Jean-Jacques Rousseau

Lista de 15 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Jean-Jacques Rousseau com questões de Vestibulares.


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01. (UNESP) Aquele que ousa empreender a instituição de um povo deve sentir-se com capacidade para, por assim dizer, mudar a natureza humana, transformar cada indivíduo, que por si mesmo é um todo perfeito e solitário, em parte de um todo maior, do qual de certo modo esse indivíduo recebe sua vida e seu ser; alterar a constituição do homem para fortificá-la; substituir a existência física e independente, que todos nós recebemos da natureza, por uma existência parcial e moral. Em uma palavra, é preciso que destitua o homem de suas próprias forças para lhe dar outras […] das quais não possa fazer uso sem socorro alheio.

(Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social, 1978.)

De acordo com a teoria contratualista de Rousseau, é necessário superar a natureza humana para

  1. assegurar a integridade do soberano.
  2. conservar as desigualdades sociais.
  3. evitar a guerra de todos contra todos.
  4. promover a efetivação da vontade geral.
  5. garantir a preservação da vida.

Resposta: D

Resolução: De acordo com a teoria contratualista de Rousseau, a formação de um Estado civilizado é necessária para superar o estado de natureza, no qual os indivíduos viviam em um constante estado de guerra e desconfiança uns com os outros. Para Rousseau, o contrato social é o acordo pelo qual os indivíduos abrem mão de parte de sua liberdade natural em troca da segurança e da proteção que só um Estado pode proporcionar. No entanto, para que esse contrato seja justo e legítimo, é preciso que ele reflita a vontade geral, ou seja, o bem-estar e os interesses da coletividade como um todo. Portanto, a resposta correta é a opção D, "promover a efetivação da vontade geral."

02. (PUC-PR) Na abertura do “Discurso sobre a Origem e os fundamentos da Desigualdade entre os Homens”, Rousseau, dirigindo-se aos soberanos, senhores de Genebra, diz considerar-se um felizardo.

Por quê? Assinale a alternativa CORRETA.

  1. Por haver nascido entre vós e poder meditar sobre a igualdade que a natureza instalou entre os homens e sobre a desigualdade de que eles instituíram.
  2. Por haver nascido na floresta e haver vivido como um animal selvagem.
  3. Por perceber que na República de Genebra reinava uma igualdade natural e política entre os homens.
  4. Por crer que Deus é o autor da desigualdade entre os homens.
  5. Por acreditar que só os animais irracionais conseguem viver plenamente a igualdade entre eles.

Resposta: A

Resolução: De acordo com o "Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens", de Rousseau, a desigualdade entre os homens não é uma condição natural, mas sim uma criação da sociedade civilizada. Rousseau afirma que, no estado de natureza, os homens eram iguais e livres, mas que a formação de sociedades e o desenvolvimento da civilização levaram à instituição de hierarquias e desigualdades. Portanto, Rousseau se considera "felizardo" por ter nascido entre os soberanos de Genebra, pois isso lhe permitiu meditar sobre a igualdade natural entre os homens e sobre as desigualdades que foram criadas pelas instituições humanas. A resposta correta, portanto, é a opção A, "Por haver nascido entre vós e poder meditar sobre a igualdade que a natureza instalou entre os homens e sobre a desigualdade de que eles instituíram."

03. (UFVJM) “Os escravos tudo perdem sob seus grilhões, até o desejo de escapar deles. (...) A força fez os primeiros escravos, sua covardia os perpetuou”.

Fonte: ROUSSEAU, J.J. Do contrato social. São Paulo: Abril Cultural, 1999. p. 57.

No trecho acima, o filósofo iluminista, Jean-Jacques Rousseau, toma posição sobre um tema muito debatido nos círculos intelectuais do seu tempo, a escravidão. Sua reflexão esclarece que:

  1. a desigualdade deve ser mantida.
  2. a apatia contribui para a libertação.
  3. a escravidão é produto das relações humanas.
  4. alguns nascem para ser escravos e outros para dominar.

