Martin Heidegger
Lista de 07 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Martin Heidegger com questões de Vestibulares.
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Martin Heidegger foi um filósofo, escritor, professor e reitor universitário alemão. É amplamente reconhecido como um dos filósofos mais originais e importantes do século XX. Wikipédia
01. (Unioeste) Martin Heidegger (1889-1976) afirmou: “ser homem já significa filosofar”. Sua tese é a seguinte: O homem se caracteriza pela distinção entre o “é” e as características de qualquer coisa, ou seja, de qualquer ente; com isso, no encontro cotidiano com os entes, antecipadamente (antes de encontrá-los e conhecê-los) sabemos (a) que eles são e (b) que eles não são o “ser”, que são diferentes de sua “existência”. Eis por que todos podemos, a qualquer instante, nos lançar às perguntas pelo ser dos entes e pelo sentido do ser em geral, ou seja, às perguntas filosóficas.
Independente de filosofarmos expressamente, as questões e a força para a investigação, portanto, estariam na raiz mesma de nosso ser, e precedem todo conhecimento e pensamento aplicado.
De modo análogo, a primeira frase da Metafísica de Aristóteles afirma: “Todos os seres humanos tendem essencialmente ao Saber”. Essa tendência essencial significa que uma propensão para o Saber está presente, ainda que inexplorada, em todos os seres humanos. Como Aristóteles escolheu, para o Saber, uma palavra grega que se assemelha ao “Ver” imediato (eidénai), pode-se compreender que se trata tanto do conhecimento em geral quanto (e principalmente) do Saber metafísico, sobre o princípio essencial ou estrutura metafísica da realidade. Em suma, Aristóteles já estaria dizendo que ser homem significa filosofar.
Com base no que foi dito, marque a alternativa CORRETA:
- Uma contradição total reina entre as teses contemporâneas e gregas, em filosofia.
- Não tem importância central a atenção nem a interpretação das formulações e termos filosóficos.
- Segundo Heidegger, a distinção entre o ente e o ser torna possível o pensamento.
- Aristóteles afirma a tendência essencial do ser humano a ficar preso ao sentido da visão, nas sombras.
- Heidegger e Aristóteles têm como tese que filosofar expressamente é um destino humano comum.
Resposta: E
Resolução: Ambos Heidegger e Aristóteles defendem a ideia de que filosofar é uma característica inerente ao ser humano. Heidegger argumenta que o homem se caracteriza pela distinção entre o "é" e as características dos entes, o que o leva a fazer perguntas filosóficas sobre o ser dos entes e o sentido do ser em geral. Aristóteles também afirma que todos os seres humanos tendem essencialmente ao Saber, incluindo o Saber metafísico sobre a estrutura essencial da realidade. Portanto, ambos concordam que filosofar é uma tendência fundamental do ser humano.
02. (Unioeste) Segundo Martin Heidegger, “metafísica” é o cerne do filosofar, marcado pelo esquecimento do ser. Tendo privilegiado o ente (conjunto de todos os seres), procurando-lhe a região suprema, toda a filosofia foi destinada a ignorar a pergunta explícita pelo ser. “Qual é o sentido de ‘ser’?”, pergunta a obra principal de Heidegger, Ser e tempo. Essa pergunta é diferente da pergunta “O que é ser?”, cujo formato levaria a confundir ser com ente. De um ente podemos dizer o que é, dar- -lhe definição, encontrar suas características; mas ser não tem características, é indefinível, não se reporta a nenhum gênero – e, mesmo assim, seu significado parece óbvio. Todos sabemos o que ser significa, mas ninguém pode dizer algo a respeito.
Com base nisso, o primeiro parágrafo da obra mencionada aduz os três grandes preconceitos por meio dos quais a filosofia ter-se-ia dispensado de investigar o ser. São eles: ser é maximamente universal, e por isso não podemos conhecê-lo (já que conhecer algo seria dizer a que gênero pertence e qual a diferença que o especifica); ser é indefinível; ser é evidente por si mesmo em todo comportamento humano. Em contrapartida, o pensador alemão afirma: da máxima universalidade só descobrimos que ser não é ente; da indefinibilidade somente descobrimos que o discurso sobre ser não é o da definição, não é a linguagem a que estamos habituados no senso comum ou nas ciências, uma vez que estas tratam dos entes; da evidência do significado de ser em todo comportamento descobrimos a tarefa de dar fundamento a essa evidência, já que sabemos sem nada poder dizer, isto é, sabemos sem saber.
