Existencialismo
Lista de 10 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Existencialismo com questões de Vestibulares.
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01. (UPE) Atente ao texto a seguir referente à concepção filosófica da liberdade humana:
Sartre afirma que estamos condenados à liberdade. É ela que define a humanidade dos humanos, sem escapatória. Para o filósofo, é a escolha incondicional que o próprio homem faz de seu ser e de seu mundo.
(CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia, 1996, p. 361. Adaptado)
A autora salienta acima o enfoque filosófico da liberdade no pensamento de Jean-Paul Sartre.
Sobre esse enfoque, é CORRETO afirmar que tais ideias estão alinhadas à concepção
- essencialista.
- materialista.
- existencialista.
- espiritualista.
- realista.
Resposta: C
Resolução: A concepção filosófica de Sartre sobre a liberdade humana, conforme descrita na passagem, alinha-se com a filosofia do existencialismo. O existencialismo é um movimento filosófico que enfatiza a liberdade e a escolha individual e a inerente falta de sentido da vida. Segundo Sartre, os humanos estão "condenados à liberdade", o que significa que são completamente livres para escolher sua própria existência e criar seu próprio significado na vida. Isso contrasta com o essencialismo, que sustenta que os indivíduos têm uma natureza ou essência inerente que define seu ser, e com o materialismo, que sustenta que o mundo material é a realidade fundamental. Também é distinto do espiritismo, que enfatiza a existência de uma dimensão ou realidade espiritual, e do realismo, que sustenta que existe uma única realidade objetiva que existe independentemente de nossas percepções dela. Portanto, a resposta correta é a C.
02. (UFU) Considere o seguinte trecho, extraído da obra A náusea, do escritor e filósofo francês Jean Paul Sartre (1889-1980).
“O essencial é a contingência. O que quero dizer é que, por definição, a existência não é a necessidade. Existir é simplesmente estar presente; os entes aparecem, deixam que os encontremos, mas nunca podemos deduzi-los. Creio que há pessoas que compreenderam isso. Só que tentaram superar essa contingência inventando um ser necessário e causa de si próprio. Ora, nenhum ser necessário pode explicar a existência: a contingência não é uma ilusão, uma aparência que se pode dissipar; é o absoluto, por conseguinte, a gratuidade perfeita.”
SARTRE, Jean Paul. A Náusea. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986. Tradução de Rita Braga, citado por: MARCONDES, Danilo Marcondes. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000.
- recusa da noção de que tudo é contingente.
- fundamentado no conceito de angústia, que deriva da consciência de que tudo é contingente.
- denúncia da noção de má fé, que nos leva a admitir a existência de um ser necessário para aplacar o sentimento de angústia.
- crítica à metafísica essencialista.
Resposta: D
Resolução: A passagem de A Náusea, de Jean-Paul Sartre, discute o conceito de contingência, que se refere à ideia de que as coisas acontecem por acaso ou sem nenhuma conexão necessária umas com as outras. Sartre argumenta que a contingência é um aspecto fundamental da existência e que é impossível deduzir a existência das coisas de qualquer ser ou causa necessária. Essa ideia se opõe ao essencialismo, que sustenta que as coisas têm uma natureza ou essência inerente que determina sua existência. Portanto, a resposta correta é a D.
A opção A, "recusa da noção de que tudo é contingente", ou "rejeição da noção de que tudo é contingente", é incorreta porque a passagem afirma especificamente que a contingência é um aspecto fundamental da existência. A alternativa B, "fundamentado no conceito de angústia, que deriva da consciência de que tudo é contingente", ou "baseado no conceito de angústia, que deriva da consciência de que tudo é contingente", também está incorreta porque o trecho não menciona o conceito de angústia ou sugerem que ela é derivada de uma consciência de contingência. Opção C, "denúncia da noção de má fé, que nos leva a admitir a existência de um ser necessário para aplacar o sentimento de angústia", ou "denúncia da noção de má-fé, que nos leva a admitir a existência de uma necessidade ser para aplacar o sentimento de angústia", é incorreto porque a passagem não menciona o conceito de má-fé ou sugere que ele leva à crença em um ser necessário.
