Epistemologia

Lista de 06 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Epistemologia com questões de Vestibulares.


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01. (UEA) Estando despertos ou dormindo, devemos nos persuadir somente pela evidência de nossa razão. Digo de nossa razão e não de nossa imaginação e de nossos sentidos. Mesmo que observemos o sol muito nitidamente, não devemos julgar por esse motivo que ele seja do tamanho que nós o vemos. A razão nos dita que todas as nossas ideias ou noções devem ter algum fundamento de verdade; pois seria impossível que Deus, que é inteiramente perfeito e verdadeiro, tenha colocado essas ideias em nós desprovidas desses fundamentos.

(Descartes. “Discurso do método”. In: Obras filosóficas, tomo I, 1988. Adaptado.)

A epistemologia cartesiana tem como fundamento

  1. a validação metafísica do conhecimento racional.
  2. o pressuposto de uma racionalidade intrínseca às coisas materiais.
  3. o reconhecimento das verdades sustentadas pelas autoridades religiosas.
  4. a certeza da infalibilidade do saber empírico.
  5. a definição da imaginação como princípio ativo do conhecimento rigoroso.

Resposta: A

Resolução: A epistemologia cartesiana tem como fundamento a validação metafísica do conhecimento racional, ou seja, a crença de que o conhecimento verdadeiro só pode ser alcançado através da razão e não por meio da imaginação ou dos sentidos, e que essas verdades devem ter algum fundamento de verdade. Ele também acredita que essas verdades são colocadas em nós por Deus, que é inteiramente perfeito e verdadeiro.

02. (Enem 2017) Dado que, dos hábitos racionais com os quais captamos a verdade, alguns são sempre verdadeiros, enquanto outros admitem o falso, como a opinião e o cálculo, enquanto o conhecimento científico e a intuição são sempre verdadeiros, e dado que nenhum outro gênero de conhecimento é mais exato que o conhecimento científico, exceto a intuição, e, por outro lado, os princípios são mais conhecidos que as demonstrações, e dado que todo conhecimento científico constitui-se de maneira argumentativa, não pode haver conhecimento científico dos princípios, e dado que não pode haver nada mais verdadeiro que o conhecimento científico, exceto a intuição, a intuição deve ter por objeto os princípios.

ARISTÓTELES. Segundos analíticos. In: REALE, G. História da filosofia antiga. São Paulo: Loyola, 1994.

Os princípios, base da epistemologia aristotélica, pertencem ao domínio do(a)

  1. opinião, pois fazem parte da formação da pessoa.
  2. cálculo, pois são demonstrados por argumentos.
  3. conhecimento científico, pois admitem provas empíricas.
  4. intuição, pois ela é mais exata que o conhecimento científico.
  5. prática de hábitos racionais, pois com ela se capta a verdade.

Resposta: D

Resolução: O texto afirma que a intuição é o único tipo de conhecimento mais exato que o conhecimento científico, e que ela deve ter por objeto os princípios. Portanto, a resposta correta é a opção D, pois os princípios pertencem ao domínio da intuição.

03. (UFMS) Na filosofia grega antiga, a dialética era um método para se encontrar a verdade, sendo esta parte da perspectiva racional engajada no pensamento hierárquico ateniense do período clássico. Por meio de diálogos filosóficos colidentes entre o conhecimento sensível (inferior) e o inteligível (superior), se atingiria a razão. Esta epistemologia é aplicada sobretudo na obra República, escrita por um filósofo que viveu entre os séculos V e IV.

A qual filósofo o enunciado se refere?

  1. Platão
  2. Sócrates
  3. Aristóteles
  4. Heráclito
  5. Zenão de Eléia.

Resposta: A

Resolução: O enunciado se refere a Platão, que viveu entre os séculos V e IV a.C. e escreveu a obra "República", na qual ele utilizou a dialética como método para encontrar a verdade.

