Filosofia Medieval
Lista de 15 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Filosofia Medieval com questões de Vestibulares.
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1. (UFF) A grande contribuição de Tomás de Aquino para a vida intelectual foi a de valorizar a inteligência humana e sua capacidade de alcançar a verdade por meio da razão natural, inclusive a respeito de certas questões da religião. Discorrendo sobre a “possibilidade de descobrir a verdade divina”, ele diz que há duas modalidades de verdade acerca de Deus. A primeira refere-se a verdades da revelação que a razão humana não consegue alcançar, por exemplo, entender como é possível Deus ser uno e trino. A segunda modalidade é composta de verdades que a razão pode atingir, por exemplo, que Deus existe.
A partir dessa citação, indique a afirmativa que melhor expressa o pensamento de Tomás de Aquino.
- A fé é o único meio do ser humano chegar à verdade.
- O ser humano só alcança o conhecimento graças à revelação da verdade que Deus lhe concede.
- Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar certas verdades por seus meios naturais.
- A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades acerca de Deus.
- Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser humano nada pode conhecer d’Ele.
Resposta: C
Resolução: A afirmativa C expressa bem o pensamento de Tomás de Aquino, segundo o qual a razão humana é limitada, mas é capaz de alcançar certas verdades por meios naturais.
2. (Puccamp) Preparando seu livro sobre o imperador Adriano, Marguerite Yourcenar encontrou numa carta de Flaubert esta frase: "Quando os deuses tinham deixado de existir e o Cristo ainda não viera, houve um momento único na história, entre Cícero e Marco Aurélio, em que o homem ficou sozinho". Os deuses pagãos nunca deixaram de existir, mesmo com o triunfo cristão, e Roma não era o mundo, mas no breve momento de solidão flagrado por Flaubert o homem ocidental se viu livre da metafísica - e não gostou, claro. Quem quer ficar sozinho num mundo que não domina e mal compreende, sem o apoio e o consolo de uma teologia, qualquer teologia? (Luiz Fernando Veríssimo. Banquete com os deuses)
A compreensão do mundo por meio da religião é uma disposição que traduz o pensamento medieval, cujo pressuposto é
- o antropocentrismo: a valorização do homem como centro do Universo e a crença no caráter divino da natureza humana.
- a escolástica: a busca da salvação através do conhecimento da filosofia clássica e da assimilação do paganismo.
- o panteísmo: a defesa da convivência harmônica de fé e razão, uma vez que o Universo, infinito, é parte da substância divina.
- o positivismo: submissão do homem aos dogmas instituídos pela Igreja e não questionamento das leis divinas.
- o teocentrismo: concepção predominante na produção intelectual e artística medieval, que considera Deus o centro do Universo.
Resposta: E
Resolução: Sim, a opção E "o teocentrismo: concepção predominante na produção intelectual e artística medieval, que considera Deus o centro do Universo." melhor expressa a compreensão do mundo pela religião na época medieval, na qual Deus era considerado como o centro do universo e a vida humana estava organizada em torno das crenças religiosas.
3. (Uncisal) Uma das preocupações de certa escola filosófica consistiu em provar que as ideias platônicas ou os gêneros e espécies aristotélicos são substâncias reais, criadas pelo intelecto e vontade de Deus, existindo na mente divina. Reflexões dessa natureza foram realizadas majoritariamente no período da história da filosofia:
- Pré-socrático.
- Antigo.
- Medieval.
- Moderno.
- Contemporâneo.
Resposta: C
Resolução: Durante esse período, filósofos como Santo Tomás de Aquino e outros da escola tomista, procuraram provar a existência dessas substâncias, que eram consideradas imateriais e imutáveis, e que eram consideradas como a base da realidade objetiva.
