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Filosofia Política

Lista de 28 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Filosofia Política com questões do Enem.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Filosofia Política .




01. (Enem PPL 2021) Os verdadeiros filósofos, tornados senhores da cidade, sejam eles muitos ou um só, desprezam as honras como as de hoje, por julgá-las indignas de um homem livre e sem valor algum, mas, ao contrário, têm em alta conta a retidão e as honras que dela decorrem e, julgando a justiça como algo muito importante e necessário, pondo-se a serviço dela e fazendo-a crescer, administram sua cidade.

PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2006 (adaptado).

No contexto da filosofia platônica, o texto expressa uma perspectiva aristocrática acerca do exercício do poder, uma vez que este é legitimado pelo(a)

  1. prática da virtude.
  2. consenso da elite.
  3. decisão da maioria.
  4. riqueza do indivíduo.
  5. pertencimento de sangue.

02. (Enem PPL 2021) Polemizando contra a tradicional tese aristotélica, que via na sociedade o resultado de um instinto primordial, Hobbes sustenta que no gênero humano, diferentemente do animal, não existe sociabilidade instintiva. Entre os indivíduos não existe um amor natural, mas somente uma explosiva mistura de temor e necessidade recíprocos que, se não fosse disciplinada pelo Estado, originaria uma incontrolável sucessão de violências e excessos.

NICOLAU, U. Antologia ilustrada de filosofia: das origens à Idade Moderna. São Paulo: Globo, 2005 (adaptado).

Referente à constituição da sociedade civil, considere, respectivamente, o correto posicionamento de Aristóteles e Hobbes:

  1. Instrumento artificial para a realização da justiça e forma de legitimação do exercício da coerção e da violência.
  2. Realização das disposições naturais do homem e artifício necessário para frear a natureza humana.
  3. Resultado involuntário da ação de cada indivíduo e anulação dos impulsos originários presentes na natureza humana.
  4. Objetivação dos desejos da maioria e representação construída para possibilitar as relações interpessoais.
  5. Realização da razão e expressão da vontade dos governados.

03. (Enem 2020) A principal característica da situação social dos anglo-americanos é seu caráter eminentemente democrático. Afirmei anteriormente que reinava uma igualdade muito grande entre os emigrantes que foram se estabelecer na Nova Inglaterra. Para isso contribuiu a influência das leis de sucessão. Estabelecidas de uma maneira, as leis de sucessão reúnem, concentram e agrupam em um só a propriedade e o poder. Estabelecidas por outros princípios, produzem o oposto: dividem, partilham e disseminam os bens e o poder.

TOCQUEVILLE. A A democracia na América. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp. 1977 (adaptado)

O texto tematiza o papel desempenhado por uma norma na criação de um ambiente propício ao(à)

  1. emprego do trabalho escravo.
  2. consolidação dos valores burgueses.
  3. banimento das dissidências religiosas.
  4. contenção da identificação nacionalista.
  5. hierarquização dos agentes econômicos.

04. (Enem 2020) A sociedade como um sistema justo de cooperação social consiste em uma das ideias familiares fundamentais, que dá estrutura e organização à justiça como equidade. A cooperação social guia-se por regras e procedimentos publicamente reconhecidos e aceitos por aqueles que cooperam como sendo apropriados para regular a sua conduta. Diz-se que a cooperação é justa porque seus termos são tais que todos os participantes podem razoavelmente aceitar, desde que todos os demais também o aceitem.

FERES JR, J. POGREBINSCHI, T Teoria politica contemporânea: uma introdução. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

No contexto do pensamento político, a ideia apresentada mostra-se consoante o(a)

  1. ideal republicano de governo.
  2. corrente tripartite dos poderes.
  3. posicionamento critico do socialismo.
  4. legitimidade do absolutismo monárquico.
  5. entendimento do contratualismo moderno.

05. (Enem 2020) Na Grécia, o conceito de povo abrange tão somente aqueles indivíduos considerados cidadãos. Assim é possível perceber que o conceito de povo era muito restritivo. Mesmo tendo isso em conta, a forma democrática vivenciada e experimentada pelos gregos atenienses nos séculos IV e V a.C. pode ser caracterizada, fundamentalmente, como direta.

MANDUCO, A Ciência política São Paulo Saraiva. 2011.

Naquele contexto, a emergência do sistema de governo mencionado no excerto promoveu o(a)

  1. competição para a escolha de representantes.
  2. campanha pela revitalização das oligarquias.
  3. estabelecimento de mandatos temporários.
  4. declínio da sociedade civil organizada.
  5. participação no exercício do poder.