Resposta: C

Resolução: No trecho citado, Rousseau afirma que a escravidão é resultado da violência e da opressão exercida por um grupo sobre outro. Ele argumenta que os primeiros escravos foram feitos por meio da força e que a perpetuação da escravidão se deu graças à covardia dos escravos em se rebelar contra seus senhores. Portanto, a resposta correta é a opção C, "a escravidão é produto das relações humanas."

04. (PUC-PR) Leia atentamente o fragmento a seguir:

“O homem selvagem, entregue pela natureza unicamente ao instinto, ou melhor, compensado daquele que talvez lhe falte, por faculdades capazes primeiro de o substituírem e depois de elevá-lo muito acima do que era, começará, pois, pelas funções puramente animais: perceber e sentir será seu primeiro estado, que lhe será comum com todos os animais. Querer e não querer, desejar e temer, serão as primeiras e quase as úni-cas operações de sua alma até que novas circunstâncias nele provoquem novos desenvolvimentos”.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p.174.

A respeito do pensamento contratualista de Rousseau, podemos afirmar que:

  1. o bom selvagem, no estado de natureza, não é dotado de livre arbítrio.
  2. a moral, no estado de natureza, é fundada na liberdade, isto é, na primazia do sentimento sobre a razão.
  3. defende o retorno do homem à animalidade, conservada no estado de natureza.
  4. no estado de natureza, a propriedade, assim como a liberdade, é, naturalmente, um direito dos mais fortes.
  5. o Estado tem por finalidade a manutenção do direito à propriedade, uma vez que este já seria exis-tente a partir do estado natural.

Resposta: B

Resolução: De acordo com o pensamento contratualista de Rousseau, no estado de natureza, o homem é guiado pelos seus instintos e pelos seus sentimentos, e não pela razão. Isso significa que a moral, nesse contexto, é baseada na liberdade e na primazia do sentimento sobre a razão. Portanto, a resposta correta é a opção B, "a moral, no estado de natureza, é fundada na liberdade, isto é, na primazia do sentimento sobre a razão."

05. (UNESP) Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo. [...] um corpo moral e coletivo, composto de tantos membros quantos são os votos da assembleia [...]. Essa pessoa pública, que se forma, desse modo, pela união de todas as outras, tomava antigamente o nome de cidade e, hoje, o de república ou de corpo político, o qual é chamado por seus membros de Estado [...].

(Jean-Jacques Rousseau. Os pensadores, 1983.)

O texto, produzido no âmbito do Iluminismo francês, apresenta a doutrina política do

  1. coletivismo, manifesto na rejeição da propriedade privada e na defesa dos programas socialistas de estatização.
  2. humanismo, presente no projeto liberal de valorizar o indivíduo e sua realização no trabalho.
  3. socialismo, presente na crítica ao absolutismo monárquico e na defesa da completa igualdade socioeconômica.
  4. corporativismo, presente na proposta fascista de unir o povo em torno da identidade e da vontade nacional.
  5. contratualismo, manifesto na reação ao Antigo Regime e na defesa dos direitos de cidadania.

Resposta: E

Resolução: O texto apresenta a doutrina política do contratualismo, que é um corrente filosófica que defende a ideia de que a sociedade é fundada em um contrato social pelo qual os indivíduos renunciam a parte de sua liberdade individual em troca da proteção e dos direitos garantidos pelo Estado. O contratualismo, que teve como principais expoentes filósofos como John Locke e Jean-Jacques Rousseau, foi uma das principais bases teóricas para o surgimento da democracia moderna e dos direitos de cidadania. Portanto, a resposta correta é a opção E, "contratualismo, manifesto na reação ao Antigo Regime e na defesa dos direitos de cidadania."

06. (UFU) Dentre os filósofos do chamado século das luzes, que preconizavam a difusão do saber como o meio mais eficaz para se pôr fim à superstição, à ignorância, ao império da opinião e do preconceito, e que acreditavam estar dando uma contribuição enorme para o progresso do espírito humano, Rousseau, certamente, ocupa um lugar não muito cômodo.