4. (Faap) A doutrina de Platão influenciou os primeiros filósofos medievais, Santo Agostinho, bispo de Hipona (354 a 430) e Boécio (480 a 524), autores de "Confissões" e "Consolação da Filosofia", respectivamente. Mas a Filosofia que predominou na Idade Média foi a:
- Sofística
- Epicurista
- Escolástica
- Existencialista
- Fenomenológica
Resposta: C
Resolução: Mas a Filosofia que predominou na Idade Média foi a Escolástica, que buscava conciliar a filosofia grega, especialmente Aristóteles, com o pensamento cristão. A escolástica desenvolveu uma metafísica teocêntrica e um sistema de ensino que valorizava o conhecimento do Direito, Teologia e Filosofia, procurando explicar o universo em termos da relação entre Deus, o ser humano e o mundo natural. Assim, a influência platônica e aristotélica na escolástica foi significativa, mas a escolástica buscou articular essas influências com a doutrina cristã de forma a produzir uma filosofia própria e original.
5. (UFU) A filosofia de Agostinho (354 – 430) é estreitamente devedora do platonismo cristão milanês: foi nas traduções de Mário Vitorino que leu os textos de Plotino e de Porfírio, cujo espiritualismo devia aproximá-lo do cristianismo. Ouvindo sermões de Ambrósio, influenciados por Plotino, que Agostinho venceu suas últimas resistências (de tornar-se cristão).
(PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental. In: CHÂTELET, François (org.) A Filosofia medieval. Rio de Janeiro Zahar Editores: 1983, p.77.)
Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos de Plotino, o pensamento de Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado ao pensamento de Platão.
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma dessas diferenças:
- Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o conhecimento verdadeiro, enquanto, para Platão, a verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser humano.
- Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no mundo das Ideias, enquanto para Agostinho não existe nenhuma realidade além do mundo natural em que vivemos.
- Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão a alma não é imortal, já que é apenas a forma do corpo.
- Para Platão, o conhecimento é, na verdade, reminiscência, a alma reconhece as Ideias que ela contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o conhecimento é resultado da Iluminação divina, a centelha de Deus que existe em cada um.>
Resposta: D
Resolução: Para Platão, o conhecimento é resultado da reminiscência, ou seja, a alma reconhece as Ideias que ela contemplou antes de nascer. Já para Agostinho, o conhecimento é resultado da Iluminação divina, ou seja, uma centelha de Deus que existe em cada um. Esta diferença no modo como é obtido o conhecimento é uma diferença significativa entre as filosofias de Platão e de Agostinho.
6. (UFU) Considere o trecho abaixo.
“Quando, pois, se trata das coisas que percebemos pela mente (…). estamos falando ainda em coisas que vemos como presentes naquela luz interior da verdade, pela qual é iluminado e de que frui o homem interior."
Santo Agostinho. Do Mestre. São Paulo: Abril Cultural. 1973. p. 320. (Os Pensadores)
Segundo o pensamento de Santo Agostinho, as verdades contidas na filosofia pagã provêm de que fonte? Assinale a alternativa correta.
- De fonte diferente de onde emanam as verdades cristãs, pois há oposição entre as verdades pagãs e as verdades cristãs.
- Da mesma fonte de onde emanam as verdades cristãs, pois não há oposição entre as verdades pagãs e cristãs.
- De Platão, por ter chegado a conceber a ideia Suprema do Bem.
- De Aristóteles, por ter concebido o Ser Supremo corno primeiro motor imóvel.
Resposta: B
Resolução: Segundo a visão de Santo Agostinho, todas as verdades, sejam elas pagãs ou cristãs, provêm da mesma fonte: a luz interior da verdade. Ele acreditava que as verdades são conhecidas pelo homem interior, ou seja, o conhecimento vem da razão e da contemplação da verdade. Desta forma, não há oposição entre as verdades pagãs e cristãs, pois ambas provêm da mesma fonte.
7. (UFU) A teoria da iluminação divina, contribuição original de Agostinho à filosofia da cristandade, foi influenciada pela filosofia de Platão, porém, diferencia-se dela em seu aspecto central.
