Platão
Lista de 10 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Platão com questões de Vestibulares.
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01. (UENP) Leia o texto a seguir.
– Depois disto – prossegui eu – imagina a nossa natureza, relativamente à educação ou à sua falta, de acordo com a seguinte experiência. Suponhamos uns homens numa habitação subterrânea em forma de caverna, com uma entrada aberta para a luz, que se estende a todo comprimento dessa gruta. Estão lá dentro desde a infância, algemados de pernas e pescoços, de tal maneira que só lhes é dado permanecer no mesmo lugar e olhar em frente; são incapazes de voltar a cabeça, por causa dos grilhões; serve-lhes de iluminação um fogo que se queima ao longe, numa eminência, por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros há um caminho ascendente, ao longo do qual se construiu um pequeno muro, no gênero dos tapumes que os homens dos “robertos” colocam diante do público, para mostrarem as suas habilidades por cima deles.
(PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, s/d., p.315.)
O texto é a abertura do Livro VII da República de Platão, no qual ele expõe sua famosa “Alegoria da Caverna”. Com base nessa Alegoria e na filosofia de Platão, assinale a alternativa correta.
- A teoria do conhecimento de Platão, expressa na Alegoria da Caverna, estabelece que todo conhecimento verdadeiro se origina nas sensações.
- Com a Alegoria da Caverna, Platão mostra que o conhecimento da verdade é impossível, uma vez que os homens estão presos nas sombras desde a infância e jamais poderão se libertar.
- Platão descreve, nessa Alegoria, a melhor forma de educação, desde a infância, dos homens da polis, os quais devem ficar presos em uma caverna para não sofrerem influências do mundo externo.
- Platão narra a situação de homens que foram presos em Atenas, em razão de crimes que teriam cometido.
- Platão procura, com a Alegoria da Caverna, narrar a situação dos homens que estão presos no mundo sensível e de como deveriam dele se libertar para conhecer a verdade.
02. (UFU) Leia o trecho abaixo, que se encontra na Apologia de Sócrates de Platão e traz algumas das concepções filosóficas defendidas pelo seu mestre.
Com efeito, senhores, temer a morte é o mesmo que se supor sábio quem não o é, porque é supor que sabe o que não sabe. Ninguém sabe o que é a morte, nem se, porventura, será para o homem o maior dos bens; todos a temem, como se soubessem ser ela o maior dos males. A ignorância mais condenável não é essa de supor saber o que não se sabe?
Platão, A Apologia de Sócrates, 29 a-b, In. HADOT, P. O que é a Filosofia Antiga? São Paulo: Ed. Loyola, 1999, p. 61.
Com base no trecho acima e na filosofia de Sócrates, assinale a alternativa INCORRETA.
- Sócrates prefere a morte a ter que renunciar a sua missão, qual seja: buscar, por meio da filosofia, a verdade, para além da mera aparência do saber.
- Sócrates leva o seu interlocutor a examinar-se, fazendo-o tomar consciência das contradições que traz consigo.
- Para Sócrates, pior do que a morte é admitir aos outros que nada se sabe. Deve-se evitar a ignorância a todo custo, ainda que defendendo uma opinião não devidamente examinada.
- Para Sócrates, o verdadeiro sábio é aquele que, colocado diante da própria ignorância, admite que nada sabe. Admitir o não-saber, quando não se sabe, define o sábio, segundo a concepção socrática.
03. (UFU) Somente uns poucos indivíduos, se aproximando das imagens através dos órgãos dos sentidos, com dificuldade nelas entreveem a natureza daquilo que imitam.
PLATÃO. Fedro. In: ______. Diálogos socráticos. v. 3. Tradução de Edson Bini. Bauru/SP: Edipro, 2008, p. 64 [250b].
Assinale a alternativa que explicita a teoria de Platão apresentada no trecho acima.
- A teoria materialista que fixa a imagem como o reflexo de corpos físicos que constituem a única realidade existente.