NASCIMENTO, Milton Meira. Rousseau: da servidão à liberdade. In. WEFFORT, Francisco C. Os Clássicos da Política, Vol. 1. São Paulo: Ática, 1991, p. 189.

Sobre a filosofia política de Rousseau, é correto afirmar que

  1. uma vez instaurado governo como corpo submisso à autoridade soberana, ulterior esforço de manutenção deste estado torna-se desnecessário.
  2. as formas clássicas de governo aristocrático são incompatíveis com a ideia de um povo soberano.
  3. apenas por um pacto legítimo os homens, após terem perdido a sua liberdade natural, podem receber, em troca, a liberdade civil.
  4. a ação política/governamental é boa em si quando leva em consideração a natureza própria do ser humano, da sua índole natural.

Resposta: C

Resolução: A afirmação "apenas por um pacto legítimo os homens, após terem perdido a sua liberdade natural, podem receber, em troca, a liberdade civil" está de acordo com a filosofia política de Rousseau. Segundo ele, os homens nascem livres e iguais, mas, ao se juntarem em sociedade, devem ceder parte de sua liberdade natural em troca da proteção e dos benefícios da vida em sociedade. Este pacto é o que Rousseau chama de contrato social, e é por meio dele que os indivíduos formam o Estado e a sociedade civil. A opção C está correta. As outras opções não refletem a filosofia política de Rousseau.

07. (FCMSC-SP) O que o homem perde pelo contrato social é a liberdade natural e um direito ilimitado a tudo quanto aventura e pode alcançar. O que com ele ganha é a liberdade civil e a propriedade de tudo que possui. A fim de não fazer um julgamento errado dessas compensações, impõe-se distinguir entre a liberdade natural, que só conhece limites nas forças do indivíduo, e a liberdade civil, que se limita pela vontade geral [...].

O pacto fundamental, em lugar de destruir a igualdade natural, pelo contrário substitui por uma igualdade moral e legítima aquilo que a natureza poderia trazer de desigualdade física entre os homens, que, podendo ser desiguais na força ou no gênio, todos se tornam iguais por convenção e direito.

(Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social, 1983.)

O texto de Rousseau, publicado em 1762, teve forte influência sobre setores radicais na Revolução Francesa por

  1. descrever a necessidade de os homens abrirem mão da liberdade natural em favor do partido político, mesmo quando este não exerce o poder.
  2. propor a tripartição dos poderes, enfatizando que só o executivo, o legislativo e o judiciário podem assegurar a liberdade e a igualdade.
  3. formular os princípios da liberdade e da igualdade políticas, destacando sua particularidade em relação à liberdade e à igualdade naturais.
  4. afirmar a urgência de os homens lutarem pela liberdade total e pela igualdade social, mesmo quando vivem numa ordem democrática.
  5. defender o valor da liberdade e da igualdade naturais, lamentando sua destruição provocada pelo pacto social e pelo direito político.

Resposta: C

Resolução: A opção C, "formular os princípios da liberdade e da igualdade políticas, destacando sua particularidade em relação à liberdade e à igualdade naturais", está correta. Segundo Rousseau, os homens nascem livres e iguais, mas, ao se juntarem em sociedade, devem ceder parte de sua liberdade natural em troca da proteção e dos benefícios da vida em sociedade. Este pacto é o que Rousseau chama de contrato social, e é por meio dele que os indivíduos formam o Estado e a sociedade civil. A liberdade e a igualdade políticas são os valores protegidos pelo Estado e pela sociedade civil, enquanto a liberdade e a igualdade naturais são os valores da natureza humana. A opção C está correta. As outras opções não refletem a filosofia política de Rousseau.

08. (UEMA) Rousseau, para explicar como e onde crescem as desigualdades, aponta estágios. A humanidade ao se desenvolver os transpõe. Os estágios rousseaunianos são os seguintes :

( ) O estado de natureza e seus primeiros progressos.

( ) A idade do ouro.

( ) O primeiro progresso da desigualdade: a propriedade.

( ) O segundo progresso da desigualdade: os magistrados.

( ) O terceiro progresso da desigualdade: o despotismo.