06. (Enem 2020) Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se forma com vistas a algum bem, pois todas as ações de todos os homens são praticadas com vistas ao que lhe parece um bem; se todas as comunidades visam algum bem, é evidente que a mais importante de todas elas e que inclui todas as outras tem mais que todas este objetivo e visa ao mais importante de todos os bens.

ARISTÓTELES. Política. Bresilia: UnB, 1988.

No fragmento, Aristóteles promove uma reflexão que associa dois elementos essenciais à discussão sobre a vida em comunidade, a saber:

  1. Ética e política, pois conduzem à eudaimonia.
  2. Retórica e linguagem, pois cuidam dos discursos na ágora.
  3. Metafisica e ontologia, pois tratam da filosofia primeira.
  4. Democracia e sociedade, pois se referem a relações sociais.
  5. Geração e corrupção, pois abarcam o campo da physis.

07. (Enem 2020) Declaração de Salamanca — 1994

Acreditamos e proclamamos que: toda criança tem direito fundamental à educação e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem: toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas; sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades.

Disponível em. http//portal.mec.gov.br. Acesso em: é out 2015.

Como signatário da Declaração citada, o Brasil comprometeu-se com a elaboração de políticas públicas educacionais que contemplem a

  1. criação de privilégios.
  2. contenção dos gastos.
  3. pluralidade dos sujeitos.
  4. padronização do currículo.
  5. valorização da meritocracia.

08. (Enem 2019) Para Maquiavel, quando um homem decide dizer a verdade pondo em risco a própria integridade física, tal resolução diz respeito apenas a sua pessoa. Mas se esse mesmo homem é um chefe de Estado, os critérios pessoais não são mais adequados para decidir sobre ações cujas consequências se tornam tão amplas, já que o prejuízo não será apenas individual, mas coletivo. Nesse caso, conforme as circunstâncias e os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o melhor para o bem comum seja mentir.

ARANHA, M. L. Maquiavel: a lógica da força. São Paulo: Moderna, 2006 (adaptado).

O texto aponta uma inovação na teoria política na época modema expressa na distinção entre

  1. idealidade e efetividade da moral.
  2. nulidade e preservabilidade da liberdade.
  3. ilegalidade e legitimidade do governante.
  4. verificabilidade e possibilidade da verdade.
  5. objetividade e subjetividade do conhecimento.

09. (Enem PPL 2019) Vimos que o homem sem lei é injusto e o respeitador da lei é justo; evidentemente todos os atos legítimos são, em certo sentido, atos justos, porque os atos prescritos pela arte do legislador são legítimos e cada um deles é justo. Ora, nas disposições que tomam sobre todos os assuntos, as leis têm em mira a vantagem comum, quer de todos, quer dos melhores ou daqueles que detêm o poder ou algo desse gênero; de modo que, em certo sentido, chamamos justos aqueles atos que tendem a produzir e a preservar, para a sociedade política, a felicidade e os elementos que a compõem.

ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010 (adaptado).

De acordo com o texto de Aristóteles, o legislador deve agir conforme a

  1. moral e a vida privada.
  2. virtude e os interesses públicos.
  3. utilidade e os critérios pragmáticos.
  4. lógica e os princípios metafísicos.
  5. razão e as verdades transcendentes.

10. (Enem 2018) A tribo não possui um rei, mas um chefe que não é chefe de Estado. O que significa isso? Simplesmente que o chefe não dispõe de nenhuma autoridade, de nenhum poder de coerção, de nenhum meio de dar uma ordem. O chefe não é um comandante, as pessoas da tribo não têm nenhum dever de obediência. O espaço da chefia não é o lugar do poder. Essencialmente encarregado de eliminar conflitos que podem surgir entre indivíduos, famílias e linhagens, o chefe só dispõe, para restabelecer a ordem e a concórdia, do prestígio que lhe reconhece a sociedade. Mas evidentemente prestígio não significa poder, e os meios que o chefe detém para realizar sua tarefa de pacificador limitam-se ao uso exclusivo da palavra.

CLASTRES. P. A sociedade contra o Estado. Rio de Janeiro: Francisco Alves. 1982 (adaptado).

O modelo político das sociedades discutidas no texto contrasta com o do Estado liberal burguês porque se baseia em:

  1. Imposição ideológica e normas hierárquicas.
  2. Determinação divina e soberania monárquica.
  3. Intervenção consensual e autonomia comunitária.
  4. Mediação jurídica e regras contratualistas.
  5. Gestão coletiva e obrigações tributárias.

11. (Enem 2018) TEXTO I

Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção.

HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

TEXTO II

Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano.

ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado).

Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma

  1. predisposição ao conhecimento.
  2. submissão ao transcendente.
  3. tradição epistemológica.
  4. condição original.
  5. vocação política.

12. (Enem PPL 2018) O justo e o bem são complementares no sentido de que uma concepção política deve apoiar-se em diferentes ideias do bem. Na teoria da justiça como equidade, essa condição se expressa pela prioridade do justo. Sob sua forma geral, esta quer dizer que as ideias aceitáveis do bem devem respeitar os limites da concepção política de justiça e nela desempenhar um certo papel.

RAWLS, J. Justiça e democracia. São Paulo: Martins Fontes, 2000 (adaptado).

Segundo Rawls, a concepção de justiça legisla sobre ideias do bem, de forma que

  1. as ações individuais são definidas como efeitos determinados por fatores naturais ou constrangimentos sociais.
  2. o estudo da origem e da história dos valores morais concluem a inexistência de noções absolutas de bem e mal.
  3. o próprio estatuto do homem como centro do mundo é abalado, marcando o relativismo da época contemporânea.
  4. as intenções e bens particulares que cada indivíduo almeja alcançar são regulados na sociedade por princípios equilibrados.
  5. o homem é compreendido como determinado e livre ao mesmo tempo, já que a liberdade limita-se a um conjunto de condições objetivas.

13. (Enem 2017) Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não terá o conhecimento, porventura, grande influência sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. ln: Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991 (adaptado).

Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que

  1. o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses.
  2. o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade.
  3. a política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade.
  4. a educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente.
  5. a democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum.

14. (Enem 2017) O conceito de democracia, no pensamento de Habermas, é construído a partir de uma dimensão procedimental, calcada no discurso e na deliberação. A legitimidade democrática exige que o processo de tomada de decisões políticas ocorra a partir de uma ampla discussão pública, para somente então decidir. Assim, o caráter deliberativo corresponde a um processo coletivo de ponderação e análise, permeado pelo discurso, que antecede a decisão.

VITALE, D. Jürgen Habermas, modernidade e democracia deliberativa. Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006 (adaptado).

O conceito de democracia proposto por Jürgen Habermas pode favorecer processos de inclusão social. De acordo com o texto, é uma condição para que isso aconteça o(a)

  1. participação direta periódica do cidadão.
  2. debate livre e racional entre cidadãos e Estado.
  3. interlocução entre os poderes governamentais.
  4. eleição de lideranças políticas com mandatos temporários.
  5. controle do poder político por cidadãos mais esclarecidos.

15. (Enem PPL 2017) Tenho visto criaturas que trabalham demais e não progridem. Conheço indivíduos preguiçosos que têm faro: quando a ocasião chega, desenroscam-se, abrem a boca e engolem tudo.

Eu não sou preguiçoso. Fui feliz nas primeiras tentativas e obriguei a fortuna a ser-me favorável nas seguintes.

Depois da morte do Mendonça, derrubei a cerca, naturalmente, e levei-a para além do ponto em que estava no tempo de Salustiano Padilha. Houve reclamações.

— Minhas senhoras, Seu Mendonça pintou o diabo enquanto viveu. Mas agora é isto. E quem não gostar, paciência, vá à justiça.

Como a justiça era cara, não foram a justiça. E eu, o caminho aplainado, invadi a terra do Fidélis, paralítico de um braço, e a dos Gama, que pandegavam no Recife, estudando direito. Respeitei o engenho do Dr. Magalhães, juiz.

Violências miúdas passaram despercebidas. As questões mais sérias foram ganhas no foro, graças as chicanas de João Nogueira.

Efetuei transações arriscadas, endividei-me, importei maquinismos e não prestei atenção aos que me censuravam por querer abarcar o mundo com as pernas. Iniciei a pomicultura e a avicultura. Para levar os meus produtos ao mercado, comecei uma estrada de rodagem. Azevedo Gondim compôs sobre ela dois artigos, chamou-me patriota, citou Ford e Delmiro Gouveia. Costa Brito também publicou uma nota na Gazeta, elogiando-me e elogiando o chefe político local. Em consequência mordeu-me cem mil réis.

RAMOS, G. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1990.

O trecho, de São Bernardo, apresenta um relato de Paulo Honório, narrador-personagem, sobre a expansão de suas terras.

