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John Locke

Lista de 15 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema John Locke com questões de Vestibulares.


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John Locke foi um filósofo inglês conhecido como o "pai do liberalismo", sendo considerado o principal representante do empirismo britânico e um dos principais teóricos do contrato social. Locke ficou conhecido como o fundador do empirismo, além de defender a liberdade e a tolerância religiosa.






01. (UNESP) Locke […] admite, a título de direito natural, o direito de propriedade fundado sobre o trabalho e limitado, por consequência, à extensão de terra que um homem pode cultivar, e o poder paterno, sendo a família instituição natural e não política. […] O pacto social não cria nenhum direito novo. É um acordo entre indivíduos que se reúnem para empregar a força coletiva no sentido de executar as leis naturais, renunciando a executá-las por sua própria força.

(Émile Bréhier. História da filosofia, 1979.)

O excerto apresenta um aspecto da teoria política de Locke, que estabelece

  1. a garantia da defesa de bens individuais.
  2. a submissão das famílias à decisão coletiva.
  3. a regulação do Estado conforme a vontade divina.
  4. a ausência de um poder soberano.
  5. a autoridade do governo na divisão de propriedades.

02. (UFT) “Como todas as coisas que existem são particulares, como formamos os termos gerais? As palavras tornam-se gerais por serem estabelecidas como os sinais das ideias gerais; e as ideias tornam-se gerais separando-se delas as circunstâncias de tempo e lugar, e quaisquer outras ideias que possam determiná-las para esta ou aquela existência particular. Por este meio de abstração elas tornam-se capazes de representar mais do que um indivíduo, cada um dos quais, tendo nisto uma conformidade com esta ideia, é desta espécie”

Fonte: (LOCKE, J. Ensaio sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 227).

Neste trecho, sublinham-se alguns aspectos fundamentais da teoria do conhecimento do autor. A partir da leitura do fragmento é CORRETO afirmar que:

  1. para o autor, é essencial compreender o papel das ideias gerais, porquanto só a partir delas podemos conhecer as coisas que existem em sua particularidade.
  2. fundamentalmente não é possível o conhecimento verdadeiro, logo, resta apenas refletir sobre os processos de abstração da coisa particular às ideias gerais.
  3. o conhecimento só se torna possível na experiência das coisas particulares; por isso, não faz sentido, por exemplo, dizer que ele comece pelas ideias gerais.
  4. só podemos falar propriamente de conhecimento quando dominamos as ideias gerais, ou seja, podemos prescindir da referência à experiência das coisas particulares.

03. (UEL) Leia o texto a seguir.

Por conseguinte, todo homem, ao consentir com outros em formar um único corpo político sob um governo único, assume a obrigação, perante todos os membros dessa sociedade, de submeterse à determinação da maioria e acatar a decisão desta. Do contrário, esse pacto original, pelo qual ele, juntamente com outros, se incorpora a uma sociedade, não teria nenhum significado e não seria pacto algum, caso ele fosse deixado livre e sob nenhum outro vínculo além dos que tinha antes no estado de natureza.

LOCKE, J. Dois tratados sobre o governo.. Trad. Julio Fischer. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 470.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de John Locke, assinale a alternativa correta.

  1. O ser humano deve superar o estado de natureza fundando a sociedade civil e o Estado, cedendo seus direitos em prol da paz social.
  2. Os indivíduos, no estado de natureza, são juízes de si mesmos, fundam o Estado para garantir segurança e direitos individuais por meio das leis.
  3. O poder do Estado deve ser absoluto para a garantia dos direitos naturais da humanidade, como a vida, a liberdade e a propriedade.
  4. O pacto ou contrato social é o garantidor das liberdades e direitos, sendo o poder legislativo o menos importante, já que é possível sua revogação por aqueles que participam do poder executivo.
  5. O ser humano se realiza como um ser possuidor de bens, sendo sua posse o que garante tolerância religiosa, livre-iniciativa econômica e liberdade individual.