Coloque V para verdadeiro ou F para falso nas afirmações acima e, em seguida, marque a alternativa correta.

  1. V, V, F, F, V.
  2. V, V, V, V, V.
  3. F, F, V, V, V.
  4. V, V, V, F, V.
  5. F, F, F, F, F.

Resposta: B

Resolução: A opção B, "V, V, V, V, V", está correta. Segundo a filosofia política de Rousseau, o homem passa por diferentes estágios de desenvolvimento, cada um marcado por um aumento na desigualdade. O primeiro estágio é o estado de natureza, em que os homens são livres e iguais e não possuem propriedade. O segundo estágio é a idade do ouro, em que os homens são iguais e possuem propriedade, mas ainda não têm magistrados. O terceiro estágio é o primeiro progresso da desigualdade, em que surgem os magistrados e a desigualdade aumenta. O quarto estágio é o segundo progresso da desigualdade, em que a desigualdade aumenta ainda mais com o surgimento de instituições políticas e sociais que protegem os interesses dos mais poderosos. O quinto estágio é o terceiro progresso da desigualdade, ou o despotismo, em que a desigualdade é ainda maior e os indivíduos estão completamente submetidos ao poder de um só homem ou grupo de homens. A opção B está correta, pois todas as afirmações são verdadeiras de acordo com a filosofia política de Rousseau.

09. (PUC-PR) “Que os meus leitores não imaginem, pois, que ouso me vangloriar de ter visto o que me parece tão difícil de ver. Comecei alguns raciocínios, arrisquei algumas conjecturas, menos na esperança de resol-ver a questão do que na intenção de a esclarecer e de a reduzir ao seu verdadeiro estado. Outros pode-rão facilmente ir mais longe no mesmo caminho, sem que seja fácil a ninguém chegar ao termo; porque não é empresa suave discernir o que há de originário e artificial na natureza atual do homem, e conhecer bem um estado que não existe mais, que talvez não tenha existido, que provavelmente não existirá nun-ca, e do qual é, contudo, necessário ter noções justas, para bem julgar do nosso estado presente. Seria preciso mesmo que tivesse mais filosofia do que se pensa quem pretendesse determinar as precauções que tomar para fazer sobre este assunto sólidas observações...”

Fonte: ROUSSEAU, Jean Jacques – Discurso sobre a origem e os fundamentos das desigualdades entre os homens / Jean Jac-ques Rousseau; [introdução de João Carlos Brum Torres]; tradução de Paulo Neves. – Porto Alegre, RS : L&PM, 2008.

O trecho acima foi retirado do prefácio da obra de Rousseau. Neste trecho o autor está tratando de um dos seus temas fundamentais nesta obra. Assinale a alternativa CORRETA que contemple a explicação sobre o tema, segundo Rousseau:

  1. O trecho trata do Estado de Natureza, que segundo o autor, “talvez não tenha existido, que prova-velmente não existirá nunca...”
  2. O trecho fala sobre a perspectiva ética do filósofo, no caso, representada pelas ações sempre conscientes, boas e justas realizadas pelo “Bom Selvagem” na vida em sociedade.
  3. O trecho fala sobre o Estado Civil, que segundo o autor, representa o período em que o homem ainda não vivia em sociedade, fundamentando suas ações nos desejos e instintos mais profundos.
  4. O trecho trata do conflito existente no homem entre seus desejos naturais e os desejos sociais, que segundo o autor, são resolvidos na sociedade pelo poder judiciário, geralmente composto por ho-mens que se qualificam como “Bons Selvagens”.
  5. O trecho fala do Estado de Natureza, que segundo o autor, representa o momento histórico da cidade de Genebra, na qual, os cidadãos viviam uma vida feliz por serem “Bons Selvagens”.

Resposta: A

Resolução: Na passagem, Rousseau discute a dificuldade de entender o conceito de "Estado de Natureza", que ele descreve como um estado hipotético e possivelmente inexistente em que os humanos viviam antes da formação da sociedade. Ele também menciona a necessidade de compreensão filosófica para julgar com precisão o estado atual da sociedade com base nesse conceito. As outras opções de resposta não refletem com precisão o conteúdo da passagem.

