Filosofia Alemã

Lista de 15 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Filosofia Alemã (Schopenhauer, Hegel, Kant, Marx e Nietzsche) com questões de Vestibulares.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Filosofia Alemã.




01. (UEL) Leia o texto a seguir.

Teremos ganho muito a favor da ciência estética se chegarmos não apenas à intelecção lógica mas à certeza imediata da introvisão [Anschauung] de que o contínuo desenvolvimento da arte está ligado à duplicidade do apolíneo e do dionisíaco, da mesma maneira como a procriação depende da dualidade dos sexos, em que a luta é incessante e onde intervêm periódicas reconciliações.

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O nascimento da tragédia, ou Helenismo e pessimismo. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 27.

A compreensão do processo de criação a partir da analogia com a procriação, da valorização da intuição e da crítica ao conceito renovou profundamente a estética filosófica.

A respeito da teoria nietzscheana da criação, manifesta na sua interpretação do apolíneo e do dionisíaco, assinale a alternativa correta.

  1. O dionisíaco, elogiado por Nietzsche como símbolo de um acordo superior entre o humano e a natureza, tem como marca característica a dissolução do humano.
  2. O apolíneo representa o âmbito da dissolução das formas, da embriaguez; enquanto o dionisíaco diz respeito ao âmbito figurativo do sonho.
  3. O procedimento dialético socrático, discutido por Nietzsche, mantém a tensão característica da tragédia, sendo a lógica uma criação resultante do equilíbrio entre a forma e o informe.
  4. A cultura da ópera representa o renascimento da tragédia, pois reconstitui os vínculos entre arte, religião e sociedade a partir da oposição entre o apolíneo e o dionisíaco.
  5. A relação entre o apolíneo e o dionisíaco permite pensar a criação a partir de elementos negligenciados pela filosofia, como o corpo, as pulsões e o feminino.

Resposta: E

Resolução: A teoria da criação de Nietzsche, manifesta em sua interpretação do apolíneo e do dionisíaco, enfatiza a importância da intuição e do corpo no processo criativo e critica os conceitos filosóficos tradicionais. Ele sugere que o desenvolvimento contínuo da arte está ligado à dualidade do apolíneo e do dionisíaco, assim como a procriação depende da dualidade dos sexos. Ele também sugere que há uma luta contínua entre esses dois elementos e que há reconciliações periódicas.

02. (Enem 2016) Sentimos que toda satisfação de nossos desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as preocupações.

SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra indissociavelmente ligada à

  1. consagração de relacionamentos afetivos.
  2. administração da independência interior.
  3. fugacidade do conhecimento empírico.
  4. liberdade de expressão religiosa.
  5. busca de prazeres efêmeros.

Resposta: B

Resolução: Isso significa que, segundo essa tradição filosófica, a verdadeira felicidade não vem de satisfazer nossos desejos externos, mas sim de encontrar uma independência interior que nos permita ser livres das preocupações e da necessidade de satisfação constante. A comparação com a esmola do mendigo e a fortuna herdada reforça essa ideia, mostrando que a satisfação dos desejos externos pode ser temporária e não levar a uma verdadeira felicidade a longo prazo.

03. (UFU) Nietzsche escreveu:

E vede! Apolo não podia viver sem Dionísio! O “titânico” e o “bárbaro” eram no fim de contas, precisamente uma necessidade tal como o apolíneo!

NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 38.

Assinale a alternativa que descreve corretamente o dionisíaco e o apolíneo.

  1. O dionisíaco é a personificação da razão grega; o apolínio equivale ao poder místico do uno primordial.
  2. O dionisíaco é o homem teórico que personifica a sabedoria filosófica; o apolíneo é a natureza e suas forças demoníacas.
  3. O dionisíaco é o instinto, a embriaguez e a força vital; o apolíneo é a racionalidade, o equilíbrio, a força figurativa.
  4. O dionisíaco representa a força figurativa atuante na arte; o apolíneo representa a música primordial não objetivada.

Resposta: C

Resolução: De acordo com Nietzsche, o dionisíaco é associado ao instinto, à embriaguez e à força vital, enquanto o apolíneo é associado à racionalidade, equilíbrio e força figurativa. Ele argumenta que, embora essas duas forças possam parecer opostas, elas são complementares e ambas são necessárias para a arte e a cultura.