Partindo do enunciado e de seus conhecimentos, assinale a alternativa INCORRETA
- A forma “o que é x?” corresponde a investigações sobre entes; a obra principal de Heidegger pergunta o que é o ser.
- A obra principal de Martin Heidegger é um tratado filosófico que compreende a filosofia que o precede como metafísica, e esta, como investigação sobre o ente, em detrimento do ser.
- A metafísica dispensou-se de investigar o ser alegando sua máxima universalidade, indefinibilidade e evidência; Heidegger responde a esses preconceitos a partir da diferença entre ente e ser.
- A pergunta pelo ser difere de toda pergunta por ente; os entes têm determinações, características, sejam “reais” ou não, e cabe perguntar o que são. Mas, quanto ao ser, esse modo de perguntar é um equívoco.
- A diferença entre ser e ente implica que a filosofia, a qual pergunta pelo ser dos entes e não pelo ser ele mesmo, toca a questão do ser constantemente, sem enfrentá-la explicitamente.
Resposta: A
Resolução: A forma "o que é x?" de fato corresponde a investigações sobre entes. No contexto filosófico, entes referem-se a objetos, seres, coisas, ou qualquer entidade existente. Por exemplo, se perguntarmos "o que é uma mesa?", estamos buscando entender a natureza, características e definição de uma mesa, que é um ente.
Por outro lado, a obra principal de Heidegger, "Ser e Tempo", não pergunta diretamente "o que é o ser?", como se fosse uma definição ou descrição precisa do ser. Em vez disso, Heidegger aborda a questão do ser de maneira mais fundamental, indagando sobre a experiência do ser humano no mundo, sua existência e como ele compreende o ser das coisas que o cercam. Heidegger investiga a relação entre o ser do ser humano e o ser dos entes, enfatizando a importância do modo de ser do ser humano (Dasein) na compreensão do ser em geral.
03. (UPE) Sobre o pensamento filosófico, analise o texto a seguir:
Que representa a filosofia? – é uma das raras possibilidades de existência criadora.
Seu dever inicial é tornar as coisas mais refletidas, mais profundas.
HEIDEGGER. M. Apud: BUZZI, Arcângelo. Introdução ao pensar: o ser, o conhecimento, a linguagem, 1991, p. 147.
Coloque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) O pensar filosófico busca a verdade nas diversas significações do serverdadeiro. Busca e possui o significado e a substância da verdade única.
( ) O pensamento filosófico se distingue do conhecimento científico pela sua dimensão de profundidade e radicalidade.
( ) A filosofia deseja conhecer as raízes da realidade, penetrando nela, no mais íntimo e investigando-lhe o sentido, o valor, a finalidade.
( ) O pensar filosófico é caracterizado pela busca cessante do sentido último das coisas e também por ser um saber particular acerca das questões fundamentais.
( ) A filosofia não é sophia em si mesma, nem ciência e sabedoria ao mesmo tempo. É o desejo, a procura, o amor dessa sophia.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.
- F, F, V, V, F
- V, F, V, V, F
- F, V, V, F, V
- F, F, F, V, V
- V, V, V, F, F
Resposta: C
Resolução:
(F) O pensar filosófico busca a verdade nas diversas significações do serverdadeiro. Busca e possui o significado e a substância da verdade única.
(V) O pensamento filosófico se distingue do conhecimento científico pela sua dimensão de profundidade e radicalidade.
(V) A filosofia deseja conhecer as raízes da realidade, penetrando nela, no mais íntimo e investigando-lhe o sentido, o valor, a finalidade.
(F) O pensar filosófico é caracterizado pela busca cessante do sentido último das coisas e também por ser um saber particular acerca das questões fundamentais.
(V) A filosofia não é sophia em si mesma, nem ciência e sabedoria ao mesmo tempo. É o desejo, a procura, o amor dessa sophia.
04. (UPE) Observe o texto a seguir sobre a linguagem como atividade humana.
As palavras e a linguagem não constituem cápsulas em que as coisas são empacotadas para comércio de quem escreve e fala. É na palavra, na linguagem, que as coisas chegam a ser e são.
Heidegger, M. Introdução à metafísica. Rio, 1969, p. 44.
Com base no texto acima, examine as afirmativas a seguir sobre a linguagem humana:
I. A linguagem humana em sua forma abstrata distancia o homem da experiência vivida, enquanto a linguagem animal objetiva a adaptação à situação concreta.