03. (ENEM 2020) Em A morte de Ivan llitch, Tolstoi descreve com detalhes repulsivos o terror de encarar a morte iminente. Ilitch adoece depois de um pequeno acidente e logo compreende que se encaminha para o fim de modo impossível de parar. “Nas profundezas de seu coração, ele sabia estar morrendo, mas em vez de se acostumar com a ideia, simplesmente não o fazia e não conseguia compreendê-la”.
KAZEZ. J O peso das coisas filosofia para o bem-viver. Rio de Janeiro: Tinta Negra. 2004.
O texto descreve a experiência do personagem de Tolstoi diante de um aspecto incontornável de nossas vidas.
Esse aspecto foi um tema central na tradição filosófica
- marxista, no contexto do materialismo histórico.
- logicista, no propósito de entendimento dos fatos.
- utilitarista, no sentido da racionalidade das ações.
- pós-modernista, na discussão da fluidez das relações.
- existencialista, na questão do reconhecimento de si.
Resposta: E
Resolução: A passagem descreve a experiência do personagem diante da inevitabilidade da morte, aspecto da vida inescapável e fundamental para a condição humana. Este tema tem sido central para a tradição do existencialismo, que é um movimento filosófico que enfatiza a experiência individual de existir no mundo e a inerente falta de sentido da vida. Os existencialistas geralmente se concentram na questão de como os indivíduos podem encontrar significado e propósito na vida e no conceito de autoconsciência ou auto-reconhecimento. Portanto, a resposta correta é a E.
A opção A, "marxista, no contexto do materialismo histórico", ou "marxista, no contexto do materialismo histórico", é incorreta porque o materialismo histórico é uma teoria desenvolvida por Karl Marx que explica o desenvolvimento das sociedades humanas em termos das condições materiais de produção, e não aborda o tema da morte descrito na passagem. A alternativa B, "logicista, sem propósito de compreensão dos fatos", ou "logicista, com o propósito de entender fatos", está incorreta porque o logicismo é uma posição filosófica que sustenta que a matemática pode ser reduzida à lógica, e não aborda o tema de morte. A opção C, "utilitarista, no sentido da racionalidade das ações", ou "utilitarista, no sentido da racionalidade das ações", é incorreta porque o utilitarismo é uma teoria filosófica que sustenta que as ações mais morais são aquelas que maximizam a felicidade geral ou bem-estar, e não aborda o tema da morte. A opção D, "pós-modernista, na discussão da fluidez das relações", ou "pós-modernista, na discussão da fluidez das relações", é incorreta porque o pós-modernismo é um movimento filosófico que desafia as grandes narrativas e tendências universalizantes do modernismo, e não aborda o tema da morte.
04. (UPE) Se a filosofia deve ser, ao mesmo tempo, totalização do saber, método, ideia reguladora, arma ofensiva e comunidade de linguagem; se essa ‘visão do mundo’ é também um instrumento que trabalha as sociedades carcomidas; se essa concepção singular de um homem ou de um grupo de homens torna-se a cultura e, por vezes, a natureza de toda uma classe, fica bem claro que as épocas de criação filosófica são raras.
SARTRE, Jean Paul. Questão de Método. São Paulo: Difel, 1979.
A ideia filosófica de Sartre, no texto acima, considera como o mais alto grau de conhecimento:
- a reflexão crítica do homem na sua existência.
- o valor do conhecimento no âmbito da essência.
- a concepção do homem como criação divina.
- o primado do conhecimento revelado.
- a raridade do conhecimento absoluto.
Resposta: A
Resolução: In the passage, Sartre suggests that philosophical creation, or the creation of philosophical ideas, is a rare occurrence. He also implies that philosophical ideas can have a significant impact on society, shaping the "nature" of entire classes of people. Sartre is known for his philosophical stance of existentialism, which emphasizes the individual's experience of existing in the world and the inherent meaninglessness of life. Existentialists often focus on the question of how individuals can find meaning and purpose in life, and on the concept of self-awareness or self-reflection. Therefore, it is likely that Sartre's highest degree of knowledge would be the "reflexão crítica do homem na sua existência," or "critical reflection of man in his existence." Option A, "a reflexão crítica do homem na sua existência," or "the critical reflection of man in his existence," is the correct answer.
