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Razão na Pólis Grega

Lista de 15 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Razão na Pólis Grega com questões de Vestibulares.


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01. (UEL) Leia o texto a seguir.

De facto, o homem livre manda no escravo, da mesma forma que o marido na mulher, e o adulto na criança. Nesses casos, as partes da alma estão presentes em todos esses seres, mas dispostas de modo diferente. O escravo não tem faculdade deliberativa; a mulher tem-na, mas não tem faculdade de decisão; a criança tem capacidade de decisão, mas ainda não desenvolvida. Deveríamos necessariamente admitir, então, que o mesmo se passa com as virtudes morais. Todos devem participar delas, embora não da mesma forma mas na medida em que cada um cumpre a função que lhe é adequada.

ARISTÓTELES. Política. Edição bilíngue. Tradução e notas de António C. Amaral e Carlos C. Gomes. Lisboa: Vega, 1998, p. 95.

Com base no texto e no modo como Aristóteles concebia a participação de homens livres, mulheres, crianças e escravos nas deliberações da Pólis ateniense, assinale a alternativa correta.

  1. Mulheres e escravos possuem as mesmas partes da alma, sendo seres com virtudes intelectuais idênticas, motivo pelo qual desempenham funções similares no âmbito doméstico.
  2. Todo ser humano é um ser social, ou animal político, porque cada um cumpre a mesma função de participação na Pólis, cabendo adicionalmente às mulheres a participação nos banquetes.
  3. As funções dos homens livres, mulheres e escravos são determinadas pela alma, havendo igualdade em suas capacidades para cuidar da casa e da administração pública.
  4. As mulheres têm função de cuidadoras da casa e, embora tenham capacidade deliberativa, esta é distinta da dos homens, o que impede sua participação política.
  5. As funções das mulheres são similares às dos homens livres, ainda que suas capacidades deliberativas sejam desiguais, elas possuíam os mesmos deveres e direitos na Pólis.

02. (UNESP) O aparecimento da filosofia na Grécia não foi um fato isolado. Estava ligado ao nascimento da pólis.

(Marcelo Rede. A Grécia Antiga, 2012.)

A relação entre os surgimentos da filosofia e da pólis na Grécia Antiga é explicada, entre outros fatores,

  1. pelo interesse dos mercadores em estruturar o mercado financeiro das grandes cidades.
  2. pelo esforço dos legisladores em justificar e legitimar o poder divino dos reis.
  3. pela rejeição da população urbana à persistência do pensamento mítico de origem rural.
  4. pela preocupação dos pensadores em refletir sobre a organização da vida na cidade
  5. pela resistência dos grupos nacionalistas às invasões e ao expansionismo estrangeiro.

03. (ENEM 2021) Sócrates: “Quem não sabe o que uma coisa é, como poderia saber de que tipo de coisa ela é? Ou te parece ser possível alguém que não conhece absolutamente quem é Mênon, esse alguém saber se ele é belo, se é rico e ainda se é nobre? Parece-te ser isso possível? Assim, Mênon, que coisa afirmas ser a virtude?”.

PLATÃO. Ménon fo de Janeiro PUC-Rio São Paulo: Loyola, 2001 (adaptado)

A atitude apresentada na interlocução do filósofo com Mênon é um exemplo da utilização do(a)

  1. escrita epistolar.
  2. método dialético.
  3. linguagem trágica.
  4. explicação fiscalista.
  5. suspensão judicativa.

04. (UEA) O cidadão não é cidadão pelo fato de se ter estabelecido em algum lugar – pois os estrangeiros e os escravos também são estabelecidos. [...] Por aí se vê, pois, o que é o cidadão: aquele que tem uma parte legal na autoridade deliberativa e na autoridade judiciária.

(Aristóteles. A política, s/d.)

Aristóteles, filósofo do século IV a.C., fundou e dirigiu, na cidade de Atenas, o Liceu, um centro de estudos filosóficos.