10. (PUC-PR ) A respeito da noção de homem (portanto, da antropologia filosófica) presente nesta obra de Rousseau (Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens), é CORRETO afirmar que:

I. Para o autor, o homem nasce puro e permanece bom na medida em que segue a natureza.

II. A sociedade contribui para o crescimento do ser humano, porque potencializa nele as virtudes naturais, contribuindo para que ele se torne ainda mais virtuoso.

III. A sociedade perverte o ser humano e, se o dever lhe parece uma imposição externa, é justamente porque sua bondade natural foi pervertida pela sociedade.

IV. A perversão da natureza humana advém do surgimento da propriedade privada e dos interesses privados em geral, os quais contribuem para que o homem se torne egoísta, mentiroso e destrutivo.

  1. Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas.
  2. Apenas as assertivas I e III estão corretas.
  3. Apenas a assertiva II está correta.
  4. Todas as assertivas estão corretas.
  5. Apenas a assertiva IV está correta.

Resposta: A

Resolução: A resposta correta é A, pois a assertiva I está correta, já que Rousseau acreditava que o homem nasce puro e é a sociedade que o perverte; a assertiva III também está correta, pois Rousseau acreditava que a sociedade perverte o ser humano e o faz ver o dever como uma imposição externa; e a assertiva IV também está correta, pois Rousseau acreditava que o surgimento da propriedade privada e dos interesses privados pervertem a natureza humana e levam o homem a se tornar egoísta, mentiroso e destrutivo. A assertiva II está incorreta, pois Rousseau não acreditava que a sociedade contribuía para o crescimento do ser humano e potencializava suas virtudes naturais.

11. (UDESC) “Renunciar à liberdade é renunciar à qualidade de homem, aos direitos da humanidade, e até aos próprios deveres. Não há nenhuma reparação possível para quem renuncia a tudo. Tal renúncia é incompatível com a natureza do homem. Assim, seja qual for o lado por que se considerem as coisas, o direito de escravizar é nulo, não somente porque ilegítimo, mas porque absurdo e sem significação. As palavras escravidão e direito são contraditórias; excluem-se mutuamente. (Jean-Jacques Rousseau. O Contrato Social.)

O livro O contrato Social, escrito por Rousseau e lançado em 1762, apresenta ideias que confluem com as lutas por “liberdade, igualdade e fraternidade”, conhecido lema da Revolução Francesa.

Com base na citação de Rousseau – O Contrato Social, assinale a alternativa correta a respeito das relações entre a Revolução Francesa e a prática da escravidão.

  1. Um dos princípios da Revolução Francesa, a igualdade, está previsto na Declaração dos direitos do homem e do cidadão. Por este motivo, a partir de 1791, a escravidão, em todas as suas formas, foi abolida e jamais restabelecida nas colônias francesas.
  2. Ainda que o posicionamento dos revolucionários fosse homogêneo, no que diz respeito ao fim da escravidão, esta foi abolida apenas em 1791, com a assinatura de um tratado entre Napoleão e o líder haitiano Toussaint Louverture. Após a assinatura deste tratado, a escravidão jamais foi restabelecida em uma colônia francesa.
  3. A defesa da liberdade e as lutas pelo fim da escravidão eram pautas bastante cômodas para os revolucionários franceses, pois a França nunca contou com pessoas escravizadas em suas colônias.
  4. Os posicionamentos dos revolucionários a respeito da escravidão eram relativamente contraditórios. Apesar das preleções de Rousseau, alguns grupos defendiam, primeiramente, apenas o fim do tráfico negreiro. As lutas pela abolição da escravidão e a independência do Haiti, concretizada apenas em 1804, são representativas destas contradições.
  5. Como a obra não cita as mulheres, pode-se concluir que Jean-Jacques Rousseau era um defensor da escravidão apenas para as mulheres.