04. (UECE) A perspectiva teórica política clássica de John Locke (1632-1704) aponta que antes da formação do “contrato social” e do Estado, os seres humanos viviam em um “estado de natureza” com uma relativa paz, mas cada indivíduo não estava livre de inconveniências como o da violação de sua propriedade privada e, assim, de sua vida, de sua liberdade e de seus bens. Daí a propriedade privada, para Locke, já existia assim nesse hipotético “estado de natureza” anterior à formação das sociedades e é, neste sentido, um “direito natural” de todo indivíduo que nasce livre e não pode ser violado pelo Estado ou por outros. Em termos gerais, Locke é um dos pensadores contratualistas que fundamentaram o individualismo liberal ou o liberalismo político do século XVII. Concepção liberal que, ainda nos tempos atuais, reverbera em debates sobre as melhores orientações para o governo das sociedades contemporâneas, defendendo tanto as liberdades individuais como a livre economia.

Acerca dessa concepção liberal, assinale a afirmação verdadeira.

  1. A passagem de um estado de natureza para o convívio em um Estado tem a finalidade de preservação da propriedade privada e das liberdades.
  2. O pensamento do liberalismo político defende que todos os indivíduos devem ser liberais na economia e conservadores nos costumes.
  3. Os liberais possuem um enorme desprazer no convívio com outros quando não existe um poder soberano para manter todos em respeito.
  4. O pensamento liberal defende que não é a força do Estado que importa para a vida em sociedade, mas a força da tradição e da ordem natural.

05. (FAMEMA) Contudo, o príncipe deve fazer-se temer de tal modo que, se não conseguir a amizade, possa pelo menos fugir à inimizade, visto haver a possibilidade de ser temido e não serodiado, ao mesmo tempo. Isto sucederá, sempre, se ele se abstiver de se apoderar dos bens e riquezas dos seus cidadãos e súditos e também das suas mulheres.

(Nicolau Maquiavel [O Príncipe] apud Ricardo de Moura Faria et al. História, 1993.)

Se o homem em estado de natureza está tão livre quanto se disse, se é senhor absoluto de sua pessoa e bens, igual aos maiores, sem estar sujeito a quem quer que seja, por que abandonará sua liberdade? [...] Portanto, a grande e principal finalidade dos homens que se unem em comunidade é a preservação de sua propriedade.

(John Locke [Sobre o governo civil] apud Ricardo de Moura Faria et al. História, 1993.)

Com base nesses excertos escritos na Europa da Idade Moderna, é correto afirmar que os autores

  1. legitimam a filosofia iluminista, apesar de discordarem quanto à divisão da sociedade.
  2. defendem o direito à propriedade, embora se refiram a diferentes concepções de Estado.
  3. justificam o absolutismo monárquico, a partir da submissão a uma autoridade superior.
  4. condenam a teoria do direito divino dos reis, além de apoiarem a divisão do poder em três.
  5. expressam visões ideológicas opostas, pois representam, respectivamente, a burguesia e a nobreza.

06. (UNESP) Posto que as qualidades que impressionam nossos sentidos estão nas próprias coisas, é claro que as ideias produzidas na mente entram pelos sentidos. O entendimento não tem o poder de inventar ou formar uma única ideia simples na mente que não tenha sido recebida pelos sentidos. Gostaria que alguém tentasse imaginar um gosto que jamais impressionou seu paladar, ou tentasse formar a ideia de um aroma que nunca cheirou. Quando puder fazer isso, concluirei também que um cego tem ideias das cores, e um surdo, noções reais dos diversos sons.

(John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991. Adaptado.)

De acordo com o filósofo, todo conhecimento origina-se

  1. da reminiscência de ideias originalmente transcendentes.
  2. da combinação de ideias metafísicas e empíricas.
  3. de categorias a priori existentes na mente humana
  4. da experiência com os objetos reais e empíricos.
  5. de uma relação dialética do espírito humano com o mundo.

07. (Unicamp) A maneira pela qual adquirimos qualquer conhecimento constitui suficiente prova de que não é inato.

(John Locke, Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p.13.)

O empirismo, corrente filosófica da qual Locke fazia parte,

  1. afirma que o conhecimento não é inato, pois sua aquisição deriva da experiência.
  2. é uma forma de ceticismo, pois nega que os conhecimentos possam ser obtidos.
  3. aproxima-se do modelo científico cartesiano, ao negar a existência de ideias inatas.
  4. defende que as ideias estão presentes na razão desde o nascimento.

