Espinosa ou Spinoza

Lista de 06 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Espinosa ou Spinoza com questões de Vestibulares.


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01. (UFPA) No contexto da cultura ocidental e na história do pensamento político e filosófico, as considerações sobre a necessidade de valores morais prévios na organização do Estado e das instituições sociais sempre foi um tema fundamental devido à importância, para esse tipo de questão, dos conceitos de bem e de mal, indispensáveis à vida em comum.

Diante desse fato da história do pensamento político e filosófico, a afirmação de Espinosa, segundo a qual “Se os homens nascessem livres, não formariam nenhum conceito de bem e de mal, enquanto permanecessem livres” (ESPINOSA, 1983, p. 264), quer dizer o seguinte:

  1. O homem é, por instinto, moralmente livre, fato que condiciona sua ideia de ética social.
  2. Assim como o indivíduo é anterior à sociedade, a liberdade moral antecede noções como bem e mal.
  3. Os valores morais que servem de base para nossa socialização são tão naturais quanto nossos direitos.
  4. Não poderíamos falar de bem e de mal se não nos colocássemos além da liberdade natural.
  5. Não há nenhum vínculo necessário entre viver livre e saber o que são bem e mal.

Resposta: D

Resolução: Segundo a afirmação de Espinosa, se as pessoas nascessem livres, não formariam nenhum conceito de bem e mal enquanto permanecessem livres. Isso significa que não há conexão necessária entre viver livremente e saber o que é bom e mau. As outras opções não refletem com precisão o significado da declaração.

02. (UECE) Sobre a questão da liberdade em Spinoza, a filósofa brasileira Marilena Chauí afirma o seguinte: “[...] o poder teológico-político é duplamente violento. Em primeiro lugar, porque pretende roubar dos homens a origem de suas ações sociais e políticas, colocando-as como cumprimento a mandamentos transcendentes de uma vontade divina incompreensível ou secreta, fundamento da ‘razão de Estado’. Em segundo, porque as leis divinas reveladas, postas como leis políticas ou civis, impedem o exercício da liberdade, pois não regulam apenas usos e costumes, mas também a linguagem e o pensamento, procurando dominar não só os corpos, mas também os espíritos”.

CHAUÍ, Marilena. Espinosa, uma subversão filosófica. Revista CULT, 14 de março de 2010. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/baruch-espinosa/.

O poder teológico-político é violento, porque

  1. submete os homens a leis supostamente transcendentes ao negar-lhes a imanência de suas próprias ações.
  2. retira dos homens a esperança de que suas ações tenham como causa e fim a transcendência divina.
  3. transforma a linguagem e o pensamento dos homens em formas de libertação de corpos e espíritos.
  4. recusa aos usos e costumes o papel de fundamento transcendente das ações políticas e leis civis dos homens.

Resposta: A

Resolução: Marilena Chauí afirma que o poder teológico-político é violento porque pretende roubar dos homens a origem de suas ações sociais e políticas, colocando-as como cumprimento a mandamentos transcendentes de uma vontade divina incompreensível ou secreta, fundamento da "razão de Estado". Ele também é violento porque as leis divinas reveladas, postas como leis políticas ou civis, impedem o exercício da liberdade, pois não regulam apenas usos e costumes, mas também a linguagem e o pensamento, procurando dominar não só os corpos, mas também os espíritos.

03. (UEL) Leia o texto a seguir.

Vimos, assim, que a Alma pode sofrer grandes transformações e passar ora a uma maior perfeição, ora a uma menor, paixões estas que nos explicam as afecções de alegria e de tristeza. Assim, por alegria, entenderei, no que vai seguir-se, a paixão pela qual a Alma passa a uma perfeição maior; por tristeza, ao contrário, a paixão pela qual a Alma passa a uma perfeição menor.

(ESPINOSA, B. Ética. Trad. Antonio Simões. Lisboa: Relógio D’Água, 1992. p. 279).

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o problema da paixão e da afecção em Espinosa, assinale a alternativa correta.

  1. A tristeza é uma ação da alma, consistente na afecção causada por uma paixão, por meio da qual a alma visa a própria destruição.
  2. As transformações da alma, seja o aumento ou a diminuição de intensidade, fazem coexistir paixões contrárias.
  3. O aumento de perfeição, característico de afecção da alegria, vincula-se ao esforço da alma em perceber-se com mais clareza e distinção.
  4. Tristeza e alegria são denominadas paixões porque resultam da ação de distintas dimensões da alma, responsáveis pela produção dessas afecções.
  5. Se uma coisa aumenta a potência de agir do corpo, a ideia dessa mesma coisa diminuirá a potência de pensar da nossa alma.

