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Aristóteles

Lista de 16 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Aristóteles com questões do Enem.


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01. (Enem 2020) Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se forma com vistas a algum bem, pois todas as ações de todos os homens são praticadas com vistas ao que lhe parece um bem; se todas as comunidades visam algum bem, é evidente que a mais importante de todas elas e que inclui todas as outras tem mais que todas este objetivo e visa ao mais importante de todos os bens.

ARISTÓTELES. Política. Brasilia: UnB, 1988.

No fragmento, Aristóteles promove uma reflexão que associa dois elementos essenciais à discussão sobre a vida em comunidade, a saber:

  1. Ética e política, pois conduzem à eudaimonia.
  2. Retórica e linguagem, pois cuidam dos discursos na ágora.
  3. Metafisica e ontologia, pois tratam da filosofia primeira.
  4. Democracia e sociedade, pois se referem a relações sociais.
  5. Geração e corrupção, pois abarcam o campo da physis.

02. (Enem PPL 2021) A maior parte dos primeiros filósofos considerava como os únicos princípios de todas as coisas os que são da natureza da matéria. Aquilo de que todos os seres são constituídos, e de que primeiro são gerados e em que por fim se dissolvem. Pois deve haver uma natureza qualquer, ou mais do que uma, donde as outras coisas se engendram, mas continuando ela a mesma.

ARISTÓTELES. Metafísica. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

O texto aristotélico, ao recorrer à cosmogonia dos pré - socráticos, salienta a preocupação desses filósofos com a

  1. mutação ontológica dos entes.
  2. alteração estética das condutas.
  3. transformação progressiva da ascese.
  4. sistematização crítica do conhecimento.
  5. modificação imediata da espiritualidade.

03. (Enem PPL 2020) Sem dúvida, os sons da voz (phone) exprimem a dor e o prazer; também a encontramos nos animais em geral; sua natureza lhes permite somente sentir a dor e o prazer e manifestar-lhes entre si. Mas o lógos é feito para exprimir o justo e o injusto. Este é o caráter distintivo do homem face a todos os outros animais: só ele percebe o bem e o mal, o justo e o injusto, e os outros valores; é a posse comum desses valores que faz a família e a cidade.

ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (adaptado).

Para o autor, a característica que define o ser humano é o lógos, que consiste na

  1. evolução espiritual da alma.
  2. apreensão gradual da verdade.
  3. segurança material do indivíduo.
  4. capacidade racional de discernir.
  5. possibilidade eventual de transcender.

04. (Enem PPL 2020) Polemizando contra a tradicional tese aristotélica, que via na sociedade o resultado de um instinto primordial, Hobbes sustenta que no gênero humano, diferentemente do animal, não existe sociabilidade instintiva. Entre os indivíduos não existe um amor natural, mas somente uma explosiva mistura de temor e necessidade recíprocos que, se não fosse disciplinada pelo Estado, originaria uma incontrolável sucessão de violências e excessos.

NICOLAU, U. Antologia ilustrada de filosofia: das origens à Idade Moderna. São Paulo: Globo, 2005 (adaptado).

Referente à constituição da sociedade civil, considere, respectivamente, o correto posicionamento de Aristóteles e Hobbes:

  1. Instrumento artificial para a realização da justiça e forma de legitimação do exercício da coerção e da violência.
  2. Realização das disposições naturais do homem e artifício necessário para frear a natureza humana.
  3. Resultado involuntário da ação de cada indivíduo e anulação dos impulsos originários presentes na natureza humana.
  4. Objetivação dos desejos da maioria e representação construída para possibilitar as relações interpessoais.
  5. Realização da razão e expressão da vontade dos governados.

05. (Enem PPL 2019) Vimos que o homem sem lei é injusto e o respeitador da lei é justo; evidentemente todos os atos legítimos são, em certo sentido, atos justos, porque os atos prescritos pela arte do legislador são legítimos e cada um deles é justo. Ora, nas disposições que tomam sobre todos os assuntos, as leis têm em mira a vantagem comum, quer de todos, quer dos melhores ou daqueles que detêm o poder ou algo desse gênero; de modo que, em certo sentido, chamamos justos aqueles atos que tendem a produzir e a preservar, para a sociedade política, a felicidade e os elementos que a compõem.

ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010 (adaptado).

De acordo com o texto de Aristóteles, o legislador deve agir conforme a

  1. moral e a vida privada.
  2. virtude e os interesses públicos.
  3. utilidade e os critérios pragmáticos.
  4. lógica e os princípios metafísicos.
  5. razão e as verdades transcendentes.