Assinale a alternativa abaixo que explicita esta diferença.
- A filosofia agostiniana compartilha com a filosofia platônica do dualismo, tal como este foi definido por Agostinho na Cidade de Deus. Assim, a luz da teoria da iluminação está situada no plano suprassensível e só é alcançada na transcendência da existência terrena para a vida eterna.
- A teoria da Iluminação, tal como sugere o nome, está fundamentada na luz de Deus, luz interior dada ao homem interior na busca da verdade das coisas que não são conhecidas pelos sentidos; esta luz é Cristo, que ensina e habita no homem interior.
- Agostinho foi contemporâneo da Terceira Academia, recebendo os ensinamentos de Arcesilau e Carnéades, o que resultou na posição dogmática do filósofo cristão quanto à impossibilidade do conhecimento da verdade, sendo o conhecimento humano apenas verossímil.
- A alma é a morada da verdade, todo conhecimento nela repousa. Assim, a posição de Agostinho afasta-se da filosofia platônica, ao admitir que a alma possui uma existência anterior, na qual ela contemplou as ideias, de modo que o conhecimento de Deus é anterior à existência.
Resposta: B
Resolução: A teoria da iluminação divina, tal como sugerido pelo nome, está fundamentada na luz de Deus, que é entendida como uma luz interior dada ao homem interior na busca da verdade das coisas que não são conhecidas pelos sentidos. Esta luz é Cristo, que ensina e habita no homem interior. Isso diferencia a filosofia de Agostinho da filosofia de Platão, pois enquanto Platão colocava as ideias no mundo das ideias, para Agostinho a verdade é encontrada dentro do próprio ser humano, através da luz de Deus.
08. (ESPM) No século XIII surgiu a Escolástica, corrente filosófica que, a partir de então, dominou o pensamento medieval.
(Rubim Santos Leão de Aquino. História das Sociedades: das Comunidades Primitivas às Sociedades Medievais)
A Escolástica:
- teve em Santo Agostinho seu maior expoente e era teocêntrica;
- teve em Alberto Magno seu maior expoente e refutava o teocentrismo, pregando o antropocentrismo;
- teve em Tomás de Aquino seu principal expoente e foi uma tentativa de harmonizar a razão com a fé;
- considerava que a razão podia proporcionar uma visão completa e unificada da natureza ou da sociedade;
- pregava o recurso racional da força, sendo este mais importante do que o exercício da virtude ou da fé.
Resposta: C
Resolução: A Escolástica foi uma corrente filosófica que surgiu no século XIII e dominou o pensamento medieval. Ela teve Tomás de Aquino como seu principal expoente e tinha como objetivo harmonizar a razão com a fé, buscando conciliar as verdades encontradas pela filosofia e pela teologia. A Escolástica foi uma tentativa de aplicar a razão crítica e sistemática aos ensinamentos da Igreja Católica, a fim de obter uma compreensão mais clara e coerente da fé. A razão era vista como uma ferramenta para ajudar na compreensão da fé, mas não era considerada capaz de proporcionar uma visão completa e unificada da natureza ou da sociedade.
09. (UFT) Segundo Tomás de Aquino, o homem é entendido como um composto de corpo e alma, fazendo eco, sobretudo, a teorias aristotélicas sobre o ser humano. Por isso, na Suma contra os gentios o filósofo afirma que “é impossível que o homem e o animal sejam uma alma servindo-se de um corpo, e não uma coisa composta de corpo e alma”.
Fonte: TOMÁS DE AQUINO. Suma contra os gentios. Caxias do Sul: Sulina, 1990, p. 264.
Tendo em vista esta citação, assinale a alternativa que NÃO apresenta uma característica que o Aquinata utiliza para descrever o homem:
- A alma é compreendida como componente essencial a todos os seres vivos, doando a vida aos seres animados, como é o caso do homem.
- Tomás de Aquino propõe o homem como um ser intermediário, que pertence ao reino imaterial por sua alma, que é unida por essência ao corpo físico.
