Racismo Científico, Darwinismo Social e Eugenia
Lista de 10 exercícios de Sociologia com gabarito sobre o tema Racismo Científico, Darwinismo Social e Eugenia com questões de Vestibulares.
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01. (UNESP) Ao final do século passado, a dominação e a espoliação assumiam características novas nas áreas partilhadas e neocolonizadas. A crença no progresso, o darwinismo social e a pretensa superioridade do homem branco marcavam o auge da hegemonia europeia. Assinale a alternativa que encerra, no plano ideológico, certo esforço para justificar interesses imperialistas.
- A humilhação sofrida pela China, durante um século e meio, é algo inimaginável para os ocidentais.
- A civilização deve ser imposta aos países e raças onde ela não pode nascer espontaneamente.
- A invasão de tecidos de algodão do Lancashire desferiu sério golpe no artesanato indiano.
- A diplomacia do canhão e do fuzil, a ação dos missionários e dos viajantes naturalistas contribuíram para quebrar a resistência cultural das populações africanas, asiáticas e latino-americanas.
- O mapa das comunicações nos ensina: as estradas de ferro colocavam os portos das áreas colonizadas em contato com o mundo exterior.
02. (UPE) O darwinismo social pode ser definido como a aplicação das leis da teoria da seleção natural de Darwin na vida e na sociedade humanas. Seu grande mentor foi o filósofo inglês Herbert Spencer, criador da expressão “sobrevivência dos mais aptos”, que, mais tarde, também seria utilizada por Darwin.
Fonte: BOLSANELLO, Maria Augusta. Darwinismos social, eugenia e racismo científico: sua repercussão na sociedade e na educação brasileiras./http://www.scielo.br/pdf/er/n12/n12a14.pdf /Adaptado.
Essa teoria foi utilizada no século XIX pelas nações europeias para justificar a
- independência da Oceania.
- colonização dos Estados Unidos.
- dominação imperialista na Ásia e África.
- supremacia racial das nações latino-americanas.
- inferioridade dos Estados Unidos frente ao Japão.
03. (UEL) Assinale a alternativa que contém a figura que representa o ideal de branqueamento no Brasil do final do século XIX.
- Augustus Earle. Negros Lutando. C 1824, aquarela sb/papel 16,5 X 25 cm.
- José Maria de Medereiros. Iracema, 1884, óleo sb/tela 168 X 255 cm.
- Modesto Brocos. A redenção de Can, 1895, oleo sb/tela 199 X 166 cm.
- Jean Baptiste Debret. O Jantar, 1835, litografia.
- Senhora na liteira com dois escravos. Fotografo não identificado/ Acervo InstitutO Moreira Salles. (Imagens extraídas de: ALMEIDA, H. B.; SZWAKO, J. E. Diferenças, Igualdade. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2009, pp. 73, 76, 78, 86, 95.)
04. (ENEM PPL) A eugenia, tal como originalmente concebida, era a aplicação de "boas práticas de melhoramento" ao aprimoramento da espécie humana. Francis Galton foi o primeiro a sugerir com destaque o valor da reprodução humana controlada, considerando-a produtora do aperfeiçoamento da espécie.
ROSE, M. O espectro de Darwin. Rio de Janeiro: Zahar, 2000 (adaptado)
Um resultado da aplicação dessa teoria, disseminada a partir da segunda metade do século XIX, foi o(a)
- aprovação de medidas de inclusão social.
- adoção de crianças com diferentes características físicas.
- estabelecimento de legislação que combatia as divisões sociais.
- prisão e esterilização de pessoas com características consideradas inferiores.
- desenvolvimento de próteses que possibilitavam a reabilitação de pessoas deficientes.
05. (FGV) Leia atentamente o texto abaixo e depois assinale a alternativa correta:
"As bases de inspiração dessas novas elites eram as correntes cientificistas, o darwinismo social do inglês Spencer, o monismo alemão e o positivismo francês de Auguste Comte. Sua principal base de apoio econômico e político procedia da recente riqueza gerada pela expansão da cultura cafeeira no Sudeste do país, em decorrência das crescentes demandas de substâncias estimulantes por parte das sociedades que experimentavam a intensificação do ritmo de vida e da cadência do trabalho"
(SEVCENKO, N. “Introdução”. In: História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia das Letra, 1998, p. 14).
- A difusão das teorias cientificistas e evolucionistas ao longo do século XIX forneceram argumentos para a crítica das práticas neocolonialistas, favorecendo o processo de descolonização.
