Escolástica (Tomás de Aquino)
Lista de 15 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Escolástica (Tomás de Aquino) com questões de Vestibulares.
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Escolástica, escolasticismo ou Filosofia Escolástica, é um método ocidental de pensamento crítico e de aprendizagem, com origem nas escolas monásticas cristãs, que concilia a fé cristã com um sistema de pensamento racional, especialmente o da filosofia grega. Wikipédia
01. (UFU) O filósofo e monge dominicano São Tomás de Aquino (1225 – 1274 d.C.) elaborou uma filosofia que estava fundada em dois pilares principais: a fé cristã e a filosofia de Aristóteles (384 – 322 a.C.).
A respeito da filosofia tomista, é INCORRETO afirmar que Tomás de Aquino
- debateu, com outros filósofos, sobre a filosofia de Aristóteles.
- escreveu sobre várias áreas da filosofia: ética, lógica e outras.
- admitiu, por fim, a superioridade da filosofia sobre a fé cristã.
- propôs argumentos racionais para provar a existência de Deus.
Resposta: C
Resolução: Tomás de Aquino acreditava que a fé cristã e a filosofia deveriam ser complementares e que a fé cristã deveria ser o fundamento da filosofia. Ele defendia que a verdade revelada pela fé cristã poderia ser compreendida e explicada através da razão e da filosofia, e não que a filosofia fosse superior à fé.
02. (UFT) Durante a Idade Média, a filosofia era praticada como forma de justificar dogmas e crenças. Porém, nem sempre havia uma concordância no modo como isso era feito entre os filósofos. Como exemplo disso, temos as pretensas provas da existência de Deus. As mais famosas são as cinco vias de Tomás de Aquino (1225-1274) que, partindo das categorias aristotélicas, pressupunha que Deus é o primeiro na ordem ontológica, mas não na ordem psicológica, de maneira que se deveria partir do mundo e do seu movimento para chegar à sua origem divina. O outro modo de provar é o argumento ontológico de Anselmo de Aosta (1033-1109), que faz o movimento especulativo contrário a Tomás de Aquino, partindo daquilo que sabemos de Deus independentemente da experiência sensível.
Com base nestas informações, marque a alternativa que NÃO corresponde às vias de Tomás de Aquino.
- Todas as coisas que existem foram causadas por outras. E estas, por sua vez, por outras, de maneira que na ordem da causalidade do movimento se pressupõe um motor primeiro: uma causa não causada que causou todas as causas: Deus.
- Observamos que as coisas que existem não possuem, em si mesmas, a existência como propriedade precípua, pois são contingentes. Aquilo que agora é não foi em algum momento, portanto, se tudo o que existe pudesse deixar de existir, nada existiria, mas como existem, significa que há um ser necessário: Deus.
- Não se pode conceber Deus senão como uma ideia que supera em grandeza todas as outras. Ele é a ideia da qual não se pode pensar nada maior. Se dissermos que Deus não existe, isso equivaleria a afirmar que há algo na mente que é maior do que aquilo do qual não se pode pensar nada maior, o que seria contraditório; portanto, Deus existe, necessariamente.
- A finalidade que observamos no mundo mostra que as coisas seguem um fim determinado segundo sua natureza. Como os seres sem consciência perseguem igualmente seu télos, pressupõe-se que há uma inteligência que a tudo guia: Deus.
Resposta: C
Resolução: Não se pode conceber Deus senão como uma ideia que supera em grandeza todas as outras. Ele é a ideia da qual não se pode pensar nada maior. Se dissermos que Deus não existe, isso equivaleria a afirmar que há algo na mente que é maior do que aquilo do qual não se pode pensar nada maior, o que seria contraditório; portanto, Deus existe, necessariamente.
Essa afirmação NÃO corresponde às vias de Tomás de Aquino, pois se trata do argumento ontológico de Anselmo de Aosta, que é um modo diferente de provar a existência de Deus. A filosofia de Tomás de Aquino se baseia nas categorias aristotélicas e parte do mundo e do seu movimento para chegar à origem divina.