04. (UFU) De acordo com a filosofia de Hegel, é INCORRETO afirmar que

  1. a dialética envolve um diálogo entre dois pensadores ou entre um pensador e o seu objeto de estudo.
  2. a dialética envolve três etapas: na primeira delas, um ou mais conceitos ou categorias são considerados fixos, definidos e distintos.
  3. a terceira etapa da dialética envolve uma nova categoria, superior, que abarca as anteriores e dissolve as contradições nelas envolvidas.
  4. a dialética não é apenas uma característica de conceitos, mas se aplica também a coisas e processos reais.

Resposta: A

Resolução: De acordo com a filosofia de Hegel, a dialética é um processo de desenvolvimento do pensamento que envolve três etapas: a tese, a antítese e a síntese. A tese é uma proposição ou conceito inicial, a antítese é a negação ou oposição a essa proposição e a síntese é a reconciliação dessas duas posições, levando a uma nova compreensão. A dialética não se baseia em um diálogo entre dois pensadores ou entre um pensador e o seu objeto de estudo, mas sim em uma progressão lógica do pensamento.

05. (Enem 2015) A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levâ-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e favulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um.

NIETZSCHE, F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento de filosofia entre os gregos?

  1. O impulso para transformar, mediante justificativas os elementos sensíveis em verdades racionais.
  2. O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas.
  3. A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes.
  4. A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas.
  5. A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real.

Resposta: C

Resolução: De acordo com Nietzsche, o surgimento da filosofia entre os gregos caracteriza-se pela necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes. Ele menciona a proposição de que a água é a origem e matriz de todas as coisas como um exemplo disso, destacando que essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas, é feita sem imagem e favulação e contém o pensamento de "Tudo é um". Ele considera isso como um passo importante no surgimento da filosofia entre os gregos.

06. (UEA) Leia o texto para responder à questão.

Pensemos num cavalo diante de nós. Então perguntemos: o que é isso? Platão diria: “Esse animal não possui nenhuma existência verdadeira, mas apenas uma aparente, um constante vir-a-ser. Verdadeiramente é apenas a Ideia, que se estampa naquele cavalo, que não depende de nada, nunca veio-a-ser, sempre da mesma maneira. Enquanto reconhecemos nesse cavalo sua Ideia, é por completo indiferente se temos aqui diante de nós esse cavalo ou seu ancestral. Unicamente a Ideia do cavalo possui ser verdadeiro e é objeto do conhecimento real”. Agora, deixemos Kant falar: “Esse cavalo é um fenômeno no tempo, no espaço e na causalidade, que são as condições a priori completas da experiência possível, presentes em nossa faculdade de conhecimento, não determinações da coisa-em-si. Para saber o que ele pode ser em si, seria preciso outro modo de conhecimento além daquele que unicamente nos é possível pelos sentidos e pelo entendimento.”

(Arthur Schopenhauer. “Sobre as ideias”. Metafísica do belo, 2003. Adaptado.)

Schopenhauer compara as filosofias platônicas e kantianas, fazendo-as responder a uma mesma questão. Na perspectiva platônica, o cavalo presente “diante de nós” é

  1. absolutamente igual a todos os cavalos do mundo.
  2. um ser imutável e eterno.
  3. a essência do cavalo real.
  4. a demonstração da inexistência do mundo inteligível.
  5. uma sombra da ideia do cavalo.

Resposta: E

Resolução: De acordo com a filosofia platônica mencionada no texto, o cavalo presente "diante de nós" não possui uma existência verdadeira, mas apenas uma aparente, um constante vir-a-ser. A verdadeira existência é a Ideia do cavalo, que é imutável e eterna. O cavalo que vemos diante de nós é apenas uma sombra ou representação da Ideia do cavalo, e não possui existência verdadeira.

07. (Unioeste) “Todas essas consequências decorrem do fato de o trabalhador se relacionar com o produto de seu trabalho como com um objeto estranho. Pois está claro que, baseado nesta premissa, quanto mais o trabalhador se desgasta no trabalho tanto mais poderoso se torna o mundo de objetos por ele criado em face dele mesmo, tanto mais pobre se torna a sua vida interior, e tanto menos ele se pertence a si próprio. O mesmo se passa na religião. Quanto mais de si mesmo o homem atribui a Deus, tanto menos lhe resta de si mesmo. O trabalhador põe a sua vida no objeto, e sua vida, então, não mais lhe pertence, porém, ao objeto. Quanto maior for sua atividade, portanto, tanto menos ele possuirá. O que está incorporado ao produto de seu trabalho não mais é dele mesmo. Quanto maior for o produto de seu trabalho, por conseguinte, tanto mais ele minguará. A alienação do trabalhador em seu produto não significa apenas que o trabalho dele se converte em objeto, assumindo uma existência externa, mas ainda que existe independentemente, fora dele mesmo, e a ele estranho, e que com ele se defronta como uma força autônoma. A vida que ele deu ao objeto volta-se contra ele como uma força estranha e hostil.”

