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Teoria do Conhecimento

Lista de 14 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Teoria do Conhecimento com questões do Enem.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Teoria do Conhecimento .




01. (Enem 2021) De um lado, ancorados pela prática médica europeia, por outro, pela terapêutica indígena, com seu amplo uso da flora nativa, os jesuítas foram os reais iniciadores do exercício de uma medicina híbrida que se tomou marca do Brasil colonial. Alguns religiosos vinham de Portugal já versados nas artes de curar, mas a maioria aprendeu na prática diária as funções que deveriam ser atribuídas a um físico, cirurgião, barbeiro ou boticário.

Gurgel, C. Doenças e curas: o Brasil nos primeiros séculos.

São Paulo: Contexto, 2010 (adaptado).

Conforme o texto, o que caracteriza a construção da prática medicinal descrita é a

  1. adoção de rituais místicos.
  2. rejeição dos dogmas cristãos.
  3. superação da tradição popular.
  4. imposição da farmacologia nativa.
  5. conjugação de saberes empíricos.

Resposta:E

Resolução:

02. (Enem 2021) A filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica: o tronco, a física, e os ramos que saem do tronco são todas as outras ciências, que se reduzem a três principais: a medicina, a mecânica e a moral, entendendo por moral a mais elevada e a mais perfeita porque pressupõe um saber integral das outras ciências, e é o último grau da sabedoria.

DESCARTES. R Principios da Alosofis Luboa Edições TO. 1997 (adaptado)

Essa construção alegórica de Descartes, acerca da condição epistemológica da filosofia, tem como objetivo

  1. sustentar a unidade essencial do conhecimento.
  2. refutar o elemento fundamental das crenças.
  3. impulsionar o pensamento especulativo.
  4. recepcionar o método experimental.
  5. incentivar a suspensão dos juízos.

Resposta:A

Resolução:

03. (Enem 2021) Minha fórmula para o que há de grande no individuo é amor fati: nada desejar além daquilo que é, nem diante de si, nem atrás de si, nem nos séculos dos séculos. Não se contentar em suportar o inelutável, e ainda menos dissimulá-lo, mas amá-lo.

NIETZSCHE apud FERRY | Aprender a viver filosofia para os novos tempos Ro de Janeiro Obetvs, 2010 (adaptado)

Essa fórmula indicada por Nietzsche consiste em uma critica à tradição cristã que

  1. combate as práticas sociais de cunho afetivo.
  2. impede o avanço cientifico no contexto moderno.
  3. associa os cultos pagãos à sacralização da natureza.
  4. condena os modelos filosóficos da Antiguidade Clássica.
  5. consagra a realização humana ao campo transcendental.

Resposta:E

Resolução:

04. (Enem 2021) No semiárido brasileiro, o sertanejo desenvolveu uma acuidade detalhada para a observação dos fenômenos, ao longo dos tempos, presenciados na natureza, em especial para a previsão do tempo e do clima, utilizando como referência a posição dos astros, constelação e nuvens. Conforme os sertanejos, a estação vai ser chuvosa quando a primeira lua cheia de janeiro “sair vermelha, por detrás de uma barra de nuvens”, mas “se surgir prateada, é sinal de seca”.

MAIA, D.; MAIA, A. C. A utilização dos ditos populares e da observação do tempo para a climatologia escolar no ensino fundamental I1. GeoTextos, n. 1, jul. 2010 (adaptado).

O texto expõe a produção de um conhecimento que se constitui pela

  1. técnica cientifica.
  2. experiência perceptiva.
  3. negação das tradições.
  4. padronização das culturas.
  5. uniformização das informações.

Resposta:B

Resolução:

05. (Enem 2021) Sócrates: “Quem não sabe o que uma coisa é, como poderia saber de que tipo de coisa ela é? Ou te parece ser possível alguém que não conhece absolutamente quem é Mênon, esse alguém saber se ele é belo, se é rico e ainda se é nobre? Parece-te ser isso possível? Assim, Mênon, que coisa afirmas ser a virtude?”.

