Ética a Nicômaco

Lista de 10 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Ética a Nicômaco com questões de Vestibulares.


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01. (UEL) Leia o Texto VII e responda à questão.

Texto VII

O Cauim é uma bebida produzida a partir da mastigação da mandioca ou do milho por mulheres cuja saliva contribui para o seu fabrico. A preparação dessa bebida consiste em três estágios básicos: fermentação, amadurecimento e azedamento.

Assim, em todos os rituais de passagem, em determinadas tribos indígenas, a presença do Cauim é imprescindível.

(Adaptado: SZTUTMAN, R. Cauinagem, uma comunicação embriagada - apontamentos sobre uma festa tipicamente ameríndia. Disponível em: www.antropologia.com.br/tribo. Acesso em: 17 jul. 2008.)

Nos rituais indígenas, a ingestão do cauim evoca a busca de um estado de prazer e de felicidade. Na tradição filosófica, a idéia de felicidade foi abordada por Aristóteles, na obra “Ética a Nicômacos”.

Considerando o pensamento ético de Aristóteles, assinale a alternativa correta.

  1. O interesse pessoal constitui o bem supremo a que visam todas as ações humanas, acima das escolhas racionais.
  2. A felicidade é o bem supremo a que aspira todo indivíduo pela experiência sensível do prazer que se busca por ele mesmo.
  3. Todos os seres humanos aspiram ao bem e à felicidade, que só podem ser alcançados pela conduta virtuosa, aliada à vontade e à escolha racional.
  4. Fim último da existência humana, a felicidade referese à vida solitária do indivíduo, desvinculada da convivência social na polis.
  5. A felicidade do indivíduo não pode ser alcançada pelo discernimento racional, mas tão-somente pelo exercício da sensibilidade.

Resposta: C

Resolução: De acordo com o pensamento ético de Aristóteles, todos os seres humanos aspiram ao bem e à felicidade, que só podem ser alcançados pela conduta virtuosa, aliada à vontade e à escolha racional. A felicidade não é vista como o prazer sensível buscado por si mesmo, mas sim como o bem supremo da vida humana, que é atingido através da realização de atividades virtuosas e de um modo de vida virtuoso.

02. (UECE) “Como as pessoas que infringem as leis parecem injustas e as cumpridoras da lei parecem justas, evidentemente todos os atos conforme à lei são justos no sentido de as leis visarem ao interesse comum a todas as pessoas, de tal forma que chamamos justos os atos que tendem a produzir e preservar a felicidade para a comunidade política; e a lei determina igualmente que ajamos como homens corajosos, como homens moderados, como homens amáveis e assim por diante em relação às outras formas de virtudes, impondo a prática de certos atos e proibindo outros.”

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco, 1129b. Trad. bras. Mario da Gama Kury. – 4 ed. Brasília: Editora da UnB, 2001 – Adaptado.

Segundo a citação acima, é correto concluir que

  1. quaisquer leis existentes são justas e contribuem para a felicidade comum.
  2. as leis justas são aquelas que obrigam aos atos justos e proíbem os injustos.
  3. mesmo quando injustas, as leis obrigam às virtudes e proíbem os vícios.
  4. as leis visam aos interesses comuns, não aos atos justos dos indivíduos.

Resposta: B

Resolução: A citação de Aristóteles afirma que as leis visam ao interesse comum da comunidade política e que são consideradas justas quando tendem a produzir e preservar a felicidade para a comunidade.

Além disso, a lei determina a prática de certos atos virtuosos e proíbe outros atos. Dessa forma, a opção correta é a letra B, pois afirma que as leis justas são aquelas que obrigam aos atos justos e proíbem os injustos.

03. (PUC-PR) “Embora valha a pena atingir esse fim - o sumo bem - para um indivíduo só, é mais belo e mais divino alcançá-lo para uma nação ou para as cidades- Estados.”

Fonte: Aristóteles. Ética a Nicômaco. In: Os Pensadores, São Paulo: Abril Cultural,1973, livro I, p.250).

Tendo em vista o livro Ética a Nicômaco de Aristóteles, é CORRETO afirmar que:

  1. Para Aristóteles, os fins coletivos devem sempre estar de acordo com os interesses individuais.
  2. Para Aristóteles, a ética é indissociável da política.
  3. Para Aristóteles, a Ética orienta o indivíduo a buscar a sua felicidade independente dos interesses da sociedade.
  4. Para Aristóteles, os fins éticos são incompatíveis com o exercício da política.
  5. Para Aristóteles, a ética não se relaciona com a política.

Resposta: B

Resolução: Aristóteles considera a ética como uma parte fundamental da política, pois acreditava que a virtude é necessária para o bem-estar da sociedade e que a política deve visar ao bem-estar comum.