A sua definição de cidadania

  1. referia-se a direitos políticos exclusivos de alguns indivíduos nas cidades.
  2. restringia-se aos governos altamente militarizados das cidades.
  3. desconhecia as práticas políticas efetivas do extenso mundo grego.
  4. abrangia o conjunto da população economicamente ativa na Grécia.
  5. opunha-se ao funcionamento dos regimes democráticos nas pólis.

05. (ENEM 2021) Os verdadeiros filósofos, tornados senhores da cidade, sejam eles muitos ou um só, desprezam as honras como as de hoje, por julgá-las indignas de um homem livre e sem valor algum, mas, ao contrário, têm em alta conta a retidão e as honras que dela decorrem e, julgando a justiça como algo muito importante e necessário, pondo-se a serviço dela e fazendo-a crescer, administram sua cidade.

PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2006 (adaptado).

No contexto da filosofia platônica, o texto expressa uma perspectiva aristocrática acerca do exercício do poder, uma vez que este é legitimado pelo(a)

  1. prática da virtude.
  2. consenso da elite.
  3. decisão da maioria.
  4. riqueza do indivíduo.
  5. pertencimento de sangue.

06. (UNESP) A crítica de Sócrates aos sofistas consiste em mostrar que o ensinamento sofístico limita-se a uma mera técnica ou habilidade argumentativa que visa a convencer o oponente daquilo que se diz, mas não leva ao verdadeiro conhecimento. A consequência disso era que, devido à influência dos sofistas, as decisões políticas na Assembleia estavam sendo tomadas não com base em um saber, ou na posição dos mais sábios, mas na dos mais hábeis em retórica, que poderiam não ser os mais sábios ou virtuosos.

(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2010.)

De acordo com o texto, a crítica socrática aos sofistas dizia respeito

  1. ao entendimento de que o verdadeiro conhecimento baseava-se no exercício da retórica.
  2. à desvalorização da pluralidade de opiniões e de posicionamentos político-ideológicos.
  3. ao prevalecimento das técnicas discursivas nas decisões da Assembleia acerca dos rumos das cidades-Estado.
  4. ao predomínio de líderes pouco sábios e com poucas virtudes na composição da Assembleia.
  5. à defesa de formas tirânicas de exercício do poder desenvolvida pela retórica convincente.

07. (FAMECA) Nosso regime político não tem como modelo as leis de outras cidades. Somos exemplos, não imitadores. Nosso regime é denominado democracia, pois tudo depende da maioria e não do pequeno número. A pobreza não é um obstáculo para que um homem, capaz de servir ao Estado, não o faça devido à obscuridade de sua situação econômica.

(Tucídides. Histoire de la guerre du Péloponnèse, 1990. Adaptado.)

O texto reproduz parte do discurso funerário de Péricles, dirigente da cidade de Atenas, proferido no momento em que chegaram à cidade os primeiros mortos da Guerra do Peloponeso (431 a.C. – 404 a.C.).

Péricles dissertou sobre a democracia ateniense, ressaltando

  1. o isolamento político dos atenienses no mundo grego.
  2. a igualdade política em um quadro de desigualdades sociais.
  3. o nivelamento socioeconômico dos cidadãos de Atenas.
  4. a falta de originalidade política das cidades rivais à Atenas.
  5. o caráter essencialmente pacífico das cidades regidas por leis.

08. (UFAM) A partir de 508 a.C., Atenas sofreu uma série de reformas no campo político e social. Estas foram importantes para a instituição da democracia. Com as reformas nas leis atenienses, todos os cidadãos, ricos ou pobres, puderam participar diretamente do governo.

Sobre esse período é CORRETO afirmar que o responsável por essas reformas, sendo considerado o “pai da democracia”, foi:

  1. Aristóteles
  2. Clístenes
  3. Heráclito
  4. Platão
  5. Sócrates

09. (ETEC) A palavra idiota tem sua origem no grego antigo idiótes, que significava “homem privado da vida pública, que não vive a política, que não participa das coisas públicas”. Enquanto o homem livre era aquele que participava ativamente da polis, da vida em sociedade, do público, porque vivia a política, o escravizado estava na vida privada, vivia limitado ao mundo privado, era um idiota porque não tinha acesso à vida política.