- A teoria das ideias que estabelece a distinção entre o mundo sensível e o mundo inteligível, sendo que as imagens captadas pelos sentidos humanos despertam a alma para as ideias que habitam o mundo inteligível.
- A teoria existencialista que delimita o espaço vital do homem e lhe impede de transcender para além do mundo sensível.
- A teoria niilista que admite dois mundos, mas que nega qualquer possibilidade de conhecimento das coisas e das ideias.
04. (UEL) Leia o texto a seguir.
Quando o artista [demiurgo] trabalha em sua obra, a vista dirigida para o que sempre se conserva igual a si mesmo, e lhe transmite a forma e a virtude desse modelo, é natural que seja belo tudo o que ele realiza. Porém, se ele se fixa no que devém e toma como modelo algo sujeito ao nascimento, nada belo poderá criar. [. . . ] Ora, se este mundo é belo e for bom seu construtor, sem dúvida nenhuma este fixará a vista no modelo eterno.
PLATÃO. Timeu. 28 a7-10; 29 a2-3. Trad. Carlos A. Nunes. Belém: UFPA, 1977. p. 46-47.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Platão, assinale a alternativa correta.
- O mundo é belo porque imita os modelos sensíveis, nos quais o demiurgo se inspira ao gerar o mundo.
- O sensível, ou o mundo que devém, é o modelo no qual o artista se inspira para criar o que permanece.
- O artífice do mundo, por ser bom, cria uma obra plenamente bela, que é a realidade percebida pelos sentidos.
- O olhar do demiurgo deve se dirigir ao que permanece, pois este é o modelo a ser inserido na realidade sensível.
- O demiurgo deve observar as perfeições no mundo sensível para poder reproduzi-las em sua obra.
05. (UNISC) No Livro X da República, Platão defende a tese de que os poetas não têm lugar no estado ideal por ele proposto. Essa recusa em aceitar os poetas se deve
- ao fato de as criações artísticas dos poetas não terem cunho filosófico.
- ao fato de a arte ser uma imitação da aparência, uma cópia da cópia da realidade.
- ao fato de os poetas quererem tirar proveito pecuniário com sua arte.
- ao fato de as criações dos poetas não serem compreendidas pela maioria dos cidadãos.
- ao fato de a arte representar a realidade dos cidadãos, o que causaria problemas para o governo do estado.
06. (UEA) Imagina o seguinte. Se um homem descesse de novo para o seu antigo posto, não teria os olhos cheios de trevas, ao regressar subitamente da luz do Sol? E se lhe fosse necessário julgar daquelas sombras em competição com os que tinham estado sempre prisioneiros acaso não causaria o riso, e não diriam dele que por ter subido ao mundo superior, estragara a vista, e que não valia a pena tentar a ascensão? E a quem tentasse soltá-los e conduzi-los até cima, se pudessem agarrá-lo e matá-lo, não o matariam?
(Platão. A república, 1993. Adaptado.)
O texto, uma passagem da “Alegoria da Caverna”, pode estar se referindo, implicitamente, ao julgamento e execução de Sócrates na cidade de Atenas. A passagem descreve o retorno à caverna do homem que, liberto, conheceu a verdadeira realidade.
Esse homem representa, metaforicamente, o filósofo na pólis como um indivíduo
- magnânimo, interessado na justa solução de rivalidades entre grupos políticos.
- orgulhoso, voltado para a exposição pública de saberes elevados.
- incômodo socialmente, orientado por conhecimentos arduamente adquiridos.
- inativo economicamente, dedicado à contemplação religiosa da luz do Sol.
- sábio, compenetrado na missão de preparar os futuros líderes da democracia.
07. (Unichristus) Texto para a questão.
Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato permanente com dois tipos de realidade: a sensível e a inteligível.
O conhecimento sensível ocupa-se dos objetos sensíveis que são para Platão imagens das ideias; o conhecimento inteligível volta-se para os modelos dos objetos sensíveis, ou seja, as ideias.