Karl Marx. Manuscritos Econômicos e Filosóficos.

Com base no fragmento do texto acima e levando-se em conta o pensamento de Marx, é CORRETO afirmar que:

  1. a palavra alienação deriva do latim alienus e significa aquilo que pertence a Deus. Neste sentido, é comum vermos a palavra alienação relacionada à ideia de dízimo como correspondendo àquilo que não nos pertence e, portanto, deve ser entregue a Deus.
  2. Marx está falando das várias formas de alienação que acometem o homem na sociedade capitalista: a alienação econômica, social e religiosa.
  3. Marx é o criador da ideia de alienação fiduciária, que corresponde à transferência, por parte do devedor, de um bem móvel ou imóvel como garantia de pagamento de uma dívida.
  4. um indivíduo alienado é aquele que padece de uma doença mental grave, que o leva a ter visões distorcidas do meio em que vive, perdendo o sentido da realidade e até mesmo levando-o a um quadro psicótico, de acordo com Marx.
  5. costuma-se dizer que a televisão tem um poder alienador imenso. Não se pode generalizar essa fala em relação às novelas, já que elas, em sua maioria, podem ser consideradas mecanismos culturais de alta qualidade, importantes para o trabalhador, que passa boa parte do seu tempo entregue ao trabalho, esse sim alienador.

Resposta: B

Resolução: No texto, Marx fala da alienação do trabalhador em seu produto, como uma forma de perda de si próprio e de sua vida interior. Ele afirma que quanto mais o trabalhador se desgasta no trabalho, tanto mais poderoso se torna o mundo de objetos por ele criado em face dele mesmo, tanto mais pobre se torna a sua vida interior e tanto menos ele se pertence a si próprio. A alienação é vista como uma característica da sociedade capitalista, relacionada à exploração do trabalhador e à sua perda de autonomia e liberdade.

08. (UECE) “Todo o ser que só pode agir sob a ideia da liberdade é, por isso mesmo, em sentido prático, verdadeiramente livre. Quer dizer, para ele valem todas as leis que estão inseparavelmente ligadas à liberdade, exatamente como se a sua vontade fosse definida como livre em si mesma. A todo o ser racional que tem uma vontade, temos que atribuirlhe necessariamente também a ideia de liberdade, sob a qual ele unicamente pode agir.”

Kant, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. port. Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70, p. 16 – Adaptado.

Considerando a citação acima, é correto afirmar que

  1. vontade livre é a vontade determinada pela razão.
  2. o agir livre, na prática, é espontâneo e involuntário.
  3. o ser racional é impulsivo e necessariamente livre.
  4. liberdade é verdadeiramente agir pelas paixões.

Resposta: A

Resolução: A opção A está correta, pois de acordo com o texto de Kant, a vontade livre é aquela que é governada pela ideia de liberdade e é determinada pela razão. As outras opções são incorretas, pois o texto afirma que a liberdade é uma ideia que deve ser seguida e que é inseparável das leis da liberdade. Além disso, o texto afirma que o ser racional age sob a ideia de liberdade e não é impulsivo ou involuntário.

09. (UFU) Ao contrário das teorias contratualistas, a concepção hegeliana nega a anterioridade dos indivíduos, pois é o Estado que fundamenta a sociedade. Não é o indivíduo que escolhe o Estado, mas sim é por ele constituído. Ou seja, não existe o homem em estado de natureza, pois o homem é sempre um indivíduo social. O Estado sintetiza, numa realidade coletiva, a totalidade dos interesses contraditórios entre os indivíduos.

ARANHA, M. L. A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Ed. Moderna, 1993, p. 234.

De acordo com o texto, é correto afirmar que, para Hegel,

  1. a liberdade, em estado de natureza, é a mais perfeita para as pessoas.
  2. o Estado fundamenta a liberdade do soberano e não a dos indivíduos.
  3. a liberdade dos indivíduos está condicionada à existência do Estado.
  4. o Estado é resultado de um pacto estabelecido no estado de natureza.