- A influência das teorias cientificistas no Brasil é exemplificada, principalmente, pela formação de uma elite que estabeleceu uma plataforma de modernização que tinha como base o desenvolvimento comercial e agrícola do país.
- Apesar de o consumo do café estar adequado à aceleração do ritmo social no século XIX, a industrialização brasileira processou-se independentemente do complexo cafeeiro.
- A incorporação do positivismo pelos militares brasileiros foi impedida pelas definições de Comte sobre o tipo militar como característico do regime teológico, marcado pelo domínio da força, da guerra e do comando irracional, ao contrário do tipo industrial que se manifestava na cooperação, na livre produção e na aceitação racional.
- A adoção do ideário cientificista favoreceu a separação da Igreja e do Estado, bem como repercutiu no projeto de modernização conservadora das elites brasileiras no período republicano.
Leia o texto a seguir e responda às questões.
No romance de Monteiro Lobato O Presidente Negro (1926), livro de ficção sobre os EUA, o personagem principal vê o futuro, o século XXI, ano de 2228, através de um porviroscópio, e tece algumas considerações sobre o estágio do choque das “raças” naquele contexto.
[…] Até essa época a população negra representava um sexto da população total do país. A predominância do branco era pois esmagadora e de molde a não arrastar o americano a ver no negro um perigo sério. Mas com o proibicionismo coincidiu o surto das idéias eugenísticas de Francis Galton. As elites pensantes convenceram-se de que a restrição da natalidade se impunha por 1001 razões, resumíveis no velho truísmo: qualidade vale mais que quantidade. […] Os brancos entraram a primar em qualidade, enquanto os negros persistiam em avultar em quantidade. […] Mais tarde, quando a eugenia venceu em toda a linha e se criou o Ministério da Seleção Artificial, o surto negro já era imenso. […] (Felizmente), muito cedo chegou o americano à conclusão de que os males do mundo vinham dos três pesos mortos que sobrecarregam a sociedade – o vadio, o doente e o pobre. Em vez de combater esses pesos mortos por meio do castigo, do remédio e da esmola, como se faz hoje, adotou solução mais inteligente: suprimi-los. A eugenia deu cabo do primeiro, a higiene do segundo e a eficiência do último.
(LOBATO, M. O Presidente Negro. São Paulo: Globo, 2008, p.97 e p.117, grifos do autor)
06. (UEL) Constituem exemplos de políticas eugenísticas promovidas como política oficial de Estado:
I. O apartheid na África do Sul, em vigor até o início dos anos de 1990.
II. As ações dos cidadãos comuns da Ku-Klux-Klan nos Estados Unidos, sobretudo nos anos 1960, com o crescimento do movimento dos direitos civis em defesa da raça branca.
III. A implantação dos campos de concentração na Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
IV. O movimento Anauê no Brasil, promovido por Plínio Salgado e base das milícias integralistas criadas por Getúlio Vargas.
Assinale a alternativa correta.
- Somente as afirmativas I e II são corretas.
- Somente as afirmativas I e III são corretas.
- Somente as afirmativas III e IV são corretas.
- Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
- Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
07. (UECE) O trabalho de Herman Bernhard Lundborg, utilizado para justificar a ideia de “higiene racial”, foi fundamental para o debate sobre eugenia. Assim sendo, a eugenia passou a ser defendida pelo regime nazista, culminando, em 1935, na aprovação das Leis de Nuremberg. Essas leis
- obrigavam a esterilização de pessoas com problemas hereditários e a castração de delinquentes sexuais e de homossexuais.
- criaram centros de reprodução humana e, ao mesmo tempo, legitimaram o programa Lebensborn, que incentivava pessoas saudáveis a reproduzirem-se.
- dispunham sobre práticas de limpeza e higienização, com vistas a proporcionar a melhoria genética da espécie humana.
- proibiam o casamento ou contato sexual de alemães com judeus, bem como com pessoas portadoras de doenças mentais, contagiosas ou hereditárias.
O texto a seguir é referência para as questões 05 a 07.
Eugenia
A eugenia surgiu sob o impacto da publicação, em 1859, de um livro que mudaria para sempre o pensamento ocidental: A Origem das Espécies, de Charles Darwin. Darwin mostrou que as espécies não são imutáveis, mas evoluem gradualmente a partir de um antepassado comum à medida que os indivíduos mais aptos vivem mais e deixam mais descendentes. Pela primeira vez, o destino do mundo estava nas mãos da natureza, e não nas de Deus.