Disponível em: www.google.com. Acesso em: 30 de julho de 2014.
Essa máxima de Platão é explicada pela
- alegoria da lógica matemática.
- alegoria da caverna.
- alegoria cartesiana.
- alegoria dos ídolos.
- alegoria da evidência.
08. (Unioeste) Segundo a conhecida alegoria da caverna, que aparece no Livro VII da República, de Platão, há prisioneiros, voltados para uma parede em que são projetadas as sombras de objetos que eles não podem ver. Esses prisioneiros representam a humanidade em seu estágio de mais baixo saber acerca da realidade e de si mesmos: a doxa, ou “opinião”. Um desses prisioneiros é libertado à força, num processo que ele quer evitar e que lhe causa dor e enormes dificuldades de visão (conhecimento). Gradativamente, ele é conduzido para fora da caverna, a um estágio em que pode ver as coisas em si mesmas, isto é, os fundamentos eternos de tudo o quê, antes, ele via somente mediante sombras. Esses fundamentos são as Formas. Para além das Formas, brilha o Sol, que representa a Forma das Formas, o Bem, fonte essencial de todo ser e de todo conhecer e unicamente acessível mediante intuição direta. Com base nisso, responda à seguinte questão: se chegamos ao conhecimento das Formas mediante a dialética, que é o estabelecimento de fundamentos que possibilitam o conhecimento das coisas particulares (sombras), é CORRETO dizer:
- para Platão, a dialética é o conhecimento imediato (doxa) dos objetos particulares.
- o Bem é um objeto particular, que pode ser conhecido sensivelmente, de modo imediato e indolor, por todos os seres humanos.
- as Formas são somente suposições teóricas, sem realidade nelas mesmas.
- a dialética, que não é o último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, que exige esforço, às coisas em si mesmas (Formas).
- a dialética, último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, ao conhecimento do Bem.
09. (UFPR) Em determinado momento do diálogo de Hípias Menor, de Platão, Sócrates declara que encontrou dificuldade para responder à pergunta “qual o critério para reconheceres o que é belo e o que é feio?”.
De acordo com Platão, a dificuldade está em que:
- os juízos de Beleza são subjetivos, sendo relativos a quem os enuncia.
- o belo e o feio não se distinguem realmente.
- é preciso conhecer o que é Beleza para que se possam identificar as coisas belas.
- o critério de Beleza não é acessível aos homens, mas apenas aos deuses.
- a Beleza é uma mera aparência.
10. (UECE) Atente para as seguintes citações:
“Temos assim três virtudes que foram descobertas na nossa cidade: sabedoria, coragem e moderação para os chefes; coragem e moderação para os guardas; moderação para o povo. No que diz respeito à quarta, pela qual esta cidade também participa na virtude, que poderá ser? É evidente que é a justiça”
(Platão, Rep., 432b).
“O princípio que de entrada estabelecemos que se devia observar em todas as circunstâncias quando fundamos a cidade, esse princípio é, segundo me parece, ou ele ou uma de suas formas, a justiça. Ora, nós estabelecemos, segundo suponho, e repetimo-lo muitas vezes, se bem te lembras, que cada um deve ocupar-se de uma função na cidade, aquela para a qual a sua natureza é mais adequada”
(Platão, Rep., 433a).
Considerando a teoria platônica das virtudes, escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir:
( ) Nessa teoria das virtudes, cada grupo desenvolve a(s) virtude(s) que lhe é (ou são) própria(s).
( ) Só pode ser justa a cidade em que os grupos que dela participam e nela agem o fazem de acordo com sua natureza.
( ) Quando sabedoria, coragem e moderação se realizam de modo adequado, temos a justiça.
( ) Existe uma relação entre a natureza dos indivíduos, o grupo de que devem fazer parte na cidade, as virtudes que lhes são adequadas e, em consequência, a função que nela devem desempenhar.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
- V, V, V, V.
- V, F, F, V.
- F, F, V, F.
- F, V, F, F.