08. (UFPR) Ampliando suas investigações para além de suas capacidades, e deixando seus pensamentos vagarem em profundezas, a tal ponto de lhes faltar apoio seguro para o pé, não é de admirar que os homens levantem questões e multipliquem disputas acerca de assuntos insolúveis, servindo apenas para prolongar e aumentar suas dúvidas, e para confirmá-los ao fim num perfeito ceticismo.

(LOCKE. Ensaio acerca do entendimento humano. Trad. Anoar Aiex. Coleção Os Pensadores, vol. XVIII. São Paulo: Victor Civita, 1973, introdução, p. 147.)

Considerando a passagem acima e a obra de que foi extraída, segundo Locke, os homens tornam-se céticos porque:

  1. são capazes de obter apenas um conhecimento provável acerca das coisas.
  2. não limitam suas investigações ao que é possível conhecer.
  3. dependem da experiência sensível para conhecer, sendo essa experiência enganosa.
  4. não são capazes de encontrar um apoio seguro para os seus pensamentos.
  5. encontram prazer na mera disputa.

09. (Enem PPL 2014) Sendo os homens, por natureza, todos livres, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem dar consentimento. A maneira única em virtude da qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar com outras pessoas em juntar-se e unir-se em comunidade para viverem com segurança, conforto e paz umas com as outras, gozando garantidamente das propriedades que tiverem e desfrutando de maior proteção contra quem quer que não faça parte dela.

LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1978.

Segundo a Teoria da Formação do Estado, de John Locke, para viver em sociedade, cada cidadão deve

  1. manter a liberdade do estado de natureza, direito inalienável.
  2. abrir mão de seus direitos individuais em prol do bem comum.
  3. abdicar de sua propriedade e submeter-se ao poder do mais forte.
  4. concordar com as normas estabelecidas para a vida em sociedade.
  5. renunciar à posse jurídica de seus bens, mas não à sua independência.

10. (UEG) Um dos aspectos mais importantes da filosofia política de John Locke é sua defesa do direito à propriedade, que ele considerava ser algo inerente à natureza humana, uma vez que o corpo é nossa primeira propriedade. De acordo com esta perspectiva, o Estado deve

  1. permitir aos seus cidadãos ter propriedade ou propriedades.
  2. garantir que todos os seus cidadãos, sem exceção, tenham alguma propriedade.
  3. garantir aos cidadãos a posse vitalícia de bens.
  4. fazer com que a propriedade seja comum a todos os cidadãos.

11. (UFPR) Na introdução ao Ensaio sobre o entendimento humano, John Locke declara que nessa obra ele pretende investigar “a origem, a certeza e a extensão do conhecimento humano, juntamente com as bases e graus da crença, opinião e assentimento”.

(LOCKE, John. Coleção Os Pensadores. Vol. XVIII. São Paulo: Victor Civita, 1973. p. 145.)

Com base nessa citação e na obra de que foi retirada, é correto afirmar que essa investigação:

  1. levará o entendimento a ter certeza sobre seus conteúdos.
  2. levará o entendimento a estender os seus limites.
  3. requer o exame dos processos físicos pelos quais o entendimento recebe suas ideias.
  4. requer o abandono das opiniões recebidas.
  5. busca critérios de verdade.

12. (Mackenzie) John Locke (1632-1704) é um dos fundadores do empirismo. Atualmente, é pouco lido. Muito ganharíamos, entretanto, se nos ocupássemos novamente dos tratados sobre o governo civil, com a carta sobre a tolerância e, particularmente, com o ensaio sobre o entendimento humano.

Assinale a alternativa que apresenta um fragmento do seu pensamento.