03. (Enem 2018) Desde que tenhamos compreendido o significado da palavra “Deus”, sabemos, de imediato, que Deus existe.Com efeito, essa palavra designa uma coisa de tal ordem que não podemos conceber nada que lhe seja maior. Ora, o que existe na realidade e no pensamento é maior do que o que existe apenas no pensamento. Donde se segue que o objeto designado pela palavra “Deus”, que existe no pensamento, desde que se entenda essa palavra, também existe na realidade. Por conseguinte, a existência de Deus é evidente.
TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Rio de Janeiro: Loyola, 2002.
O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de Aquino caracterizada por
- reiterar a ortodoxia religiosa contra os heréticos.
- sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé.
- explicar as virtudes teologais pela demonstração.
- flexibilizar a interpretação oficial dos textos sagrados.
- justificar pragmaticamente crença livre de dogmas.
Resposta: B
Resolução: Ele sustenta que a existência de Deus é evidente, pois a palavra "Deus" designa algo tão grande que não podemos conceber nada maior, e como o que existe na realidade e no pensamento é maior do que o que existe apenas no pensamento, a existência de Deus é evidente. Isso se diferencia do raciocínio de Tomás de Aquino, que se baseava nas categorias aristotélicas e partia do mundo e do seu movimento para chegar à origem divina.
04. (UECE) “Sto. Tomás [de Aquino], sempre fiel às legítimas tradições, afirma a distinção entre direito natural e direito positivo, em sólido artigo da Suma Teológica (II-II 57, 2). O termo direito aplica-se aos dois direitos analogicamente, alicerçando Santo Tomás a sua distinção em Aristóteles. Haverá um direito proveniente ‘da própria natureza da coisa’, direito natural, que não se confunde com as normas da justiça firmadas entre duas pessoas, ou estabelecidas pela autoridade pública (direito positivo). Enquanto o primeiro direito independe da vontade humana, o segundo nasce dela por uma convenção estabelecida.”
MOURA, Odilão, D. A Doutrina do Direito Natural em Tomás de Aquino. In: Veritas, Porto Alegre, vol. 40, n. 159, setembro, 1995, p. 484.
Com base na citação acima, é correto definir o Direito Natural, em Tomás de Aquino, como
- o conjunto de leis divinas revelado pelos profetas.
- o direito racional em si mesmo, que independe das leis civis.
- as leis que regem os fenômenos naturais, mas não os civis.
- a essência em comum entre as diversas legislações civis.
Resposta: B
Resolução: Sim, é correto definir o Direito Natural, em Tomás de Aquino, como o direito racional em si mesmo, que independe das leis civis. Segundo a citação, Tomás de Aquino afirma a distinção entre direito natural e direito positivo e baseia essa distinção em Aristóteles. O direito natural é aquele que provém da própria natureza da coisa e não se confunde com as normas da justiça estabelecidas entre duas pessoas ou pela autoridade pública (direito positivo), enquanto o direito positivo nasce da vontade humana por uma convenção estabelecida.
05. (IFPR) São Tomás de Aquino (1226-74), monge dominicano, conhecido como um dos Doutores da Igreja, produziu vasta obra em que procurou conciliar a filosofia aristotélica com os princípios do cristianismo. Por isso, para além de Aristóteles tomou como inspiração os trabalhos de Santo Agostinho, Avicena, Averróis, entre outros filósofos medievais. A partir de sua contribuição, a Igreja:
- reforçou o princípio da revelação divina.
- harmonizou, no plano artístico e cultural, elementos pagãos e cristãos.
- incorporou à teologia (fundada na revelação) a filosofia (baseada no exercício da razão humana).
- enfatizou o entendimento de Deus pelo exercício da realidade sensorial.
Resposta: C
Resolução: Sim, é correto afirmar que São Tomás de Aquino procurou conciliar a filosofia aristotélica com os princípios do cristianismo, e que ele teve como inspiração também outros filósofos medievais, como Santo Agostinho, Avicena e Averróis. Além disso, sua contribuição permitiu que a Igreja incorporasse à teologia (fundada na revelação) a filosofia (baseada no exercício da razão humana), o que permitiu uma maior compreensão e explicação dos princípios cristãos através do uso da razão e da filosofia.