Resposta: C

Resolução: Sim, de acordo com o texto, a concepção hegeliana nega a anterioridade dos indivíduos e afirma que é o Estado que fundamenta a sociedade, e que o homem é sempre um indivíduo social. Portanto, a liberdade dos indivíduos está condicionada à existência do Estado.

10. (UFU) Leia a citação a seguir.

A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha, continuem no entanto de bom grado menores durante toda a vida. São também as causas que explicam porque é tão fácil que os outros se constituam em tutores deles.

KANT, I. Resposta à pergunta: que é “Esclarecimento”? (Aufklarüng). In: ______. Textos seletos. Tradução de Raimundo Vier. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2005, p. 64.

A menoridade de que fala Kant é a condição daqueles que não fazem o uso da razão. Essa condição evidencia a ausência

  1. do idealismo necessário para a ampliação dos horizontes existenciais.
  2. da autonomia para fazer uso próprio da razão sem a tutela de outrem.
  3. da religião encarregada de fazer feliz o homem indigente de pensamento.
  4. da ignorância, pois quem se deixa guiar pelos outros acerta sempre.

Resposta: B

Resolução: De acordo com a citação, Kant afirma que a preguiça e a covardia são as causas da menoridade, ou seja, da incapacidade dos indivíduos de fazerem uso da razão de forma autônoma. Ele também afirma que essa condição facilita a sujeição dos indivíduos à tutela de outros, ou seja, a sua dependência de outros para tomar decisões e exercer sua autonomia.

11. (ESPM) Como percepção da sociedade moderna, não há nada que se compare a ‘O Capital’, ao ‘Manifesto Comunista’ e aos escritos sobre a luta de classes na França. A potência da formulação e da análise até hoje deixa boquiaberto. Dito isso, os prognósticos de Marx sobre a revolução operária não se realizaram, o que obriga a uma leitura distanciada. Outros aspectos da teoria, entretanto, ficaram de pé, mais atuais do que nunca, tais como a mercantilização da existência, a crise geral sempre pendente e a explora- ção do trabalho. Nossa vida intelectual seria bem mais relevante se não fechássemos os olhos para esse lado das coisas.

(Roberto Schwarz, “Por que ler Marx”, Folha de S.Paulo, 22.02.2013)

Assinale a correta. Segundo o texto:

  1. comprovadamente não há nada que supere até hoje, em densidade analítica, os textos marxistas.
  2. não é possível comparar os textos marxistas, muito intelectuais, com as produções críticas da sociedade moderna.
  3. todas as teorias profetizadas nos textos de Marx acabaram vingando, tais como a “mercantilização da existência”, a “crise geral” e a “exploração do trabalho”.
  4. há um prejuízo intelectual para a sociedade, ao se ignorarem, hoje, aspectos deploráveis das relações humanas denunciadas no século XIX por Marx.
  5. os textos marxistas, de um modo geral, são considerados atuais no plano temático, mas ultrapassados quanto ao poder de análise.

Resposta: D

Resolução: A opção correta é a D, pois o texto afirma que os aspectos da teoria marxista, como a mercantilização da existência, a crise geral e a exploração do trabalho, continuam atuais e relevantes e que a nossa vida intelectual seria mais relevante se não fechássemos os olhos para esses aspectos.

A opção A está incorreta, pois o texto afirma que as teorias de Marx não se realizaram, e que é preciso uma leitura distanciada.

A opção B também está incorreta, pois o texto afirma que os textos marxistas são densos e relevantes.

A opção C está incorreta, pois o texto afirma que algumas teorias de Marx não se realizaram, mas outras continuam atuais e relevantes.

A opção E está incorreta, pois o texto afirma que os textos marxistas são considerados atuais no plano temático, mas não fala sobre a sua capacidade de análise.

12. (UEA) Hegel rechaça a ética kantiana porque ela não leva em conta o homem inteiro, o homem vivo, mas exclui da ética sua vida real, subjuga-a mediante leis alheias à vida e converte assim a moral em algo positivo e morto para o homem vivo. Hegel vê claramente que essa rigidez mecânica da ética kantiana está estreitamente ligada com a absolutização do conceito de dever.

(Georg Lukács. O jovem Hegel e os problemas da sociedade capitalista, 1972.)

A crítica hegeliana incide sobre a noção kantiana de

  1. imperativo categórico.
  2. coletivismo prático.
  3. procedimento científico.
  4. utilitarismo comportamental.
  5. hedonismo ético.