  1. O direito de propriedade é a base da liberdade humana porque todo homem tem uma propriedade que é sua própria pessoa. O governo existe para proteger esse direito.
  2. Há uma busca de equilíbrio entre a autoridade do poder e a liberdade do cidadão. Para que ninguém possa abusar da autoridade, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder detenha o poder. Daí a separação entre poderes legislativo, executivo e judiciário.
  3. A organização do mundo e sua finalidade interna só se explicam pela existência de um Criador inteligente: Este mundo me espanta e não posso imaginar / Que este relógio exista e não tenha relojoeiro.
  4. Deve haver exaltação da razão e da dúvida: Existe, porém, uma coisa de que não posso duvidar, mesmo que o demônio queira sempre me enganar. Mesmo que tudo o que penso seja falso, resta a certeza de que eu penso. Nenhum objeto de pensamento resiste à dúvida, mas o próprio ato de duvidar é indubitável.
  5. O regime democrático deve ser aquele que tem a aptidão de manter vigentes os termos do pacto social, bem como os dispositivos garantidores da liberdade político-contratual. O povo inglês pensa ser livre, mas engana-se grandemente; só o é durante a eleição dos membros do parlamento: assim que estes são eleitos, é escravo; nada é.

13. (UFU) Para bem compreender o poder político e derivá-lo de sua origem, devemos considerar em que estado todos os homens se acham naturalmente, sendo este um estado de perfeita liberdade para ordenar-lhes as ações e regular-lhes as posses e as pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos limites da lei de natureza, sem pedir permissão ou depender da vontade de qualquer outro homem.

LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

A partir da leitura do texto acima e de acordo com o pensamento político do autor, assinale a alternativa correta.

  1. Segundo Locke, o estado de natureza se confunde com o estado de servidão
  2. Para Locke, o direito dos homens a todas as coisas independe da conveniência de cada um.
  3. Segundo Locke, a origem do poder político depende do estado de natureza
  4. Segundo Locke, a existência de permissão para agir é compatível com o estado de natureza.

14. (Unimontes) “Em todos os estados e condições, o verdadeiro remédio contra a força sem autoridade é opor-lhe a força. O emprego da força sem autoridade coloca sempre quem dela faz uso num estado de guerra, como agressor, e sujeita-o a ser tratado da mesma forma”.

(Locke, Segundo Tratado Sobre o Governo, Col. Pensadores, p.88-101).

John Locke, pensador inglês, teve papel importante na trajetória da teoria do conhecimento. Marque a alternativa que melhor representa a contribuição do referido pensador.

  1. Não teve papel importante na discussão sobre a teoria do conhecimento, tema de pouca importância no pensamento moderno. Nesse aspecto, escreveu o Ensaio Sobre o Entendimento Humano.
  2. Teve papel importante na discussão sobre a teoria do conhecimento, tema privilegiado do pensamento moderno. Nesse aspecto, escreveu o Discurso do Método.
  3. Não teve papel importante na discussão sobre a teoria do conhecimento, tema privilegiado do pensamento moderno. Nesse aspecto, escreveu o Leviatã.
  4. Teve papel importante na discussão sobre a teoria do conhecimento, tema privilegiado no pensamento moderno. Nesse aspecto, escreveu o Ensaio Sobre o Entendimento Humano.

15. (UFU) Leia o enunciado abaixo:

[...] esforçar-me-ei por mostrar de que maneira os homens podem vir a ter uma propriedade em diversas partes daquilo que Deus deu em comum à humanidade, e isso sem nenhum pacto expresso por parte de todos os membros da comunidade.

LOCKE, J. Dois tratados sobre o governo. Tradução de Julio Fisher. São Paulo: Martins Fontes, 2005. p. 406.– grifo do autor.

Assinale a alternativa que apresenta o fundamento natural da propriedade privada segundo Locke.

  1. A propriedade privada surgiu com o pacto de consentimento em que alguns abdicam da posse do que é comum, dando-o como bem de um indivíduo pelo seu mérito.
  2. A propriedade privada é antes de tudo uma dadiva divina que alguns obtêm e outros não, por isso não resulta do trabalho do indivíduo e sim da bondade de Deus.
  3. O fundamento da propriedade privada é o poder estatal que, em última instância, é o verdadeiro proprietário, e que no uso de seu poder redistribui o bem público.
  4. O fundamento da propriedade privada consiste essencialmente na propriedade de si mesmo; cada pessoa tem como direito inalienável a propriedade de si mesma.

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