Resposta: C

Resolução: De acordo com o texto, a alegria é a paixão pela qual a Alma passa a uma perfeição maior, enquanto que a tristeza é a paixão pela qual a Alma passa a uma perfeição menor. Portanto, a opção correta é a letra C, pois ela afirma que o aumento de perfeição, característico de afecção da alegria, vincula-se ao esforço da alma em perceber-se com mais clareza e distinção. As demais opções não estão corretas de acordo com o texto.

04. (Enem Libras) Os filósofos concebem as emoções que se combatem entre si, em nós, como vícios em que os homens caem por erro próprio; é por isso que se habituaram a ridicularizá-los, deplorá-los, reprová-los ou, quando querem parecer mais morais, detestá-los. Concebem os homens, efetivamente, não tais como são, mas como eles próprios gostariam que fossem.

ESPINOSA, B. Tratado político. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

No trecho, Espinosa critica a herança filosófica no que diz respeito à idealização de uma

  1. estrutura da interpretação fenomenológica.
  2. natureza do comportamento humano.
  3. dicotomia do conhecimento prático.
  4. manifestação do caráter religioso.
  5. reprodução do saber tradicional.

Resposta: B

Resolução: No trecho, Espinosa critica a herança filosófica no que diz respeito à idealização da natureza do comportamento humano. Ele afirma que os filósofos concebem as emoções que se combatem entre si, em nós, como vícios em que os homens caem por erro próprio e que eles ridicularizam, deploram, reprovam ou detestam esses vícios, mas essa é uma concepção que não corresponde à realidade dos homens, mas sim ao que os filósofos gostariam que fossem. Portanto, a opção correta é a letra B. As demais opções não estão corretas de acordo com o texto.

05. (UECE) Leia com atenção a seguinte passagem:

“Diz-se livre a coisa que existe exclusivamente pela necessidade de sua natureza e que por si só é determinada a agir. E diz-se necessária, ou melhor, coagida, aquela coisa que é determinada por outra a existir e a operar de maneira definida e determinada”.

SPINOZA, Benedictus de. Ética. Tradução e Notas de Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2007, parte I, definição 7, p. 13. – Texto adaptado.

Sobre a questão da liberdade divina e humana em Spinoza, considere as seguintes afirmações:

I. Somente Deus é livre.

II. A liberdade de Deus consiste em determinar-se por si só a operar.

III. O homem é coagido, pois é determinado por outra coisa a operar de maneira definida e determinada.

É correto o que se afirma em

  1. I, II e III.
  2. II e III apenas.
  3. I e II apenas.
  4. I e III apenas.

Resposta: D

Resolução: De acordo com a passagem, somente Deus é livre, pois é uma coisa que existe exclusivamente pela necessidade de sua natureza e que por si só é determinada a agir. A liberdade de Deus consiste em determinar-se por si só a operar, ou seja, é uma afirmação correta. Já o homem é coagido, pois é determinado por outra coisa a operar de maneira definida e determinada, o que também é uma afirmação correta. Portanto, as afirmações I, II e III são corretas. A opção correta é, portanto, a letra A.

06. (UPE) Sobre o Saber Filosófico e o Estado Democrático, analise o texto a seguir:

O fim último do Estado não é a dominação; não é para reter o homem pelo temor e fazê-lo pertencer a outro que o Estado é instituído; ao contrário, é para libertar o indivíduo do temor, para que ele viva tanto quanto possível em segurança, isto é, conserve ao máximo seu direito natural de existir e de agir. (...) Na realidade, portanto, o fim do Estado é a liberdade.

(COMTE-SPONVILLE, André. A Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 105.)

O autor do texto retrata a singularidade do pensamento de Baruch de Spinoza, um dos grandes racionalistas e filósofos do século XVII. O Estado, se trilhar a ideia democrática e funcionar bem, só tende a propiciar o valor da pessoa humana.

Com relação a esse assunto, assinale a alternativa CORRETA.

  1. O filósofo Spinoza dimensiona que o Estado é a liberdade no âmbito da dominação.
  2. O pensamento de Spinoza preconiza que o Estado instituído tem condição de limitar a liberdade dos indivíduos.
  3. As ideias de Spinoza sobre o Estado Democrático enfatizam que este não é inimigo da liberdade.
  4. Para Spinoza, o Estado é amigo da dominação e deve conservar o mínimo de direito natural de existir e de agir.
  5. No racionalismo de Spinoza, o Estado Democrático deve retirar os direitos inalienáveis.

Resposta: C

Resolução: De acordo com o texto, o fim do Estado é a liberdade, e não a dominação. O Estado é instituído para libertar o indivíduo do temor e para que ele viva tanto quanto possível em segurança, conservando ao máximo seu direito natural de existir e de agir. Portanto, a opção correta é a letra C, pois afirma que as ideias de Spinoza sobre o Estado Democrático enfatizam que este não é inimigo da liberdade. As demais opções não estão corretas de acordo com o texto.

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