Resposta: A

Resolução: A ética kantiana é baseada na noção de imperativo categórico, que é uma lei moral absoluta e universal, que deve ser seguida independentemente das circunstâncias. Hegel, por outro lado, acredita que essa ética não leva em conta a vida real do homem e sua complexidade, e que ela subjuga a vida humana a leis alheias à própria vida. Ele também argumenta que a rigidez mecânica da ética kantiana está ligada à absolutização do conceito de dever. Portanto, a crítica hegeliana se concentra na noção kantiana de imperativo categórico.

13. (UFU) Os princípios práticos se dividem em dois grandes grupos, que Kant chama, respectivamente, de ‘máximas’ e ‘imperativos’. [...] Os imperativos são os princípios práticos objetivos, isto é, válidos para todos. Os imperativos são “mandamentos” ou “deveres”, ou seja, regras que expressam uma necessidade objetiva da ação, o que significa que, “se a razão determinasse completamente a vontade, a ação ocorreria segundo tal regra” ao passo que a intervenção de fatores emocionais e empíricos podem desviar esta vontade.

REALE,G., DARIO, A. História da Filosofia, vol. II. São Paulo: Paulus, 1990, p. 903 (adaptado)

Para Kant, é correto afirmar que os imperativos

  1. são subjetivos e, dessa forma, não podem ser princípios universais.
  2. devem determinar a razão, pois são princípios válidos para todos.
  3. determinam a vontade, sem que as emoções interfiram.
  4. sendo “máximas”, não expressam a necessidade objetiva da ação.

Resposta: B

Resolução: Isso significa que os imperativos são regras objetivas que expressam a necessidade da ação e, portanto, devem ser seguidas pela razão. No entanto, é importante lembrar que a intervenção de fatores emocionais e empíricos podem desviar essa vontade determinada pela razão.

14. (UFU) [...] a palavra “bom”, de antemão, não se prende necessariamente a ações “não-egoístas”; como é a superstição daqueles genealogistas da moral. Em vez disso, somente com um declínio de juízos de valor aristocráticos acontece que essa oposição “egoísta” – “não-egoísta” se imponha mais e mais à consciência humana – é, para me servir de minha linguagem, o instinto de rebanho que, com ela, afinal, toma a palavra (e também as palavras).

NIETZSCHE, Friedrich. Para a genealogia da moral. Os Pensadores. Trad. LEBRUN, G. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 342.

De acordo com o conteúdo da citação, assinale a alternativa que nomeia um dos conceitos mais importantes da filosofia nietzschiana.

  1. Impulso apolíneo.
  2. Impulso dionisíaco.
  3. Vontade de potência.
  4. Transvaloração dos valores.

Resposta: D

Resolução: A transvaloração dos valores é um conceito central na filosofia de Nietzsche, no qual ele argumenta que os valores tradicionais devem ser questionados e eventualmente superados para se chegar a uma verdadeira liberdade e autodeterminação.

15. (Unioeste) “É fato, no entanto, que a arma da crítica não pode substituir a crítica das armas, o poder material tem de ser derrubado pelo poder material, no entanto, também a teoria se transforma em poder material assim que se apodera das massas. A teoria é capaz de apoderar-se das massas assim que se evidencia ad hominem [no ser humano – latim], e de fato ela se evidencia ad hominem tão logo se torna radical [...] A teoria só se efetiva num povo na medida em que representa a concretização das suas necessidades” (MARX, Contribuição à crítica da Filosofia do direito de Hegel).

Considere o fragmento acima e avalie as seguintes asserções:

I. A teoria tudo vence por ser superior e não depender de nenhum poder material.

II. Quando a teoria penetra na consciência dos trabalhadores, se transforma em força material.

III. Em razão do analfabetismo, a teoria não é capaz de apoderar-se das massas.

IV. A expressão teórica se realiza num povo quando representa seus interesses.

De acordo com as afirmações acima,

  1. apenas uma está correta.
  2. somente uma está incorreta.
  3. duas estão corretas e duas incorretas.
  4. todas estão corretas.
  5. todas estão incorretas.

Resposta: A

Resolução: A opção II está correta, de acordo com o fragmento acima. A asserção I está incorreta, pois o fragmento afirma que a arma da crítica não pode substituir a crítica das armas e que a teoria se transforma em poder material quando se apodera das massas. A asserção III também está incorreta, pois o fragmento não menciona o analfabetismo como um impedimento para a teoria se apoderar das massas.

Clique Para Compartilhar Esta Página Nas Redes Sociais



Você acredita que o gabarito esteja incorreto? Avisa aí 😰| Email ou WhatsApp