06. (UFT) Segundo Tomás de Aquino, o homem é entendido como um composto de corpo e alma, fazendo eco, sobretudo, a teorias aristotélicas sobre o ser humano. Por isso, na Suma contra os gentios o filósofo afirma que “é impossível que o homem e o animal sejam uma alma servindo-se de um corpo, e não uma coisa composta de corpo e alma”.
Fonte: TOMÁS DE AQUINO. Suma contra os gentios. Caxias do Sul: Sulina, 1990, p. 264.
Tendo em vista esta citação, assinale a alternativa que NÃO apresenta uma característica que o Aquinata utiliza para descrever o homem:
- A alma é compreendida como componente essencial a todos os seres vivos, doando a vida aos seres animados, como é o caso do homem.
- Tomás de Aquino propõe o homem como um ser intermediário, que pertence ao reino imaterial por sua alma, que é unida por essência ao corpo físico.
- Para Tomás de Aquino, é preciso dedicar cuidados especiais e maiores à alma, em detrimento do corpo que a aprisionaria como uma espécie de cárcere.
- Conforme o pensamento tomista, o homem, diferentemente dos animais que possuem uma alma sensitiva, possui uma alma racional.
Resposta: C
Resolução: Para Tomás de Aquino, é preciso dedicar cuidados especiais e maiores à alma, em detrimento do corpo que a aprisionaria como uma espécie de cárcere.
Essa afirmação NÃO apresenta uma característica que o Aquinata utiliza para descrever o homem, pois Tomás de Aquino acreditava que o homem é composto de corpo e alma e que ambos são importantes e necessários para a existência humana. Ele não defendia que o corpo fosse visto como um cárcere para a alma, mas sim que ambos são complementares e necessários para a existência humana.
07. (PUC-PR) Na sua obra Suma Teológica, Tomás de Aquino tenta conciliar os valores da fé com os valores da razão, levando em conta a filosofia de Aristóteles. Nesse sistema, a Prudência aparece como uma das virtudes indispensáveis para o bom agir do ser humano.
Sobre essa virtude é CORRETO afirmar que:
I. A Prudência se apresenta, ao lado da razão, como caminho para a felicidade, já que possibilita ao homem agir corretamente.
II. A Prudência é um uso reto da razão aplicada ao agir humano.
III. A boa ação, guiada pela Prudência, parte de uma análise correta da realidade (uso da razão) e é essa análise que possibilita tomar a decisão correta numa dada situação específica.
IV. A Prudência não é mais do que uma virtude que ajuda a decidir o que fazer no futuro e de bem avaliar o que já foi feito. Sendo assim, ela não teria nenhuma aplicabilidade no presente.
- Apenas as assertivas I e II estão corretas.
- Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
- Apenas as assertivas II e IV estão corretas.
- Todas as assertivas estão corretas.
- Apenas a assertiva IV está correta.
Resposta: B
Resolução: Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
A afirmação I é correta, pois na obra de Tomás de Aquino, a Prudência é apresentada como uma virtude fundamental para o bom agir do ser humano e é vista como um caminho para a felicidade, já que permite ao homem agir de forma correta.
A afirmação II também é correta, pois a Prudência é entendida como um uso reto da razão aplicada ao agir humano.
A afirmação III está correta, pois a boa ação, guiada pela Prudência, parte de uma análise correta da realidade (uso da razão) e é essa análise que possibilita tomar a decisão correta numa dada situação específica.
A afirmação IV está incorreta, pois a Prudência não é apenas uma virtude para decidir o que fazer no futuro e avaliar o que já foi feito, mas também é importante para orientar as ações no presente e tomar decisões corretas naquele momento.
08. (Unaerp) O apogeu de uma concepção tipicamente “medieval” costuma ser associado à força do tomismo no século XIII. A obra de São Tomás de Aquino realizou a bem-sucedida fusão entre o pensamento teológico da Igreja, baseado em Santo Agostinho e na tradição evangélica, e a filosofia grega, introduzindo elementos racionalistas numa concepção profundamente intuitiva e mística.
WEHLING, Arno & WEHLING, Maria José C. M. Formação do Brasil Colonial. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999, p.30.