- Para Tomás de Aquino, é preciso dedicar cuidados especiais e maiores à alma, em detrimento do corpo que a aprisionaria como uma espécie de cárcere.
- Conforme o pensamento tomista, o homem, diferentemente dos animais que possuem uma alma sensitiva, possui uma alma racional.
Resposta: C
Resolução: A opção "C" não representa corretamente o pensamento de Tomás de Aquino sobre o homem, pois ele acredita que o corpo e a alma são igualmente importantes e necessários para o ser humano. Ambos são elementos essenciais na constituição da pessoa e devem ser cuidados e desenvolvidos de forma equilibrada. Portanto, a opção "C" não condiz com a concepção aquiniana do homem como um composto de corpo e alma.
10. (UECE) “De fato, a corrupção é nociva, e, se não diminuísse o bem, não seria nociva. Portanto, ou a corrupção nada prejudica – o que não é aceitável – ou todas as coisas que se corrompem são privadas de algum bem. Isto não admite dúvida. Se, porém, fossem privadas de todo o bem, deixariam inteiramente de existir. [...]. Logo, enquanto existem, são boas. Portanto, todas as coisas que existem são boas, e aquele mal que eu procurava não é uma substância, pois, se fosse substância, seria um bem”.
HIPPONA, Agostinho. Confissões. Coleção “Os Pensadores”. Livro VII, cap. XII, 1983. – Texto adaptado.
Sobre a questão do mal em Santo Agostinho, considere as seguintes afirmações:
I. O mal não existe sem o bem.
II. O mal diminui o bem, e vice-versa.
III. O mal absoluto pode existir.
É correto o que se afirma em
- I e III apenas.
- I e II apenas.
- II e III apenas.
- I, II e III.
Resposta: B
Resolução:
I. A existência de um conceito de "bem" implica necessariamente a existência de um conceito de "mal". De fato, a compreensão do que é certo ou errado, correto ou incorreto, é uma das principais características da moralidade humana. O mal é geralmente entendido como a ação ou decisão que vai contra as normas morais estabelecidas por uma sociedade ou grupo de pessoas, enquanto o bem é compreendido como a ação ou decisão que está de acordo com essas normas. Portanto, sem a existência de uma noção de bem, não haveria também a possibilidade de se compreender o que é o mal.
II. O filósofo e teólogo Agostinho de Hipona, também conhecido como Santo Agostinho, abordou esse tema em sua obra "Confissões". De fato, em sua obra, Agostinho argumenta que o bem e o mal são conceitos interdependentes e que um pode influenciar o outro. Além disso, ele argumenta que o pecado e a maldade são forças que podem diminuir a quantidade de bem no mundo e prejudicar a felicidade humana.
No entanto, Agostinho também afirma que a fé em Deus e a busca da graça divina são meios pelos quais as pessoas podem aumentar o bem em suas vidas e superar as forças do mal. Em suma, a obra "Confissões" é uma reflexão profunda sobre o bem e o mal e como esses conceitos se relacionam com a fé, a moralidade e a busca da felicidade humana.
III. Agostinho de Hipona acreditava na existência do mal absoluto. Ele argumentava que o mal absoluto é o resultado da escolha humana de se afastar de Deus e de suas leis, o que leva a ações malignas e pecaminosas. Para ele, o pecado é a raiz do mal absoluto e a fonte de todos os males que afligem o mundo.
11. (PUC-PR) Leia a passagem de texto a seguir.
“na lei temporal dos homens nada existe de justo e legítimo que não tenha sido tirado da lei eterna. Assim, no mencionado exemplo do povo que, às vezes, tem justamente o direito de eleger seus magistrados e, às vezes, não menos justamente, não goza mais desse direito, a justiça dessas diversidades temporais procede da lei eterna, conforme a qual é sempre justo que um povo sensato eleja seus governantes e que um povo irresponsável não o possa.”