Nesse sentido, para os gregos, cidadania (o pertencimento à cidade) dizia respeito àquele que vivia a política. Portanto, o cidadão construía os direitos e os deveres, enquanto o idiota estava à margem desse processo. Acesso em: 05.10.2019. Adaptado.

Segundo o texto,

  1. era considerado cidadão aquele que recusava a política, que não participava dos assuntos públicos e só se ocupava com a própria vida.
  2. havia uma lei que obrigava gregos a se envolverem com os assuntos coletivos, sob pena de terem seus direitos e sua liberdade cerceados.
  3. aqueles que se envolviam com a política eram tão idiotas quanto os que privilegiavam a vida privada, pois não percebiam que a política é o campo de atuação dos corruptos.
  4. a liberdade estava intrinsecamente ligada à ideia de cidadania, pois só podia se considerar livre aquele que participasse da condução coletiva dos assuntos da cidade.
  5. os direitos e os deveres eram construídos coletivamente pelos idiotas, enquanto os cidadãos viviam limitados ao mundo privado.

10. (Enem 2020) Na Grécia, o conceito de povo abrange tão somente aqueles indivíduos considerados cidadãos. Assim é possível perceber que o conceito de povo era muito restritivo. Mesmo tendo isso em conta, a forma democrática vivenciada e experimentada pelos gregos atenienses nos séculos IV e V a.C. pode ser caracterizada, fundamentalmente, como direta.

MANDUCO, A Ciência política São Paulo Saraiva. 2011.

Naquele contexto, a emergência do sistema de governo mencionado no excerto promoveu o(a)

  1. competição para a escolha de representantes.
  2. campanha pela revitalização das oligarquias.
  3. estabelecimento de mandatos temporários.
  4. declínio da sociedade civil organizada.
  5. participação no exercício do poder.

11. (FGV-SP) Aqueles que compõem a cidade, tão diferentes entre si por suas origens, condições e funções, de certa forma parecem “semelhantes” uns aos outros. Essa similitude funda a unidade da pólis, porque para os gregos somente os semelhantes podem permanecer mutuamente unidos pela Philia, associados a uma mesma comunidade. Todos aqueles que participam do Estado definem-se como Homoioi, semelhantes, depois de maneira mais abstrata, como Isoi, iguais. Essa imagem das relações humanas encontrará no século VI a.C. a sua expressão rigorosa no conceito de isonomia: igual participação de todos os cidadãos no exercício do poder.

(Jean-Pierre Vernant. Les origines de la pensée grecque, 1995. Adaptado.)

O autor argumenta que a organização da pólis grega

  1. desconhecia as desigualdades reais entre os cidadãos na esfera das decisões políticas coletivas.
  2. fundava-se no sentimento recíproco de amizade entre os cidadãos dos mesmos grupos econômicos.
  3. abria-se à participação nas decisões públicas dos aliados incondicionais da cidade nos períodos de guerra.
  4. enaltecia o exercício da racionalidade política em prejuízo dos cultos das divindades do mundo grego.
  5. distribuía o conjunto das tarefas públicas de acordo com as aptidões políticas de cada um dos cidadãos.

12. (Unioeste) “Então, considera o que segue (...). O que me parece é que, se existe algo belo além do Belo em si, só poderá ser belo por participar desse Belo em si. O mesmo admito de tudo mais. Admites essa espécie de causa?”

PLATÃO, Fédon, 100 c. Belém: Ed. UFPA, 2011.

Sobre o excerto acima, considere as seguintes afirmações:

I. A hipótese platônica das Ideias (ou hipótese das Formas) compreende a Ideia como causa do ser das coisas.

II. “Participação” é o modo pelo qual a Ideia dá causa às coisas.

III. O Belo corresponde à Forma; a coisa bela é a Ideia.

IV. A teoria ou hipótese das Ideias distingue entre entidades supratemporais que são em si mesmas, frente a entidades que não são por si mesmas e estão submetidas ao devir. As primeiras são causa do ser das últimas.