Resposta: D

Resolução: A resposta correta é D, pois a citação de Rousseau deixa claro que ele era um defensor da liberdade e do fim da escravidão, e essas ideias confluíram com os princípios da Revolução Francesa de liberdade, igualdade e fraternidade. No entanto, as lutas pela abolição da escravidão e pela independência do Haiti foram bastante contraditórias, pois alguns grupos defendiam apenas o fim do tráfico negreiro e não a abolição da escravidão em si. Além disso, a escravidão só foi abolida de forma definitiva nas colônias francesas em 1791, e não é verdade que a França nunca teve escravos em suas colônias. A assertiva E também está incorreta, pois Rousseau não era a favor da escravidão apenas para as mulheres e a obra não menciona especificamente as mulheres.

12. (UEL) Oswald de Andrade, no Manifesto Antropofágico, procurou transformar o “bom selvagem” de Rousseau num aguerrido selvagem devorador, que digere e transforma a cultura européia do colonizador, tornando-a parte de sua própria cultura.

Considerando a questão do “bom selvagem” no pensamento de Rousseau, é correto afirmar.

  1. A idealização do bom selvagem, no estado de natureza, representa a exaltação da animalidade do homem primitivo que, no estado civil, adquire forma agressiva.
  2. A felicidade original do bom selvagem se realiza no suor de seu trabalho em sua propriedade, de onde retira o necessário para a sua sobrevivência.
  3. O homem, degenerado pela civilização, só poderá recuperar a felicidade que desfrutava no estado de natureza com o retorno à vida isolada no meio das florestas.
  4. No estado de natureza, o bom selvagem busca satisfazer sua necessidade inata de reconhecimento de si e de admiração pelo outro.
  5. No estado de natureza, o bom selvagem é auto-suficiente e vive isolado, sobrevivendo com o que a natureza lhe provê e de acordo com suas necessidades inatas.

Resposta: E

Resolução: A resposta correta é E, pois Rousseau idealizava o homem primitivo no estado de natureza como um bom selvagem que era auto-suficiente e vivia isolado, sobrevivendo com o que a natureza lhe provia de acordo com suas necessidades inatas. Ele não acreditava que o bom selvagem se realizava no suor de seu trabalho em sua própria propriedade, nem que ele buscava satisfazer sua necessidade inata de reconhecimento de si e de admiração pelo outro. Além disso, Rousseau não acreditava que o homem degenerado pela civilização só pudesse recuperar a felicidade do estado de natureza retornando à vida isolada nas florestas, e tampouco que a idealização do bom selvagem representasse a exaltação da animalidade do homem primitivo.

13. (PUC-PR) No Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens, Rousseau elabora conceitualmente a ideia de homem natural como antítese do homem social.

Nesse sentido, é CORRETO afirmar sobre o estágio inicial do homem natural rousseauniano:

  1. Era solitário, forte e naturalmente agressivo. A sua falta de entendimento era compensada pela imaginação ativa. Ignorava a dor e a morte e não dependia dos seus semelhantes para garantir a própria vida e suprir as suas necessidades: fome, sede, repouso.
  2. Vivia em comunidade, era pacífico, ignorava a morte e temia a dor. O seu entendimento e a sua imaginação eram faculdades “adormecidas.” Dependia dos seus semelhantes para garantir a própria vida e suprir as suas necessidades: fome, reprodução, repouso.
  3. O bom selvagem vivia em contato direto com a natureza, era forte e raramente interagia com os seus semelhantes. Com a imaginação e o entendimento “adormecidos”, ignorava a morte, temia a dor e estava voltado unicamente para suprir as suas necessidades: fome, reprodução, repouso.
  4. O bom selvagem era forte e espontaneamente pacífico. Vivia pela ação da imaginação e do entendimento. Temia a dor e a morte e contava com a transparência dos seus semelhantes para suprir as suas necessidades: fome, sede, repouso.
  5. O bom selvagem vivia em comunidade e em contato direto com a natureza. Com a imaginação e o entendimento “adormecidos”, ignorava a dor e temia a morte, estava voltado unicamente para suprir as suas necessidades: fome, reprodução, repouso.