SANTO AGOSTINHO. O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995, p. 41.
Ao debater a origem do mal, Santo Agostinho trata ao mesmo tempo da diferença entre lei temporal e lei eterna.
De acordo com a passagem de texto citada acima e com seus conhecimentos, analise as sentenças abaixo e assinale a alternativa CORRETA.
- A lei temporal, embora útil à vida social, não impede que indivíduos e povos irresponsáveis prefiram seus interesses pessoais ao bem público, sendo então necessária a lei eterna, da qual procedem as leis temporais.
- A lei temporal diz respeito à utilidade pública, não devendo ser influenciada pela lei eterna, que diz respeito à salvação da alma.
- As leis humanas deixam impunes muitas ações que só poderão ser punidas quando as leis temporais forem substituídas pelas leis eternas nos processos de julgamento.
- A lei eterna diz respeito tão somente àqueles que merecem a vida feliz após a morte.
- A lei eterna é o fundamento da retidão, de maneira que ela diz respeito apenas à vida espiritual individual, não podendo determinar a vida pública.
Resposta: A
Resolução: De acordo com a passagem de texto citada, Santo Agostinho aborda a diferença entre lei temporal e lei eterna. Ele afirma que a lei temporal dos homens tem sua origem na lei eterna, da qual procedem as justiças temporais. A lei eterna, por sua vez, é a fonte da justiça e da legitimidade, o que significa que ela é considerada a fonte da verdadeira justiça e do bem.
A passagem de texto também sugere que a lei temporal pode não ser suficiente para garantir a justiça social, uma vez que é possível que indivíduos e povos irresponsáveis prefiram seus interesses pessoais ao bem público. É por isso que é necessária a lei eterna, da qual procedem as leis temporais, para garantir a justiça e a equidade.
Em suma, a sentença acima está correta ao afirmar que a lei temporal, apesar de útil à vida social, pode não ser suficiente para garantir a justiça e a equidade, sendo então necessária a lei eterna, da qual procedem as leis temporais.
12. (UNESP) Não posso dizer o que a alma é com expressões materiais, e posso afirmar que não tem qualquer tipo de dimensão, não é longa ou larga, ou dotada de força física, e não tem coisa alguma que entre na composição dos corpos, como medida e tamanho. Se lhe parece que a alma poderia ser um nada, porque não apresenta dimensões do corpo, entenderá que justamente por isso ela deve ser tida em maior consideração, pois é superior às coisas materiais exatamente por isso, porque não é matéria. É certo que uma árvore é menos significativa que a noção de justiça. Diria que a justiça não é coisa real, mas um nada? Por conseguinte, se a justiça não tem dimensões materiais, nem por isso dizemos que é nada. E a alma ainda parece ser nada por não ter extensão material?
(Santo Agostinho. Sobre a potencialidade da alma, 2015. Adaptado.)
No texto de Santo Agostinho, a prova da existência da alma
- desempenha um papel primordialmente retórico, desprovido de pretensões objetivas.
- antecipa o empirismo moderno ao valorizar a experiência como origem das ideias.
- serviu como argumento antiteológico mobilizado contra o pensamento escolástico.
- é fundamentada no argumento metafísico da primazia da substância imaterial.
- é acompanhada de pressupostos relativistas no campo da ética e da moralidade.
Resposta: D
Resolução: No texto, Santo Agostinho argumenta que a alma é superior às coisas materiais porque não é matéria, e usa a analogia com a noção de justiça para ilustrar que coisas que não têm dimensões materiais não são necessariamente "nada". A partir disso, ele sugere que a alma deve ser considerada uma substância imaterial e superior aos corpos materiais.
13. (CESMAC) O Período da História da Filosofia que considera a Filosofia como sendo um instrumento para ajudar na compreensão dos dogmas do Cristianismo, chama-se:
- Iluminismo.
- Empirismo.
- Racionalismo.
- Patrística.
- Escolástica.