Sobre as afirmações acima, assinale a alternativa CORRETA.

  1. Somente uma está incorreta.
  2. Somente uma está correta.
  3. Duas estão corretas e duas estão incorretas.
  4. Todas estão corretas.
  5. Todas estão incorretas.

13. (UECE) “É no plano político que a Razão, na Grécia, primeiramente se exprimiu, constituiu-se e formouse. A experiência social só pôde tornar-se entre os gregos objetos de uma reflexão positiva, porque se prestava, na cidade, a um debate público de argumentos. O declínio do mito data do dia em que os primeiros Sábios puseram em discussão a ordem humana, procuraram defini-la em si mesma, traduzi-la em fórmulas acessíveis à sua inteligência, aplicar-lhe a norma do número e da medida.”

VERNANT, J.-P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 1989, p. 94.

Com base nessa citação, é correto afirmar que a filosofia nasce

  1. após o declínio das ideias mitológicas, não havendo nenhuma linha de continuidade entre estas últimas e as novas ciências gregas.
  2. das representações religiosas míticas que se transpõem nas novas representações cosmológicas jônicas.
  3. da experiência do espanto, a maravilha com um mundo ordenado e, portanto, belo.
  4. da experiência política grega de debate, argumentação e contra-argumentação, que põe em crise as representações míticas.

14. (Santa Casa) O povo não tem sempre o costume assinalado de pôr uma pessoa qualquer à sua frente, fomentando o desenvolvimento da sua grandeza? [...]

É, portanto, evidente que, quando a tirania se origina, é da semente deste protetor, e não de outra, que ela germina.

[...]

Porventura não é também assim que aquele que está à frente do povo e que, apanhando a multidão a obedecer-lhe, não se abstém do sangue dos da sua tribo [...]? Acaso para um homem assim não é forçoso, depois disto, e fatal, que pereça às mãos dos seus inimigos ou que se torne um tirano, transformando-se de homem em lobo?

(Platão. A República, 1987.)

Platão (428 a.C.- 348 a.C.), em A República, identifica os vários tipos de governos e governantes da Grécia Antiga.

No texto, caracteriza-se a tirania como

  1. uma tendência absolutista comum em Esparta, que valorizava o respeito total aos governantes.
  2. uma etapa posterior à democracia, com a ascensão de legisladores dotados de pleno poder.
  3. um fenômeno que resultava da relação ambígua entre governantes autoritários e a população.
  4. uma forma de governo típica das pequenas cidades gregas, marcada pela irracionalidade dos governantes.
  5. uma estratégia de controle oligárquico, que favorecia os interesses das classes nobres da cidade.

15. (UECE) “A solidariedade que constatamos entre o nascimento do filósofo e o aparecimento do cidadão não é para nos surpreender. Na verdade, a cidade realiza no plano das formas sociais esta separação da natureza e da sociedade que pressupõe, no plano das formas mentais, o exercício de um pensamento racional. Com a Cidade, a ordem política destacou da organização cósmica; aparece como uma instituição humana que é o objeto de uma indagação inquieta, de uma discussão apaixonada. Nesse debate, que não é somente teórico, mas no qual se afronta a violência de grupos inimigos, a filosofia nascente intervém com plena competência.”

VERNANT, Jean-Pierre. As origens da filosofia. In: Mito e pensamento entre os gregos. Tradução de Haiganuch Sarian. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990, p. 365.

Segundo essa célebre passagem, Jean-Pierre Vernant considera que o surgimento da Filosofia se deve

  1. à emergência de um pensamento racional, próprio à separação entre natureza e sociedade humana e, nesta, aos debates da Cidade grega.
  2. à separação entre os homens e a Cidade grega, devido à violência dos debates políticos, o que levou o filósofo a retirar-se da Cidade.
  3. à identidade entre a Cidade e a natureza, que fez os homens saberem-se parte dela e, portanto, a debaterem na Cidade sobre a organização do cosmo.
  4. ao abandono da prática dos discursos e dos argumentos, o que levou a filosofia a ser a única atividade discursiva argumentativa na Cidade grega.

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