Durante a Idade Média, a Igreja Católica foi a instituição mais organizada, rica e poderosa da Europa. Entre os séculos V e XV, diferentes filosofias confundiram-se com a própria teologia, e dois pensadores da Igreja foram fundamentais para o estabelecimento dos objetivos da instituição em dois momentos distintos: a consolidação do cristianismo como religião oficial do Império Romano e a defesa do catolicismo no período de nascimento do protestantismo. Foram eles, respectivamente, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Sobre o pensamento desses dois religiosos, pode-se afirmar que
- Santo Agostinho levou a cabo o processo de cristianização de Aristóteles, afirmando que a essência do ser humano é ser um animal racional, independentemente de ter ou não uma existência individual.
- São Tomás de Aquino afirmava que somente com a fé seria possível alcançar a felicidade eterna, que estaria presente nas coisas de Deus, não no mundo dos homens, o que o aproximava do pensamento de Sófocles.
- Santo Agostinho foi um dos representantes da escolástica, forma de pensamento crítico que buscava conciliar a fé cristã e o racionalismo, especialmente o defendido pela filosofia romana.
- Santo Agostinho, em sua busca pela conciliação entre a filosofia aristotélica e os dogmas do catolicismo, atacava o pensamento de Platão ao afirmar que não existiria hierarquia entre o corpo e a alma.
- São Tomás de Aquino afirmava que a essência dos seres humanos estaria ligada àquelas características que a vontade do Criador teria incutido individualmente em cada pessoa.
Resposta: E
Resolução: São Tomás de Aquino foi um pensador medieval conhecido por sua obra, que combinou o pensamento teológico da Igreja Católica com a filosofia grega, introduzindo elementos racionalistas em uma concepção intuitiva e mística. Ele foi fundamental na consolidação do tomismo como uma doutrina dominante na Igreja Católica durante o século XIII. Ele acreditava que a essência dos seres humanos estava ligada às características individuais que a vontade do Criador havia incutido em cada pessoa.
09. (UECE) “Portanto, deve-se dizer que como a lei escrita não dá força ao direito natural, assim também não pode diminuir-lhe nem suprimir-lhe a força; pois, a vontade humana não pode mudar a natureza. Portanto, se a lei escrita contém algo contra o direito natural, é injusta e não tem força para obrigar. Pois, só há lugar para o direito positivo, quando, segundo o direito natural, é indiferente que se proceda de uma maneira ou de outra, como já foi explicado acima. Por isso, tais textos não hão de chamar leis, mas corrupções da lei, como já se disse. E portanto, não se deve julgar de acordo com elas.”
Tomás de Aquino, Suma Teológica, II, Questão 60, Art. 5.
Com base na passagem acima, é correto afirmar que
- a lei escrita só é legítima se for baseada no direito natural.
- o direito positivo não é a lei escrita, mas dos costumes.
- o direito natural só é legítimo se expresso na lei escrita.
- não há diferença entre direito natural e direito positivo.
Resposta: A
Resolução: Sim, é correto afirmar que a lei escrita só é legítima se for baseada no direito natural, de acordo com a passagem acima. A lei escrita não pode diminuir ou suprimir a força do direito natural, pois a vontade humana não pode mudar a natureza. Se a lei escrita contém algo contra o direito natural, é considerada injusta e não tem força para obrigar. Apenas o direito positivo, que é indiferente à escolha de uma maneira ou outra, pode ser considerado como lei válida, segundo a passagem. Leis que violam o direito natural são consideradas corrupções da lei e não devem ser julgadas.
10. (UFU) Com efeito, existem a respeito de Deus verdades que ultrapassam totalmente as capacidades da razão humana. Uma delas é, por exemplo, que Deus é trino e uno. Ao contrário, existem verdades que podem ser atingidas pela razão: por exemplo, que Deus existe, que há um só Deus etc.
AQUINO, Tomás de. Súmula contra os Gentios. Capítulo Terceiro: A possibilidade de descobrir a verdade divina. Tradução de Luiz João Baraúna. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 61.
Para São Tomás de Aquino, a existência de Deus se prova
- por meios metafísicos, resultantes de investigação intelectual.
- por meio do movimento que existe no Universo, na medida em que todo movimento deve ter causa exterior ao ser que está em movimento.