Option B, "o valor do conhecimento no âmbito da essência," or "the value of knowledge in the sphere of essence," is incorrect because it does not align with Sartre's existentialist philosophy, which does not posit the existence of inherent essences or natures. Option C, "a concepção do homem como criação divina," or "the conception of man as a divine creation," is also incorrect because it is not mentioned in the passage and is not consistent with Sartre's philosophy, which rejects the existence of a divine being. Option D, "o primado do conhecimento revelado," or "the primacy of revealed knowledge," is incorrect because it is not mentioned in the passage and is not consistent with Sartre's philosophy, which does not posit the existence of revealed knowledge. Option E, "a raridade do conhecimento absoluto," or "the rarity of absolute knowledge," is incorrect because it is mentioned in the passage, but it is not stated to be the highest degree of knowledge.
05. (UFU) Quero ensinar aos homens o sentido do seu ser: o qual é o super-homem [Übermensch], o raio vindo da negra nuvem homem.
NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra. Tradução de Paulo César de Sousa. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 21.
No fragmento, o filósofo propõe algo que possa fazer com que as pessoas ultrapassem as convenções sociais que tornam os homens submissos à moral do escravo e ao espírito de rebanho.
Assinale a alternativa que expressa a tarefa a ser realizada para a superação da submissão humana.
- Ensinar o sentido do ser significa admitir que há uma verdade secreta e superior ao homem que o torna pequeno e submisso à moral vigente, mas que lhe promete recompensas em uma vida além deste mundo.
- Ensinar o sentido do ser equivale ao estabelecimento do critério para a transvaloração de todos os valores sociais, o que dará ao homem a prerrogativa para formar os seus próprios valores.
- Ensinar o sentido do ser significa descobrir o Deus da tradição como o fundamento que faz de cada indivíduo um escravo que deve se sentir feliz com a sua situação, pois só assim obterá uma felicidade eterna.
- Ensinar o sentido do ser significa promover o espírito de rebanho que acolhe o super-homem e o faz entender que a virtude está na subordinação da vida aos ditames da moral do escravo que faz da fraqueza a maior virtude.
Resposta: B
Resolução: De acordo com o fragmento, o sentido do ser é superar as convenções sociais que tornam os homens submissos à moral do escravo e ao espírito de rebanho. A ideia de super-homem ou Übermensch, proposta por Nietzsche, é a de um indivíduo que se liberta dessas amarras e cria os seus próprios valores, transvalorando os valores sociais existentes.
06. (Enem 2016) Ser ou não ser — eis a questão.
Morrer — dormir — Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo!
Os sonhos que hão de vir no sono da morte
Quando tivermos escapado ao tumulto vital
Que dá à desventura uma vida tão longa.
SHAKESPEARE, W. Hamlet, Porto Alegre: L&PM, 2007.
Este solilóquio pode ser considerado um precursor do existencialismo ao enfatizar a tensão entre
- consciência de si e angústia humana.
- inevitabilidade do destino e incerteza moral.
- tragicidade da personagem e ordem do mundo.
- racionalidade argumentativa e loucura iminente.
- dependência paterna e impossibilidade de ação.
Resposta: A
Resolução: No solilóquio, Hamlet reflete sobre o dilema de continuar vivendo ou enfrentar o desconhecido da morte, considerando a possibilidade de que a morte possa ser apenas um sono. O personagem se questiona sobre o que acontece depois da morte e expressa a tensão entre a consciência de si e a angústia humana diante da inevitabilidade da morte. Isso faz parte da reflexão existencialista, que se preocupa com as questões fundamentais da existência humana, como a finitude, a liberdade e a responsabilidade.
07. (UFU) A respeito da filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre, é correto afirmar que:
- O homem é o puro agir, e essa liberdade não conhece nenhuma responsabilidade.
- O homem é dotado de uma natureza humana imutável que determina o seu ser.
- O homem de início não é nada, ele será aquilo que fizer de si mesmo.
- A vida segue um designo superior que submete o homem ao destino.