II. A linguagem humana funciona como meio de comunicação do homem com o mundo e com o meio no qual vive, além de ser imprescindível à vida social, à política, à expressão do pensamento e das artes.
III. A linguagem como atividade humana é o único instrumento na formação do mundo cultural, uma vez que permite ao homem se ater, apenas, ao mundo concreto material.
IV. A linguagem humana se baseia em conceitos, e a linguagem de outras espécies animais, em sua riqueza de expressão, tem também um aspecto conceitual.
Estão CORRETAS apenas
- I, II e III.
- I, III e IV.
- I e II.
- II e IV.
- II e III.
Resposta: C
Resolução: De acordo com o texto apresentado, podemos verificar que:
I. A linguagem humana em sua forma abstrata distancia o homem da experiência vivida, enquanto a linguagem animal objetiva a adaptação à situação concreta. -
II. A linguagem humana funciona como meio de comunicação do homem com o mundo e com o meio no qual vive, além de ser imprescindível à vida social, à política, à expressão do pensamento e das artes. - Essa afirmação é suportada pelo trecho "É na palavra, na linguagem, que as coisas chegam a ser e são."
III. A linguagem como atividade humana é o único instrumento na formação do mundo cultural, uma vez que permite ao homem se ater, apenas, ao mundo concreto material. - Essa afirmação não é mencionada no texto e não pode ser inferida a partir dele.
IV. A linguagem humana se baseia em conceitos, e a linguagem de outras espécies animais, em sua riqueza de expressão, tem também um aspecto conceitual. - Essa afirmação não é mencionada no texto e não pode ser inferida a partir dele.
05. (Unioeste) O filósofo alemão Martin Heidegger publicou, em 1927, sua obra Ser e tempo, que rapidamente ganhou notoriedade e ocupa posição central nos debates de várias correntes e temas filosóficos. Entre as inovações da obra, está a elevação da tonalidade afetiva ao centro da possibilidade de compreensão do mundo. Compreendemos algo sempre situado em algum contexto: primeiro dá-se algo como sala de aula, ou como sala de visitas, ou como sala de jogos, e somente por abstração imaginaríamos uma ‘pura sala’, a ‘sala em si mesma’. Toda compreensão é, assim, interpretativa (algo aparece sempre como algo, x aparece como sala de aula, etc.). Mas, além disso, toda compreensão é atravessada por tonalidade afetiva. Nunca se está apenas puramente em uma sala de aula; está-se ali de algum modo, tocado por uma tonalidade de afeto: tédio, ansiedade, cansaço, alegria, expectativa... A tonalidade mostra, abre, unifica a sala de aula, que, sem isso, seria um ajuntamento de partes. O ‘como aparece’ antecede o ‘o que aparece’: os entes não são essências determinadas, eles dependem do modo de aparecimento, que inclui interpretação e tonalidade afetiva.
Essa ontologia diverge frontalmente da metafísica da substância, ligada a certa leitura do aristotelismo. Segundo essa metafísica, o conhecimento verdadeiro e ‘primeiro’ dos entes implica visualizar sua substância ou essência, o que se faz e se expressa na definição, que diz o que é x.
Com base nas indicações precedentes, assinale a alternativa CORRETA.
- Ao se adotar a perspectiva substancialista, fundada em certas leituras da filosofia aristotélica, as teses de Ser e tempo sobre a tonalidade afetiva complementam perfeitamente a tarefa de uma definição, a qual, segundo Aristóteles, deve ser compreensiva, interpretativa e caracterizada pela tonalidade afetiva análoga.
- Compreensão é sempre interpretativa, e, além disso, atravessada e unificada por uma tonalidade afetiva. Essa tese de Ser e tempo oferece um ponto de partida para a comparação com Aristóteles e, com base nela, Heidegger afirma que as definições são todas poéticas.
- Segundo Heidegger, o erro aristotélico reside em ignorar os sentimentos e optar somente pela racionalidade. Com isso, a definição se tornaria impossível, pois toda definição depende de uma sensação. Noutras palavras, a tonalidade afetiva ganhou lugar no discurso filosófico definicional, a partir de Ser e tempo.
- A tonalidade afetiva, proposta por Heidegger em Ser e tempo, implica a primazia do sentir sobre o pensar. Por isso, a fenomenologia heideggeriana supera o racionalismo aristotélico.