PLATÃO. Ménon fo de Janeiro PUC-Rio São Paulo: Loyola, 2001 (adaptado)

A atitude apresentada na interlocução do filósofo com Mênon é um exemplo da utilização do(a)

  1. escrita epistolar.
  2. método dialético.
  3. linguagem trágica.
  4. explicação fiscalista.
  5. suspensão judicativa.

Resposta:B

Resolução:

06. (Enem PPL 2020) Sem dúvida, os sons da voz (phone) exprimem a dor e o prazer; também a encontramos nos animais em geral; sua natureza lhes permite somente sentir a dor e o prazer e manifestar-lhes entre si. Mas o lógos é feito para exprimir o justo e o injusto. Este é o caráter distintivo do homem face a todos os outros animais: só ele percebe o bem e o mal, o justo e o injusto, e os outros valores; é a posse comum desses valores que faz a família e a cidade.

ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (adaptado).

Para o autor, a característica que define o ser humano é o lógos, que consiste na

  1. evolução espiritual da alma.
  2. apreensão gradual da verdade.
  3. segurança material do indivíduo.
  4. capacidade racional de discernir.
  5. possibilidade eventual de transcender.

Resposta:D

Resolução:

07. (Enem PPL 2016) A atividade atualmente chamada de ciência tem se mostrado fator importante no desenvolvimento da civilização liberal: serviu para eliminar crenças e práticas supersticiosas, para afastar temores brotados da ignorância e para fornecer base intelectual de avaliação de costumes herdados e de normas tradicionais de conduta.

NAGEL, E. et al. Ciência: natureza e objetivo. São Paulo: Cultrix, 1975 (adaptado).

Quais características permitem conceber a ciência com os aspectos críticos mencionados?

  1. Apresentar explicações em um linguagem determinada e inseta de erros.
  2. Possuir proposições que são reconhecidas como inquestionáveis e necessárias.
  3. Ser fundamentada em um corpo de conhecimento autoevidente e verdadeiro.
  4. Estabelecer rigorosa correspondência entre princípios explicativos e fatos observados.
  5. Constituir-se como saber organizado ao permitir classificações deduzidas da realidade.

Resposta:D

Resolução:

08. (Enem PPL 2016) Estamos, pois, de acordo quando, ao ver algum objeto, dizemos: "Este objeto que estou vendo agora tem tendência para assemelhar-se a um outro ser, mas, por ter defeitos, não consegue ser tal como o ser em questão, e lhe é, pelo contrário, inferior". Assim, para podermos fazer estas reflexões, é necessário que antes tenhamos tido ocasião de conhecer esse ser de que se aproxima o dito objeto, ainda que imperfeitamente.

PLATÃO. Fédon. São Paulo: Abril Cultural, 1972.

Na epistemologia platônica, conhecer um determinado objeto implica

  1. estabelecer semelhanças entre o que é observado em momentos distintos.
  2. comparar o objeto observado com uma descrição detalhada dele.
  3. descrever corretamente as características do objeto observado.
  4. fazer correspondência entre o objeto observado e seu ser.
  5. identificar outro exemplar idêntico ao observado.

Resposta:D

Resolução:

09. (Enem PPL 2016) Todas as coisas são diferenciações de uma mesma coisa e são a mesma coisa. E isto é evidente. Porque se as coisas que são agora neste mundo – terra, água, ar e fogo e as outras coisas que são agora neste mundo – , se alguma destas coisas fosse diferente de qualquer outra, diferente em sua natureza própria e se não permanecesse a mesma coisa em suas muitas mudanças e diferenciações, então não poderiam as coisas, de nenhuma maneira, mistura-se umas às outras, nem fazer bem ou mal umas às outras, nem a planta poderia brotar da terra, nem um animal ou qualquer outra coisa vir à existência, se todas as coisas não fossem compostas de modo a serem as mesmas. Todas as coisas nascem, através de diferenciações, de uma mesma coisa, ora em uma forma, ora em outra, retomando sempre a mesma coisa.

DIÓGENES. In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1967.