06. (Enem PPL 2019) Tomás de Aquino, filósofo cristão que viveu no século XIII, afirma: a lei é uma regra ou um preceito relativo às nossas ações. Ora, a norma suprema dos atos humanos é a razão. Desse modo, em última análise, a lei está submetida à razão; é apenas uma formulação das exigências racionais. Porém, é mister que ela emane da comunidade, ou de uma pessoa que legitimamente a representa.

GILSON, E.; BOEHNER, P. História da filosofia cristã. Petrópolis: Vozes, 1991 (adaptado).

No contexto do século XIII, a visão política do filósofo mencionado retoma o

  1. pensamento idealista de Platão.
  2. conformismo estoico de Sêneca.
  3. ensinamento místico de Pitágoras.
  4. paradigma de vida feliz de Agostinho.
  5. conceito de bem comum de Aristóteles.

07. (Enem PPL 2017) A definição de Aristóteles para enigma é totalmente desligada de qualquer fundo religioso: dizer coisas reais associando coisas impossíveis. Visto que, para Aristóteles, associar coisas impossíveis significa formular uma contradição, sua definição quer dizer que o enigma é uma contradição que designa algo real, em vez de não indicar nada, como é de regra.

COLLI, G. O nascimento da filosofia. Campinas: Unicamp, 1996 (adaptado).

Segundo o texto, Aristóteles inovou a forma de pensar sobre o enigma, ao argumentar que

  1. a contradição que caracteriza o enigma é desprovida de relevância filosófica.
  2. os enigmas religiosos são contraditórios porque indicam algo religiosamente real.
  3. o enigma é uma contradição que diz algo de real e algo de impossível ao mesmo tempo.
  4. as coisas impossíveis são enigmáticas e devem ser explicadas em vista de sua origem religiosa.
  5. a contradição enuncia coisas impossíveis e irreais, porque ela é desligada de seu fundo religioso.

08. (Enem PPL 2017) Dado que, dos hábitos racionais com os quais captamos a verdade, alguns são sempre verdadeiros, enquanto outros admitem o falso, como a opinião e o cálculo, enquanto o conhecimento científico e a intuição são sempre verdadeiros, e dado que nenhum outro gênero de conhecimento é mais exato que o conhecimento científico, exceto a intuição, e, por outro lado, os princípios são mais conhecidos que as demonstrações, e dado que todo conhecimento científico constitui-se de maneira argumentativa, não pode haver conhecimento científico dos princípios, e dado que não pode haver nada mais verdadeiro que o conhecimento científico, exceto a intuição, a intuição deve ter por objeto os princípios.

ARISTÓTELES. Segundos analíticos. In: REALE, G. História da filosofia antiga. São Paulo: Loyola, 1994.

Os princípios, base da epistemologia aristotélica, pertencem ao domínio do(a)

  1. opinião, pois fazem parte da formação da pessoa.
  2. cálculo, pois são demonstrados por argumentos.
  3. conhecimento científico, pois admitem provas empíricas.
  4. intuição, pois ela é mais exata que o conhecimento científico.
  5. prática de hábitos racionais, pois com ela se capta a verdade.

09. (Enem PPL 2016) Enquanto o pensamento de Santo Agostinho representa o desenvolvimento de uma filosofia cristã inspirada em Platão, o pensamento de São Tomás reabilita a filosofia de Aristóteles – até então vista sob suspeita pela Igreja —, mostrando ser possível desenvolver uma leitura de Aristóteles compatível com a doutrina cristã. O aristotelismo de São Tomás abriu caminho para o estudo da obra aristotélica e para a legitimação do interesse pelas ciências naturais, um do principais motivos do interesse por Aristóteles nesse período.

MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.

A Igreja Católica por muito tempo impediu a divulgação da obra de Aristóteles pelo fato de a abra aristotélica

  1. valorizar a investigação científica, contrariando certos dogmas religiosos.
  2. declarar a inexistência de Deus, colocando em dúvida toda a moral religiosa.
  3. críticar a Igreja Católica, instigando a criação de outras intituições religiosas.
  4. evocar pensamentos de religiões orientais, minando a expansão do cristianismo.
  5. contribuir para o desenvolvimento de sentimentos antirreligiosos, seguindo sua teoria política.