Resposta: C
Resolução: De acordo com o existencialismo de Jean-Paul Sartre, o homem é um ser-para-si, isto é, ele é livre e responsável por si mesmo e por suas escolhas. O homem não possui uma natureza pré-determinada, ele é "condenado a ser livre", ou seja, ele é livre para definir a si mesmo e para criar o seu próprio destino. Sartre afirma que "o homem é o que ele faz de si mesmo", ou seja, o homem é o que ele escolhe ser. Por essa razão, o homem não é "nada" no início, ele é o que ele fizer de si mesmo ao longo de sua existência.
08. (IFPR) Jean Paul Sartre explica em “O existencialismo é um Humanismo”:
- Que não há essência humana definida, já que o homem primeiro existe para construir sua essência.
- O homem precisa seguir sua essência de nascimento, dando sentido a sua existência.
- O homem deve conformar-se ao seu destino, nada podendo fazer para mudá-lo.
- A liberdade humana está intimamente ligada à obediência civil, já que livre é o homem que obedece a leis que ajudou a criar.
- A existência humana esta fatalmente determinada pelo meio social em que se vive.
Resposta: A
Resolução: De acordo com o existencialismo de Jean-Paul Sartre, o homem não possui uma essência pré-determinada, ele é o que ele faz de si mesmo ao longo de sua existência. Isso significa que o homem não possui uma natureza fixa, mas sim uma liberdade para definir a si mesmo e para criar o seu próprio destino. Sartre afirma que "o homem é o que ele faz de si mesmo", ou seja, o homem primeiro existe para construir a sua própria essência. Por essa razão, a afirmação de que o homem precisa seguir sua essência de nascimento está incorreta, pois isso implicaria em uma essência pré-determinada, o que é contrário à ideia de liberdade existencial defendida por Sartre.
09. (UFSM) O filósofo alemão Ludwig Feuerbach (1804-1872) afirmou a tese materialista de que o “homem é aquilo que come”. Uma concepção semelhante foi defendida posteriormente por Karl Marx.Qual(is) da(s) asserção(ões) a seguir expressa(m) corretamente essa ideia materialista no pensamento de Marx?
I - A exploração do trabalhador pelos donos dos meios de produção é mantida pela consciência de classe.
II - A classe dominante tem como fim último a tomada do poder através da ação do proletariado.
III - As relações econômicas determinam a consciência do homem como ser social.
Está(ão) correta(s)
- apenas I.
- apenas III.
- apenas I e II.
- apenas II e III.
- I, II e III.
Resposta: B
Resolução: A tese materialista de que "o homem é aquilo que come" defendida por Feuerbach e Marx significa que as relações econômicas determinam a vida e a consciência do homem como ser social. Isso significa que a forma como o homem produz e se relaciona com os meios de produção influencia a sua forma de vida e de pensar. Segundo Marx, as relações de produção e as formas de propriedade são o elemento fundamental da sociedade e determinam a divisão da sociedade em classes. As classes dominantes, que possuem os meios de produção, exploram os trabalhadores, que não possuem esses meios e são obrigados a vender a sua força de trabalho. A afirmação III expressa corretamente essa ideia materialista, enquanto as afirmações I e II são incorretas.
10. (UFU) Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. E, quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens. [...] Assim, a nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque ela envolve toda a humanidade.
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. Trad. Vergílio Ferreira. Lisboa: Presença, 1970. Apud ARANHA, M. L. de Arruda e MARTINS, M. H. Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.
Conforme o texto, é correto afirmar que, para o existencialismo,
- o homem não é responsável por todos os seus atos, pois a sociedade o limita.
- a humanidade é responsável pelo fato de os homens não terem plena liberdade.
- a sociedade limita as pessoas, logo não somos responsáveis por nossas ações.
- a responsabilidade não é restrita ao indivíduo, estende-se a toda humanidade.
Resposta: D
Resolução: O texto afirma que, para o existencialismo, a existência precede a essência, ou seja, o homem é livre para definir a si mesmo e para criar o seu próprio destino. Isso significa que o homem é responsável por tudo o que é e pelo que faz, e não pode alegar desculpas ou justificativas baseadas em fatores externos, como a sociedade ou a natureza humana. O homem é responsável por si próprio, mas essa responsabilidade não é restrita ao indivíduo, ela estende-se a toda humanidade, pois o homem é um ser social e as suas escolhas e ações afetam os outros. Portanto, a afirmação D expressa corretamente a ideia de responsabilidade existencial defendida pelo existencialismo.