- apenas pela fé, a razão é mero instrumento acessório e dispensável.
- apenas como exercício retórico.
Resposta: B
Resolução: Sim, de acordo com a passagem acima, São Tomás de Aquino afirma que existem verdades a respeito de Deus que ultrapassam as capacidades da razão humana, como a crença de que Deus é trino e uno. Por outro lado, ele acredita que existem verdades sobre Deus que podem ser atingidas pela razão humana, como a existência de Deus e a existência de um único Deus. Ele argumenta que a existência de Deus pode ser provada pela observação do movimento no universo, pois todo movimento deve ter uma causa externa ao ser que está em movimento.
11. (Enem PPL 2019) Tomás de Aquino, filósofo cristão que viveu no século XIII, afirma: a lei é uma regra ou um preceito relativo às nossas ações. Ora, a norma suprema dos atos humanos é a razão. Desse modo, em última análise, a lei está submetida à razão; é apenas uma formulação das exigências racionais. Porém, é mister que ela emane da comunidade, ou de uma pessoa que legitimamente a representa.
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da filosofia cristã. Petrópolis: Vozes, 1991 (adaptado).
No contexto do século XIII, a visão política do filósofo mencionado retoma o
- pensamento idealista de Platão.
- conformismo estoico de Sêneca.
- ensinamento místico de Pitágoras.
- paradigma de vida feliz de Agostinho.
- conceito de bem comum de Aristóteles.
Resposta: E
Resolução: Sim, de acordo com a passagem, Tomás de Aquino afirma que a lei é uma regra ou preceito relativo às ações humanas e que a norma suprema dos atos humanos é a razão. Ele argumenta que a lei está submetida à razão e é apenas uma formulação das exigências racionais, mas é necessário que ela emane da comunidade ou de uma pessoa que legitimamente a representa. No contexto do século XIII, a visão política de Tomás de Aquino retoma o conceito de bem comum de Aristóteles, que é a busca pelo bem-estar geral da sociedade.
12. (UFU) Leia com atenção o texto abaixo:
“Nos três primeiros artigos da 2ª questão da Suma de Teologia, Tomás de Aquino discute sobre a existência de Deus. Suas conclusões são: 1) a existência de Deus não é auto evidente, sendo preciso demonstrá-la; 2) a existência de Deus não pode ser demonstrada a partir de sua essência (pois isso ultrapassa a nossa capacidade de conhecimento); 3) a existência de Deus pode ser demonstrada, contudo, a partir de seus efeitos (demonstração quia), isto é, a partir da natureza criada podemos conhecer algo a respeito do seu Criador. A partir disso, ele desenvolve cinco argumentos ou vias segundo as quais se pode mostrar, a partir dos efeitos, que Deus existe.”
Adaptado de: MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000. p. 126-130.
Sobre as cinco vias da prova da existência de Deus, elaboradas por Tomás de Aquino, assinale a alternativa INCORRETA
- Nos argumentos de Tomás de Aquino sobre a existência de Deus, pode-se perceber a influência dos escritos de Aristóteles em seu pensamento.
- Segundo a prova teleológica, tudo que obedece a uma finalidade pressupõe uma inteligência que o criou com tal finalidade, como o carpinteiro em relação a uma mesa; ora, percebemos a finalidade no Universo (todas as criaturas têm uma finalidade); logo, Deus é o princípio que dá essa finalidade ao Universo.
- Segundo a prova que se baseia no movimento, Deus é considerado o motor imóvel, isto é, como a causa primeira do movimento que percebemos no mundo, e deve ser imóvel para evitar o regresso ao infinito.
- Qualquer pessoa que consiga compreender os argumentos das cinco vias conhecerá, com certeza evidente, a essência de Deus.
Resposta: D
Resolução: De acordo com Tomás de Aquino, a prova do movimento baseia-se na observação do movimento no mundo e no fato de que todo movimento deve ter uma causa exterior ao ser que está em movimento, ou seja, um motor. Ele argumenta que essa causa primeira deve ser imóvel para evitar o regresso ao infinito, mas não é necessariamente imóvel.
13. (ESPM) No século XIII surgiu a Escolástica, corrente filosófica que, a partir de então, dominou o pensamento medieval.