Resposta: C

Resolução: A resposta correta é C, pois de acordo com Rousseau, o bom selvagem vivia em contato direto com a natureza, era forte e raramente interagia com seus semelhantes. Ele tinha a imaginação e o entendimento "adormecidos", ignorava a morte, temia a dor e estava voltado unicamente para suprir suas necessidades básicas, como fome, reprodução e repouso. As outras opções estão incorretas, pois o bom selvagem não era solitário e naturalmente agressivo, nem espontaneamente pacífico, nem dependia dos seus semelhantes para garantir sua vida e suprir suas necessidades. Além disso, ele não era um ser que vivesse pela ação da imaginação e do entendimento, e não contava com a transparência dos seus semelhantes para suprir suas necessidades.

14. (UPE) O pensamento de Jean-Jacques Rousseau, fruto do Iluminismo do século XVIII, serve de base, até hoje, para a estrutura política de vários países democráticos ocidentais.

Sobre essa realidade, assinale a alternativa CORRETA.

  1. No pensamento de Rousseau, gesta-se a teoria do Estado Contratualista.
  2. Os atuais regimes socialistas do ocidente condenam a propriedade privada com base nos textos de Rousseau.
  3. A teoria da tripartição do poder é herança do pensamento de Rousseau.
  4. A teoria contratualista foi desenvolvida por Rousseau na obra Origem da desigualdade social entre os homens.
  5. Na obra Do contrato social, Rousseau defende a propriedade privada.

Resposta: A

Resolução: A resposta correta é A, pois Rousseau desenvolveu a teoria do Estado Contratualista na sua obra "Do Contrato Social". Segundo essa teoria, o poder político é resultado de um contrato feito entre os indivíduos que renunciam sua liberdade natural em troca de segurança e proteção, e o Estado é formado por esses indivíduos através de um contrato social que os une. As outras opções estão incorretas, pois os regimes socialistas não condenam a propriedade privada com base nos textos de Rousseau, a teoria da tripartição do poder não é uma herança do pensamento de Rousseau e a teoria contratualista não foi desenvolvida na obra "Origem da Desigualdade Social entre os Homens". Além disso, Rousseau defende a propriedade privada na sua obra "Do Contrato Social", pois acreditava que ela era necessária para a manutenção da sociedade.

15. (UECE) “A extrema desigualdade na maneira de viver, o excesso de ociosidade por parte de uns, o excesso de trabalho de outros, [...] os alimentos demasiadamente requintados, que nos nutrem de sucos abrasantes e nos sobrecarregam de indigestões, a má alimentação dos pobres, [...]: eis, pois, as funestas garantias de que a maioria dos males é fruto de nossa própria obra, e de que seriam quase todos evitados se conservássemos a maneira simples, uniforme e solitária de viver, que nos foi prescrita pela Natureza.”

Rousseau, J.-J. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1999, p. 61 – Coleção Os Pensadores.

Por meio do trecho acima, é correto concluir que, para Rousseau,

  1. as desigualdades existentes entre os homens não são naturais, mas decorrentes da sociedade.
  2. alguns homens vivem melhor, pois trabalham mais, enquanto outros vivem no ócio e na pobreza.
  3. as desigualdades entre os homens são resultado da natureza e independem da vontade humana.
  4. a natureza humana impede que haja desigualdades entre os homens, mesmo na vida em sociedade.

Resposta: A

Resolução: A resposta correta é A, pois Rousseau afirma que as desigualdades entre os homens não são naturais, mas decorrentes da sociedade e do modo de viver que ela impõe. Ele atribui os males da sociedade à maneira de viver que os homens adotam e afirma que seriam quase todos evitados se os homens mantivessem a maneira simples, uniforme e solitária de viver que a natureza lhes prescreveu. As outras opções estão incorretas, pois Rousseau não afirma que alguns homens vivem melhor por trabalharem mais, que as desigualdades entre os homens são resultado da natureza e independentes da vontade humana, nem que a natureza humana impede que haja desigualdades entre os homens na vida em sociedade.

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