De acordo com esse relato, o processo de prosperidade que o beneficiou evidencia que ele

  1. revela-se um empreendedor capitalista pragmático que busca o êxito em suas realizações a qualquer custo, ignorando princípios éticos e valores humanitários.
  2. procura adequar sua atividade produtiva e função de empresário às regras do Estado democrático de direito, ajustando o interesse pessoal ao bem da sociedade.
  3. relata aos seus interlocutores fatos que lhe ocorreram em um passado distante, e enumera ações que põem em evidência as suas muitas virtudes de homem do campo.
  4. demonstra ser um homem honrado, patriota e audacioso, atributos ressaltados pela realização de ações que se ajustam ao princípio de que os fins justificam os meios.
  5. amplia o seu patrimônio graças ao esforço pessoal, contando com a sorte e a capacidade de iniciativa, sendo um exemplo de empreendedor com responsabilidade social.

16. (Enem 3° aplicação 2016) A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara em suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da vida humana. Para exemplificar: o argumento não supõe que todos sejam de fato movidos por orgulho e vaidade para buscar o domínio sobre os outros; essa seria uma suposição discutível que possibilitaria a conclusão pretendida por Hobbes, mas de modo fácil demais. O que torna o argumento assustador e lhe atribui importância e força dramática é que ele acredita que pessoas normais, até mesmo as mais agradáveis, podem ser inadvertidamente lançadas nesse tipo de situação, que resvalará, então, em um um estado de guerra.

RAWLS, J. Conferências sobre a história da filosofia política. São Paulo: WMF, 2012 (adaptado).

O texto apresenta um concepção de filosofia política conhecida como

  1. alientação ideológica.
  2. microfísica do poder.
  3. estado de natureza.
  4. contrato social.
  5. vontade geral.

17. (Enem 2016) Quando refletimos sobre a questão da justiça, algumas associações são feitas quase intuitivamente, tais como a de equilíbrio entre as partes, princípio de igualdade, distribuição equitativa, mas logo as dificuldades se mostram. Isso porque a nossa sociedade, sendo bastante diversificada, apresenta uma heterogeneidade tanto em termos das diversas culturas que coexistem em um mundo interligado como em relação aos modos de vida e aos valores que surgem no interior de uma mesma sociedade.

CHEDIAK, K. A pluralidade como ideia reguladora: a noção de justiça a partir da filosofia de Lyotard. Trans/Form/Ação, n. 1, 2001 (adaptado).

A relação entre justiça e pluralidade, apresentada pela autora, está indicada em:

  1. A complexidade da sociedade limita o exercício da justiça e a impede de atuar a favor da diversidade cultural.
  2. A diversidade cultural e de valores torna a justiça mais complexa e distante de um parâmetro geral orientador.
  3. O papel da justiça refere-se à manutenção de princípios fixos e incondicionais em função da diversidade cultural e de valores.
  4. O pressuposto da justiça é fomentar o critério de igualdade a fim de que esse valor torne-se absoluto em todas as sociedades.
  5. O aspecto fundamental da justiça é o exercício de dominação e controle, evitando a desintegração de uma sociedade diversificada.

18. (Enem 2015) A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar.

HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003

Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles

  1. entravam em conflito.
  2. recorriam aos clérigos.
  3. consultavam os anciãos.
  4. apelavam aos governantes.
  5. exerciam a solidariedade.

19. (Enem PPL 2013) Hobbes realiza o esforço supremo de atribuir ao contrato uma soberania absoluta e indivisível. Ensina que, por um único e mesmo ato, os homens naturais constituem-se em sociedade política e submetem-se a um senhor, a um soberano. Não firmam contrato com esse senhor, mas entre si. É entre si que renunciam, em proveito desse senhor, a todo o direito e toda liberdade nocivos à paz.

CHEVALLIER, J. J. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos dias. Rio de Janeiro: Agir, 1995 (adaptado).

A proposta de organização da sociedade apresentada no texto encontra-se fundamentada na

  1. imposição das leis e na respeitabilidade ao soberano.
  2. abdicação dos interesses individuais e na legitimidade do governo.
  3. alteração dos direitos civis e na representatividade do monarca.
  4. cooperação dos súditos e na legalidade do poder democrático.
  5. mobilização do povo e na autoridade do parlamento.

20. (Enem 2013) Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se.

MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.

A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas, Maquiavel define o homem como um ser

  1. munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros.
  2. possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política.
  3. guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes.
  4. naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais.
  5. sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares.

21. (Enem PPL 2013) Mas, sendo minha intenção escrever algo de útil para quem por tal se interesse, pareceu-me mais conveniente ir em busca da verdade extraída dos fatos e não à imaginação dos mesmos, pois muitos conceberam repúblicas e principados jamais vistos ou conhecidos como tendo realmente existido.