- Para Aristóteles, o decisivo é indicar a forma substancial (essência) de um ente, a fim de alcançar a sua definição – assim ocorre o conhecimento metafísico. Em outras palavras, devemos saber e dizer “o que é” uma sala, uma xícara, um ser humano, para assim iniciar um discurso de conhecimento. Em Heidegger, por outro lado, a definição alcança somente o ente abstraído do contexto de compreensão e tonalidade afetiva, em que apareceu. Tal conhecimento abstrativo é, para Heidegger, por isso, precário e derivado: definir uma sala de aula é um procedimento tardio em relação à “experiência” em que a unidade de seu aparecimento articula compreensão, interpretação e tonalidade afetiva.
Resposta: E
Resolução: "Para Aristóteles, o decisivo é indicar a forma substancial (essência) de um ente, a fim de alcançar a sua definição – assim ocorre o conhecimento metafísico. Em outras palavras, devemos saber e dizer 'o que é' uma sala, uma xícara, um ser humano, para assim iniciar um discurso de conhecimento. Em Heidegger, por outro lado, a definição alcança somente o ente abstraído do contexto de compreensão e tonalidade afetiva, em que apareceu. Tal conhecimento abstrativo é, para Heidegger, por isso, precário e derivado: definir uma sala de aula é um procedimento tardio em relação à 'experiência' em que a unidade de seu aparecimento articula compreensão, interpretação e tonalidade afetiva."
Essa alternativa descreve de forma adequada a divergência entre a ontologia proposta por Heidegger em "Ser e tempo" e a metafísica da substância associada a certa leitura do aristotelismo. Heidegger valoriza a compreensão interpretativa do mundo, que inclui a tonalidade afetiva e o contexto de compreensão, enquanto Aristóteles se concentra na busca pela essência ou forma substancial dos entes para alcançar o conhecimento metafísico.
06. (UEA) O existencialismo foi um movimento filosófico do século XX. Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre, Maurice Merleau-Ponty escreveram e publicaram livros sobre o existencialismo. Embora houvesse diferenças entre pensamentos e pensadores existencialistas, um princípio filosófico lhes era comum, segundo o qual
- o homem está no topo da vida animada, depois de ter passado por um longo processo de transformação e de evolução.
- o homem alcança a sabedoria quando adquire o conhecimento das leis que regem a sua existência.
- o prazer é o bem mais soberano do homem; os prazeres naturais e necessários à existência devem ser favorecidos.
- a existência precede a essência; o homem é o que ele faz de si mesmo por meio de seus atos.
- o homem existe porque pensa; ele é, desde o início de sua existência, um ser caracterizado pela racionalidade.
Resposta: D
Resolução: "a existência precede a essência; o homem é o que ele faz de si mesmo por meio de seus atos." Esse princípio filosófico, "a existência precede a essência", é uma ideia central do existencialismo, principalmente presente nas obras de Jean-Paul Sartre. Ele enfatiza que os seres humanos não têm uma essência predeterminada ou uma natureza fixa, mas são seres livres e responsáveis por suas escolhas e ações. O que define o homem é como ele vive sua existência e as escolhas que faz ao longo da vida, não uma essência predefinida ou um propósito dado externamente.
07. (UPE) Que representa a Filosofia? É uma das raras possibilidades de existência criadora. Seu dever inicial é tornar as coisas mais refletidas, mais profundas (Heidegger, Martin). Nessa perspectiva, é CORRETO afirmar que a Filosofia
Nessa perspectiva, é CORRETO afirmar que a Filosofia
- é uma atividade de crítica e de análise dos valores de uma dada sociedade, na perspectiva de reorientação dos sentidos/significados da vida e do mundo.
- começa dizendo sim às crenças e aos preconceitos do senso comum e, portanto, começa dizendo que sabemos o que imaginávamos saber.
- não se distingue da ciência pelo modo como aborda seu objeto em todos os setores do conhecimento e da ação.
- é a impossibilidade da transcendência humana, ou seja, a capacidade que só o homem tem de superar a situação dada e não-escolhida.
- sempre se confronta com o poder, e sua investigação fica alheia à ética e à política.
Resposta: A
Resolução: Essa afirmação está de acordo com a citação de Martin Heidegger no início do enunciado, que descreve a Filosofia como uma possibilidade de existência criadora cujo dever inicial é tornar as coisas mais refletidas e mais profundas. A Filosofia se dedica a questionar, analisar e criticar os valores e crenças estabelecidas em uma sociedade, buscando uma compreensão mais aprofundada da vida e do mundo e, em alguns casos, propondo novas orientações para a existência.