Segundo ele, é mais belo e mais divino alcançar o sumo bem - que é a felicidade - para uma nação ou para uma cidade-Estado, do que para um indivíduo só. Portanto, para Aristóteles, a ética é indissociável da política, pois o exercício da política deve ser guiado pelos princípios éticos.

04. (UPE) Sobre o problema político e social, atente ao texto a seguir:

O homem verdadeiramente político também goza a reputação de haver estudado a virtude acima de todas as coisas, pois que ele deseja fazer com que os seus concidadãos sejam bons e obedientes às leis. Mas a virtude que devemos estudar é, fora de qualquer dúvida, a virtude humana; porque humano era o bem e humana a felicidade que buscávamos.

Aristóteles. Ética a Nicômaco. São Paulo, 1973, p. 263.

Na citação acima, Aristóteles retrata que

  1. a virtude humana é a busca da felicidade e não diz respeito à dimensão política que é da esfera do social.
  2. o verdadeiro homem prudente no âmbito político busca e faz uso do equilíbrio da vida pessoal e social.
  3. os cidadãos são bons e obedientes às leis, isto é, declinam do valor da virtude humana.
  4. o homem verdadeiramente político deve buscar o bem e a felicidade na esfera individual.
  5. a virtude humana é um projeto individual e indiferente no âmbito da convivência político-social.

Resposta: B

Resolução: Aristóteles afirma que o verdadeiro homem prudente no âmbito político busca e faz uso do equilíbrio da vida pessoal e social, e que a virtude humana é um valor que deve ser buscado e cultivado pelos cidadãos para que sejam bons e obedientes às leis.

05. (UENP) Leia o texto a seguir.

A virtude é, pois, uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consiste numa mediania, isto é, a mediania relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional próprio do homem dotado de sabedoria prática. E é um meio-termo entre dois vícios, um por excesso e outro por falta; pois que, enquanto os vícios ou vão muito longe ou ficam aquém do que é conveniente no tocante às ações e paixões, a virtude encontra e escolhe o meio-termo.

(Aristóteles. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p.273.)

A partir do pensamento expresso no texto, assinale a alternativa correta.

  1. A virtude é uma capacidade adquirida que requer a livre escolha do homem.
  2. A virtude é uma conduta regida pelas paixões e pelo desejo.
  3. A virtude é uma qualidade natural, inata, do ser humano.
  4. A virtude é um princípio tanto dos seres racionais quanto dos irracionais.
  5. A virtude, como ação de meio-termo, leva à mediocridade e ao extremismo.

Resposta: A

Resolução: A virtude é uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consiste numa mediania, isto é, uma escolha que se encontra entre dois vícios, um por excesso e outro por falta. Portanto, a virtude requer a livre escolha do homem e não é uma qualidade natural ou inata, nem é regida pelas paixões ou pelo desejo.

Além disso, a virtude é um princípio próprio dos seres racionais, não dos irracionais. A virtude, como ação de meio-termo, não leva à mediocridade nem ao extremismo, mas sim à escolha do comportamento adequado em cada situação.

06. (PUC-PR) Para Aristóteles, a felicidade é uma atividade da alma conforme a virtude perfeita. Esse é o tema principal do primeiro livro da obra Ética a Nicômaco.

Sobre isso, é CORRETO afirmar que:

I. O bem em si mesmo só faz sentido se buscado na prática e não apenas conhecido como uma ideia abstrata, pois a função do homem é uma atividade da alma segundo a razão.

II. Para o autor, só o homem pode ser considerado feliz porque só ele partilha a condição política, ou seja, a felicidade só pode ser conquistada na convivência.

III. A felicidade de um homem depende unicamente do acúmulo de bens e honras.

IV. A felicidade pertence ao que é estimado e perfeito, por isso tem uma característica divina.

  1. Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.
  2. Apenas as assertivas I e II estão corretas.
  3. Apenas a assertiva I está correta.
  4. Todas as assertivas estão corretas.
  5. Apenas a assertiva II está correta.

Resposta: A

Resolução: A assertiva III está incorreta, pois, para Aristóteles, a felicidade não depende apenas do acúmulo de bens e honras. A felicidade é atingida pela prática da virtude e pelo exercício da razão. A assertiva IV também está incorreta, pois a felicidade não é exclusivamente alcançada na convivência política, mas sim na prática da virtude, que pode ser exercida tanto em sociedade quanto individualmente.

