Racionalismo
Lista de 10 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Racionalismo com questões do Enem.
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Descartes, Teoria do Conhecimento, Racionalismo, Ética e Moral, Metafísica
01. (Enem 2021) A filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica: o tronco, a física, e os ramos que saem do tronco são todas as outras ciências, que se reduzem a três principais: a medicina, a mecânica e a moral, entendendo por moral a mais elevada e a mais perfeita porque pressupõe um saber integral das outras ciências, e é o último grau da sabedoria.
DESCARTES, R. Princípios da filosofia. Lisboa: Edições 70, 1997 (adaptado).
Essa construção alegórica de Descartes, acerca da condição epistemológica da filosofia, tem como objetivo
- sustentar a unidade essencial do conhecimento.
- refutar o elemento fundamental das crenças.
- impulsionar o pensamento especulativo.
- recepcionar o método experimental.
- incentivar a suspensão dos juízos.
Resposta:A
Resolução:
Descartes, Racionalismo, Metafísica
02. (Enem PPL 2020) Na primeira meditação, eu exponho as razões pelas quais nós podemos duvidar de todas as coisas e, particularmente das coisas materiais, pelo menos enquanto não tivermos outros fundamentos nas ciências além dos que tivemos até o presente. Na segunda meditação, o espírito reconhece entretanto que é absolutamente impossível que ele mesmo, o espírito, não exista.
DESCARTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).
O instrumento intelectual empregado por Descartes para analisar os seus próprios pensamentos tem como objetivo
- identificar um ponto de partida para a consolidação de um conhecimento seguro.
- observar os eventos particulares para a formação de um entendimento universal.
- analisar as necessidades humanas para a construção de um saber empírico.
- estabelecer uma base cognitiva para assegurar a valorização da memória.
- investigar totalidades estruturadas para dotá-las de significação.
Resposta:A
Resolução:
03. (Enem 2019) TEXTO I
Considero apropriado deter-me algum tempo na contemplação deste Deus todo perfeito, ponderar totalmente à vontade seus maravilhosos atributos, considerar, admirar e adorar a incomparável beleza dessa imensa luz.
DESCARTES, R. Meditações. São Paulo: Abril Cukural, 1980.
TEXTO II
Qual será a forma mais razoável de entender como é o mundo? Existirá alguma boa razão para acreditar que o mundo foi criado por uma divindade todo-poderosa? Não podemos dizer que a crença em Deus é “apenas” uma questão de fé.
RACHELS, J. Problemas da fHosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.
Os textos abordam um questionamento da construção da modernidade que defende um modelo
- centrado na razão humana.
- baseado na explicação mitológica.
- fundamentado na ordenação imanentista.
- focado na legitimação contratualista.
- configurado na percepção etnocêntrica.
Resposta:A
Resolução:
04. (Enem 2019) Dizem que Humboldt, naturalista do século XIX, maravilhado pela geografia, flora e fauna da região sul-americana, via seus habitantes como se fossem mendigos sentados sobre um saco de ouro, referindo-se a suas incomensuráveis riquezas naturais não exploradas. De alguma maneira, o cientista ratificou nosso papel de exportadores de natureza no que seria o mundo depois da colonização ibérica: enxergou-nos como territórios condenados a aproveitar os recursos naturais existentes.
ACOSTA, A. Bem viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo: Elefante, 2016 (adaptado).
A relação entre ser humano e natureza ressaltada no texto refletia a permanência da seguinte corrente filosófica:
- Relativismo cognitivo.
- Materialismo dialético.
- Racionalismo cartesiano.
- Pluralismo epistemológico.
- Existencialismo fenomenológico.
Resposta:C
Resolução:
Espinosa, Racionalismo,Política, Ética e Moral
05. (Enem Libras 2017) Os filósofos concebem as emoções que se combatem entre si, em nós, como vícios em que os homens caem por erro próprio; é por isso que se habituaram a ridicularizá-los, deplorá-los, reprová-los ou, quando querem parecer mais morais, detestá-los. Concebem os homens, efetivamente, não tais como são, mas como eles próprios gostariam que fossem.
ESPINOSA, B. Tratado político. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
No trecho, Espinosa critica a herança filosófica no que diz respeito à idealização de uma
- estrutura da interpretação fenomenológica.
- natureza do comportamento humano.
- dicotomia do conhecimento prático.
- manifestação do caráter religioso.
- reprodução do saber tradicional.
Resposta:B
Resolução:
Descartes, Racionalismo, Ética e Moral
06. (Enem 2016) Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo, embora nossa memória possua todas as demonstrações feitas por outros, se nosso espírito não for capaz de resolver toda espécie de problemas; não nos tornaríamos filósofos, por ter lido todos os raciocínios de Platão e Aristóteles, sem poder formular um juízo sólido sobre o que nos é proposto. Assim, de fato, pareceríamos ter aprendido, não ciências, mas histórias.
DESCARTES, R. Regras para a orientação do espírito. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera o conhecimento, de modo crítico, como resultado da
- investigação de natureza empírica.
- retomada da tradição intelectual.
- imposição de valores ortodoxos.
- autonomia do sujeito pensante.
- liberdade do agente moral.
Resposta:D
Resolução:
07. (Enem 2015) Após ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito.
DESCARTES, R. Meditações. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
A proposição “eu sou, eu existo” corresponde a um dos momentos mais importantes na ruptura da filosofia do século XVII com os padrões da reflexão medieval, por
- estabelecer o ceticismo como opção legítima.
- utilizar silogismos linguísticos como prova ontológica.
- inaugurar a posição teórica conhecida como empirismo.
- estabelecer um princípio indubitável para o conhecimento.
- questionar a relação entre a filosofia e o tema da existência de Deus.
Resposta:D
Resolução:
Descartes, Racionalismo, Metafísica
08. (Enem 2014) É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida.
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).
Apesar de questionar os conceitos da tradição, a dúvida radical da filosofia cartesiana tem caráter positivo por contribuir para o(a)
- dissolução do saber científico.
- recuperação dos antigos juízos.
- exaltação do pensamento clássico.
- surgimento do conhecimento inabalável.
- fortalecimento dos preconceitos religiosos.
Resposta:D
Resolução:
09. (Enem 2013) Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente.
CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques. Scientiae Studia, São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).
Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em
- expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.
- oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.
- ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso.
- explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.
- explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos.
Resposta:C
Resolução:
Descartes, Racionalismo, Metafísica
10. (Enem 2013) TEXTO I
Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável.
DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).
TEXTO II
É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida.
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado)
A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se
- retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade.
- questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções.
- investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos.
- buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados.
- encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados.
Resposta:B
Resolução: Os textos referem-se ao método filosófico de René Descartes, especialmente sua proposta de reconstrução radical do conhecimento. Descartes identificou que muitas de suas crenças formadas na infância eram falsas, e concluiu que deveria desfazer-se de todas as opiniões anteriormente aceitas e começar de novo para estabelecer um saber seguro e indubitável. Esse processo de reconstrução exige a aplicação de uma dúvida metódica e radical.
O objetivo de Descartes era encontrar uma base sólida e inabalável para o conhecimento, e para isso ele propôs duvidar de tudo que pudesse ser questionado, até encontrar algo absolutamente certo. Apenas aquilo que resistisse a essa dúvida extrema poderia ser aceito como verdadeiro. Esse método implica questionar profundamente todas as ideias e concepções antigas.