Resposta: E
Resolução: A Escolástica foi um período na História da Filosofia que ocorreu principalmente na Idade Média, durante o período de cerca de 1000 a 1500. Durante esse período, os filósofos cristãos, conhecidos como escolásticos, usavam a filosofia como um meio para ajudar na compreensão dos dogmas cristãos e para resolver questões teológicas. Eles buscavam conciliar a fé e a razão, e seu objetivo era sistematizar e defender a doutrina cristã. Alguns dos mais conhecidos escolásticos incluem Santo Tomás de Aquino, Santo Anselmo e São Boaventura.
14. (PUC-PR) Na sua obra Suma Teológica, Tomás de Aquino tenta conciliar os valores da fé com os valores da razão, levando em conta a filosofia de Aristóteles. Nesse sistema, a Prudência aparece como uma das virtudes indispensáveis para o bom agir do ser humano.
Sobre essa virtude é CORRETO afirmar que:
I. A Prudência se apresenta, ao lado da razão, como caminho para a felicidade, já que possibilita ao homem agir corretamente.
II. A Prudência é um uso reto da razão aplicada ao agir humano.
III. A boa ação, guiada pela Prudência, parte de uma análise correta da realidade (uso da razão) e é essa análise que possibilita tomar a decisão correta numa dada situação específica.
IV. A Prudência não é mais do que uma virtude que ajuda a decidir o que fazer no futuro e de bem avaliar o que já foi feito. Sendo assim, ela não teria nenhuma aplicabilidade no presente.
- Apenas as assertivas I e II estão corretas.
- Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
- Apenas as assertivas II e IV estão corretas.
- Todas as assertivas estão corretas.
- Apenas a assertiva IV está correta.
Resposta: B
Resolução: De acordo com a obra Suma Teológica de Tomás de Aquino, a Prudência é uma virtude que permite ao ser humano usar a razão corretamente na ação. Ela é vista como um caminho para a felicidade, pois permite agir corretamente e tomar decisões adequadas a cada situação específica. A Prudência é baseada em uma análise correta da realidade, o que possibilita ao homem tomar as decisões certas. Portanto, as assertivas I, II e III estão corretas. Já a assertiva IV está incorreta, pois a Prudência é uma virtude que pode ser aplicada tanto no presente quanto no futuro, e não apenas para avaliar o que já foi feito.
15. (UECE) Em diálogo com Evódio, Santo Agostinho afirma: “parecia a ti, como dizias, que o livrearbítrio da vontade não devia nos ter sido dado, visto que as pessoas servem-se dele para pecar. Eu opunha à tua opinião que não podemos agir com retidão a não ser pelo livre-arbítrio da vontade. E afirmava que Deus no-lo deu, sobretudo em vista desse bem. Tu me respondeste que a vontade livre devia nos ter sido dada do mesmo modo como nos foi dada a justiça, da qual ninguém pode se servir a não ser com retidão”.
AGOSTINHO. O livre-arbítrio, Introdução, III, 18, 47.
Com base nessa passagem acerca do livre-arbítrio da vontade, em Agostinho, é correto afirmar que
- o livre-arbítrio é o que conduz o homem ao pecado e ao afastamento de Deus.
- o poder de decisão ‒ arbítrio ‒ da vontade humana é o que permite a ação moralmente reta.
- é da vontade de Deus que o homem não tenha capacidade de decidir pelo pecado, já que o Seu amor pelo homem é maior do que o pecado.
- a ação justa é aquela que foi praticada com o livre-arbítrio; injusta é aquela que não ocorreu por meio do livre-arbítrio.
Resposta: B
Resolução: De acordo com a passagem, Santo Agostinho opõe à opinião de Evódio, que afirmava que o livre-arbítrio da vontade não deveria ter sido dado porque as pessoas o usam para pecar. Agostinho, por sua vez, argumenta que a vontade livre é necessária para que as pessoas possam agir com retidão e que Deus a deu aos seres humanos para esse propósito.