07. (ENEM PPL 2016) Ninguém delibera sobre coisas que não podem ser de outro modo, nem sobre as que lhe é impossível fazer. Por conseguinte, como o conhecimento científico envolve demonstração, mas não há demonstração de coisas cujos primeiros princípios são variáveis (pois todas elas poderiam ser diferentemente), e como é impossível deliberar sobre coisas que são por necessidade, a sabedoria prática não pode ser ciência, nem arte: nem ciência, porque aquilo que se pode fazer é capaz de ser diferentemente, nem arte, porque o agir e o produzir são duas espécies diferentes de coisa. Resta, pois, a alternativa de ser ela uma capacidade verdadeira e raciocinada de agir com respeito às coisas que são boas ou más para o homem.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

Aristóteles considera a ética como pertencente ao campo do saber prático. Nesse sentido, ela difere-se dos outros saberes porque é caracterizada como

  1. conduta definida pela capacidade racional de escolha.
  2. capacidade de escolher de acordo com padrões científicos.
  3. conhecimento das coisas importantes para a vida do homem.
  4. técnica que tem como resultado a produção de boas ações.
  5. política estabelecida de acordo com padrões democráticos de deliberação.

Resposta: A

Resolução: A resposta correta para essa questão é a opção "conduta definida pela capacidade racional de escolha". Isso porque, de acordo com o texto, a ética é uma capacidade verdadeira e raciocinada de agir com respeito às coisas que são boas ou más para o homem.

Portanto, a ética é uma capacidade de escolha e de agir de acordo com o que é considerado bom para o ser humano, o que implica uma reflexão racional e um julgamento sobre o que é certo ou errado.

08. (ENEM PPL 2013) O termo injusto se aplica tanto às pessoas que infringem a lei quanto às pessoas ambiciosas (no sentido de quererem mais do que aquilo a que têm direito) e iníquas, de tal forma que as cumpridoras da lei e as pessoas corretas serão justas. O justo, então, é aquilo conforme à lei e o injusto é o ilegal e iníquo.

ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural: 1996 (adaptado).

Segundo Aristóteles, pode-se reconhecer uma ação justa quando ela observa o

  1. compromisso com os movimentos desvinculados da legalidade.
  2. benefício para o maior número possível de indivíduos.
  3. interesse para a classe social do agente da ação.
  4. fundamento na categoria de progresso histórico.
  5. princípio de dar a cada um o que lhe é devido.

Resposta: E

Resolução: De acordo com Aristóteles, uma ação justa é aquela que observa o principio de dar a cada um o que lhe é devido, ou seja, aquela que segue as leis e regulamentações estabelecidas e que trata as pessoas de maneira equilibrada e correta. Isso inclui tanto a observância das leis quanto a evitação de ações ambiciosas ou iníquas.

09. (Enem 2017) Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não terá o conhecimento, porventura, grande influência sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar a arte mestra.

Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Pauto: Nova Cultural, 1991 (adaptado).

Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que

  1. o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses.
  2. o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade.
  3. a política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade.
  4. a educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente.
  5. a democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum.

Resposta: C

Resolução: A resposta correta é a opção C, pois Aristóteles afirma que a política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade e que determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão deve aprender, e até que ponto.

Além disso, a política utiliza as demais ciências e legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, o que sugere que sua finalidade abrange as das outras ciências e que essa finalidade é o bem humano. Portanto, a política é a ciência mestra, que tem como objetivo o sumo bem, que é o bem supremo que todos desejamos por ele mesmo e que é a finalidade de tudo o que fazemos.

10. (UFPA) Tendemos a concordar que a distribuição isonômica do que cabe a cada um no estado de direito é o que permite, do ponto de vista formal e legal, dar estabilidade às várias modalidades de organizações instituídas no interior de uma sociedade. Isso leva Aristóteles a afirmar que a justiça é “uma virtude completa, porém não em absoluto e sim em relação ao nosso próximo”

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 332.

De acordo com essa caracterização, é correto dizer que a função própria e universal atribuída à justiça, no estado de direito, é

  1. conceber e aplicar, de forma incondicional, ideias racionais com poder normativo positivo e irrestrito.
  2. instituir um ideal de liberdade moral que não existiria se não fossem os mecanismos contidos nos sistemas jurídicos.
  3. determinar, para as relações sociais, critérios legais tão universais e independentes que possam valer por si mesmos.
  4. promover, por meio de leis gerais, a reciprocidade entre as necessidades do Estado e as de cada cidadão individualmente.
  5. estabelecer a regência na relação mútua entre os homens, na medida em que isso seja possível por meio de leis.

Resposta: E

Resolução: A resposta correta é a opção E, pois Aristóteles afirma que a justiça é uma virtude completa, mas não em absoluto, e sim em relação ao nosso próximo. Isso significa que a justiça é a virtude que nos faz tratar os outros de forma equitativa e justa, estabelecendo regras para as relações mútuas entre os homens, na medida em que isso é possível por meio de leis. Portanto, a função própria e universal atribuída à justiça, no estado de direito, é estabelecer a regência na relação mútua entre os homens, na medida em que isso é possível por meio de leis.

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