Darwin restringiu sua teoria ao mundo natural, mas outros pensadores a adaptaram – de um jeito meio torto – às sociedades humanas. O mais destacado entre eles foi o matemático inglês Francis Galton, primo de Darwin. Em 1865, ele postulou que a hereditariedade transmitia características mentais – o que faz sentido. Mas algumas idéias de Galton eram bem mais esquisitas. Por exemplo, ele dizia que, se os membros das melhores famílias se casassem com parceiros escolhidos, poderiam gerar uma raça de homens mais capazes. A partir das palavras gregas para “bem” e “nascer”, Galton criou o termo “eugenia” para batizar essa nova teoria.
Galton se inspirou nas obras então recém-descobertas de Gregor Mendel, um monge checo morto 12 anos antes que passaria à história como fundador da genética. Ao cruzar pés de ervilhas, Mendel havia identificado características que governavam a reprodução, chamando-as de dominantes e recessivas. Quando ervilhas de casca enrugada cruzam com as de casca lisa, o descendente tende a ter casca enrugada, pois esse gene é dominante. Os eugenistas viram na genética o argumento para justificar seu racismo. Eles interpretaram as experiências de Mendel assim: casca enrugada é uma degeneração (hoje sabe-se que estavam errados – tratava-se apenas de uma variação genética, algo ótimo para a sobrevivência). Misturar genes bons com “degenerados”, para eles, estragaria a linhagem.
Para evitar isso, só mantendo a raça “pura” – e aí eles não estavam mais falando de ervilhas. O eugenista Madison Grant, do Museu Americano de História Natural, advertia em 1916: “O cruzamento entre um branco e um índio faz um índio, entre um branco e um negro faz um negro, entre um branco e um hindu faz um hindu, entre qualquer raça européia e um judeu faz um judeu”. As idéias eugenistas fizeram sucesso entre as elites intelectuais de boa parte do Ocidente, inclusive as brasileiras. Mas houve um país em que elas se desenvolveram primeiro, e não foi a Alemanha: foram os EUA. Não tardou até que os eugenistas de lá começassem a querer transformar suas teorias em políticas públicas. “Em suas mentes, as futuras gerações dos geneticamente incapazes deveriam ser eliminadas”, diz o jornalista americano Edwin Black, autor de A Guerra contra os Fracos. A miscigenação deveria ser proibida.
(Adaptado da revista Superinteressante, jul. 2005.)
08. (UFPR) Segundo o texto, é correto afirmar:
- Tanto a teoria de Darwin como as experiências genéticas de Mendel são impróprias para subsidiar aqueles que buscaram na ciência o respaldo para a discriminação de grupos humanos.
- A eugenia foi uma reação à obra de Darwin A Origem das Espécies: enquanto esta defende o cruzamento de raças, a eugenia se opõe a essa prática.
- Madison Grant consolidou a teoria de Mendel ao comprovar que há espécies dominantes.
- Segundo Black, as primeiras propostas eugenistas norte-americanas partiram de um trabalho educacional que procurava eliminar das mentes das pessoas as lembranças das gerações dos geneticamente incapazes.
- Alguns pensadores perceberam que os resultados das experiências de Mendel estavam errados quanto aos genes dominantes e criaram a teoria eugenista para corrigir as distorções constatadas.
09. (UFPR) A respeito da afirmação de Madison Grant citada no texto, assinale a alternativa correta.
- O índio, o negro, o hindu e o judeu, para Grant, são equivalentes à ervilha de casca enrugada.
- As combinações ideais para se obter a raça pura são o cruzamento do branco com índio, do branco com negro, do branco com hindu e das raças européias com judeu.
- Grant defende a eugenia com base no pressuposto de que o índio, o negro, o hindu e o judeu são raças imutáveis.
- Grant faz uma advertência aos seus contemporâneos, pois teme a adesão em massa às propostas eugenistas.
- Com a sua afirmação, Grant mostra como aproveitar as experiências de Mendel para se obter uma boa linhagem entre os seres humanos.
10. (UFPR) Ao definir eugenia e situar historicamente o surgimento desse conceito, o autor do texto publicado na revista Superinteressante também avalia as afirmações dos eugenistas. Assinale a alternativa que NÃO comporta uma avaliação das idéias eugenistas.
- A partir das palavras gregas para “bem” e “nascer”, Galton criou o termo “eugenia” para batizar essa nova teoria.
- Os eugenistas viram na genética o argumento para justificar seu racismo.
- Darwin restringiu sua teoria ao mundo natural, mas outros pensadores a adaptaram – de um jeito meio torto – às sociedades humanas.
- Em 1865, ele postulou que a hereditariedade transmitia características mentais – o que faz sentido.
- Algumas idéias de Galton eram bem mais esquisitas.