(Rubim Santos Leão de Aquino. História das Sociedades: das Comunidades Primitivas às Sociedades Medievais)
A Escolástica:
- teve em Santo Agostinho seu maior expoente e era teocêntrica;
- teve em Alberto Magno seu maior expoente e refutava o teocentrismo, pregando o antropocentrismo;
- teve em Tomás de Aquino seu principal expoente e foi uma tentativa de harmonizar a razão com a fé;
- considerava que a razão podia proporcionar uma visão completa e unificada da natureza ou da sociedade;
- pregava o recurso racional da força, sendo este mais importante do que o exercício da virtude ou da fé.
Resposta: C
Resolução: Sim, é correto afirmar que a Escolástica surgiu no século XIII e foi uma corrente filosófica que dominou o pensamento medieval. Tomás de Aquino foi o principal expoente dessa corrente e a Escolástica foi uma tentativa de harmonizar a razão com a fé. A escolástica buscava compreender e defender a doutrina cristã através do uso da razão e da filosofia, buscando conciliar as verdades da fé com os conhecimentos científicos e filosóficos da época.
14. (FEI) “São Tomás de Aquino (1225-1274), professor da Universidade de Paris, foi o mais influente filósofo escolástico, inspirado na teologia cristã e no pensamento de Aristóteles, elaborou a Suma Teológica, obra em que discorreu sobre os mais diversos assuntos, como religião, economia e política. O pensamento de São Tomás constituiu poderoso instrumento de ação do clero durante a Baixa Idade Média.”
(Vicentino, Cláudio. História Geral. São Paulo: Scipione, 1999. p.158)
O tomismo, doutrina escolástica de São Tomás:
- apoiava-se na ideia de predestinação de Santo Agostinho.
- aceitava a usura, diferentemente das demais doutrinas cristãs.
- substituiu a ideia agostiniana de predestinação pela de livre-arbítrio.
- defendia a supressão do clero como mediador entre Deus e seus fiéis.
- questionava a infalibilidade da autoridade papal.
Resposta: C
Resolução: O pensamento de São Tomás de Aquino foi fortemente marcado pelo homem como agente moral e responsável pela suas ações. Por isso, afirma-se que o Tomás de Aquino rejeitou a ideia de predestinação proposta pelo Agostinho.
15. (UFRN) Leia o texto abaixo, que exemplifica a principal característica da filosofia escolástica da Baixa Idade Média, e, em seguida, assinale a opção que apresenta essa característica.
“Muitas coisas até às quais o intelecto do homem deverá penetrar permanecem escondidas. Por trás do acidente está escondida a natureza substancial da coisa; (…) porque as coisas inteligíveis estão, como se estivessem, dentro das coisas sensíveis; e nas causas estão ocultos os efeitos, e inversamente. Portanto, visto que o conhecimento humano começa com os sentidos e a partir de fora, é claro que quanto mais forte for a luz do intelecto tanto mais longe penetrará no interior das coisas. Mas a luz do nosso intelecto natural é de virtude finita e pode alcançar apenas o que é limitado. Por esta razão o homem precisa da luz sobrenatural a fim de atingir o conhecimento que não pode conhecer por meio da luz natural; e essa luz sobrenatural dada ao homem é chamada donum intelectus.
[S. Tomás de Aquino, Summa Theologiae, q. VIII, art. I.]
- Harmonia entre razão e fé, crendo que a verdade dependia não apenas da revelação divina, mas do esforço do próprio homem.
- Confiança no poder ilimitado da razão que, em sua capacidade de inquirir, investigar e compreender, conhece a totalidade do real.
- Crença de que basta a observação da natureza para o homem conhecer a essência das coisas.
- Ênfase na iluminação divina como único caminho para o homem chegar ao conhecimento e à verdade.
Resposta: A
Resolução: A principal característica da filosofia escolástica da Baixa Idade Média apresentada no texto é a harmonia entre razão e fé, crendo que a verdade dependia não apenas da revelação divina, mas do esforço do próprio homem. A filosofia escolástica buscava compreender e defender a doutrina cristã através do uso da razão e da filosofia, buscando conciliar as verdades da fé com os conhecimentos científicos e filosóficos da época.