04. (Enem PPL 2016) Estamos, pois, de acordo quando, ao ver algum objeto, dizemos: "Este objeto que estou vendo agora tem tendência para assemelhar-se a um outro se, mas, por ter defeitos, não consegue ser tal como o seu em questão, e lhe é, pelo contrário, inferior". Assim, para podermos fazer estas reflexões, é necessário que antes tenhamos tido ocasião de conhecer esse ser de que se aproxima o dito objeto, ainda que imperfeitamente.

PLANTÃO, Fédon. São Paulo: Abril Cultural, 1972.

Na epistemologia platônica, conhecer um determinado objeto implica

  1. estabelecer semelhanças entre o que é observado em momentos distintos.
  2. comparar o objeto observado com uma descrição detalhada dele.
  3. descrever corretamente as características do objeto observado.
  4. fazer correspondência entre o objeto observado e seu ser.
  5. identificar outro exemplar idêntido ao observado.

Resposta: D

Resolução: Na epistemologia platônica, o conhecimento é baseado na correspondência entre o objeto observado, que é uma cópia imperfeita da "Forma" ou "Ideia" verdadeira, e essa Forma ou Ideia verdadeira, que é conhecida através da intuição. O objeto observado é apenas uma aproximação ou cópia imperfeita da Forma, e é através da comparação com essa Forma verdadeira que se alcança o conhecimento.

05. (Unioeste) “A concepção da infinitude do universo é, naturalmente, uma doutrina puramente metafísica; pode, certamente, como fez de fato, servir de base à ciência empírica; não pode jamais basear-se no empirismo. Isto foi bem compreendido por Kepler que, portanto, rejeitou a doutrina – o que é particularmente interessante e instrutivo – não só por motivos metafísicos como ainda por motivos puramente científicos. Antecipando certas epistemologias de hoje, ele chega a declará-la despida de significação científica”

(Koyré, A. Do Mundo Fechado ao Universo Infinito. Rio de Janeiro: Ed. Forense Universitária, São Paulo: Edusp, 1979, p.63)

No trecho acima, Alexandre Koyré identifica continuidade entre certos aspectos do pensamento de Johannes Kepler e

  1. as doutrinas de Giordano Bruno acerca da infinitude do mundo.
  2. o empirismo e o positivismo característicos do século XX
  3. a filosofia da natureza dos filósofos pré-socráticos.
  4. as suas convicções religiosas sobre a onipotência divina
  5. as únicas hipóteses defensáveis diante das observações de Galileu

Resposta: B

Resolução: No trecho acima, Alexandre Koyré argumenta que a concepção da infinitude do universo é uma doutrina puramente metafísica e que Kepler rejeitou essa doutrina não só por motivos metafísicos, mas também por motivos científicos. Ele também sugere que Kepler antecipou algumas das epistemologias do século XX, como o empirismo e o positivismo.

06. (Enem 2021) A filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica: o tronco, a física, e os ramos que saem do tronco são todas as outras ciências, que se reduzem a três principais: a medicina, a mecânica e a moral, entendendo por moral a mais elevada e a mais perfeita porque pressupõe um saber integral das outras ciências, e é o último grau da sabedoria.

DESCARTES. R Principios da Alosofis Luboa Edições TO. 1997 (adaptado)

Essa construção alegórica de Descartes, acerca da condição epistemológica da filosofia, tem como objetivo

  1. sustentar a unidade essencial do conhecimento.
  2. refutar o elemento fundamental das crenças.
  3. impulsionar o pensamento especulativo.
  4. recepcionar o método experimental.
  5. incentivar a suspensão dos juízos.

Resposta: A

Resolução: A construção alegórica de Descartes tem como objetivo sustentar a unidade essencial do conhecimento, ou seja, a ideia de que todas as ciências estão relacionadas e interconectadas entre si, com a metafísica como raiz, a física como tronco e as demais ciências como ramos. A moral é vista como o "último grau da sabedoria" porque pressupõe um conhecimento integral das outras ciências.

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