O texto descreve argumentos dos primeiros pensadores, denomindos pré-socráticos. Para eles, a principal preocupação filosófica era de ordem

  1. cosmológica, propondo uma explicação racional do mundo fundamentada nos elementos da natureza.
  2. política, discutindo as formas de organização da pólis ao estabelecer as regras da democracia.
  3. ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores virtuosos que tem a felicidade como o bem maior.
  4. estética, procurando investigar a aparência dos entes sensíveis.
  5. hermenêutica, construindo uma explicação unívoca da realidade.

Resposta:A

Resolução:

10. (Enem PPL 2015) Suponha homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, cuja entrada, aberta à luz, se estende sobre todo o comprimento da fachada; eles estão lá desde a infância, as pernas e o pescoço presos por correntes, de tal sorte que não podem trocar de lugar e só podem olhar para frente, pois os grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao longe, numa elevada do terreno, brilha por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros, há um caminho ascendente; ao longo do caminho, imagine um pequeno muro, semelhante aos tapumes que os manipuladores de marionetes armam entre eles e o público e sobre os quais exibem seus prestígios.

PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007.

Essa narrativa de Platão é uma importante manifestação cultural do pensamento grego antigo, cuja ideia central, do ponto de vista filosófico, evidencia o(a)

  1. caráter antropológico, descrevendo as origens do homem primitivo.
  2. sistema penal da época, criticando o sistema carcerário da sociedade ateniense.
  3. vida cultural e artística, expressa por dramaturgos trágicos e cômicos gregos.
  4. sistema político elitista, provindo do surgimento da pólis e da democracia ateniense.
  5. teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o mundo das ideias.

Resposta:E

Resolução:

11. (Enem 2014) Panayiotis Zavos “quebrou” o último tabu da clonagem humana — transferiu embriões para o útero de mulheres,que os gerariam. Esse procedimento é crime em inúmeros países. Aparentemente, o médico possuía um laboratório secreto, no qual fazia seus experimentos. “Não tenho nenhuma dúvida de que uma criança clonada irá aparecer em breve. Posso não ser eu o médico que irá criá-la, mas vai acontecer”, declarou Zavos. “Se nos esforçarmos, podemos ter um bebê clonado daqui a um ano, ou dois, mas não sei se é o caso. Não sofremos pressão para entregar um bebê clonado ao mundo. Sofremos pressão para entregar um bebê clonado saudável ao mundo.”

CONNOR, S. Disponível em: www.independent.co.uk. Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado).

A clonagem humana é um importante assunto de reflexão no campo da bioética que, entre outras questões, dedica-se a

  1. refletir sobre as relações entre o conhecimento da vida e os valores éticos do homem.
  2. legitimar o predomínio da espécie humana sobre as demais espécies animais no planeta.
  3. relativizar, no caso da clonagem humana, o uso dos valores de certo e errado, de bem e mal.
  4. legalizar, pelo uso das técnicas de clonagem, os processos de reprodução humana e animal.
  5. fundamentar técnica e economicamente as pesquisas sobre células-tronco para uso em seres humanos.

Resposta:A

Resolução:

12. (Enem 2014) É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida.

SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).

Apesar de questionar os conceitos da tradição, a dúvida radical da filosofia cartesiana tem caráter positivo por contribuir para o(a)

  1. dissolução do saber científico.
  2. recuperação dos antigos juízos.
  3. exaltação do pensamento clássico.
  4. surgimento do conhecimento inabalável.
  5. fortalecimento dos preconceitos religiosos.

Resposta:D

Resolução:

13. (Enem 2013) TEXTO I

Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável.

DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).

TEXTO II

É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida.

SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado)

A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se

  1. retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade.
  2. questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções.
  3. investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos.
  4. buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados.
  5. encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados.

Resposta:B

Resolução:

14. (Enem 2013) Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; porém, todas as tentativas para descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento, malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento.

KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994 (adaptado)

O trecho em questão é uma referência ao que ficou conhecido como revolução copernicana na filosofia. Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que

  1. assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do conhecimento.
  2. defendem que o conhecimento é impossível, restando-nos somente o ceticismo.
  3. revelam a relação de interdependência entre os dados da experiência e a reflexão filosófica.
  4. apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, na primazia das ideias em relação aos objetos.
  5. refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso conhecimento e são ambas recusadas por Kant.

Resposta:A

Resolução:

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