeta diretamente a substância divina.
12. (Enem 2018) Não é verdade que estão ainda cheios de velhice espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre assim no decurso dos séculos, abstendo-se, como antes, de toda ação? Se existiu em Deus um novo movimento, uma vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca antes criara, como pode haver verdadeira eternidade, se n’Ele aparece uma vontade que antes não existia?”
AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é um exemplo da reflexão filosófica sobre a(s)
- essência da ética cristã.
- natureza universal da tradição.
- certezas inabaláveis da experiência.
- abrangência da compreensão humana.
- interpretações da realidade circundante.
Resposta: D
Resolução: A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é um exemplo da reflexão filosófica sobre a limitação da compreensão humana.
13. (UFU) Agostinho, em Confissões, diz: “Mas após a leitura daqueles livros dos platônicos e de ser levado por eles a buscar a verdade incorpórea, percebi que ‘as perfeições invisíveis são visíveis em suas obras’ (Carta de Paulo aos Romanos, 1, 20)”.
Agostinho de Hipona. Confissões, livro VII, cap. 20, citado por: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Tradução do autor.
Nesse trecho, podemos perceber como Agostinho
- se utilizou da Bíblia para conhecer melhor a filosofia platônica.
- utiliza a filosofia platônica para refutar os textos bíblicos.
- separa nitidamente os domínios da filosofia e da religião.
- foi despertado para o conhecimento de Deus a partir da filosofia platônica.
Resposta: D
Resolução: Nesse trecho, podemos perceber como Agostinho foi despertado para o conhecimento de Deus a partir da filosofia platônica, e como a leitura dos livros platônicos o levou a buscar a verdade incorpórea. Ele também faz uma referência à passagem da Carta de Paulo aos Romanos, 1, 20, mostrando como sua reflexão filosófica se unia à sua fé religiosa e como isso o levou a entender que as perfeições invisíveis de Deus são visíveis em suas obras.
14. (UNESP) Não posso dizer o que a alma é com expressões materiais, e posso afirmar que não tem qualquer tipo de dimensão, não é longa ou larga, ou dotada de força física, e não tem coisa alguma que entre na composição dos corpos, como medida e tamanho. Se lhe parece que a alma poderia ser um nada, porque não apresenta dimensões do corpo, entenderá que justamente por isso ela deve ser tida em maior consideração, pois é superior às coisas materiais exatamente por isso, porque não é matéria. É certo que uma árvore é menos significativa que a noção de justiça. Diria que a justiça não é coisa real, mas um nada? Por conseguinte, se a justiça não tem dimensões materiais, nem por isso dizemos que é nada. E a alma ainda parece ser nada por não ter extensão material?
(Santo Agostinho. Sobre a potencialidade da alma, 2015. Adaptado.)
No texto de Santo Agostinho, a prova da existência da alma
- desempenha um papel primordialmente retórico, desprovido de pretensões objetivas.
- antecipa o empirismo moderno ao valorizar a experiência como origem das ideias.
- serviu como argumento antiteológico mobilizado contra o pensamento escolástico.
- é fundamentada no argumento metafísico da primazia da substância imaterial.
- é acompanhada de pressupostos relativistas no campo da ética e da moralidade.
Resposta: D
Resolução: Santo Agostinho afirma que não é possível descrever a alma com expressões materiais e que ela não possui dimensões físicas. Ele argumenta que, justamente por não ser matéria, a alma deve ser considerada superior às coisas materiais.
Ele também compara a alma com a noção de justiça, dizendo que, assim como a justiça não tem dimensões materiais, mas ainda assim é considerada uma coisa real, a alma também deve ser vista como uma coisa real, mesmo que não tenha extensão material. Portanto, o texto de Santo Agostinho apresenta a prova da existência da alma baseada na ideia de que a substância imaterial é superior à substância material.
15. (UFMS) Assinale a alternativa correta acerca de Santo Agostinho.
- Filósofo de corrente patrística, atuou na defesa dos interesses da Igreja Católica e reafirmou que a razão seria proveniente das ilustrações divinas, defendendo a Bíblia cristã como maior fonte do saber filosófico.
- Crítico implacável da Patrística, Agostinho defendia que a verdade emanava da fé cristã e que qualquer outra forma de reflexão não chegaria a uma resposta aceitável aos olhos de Deus.
- Pensador do chamado Classicismo medieval, atuava em temáticas que versavam sobre a lógica e a existência humana por meio das concepções naturalísticas e ontológicas.
- Pensador que ajudou a fundar as bases da filosofia adotada pela igreja católica durante o período medieval, buscou na graça divina a garantia para a liberdade aos homens.
- Filósofo cristão que defendia a fé e a liberdade por meio da graça de Deus, combateu incessantemente a doutrina do pecado original e da guerra justa.
Resposta: D
Resolução: Santo Agostinho foi um pensador importante na história da filosofia e da igreja católica. Sua obra teve grande influência na filosofia adotada pela igreja durante o período medieval. Ele também buscou na graça divina a garantia para a liberdade dos homens, acreditando que a graça divina era necessária para alcançar a salvação e a liberdade espiritual.