MAQUIAVEL, N. O príncipe. Disponível em: www.culturabrasil.pro.br. Acesso em: 4 abr. 2013.

A partir do texto, é possível perceber a crítica maquiaveliana à filosofia política de Platão, pois há nesta a

  1. elaboração de um ordenamento político com fundamento na bondade infinita de Deus.
  2. explicitação dos acontecimentos políticos do período clássico de forma imparcial.
  3. utilização da oratória política como meio de convencer os oponentes na ágora.
  4. investigação das constituições políticas de Atenas pelo método indutivo.
  5. idealização de um mundo político perfeito existente no mundo das ideias.

22. (Enem 2012) Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre a outra metade.

MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado).

Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao

  1. valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidores do seu tempo.
  2. rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos.
  3. afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação humana.
  4. romper com a tradição que valorizava o passado como fonte de aprendizagem.
  5. redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão.

23. (Enem 2012) É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder.

MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado).

A característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito

  1. ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por si mesmo.
  2. ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis.
  3. à possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis.
  4. ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das consequências.
  5. ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais.

24. (Enem 2012) TEXTO I

Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez.

DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

TEXTO II

Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita.

HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).

Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume

  1. defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo.
  2. entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica
  3. são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento.
  4. concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos.
  5. atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento.

25. (Enem 2011) O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas vive sob o espectro da corrupção, revela pesquisa. Se o país fosse resultado dos padrões morais que as pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinávia do que com Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima Barreto).

FRAGA, P. Ninguém é inocente. Folha de S. Paulo. 4 out. 2009 (adaptado).

O distanciamento entre “reconhecer” e “cumprir” efetivamente o que é moral constitui uma ambiguidade inerente ao humano, porque as normas morais são

  1. decorrentes da vontade divina e, por esse motivo, utópicas.
  2. parâmetros idealizados, cujo cumprimento é destituído de obrigação.
  3. amplas e vão além da capacidade de o indivíduo conseguir cumpri-las integralmente.
  4. criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei à qual deve se submeter.
  5. cumpridas por aqueles que se dedicam inteiramente a observar as normas jurídicas.

26. (Enem PPL 2011) Subjaz na propaganda tanto política quanto comercial a ideia de que as massas podem ser conquistadas, dominadas e conduzidas, e, por isso, toda e qualquer propaganda tem um traço de coerção. Nesse sentido, a filósofa Hanna Arendt diz que “não apenas a propaganda política, mas toda a moderna publicidade de massa contém um elemento de coerção".

AGUIAR, O. A. Veracidade e propaganda em Hannah Arendt. In: Cadernos de Ética e Filosofia Política 10. São Paulo: EdUSP, 2007 (adaptado).

À luz do texto, qual a implicação da publicidade de massa para a democracia contemporânea?

  1. O fortalecimento da sociedade civil.
  2. A transparência política das ações do Estado.
  3. A dissociação entre os domínios retóricos e a política.
  4. O combate às práticas de distorção de informações.
  5. O declínio do debate político na esfera pública.

27. (Enem PPL 2011) “Não à liberdade para os inimigos da liberdade", dizia Saint-Just. Isso significa dizer: não à tolerância para os intolerantes.

Héritier, F. O eu, o outro e a tolerância. In: Héritier, F.; CHANGEUX, J. P. (orgs.). Uma ética para quantos? São Paulo: Edusc, 1999 (fragmento).

A contemporaneidade abriga conflitos éticos e políticos, dos quais o racismo, a discriminação sexual e a intolerância religiosa são exemplos históricos. Com base no texto, qual é a principal contribuição da Ética para a estruturação política da sociedade contemporânea?

  1. Revisar as leis e o sistema político como mecanismo de adequação às novas demandas éticas.
  2. Propor modelos de conduta fundados na justiça, na liberdade e na diversidade humana.
  3. Criar novas leis éticas com a finalidade de punir os sujeitos racistas e intolerantes.
  4. Instaurar um programa de reeducação ética fundado na prevenção da violência e na restrição da liberdade.
  5. Instituir princípios éticos que correspondam ao interesse de cada grupo social.

28. (Enem 2010) Democracia: “regime político no qual a soberania é exercida pelo povo, pertence ao conjunto dos cidadãos.”

JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

Uma suposta "vacina" contra o despotismo, em um contexto democrático, tem por objetivo

  1. impedir a contratação de familiares para o serviço público.
  2. reduzir a ação das instituições constitucionais.
  3. combater a distribuição equilibrada de poder.
  4. evitar a escolha de governantes autoritários.
  5. restringir a atuação do Parlamento.

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