10. (Enem PL 2016) Ninguém delibera sobre coisas que não podem ser de outro modo, nem sobre as que lhe é impossível fazer. Por conseguinte, como o conhecimento científico envolve demonstração, mas não há demonstração de coisas cujos primeiros princípios são variáveis (pois todas elas poderiam ser diferentemente), e como é impossível deliberar sobre coisas que são por necessidade, a sabedoria prática não pode ser ciência, nem arte: nem ciência, porque aquilo que se pode fazer é capaz de ser diferentemente, nem arte, porque o agir e o produzir são duas espécies diferentes de coisa. Resta, pois, a alternativa de ser ela uma capacidade verdadeira e raciocinada de agir com respeito às coisas que são boas ou más para o homem.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

Aristóteles considera a ética como pertencente ao campo do saber prático. Nesse sentido, ela difere-se dos outros saberes porque é caracterizada como

  1. conduta definida pela capacidade racional de escolha.
  2. capacidade de escolher de acordo com padrões científicos.
  3. conhecimento das coisas importantes para a vida do homem.
  4. técnica que tem como resultado a produção de boas ações.
  5. política estabelecida de acordo com padrões democráticos de deliberação.

11. (ENEM PPL 2015) A utilidade do escravo é semelhante à do animal. Ambos prestam serviços corporais para atender às necessidades da vida. A natureza faz o corpo do escravo e do homem livre de forma diferente. O escravo tem corpo forte, adaptado naturalmente ao trabalho servil. Já o homem livre tem corpo ereto, inadequado ao trabalho braçal, porém apto à vida do cidadão.

ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.

O trabalho braçal é considerado, na filosofia aristotélica, como

  1. indicador da imagem do homem no estado de natureza.
  2. condição necessária para a realização da virtude humana.
  3. atividade que exige força física e uso limitado da racionalidade.
  4. referencial que o homem deve seguir para viver uma vida ativa.
  5. mecanismo de aperfeiçoamento do trabalho por meio da experiência.

12. (Enem PPL 2014) Ao falar de caráter de um homem não dizemos que ele é sábio ou que possui entendimento, mas que é calmo ou temperante. No entanto, louvamos também o sábio, referindo-se ao hábitos dignos de louvor chamamos virtude.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1973

Em Aristóteles, o conceito de virtude ética expressa a

  1. excelência de atividades praticadas em consonância com o bem comum.
  2. concretização utilitária de ações que revelam a manifestação de propósitos privados.
  3. concordância das ações humanas aos preceitos emanados da divindade.
  4. realização de ações que permitem a configuração da paz interior.
  5. manifestação de ações estéticas, coroadas de adorno e beleza.

13. (Enem 2013) A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos como felicidade.

ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010

Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica como

  1. busca por bens materiais e títulos de nobreza.
  2. plenitude espiritual e ascese pessoal.
  3. finalidade das ações e condutas humanas.
  4. conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas.
  5. expressão do sucesso individual e reconhecimento público.

14. (Enem PPL 2013) O termo injusto se aplica tanto às pessoas que infringem a lei quanto às pessoas ambiciosas (no sentido de quererem mais do que aquilo a que têm direito) e iníquas, de tal forma que as cumpridoras da lei e as pessoas corretas serão justas. O justo, então, é aquilo conforme à lei e o injusto é o ilegal e iníquo.

ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural: 1996 (adaptado).

Segundo Aristóteles, pode-se reconhecer uma ação justa quando ela observa o

  1. compromisso com os movimentos desvinculados da legalidade.
  2. benefício para o maior número possível de indivíduos.
  3. interesse para a classe social do agente da ação.
  4. fundamento na categoria de progresso histórico.
  5. princípio de dar a cada um o que lhe é devido.

Platão,

15. (Enem 2012) Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente.

ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado).

O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação?

  1. Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas.
  2. Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles.
  3. Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis.
  4. Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não.
  5. Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão.

16. (Enem PPL 2012) Quanto à deliberação, deliberam as pessoas sobre tudo? São todas as coisas objetos de possíveis deliberações? Ou será a deliberação impossível no que tange a algumas coisas? Ninguém delibera sobre coisas eternas e imutáveis, tais como a ordem do universo; tampouco sobre coisas mutáveis como os fenômenos dos solstícios e o nascer do sol, pois nenhuma delas pode ser produzida por nossa ação.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Edipro, 2007 (adaptado).

O conceito de deliberação tratado por Aristóteles é importante para entender a dimensão da responsabilidade humana. A partir do texto, considera-se que é possível ao homem deliberar sobre

  1. coisas imagináveis, já que ele não tem controle sobre os acontecimentos da natureza.
  2. ações humanas, ciente da influência e da determinação dos astros sobre as mesmas.
  3. fatos atingíveis pela ação humana, desde que estejam sob seu controle.
  4. fatos e ações mutáveis da natureza, já que ele é parte dela.
  5. coisas eternas, já que ele é por essência um ser religioso.

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