Filosofia da Educação
Lista de 12 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Filosofia da Educação com questões de Vestibulares.
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01. (UPE) Sobre a condição humana, analise o texto a seguir:
O homem não é um ser natural, mas cultural. Isso significa que, no momento do nascimento, a natureza lhe dá apenas o mínimo necessário, o essencial para ser homem e confiar a ele mesmo a tarefa de fazer‐se, de formar‐se, de realizar plenamente o próprio ser mediante a cultura.
MONDIN, B. Introdução à filosofia. São Paulo, 1981, p. 180.
É CORRETO afirmar que
- o homem nasce homem e não precisa da educação para se humanizar.
- a dimensão cultural caracteriza o homem e não o distingue dos animais.
- o ser humano criou para si um “mundo novo” mediante a cultura, diferente do cenário natural originalmente encontrado.
- o homem se satisfaz em meramente viver, restringindo‐se às necessidades primárias, sem ter anseio profundo para viver bem.
- há evidências de a cultura humana ser uma criação individual e sem história.
02. (UFPA) “O mundo tal como o compreende Arendt (...) designa o cenário onde comparecem gerações humanas completamente distintas. [Neste] Cada geração tomaria emprestado dos objetos do trabalho sua durabilidade, a fim de transmitir às vindouras suas mais preciosas e memoráveis experiências”.
FRANCISCO, M.P.S. “Preservar e renovar o mundo”, in Revista Educação, Nº 4. São Paulo: Editora Seguimento, p. 33-34.
Para que a transmissão desses objetos fabricados e dessas experiências culturais vivenciadas entre as gerações das sociedades em geral, e da brasileira em particular, chegue a bom termo é necessário:
I Um juízo comum sobre o que, em suas experiências, é digno de ser salvo do esquecimento.
II Que as gerações vindouras reconheçam as experiências que lhe são transmitidas como preciosas também para si.
III Que os artefatos humanos, que podem perdurar para além das gerações, tenham um valor exclusivo para as gerações precedentes.
IV Que as funções da tradição saibam relacionar as experiências que julgam valiosas para si, cuja inteligibilidade só possa ser reconhecida verdadeiramente pela geração que as vivenciou.
As afirmativas corretas são
- I e II.
- I e III.
- I e IV.
- II e III.
- III e IV.
03. (Unimontes) As diferenças entre o homem e o animal não são apenas de grau, pois, enquanto o animal permanece mergulhado na natureza, o homem é capaz de transformá-la, tornando possível a cultura. Com relação à cultura, podemos afirmar:
- A cultura não é um processo de autoliberação progressiva do homem, o que o caracteriza como um ser de mutação, um ser de projeto que ultrapassa a própria experiência.
- A cultura é, portanto, um processo de autoliberação progressiva do homem, o que o caracteriza como um ser de mutação, um ser de projeto que ultrapassa a própria experiência.
- A cultura é, portanto, um processo de aprisionamento progressivo do homem, o que o caracteriza como um ser de mutação, um ser de projeto que ultrapassa a própria experiência.
- A cultura é, portanto, um processo de autoliberação progressiva do homem, o que o caracteriza como um ser fixo, um ser alienado que mutila sua própria existência.
04. (PUC-PR) “A verdadeira dificuldade na educação moderna está no fato de que, a despeito de toda a conversa da moda acerca de um novo conservadorismo, até mesmo aquele mínimo de conservação e de atitude conservadora sem o qual a educação simplesmente não é possível se torna, em nossos dias, extraordinariamente difícil de atingir”.
Fonte: ARENDT, Hannah. A crise na educação. In: Entre o passado e o futuro. Tradução Mauro W. Barbosa de Almeida. 5ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.
No trecho extraído do texto A Crise na Educação, a filósofa Hannah Arendt tece considerações sobre o que ela considera como uma das razões do problema educacional moderno. Para a autora, essa questão passa por questões de conservadorismo, renovação, autoridade e tradição.
Com base no trecho acima apresentado e nos seus conhecimentos sobre o texto, assinale a resposta CORRETA.
- De acordo com a filósofa, a educação não deve ter nenhuma relação com a tradição ou com a autoridade, devendo promover um ambiente inteiramente libertário em que as crianças possam desenvolver-se sem os impedimentos do passado e visando unicamente o futuro.
- Segundo Hannah Arendt, o apelo irrestrito ao novo e a ausência de um elemento de conservação são pontos centrais da crise na educação, uma vez que a formação das crianças depende, em certa medida, de uma relação com a noção de tradição para que se possa desenvolver um senso crítico e uma abertura de renovação.
- Conforme pontua Hannah Arendt, a educação deve servir para formar crianças para o mundo, sendo que o respeito pela autoridade e pela tradição são fatores intrinsecamente ligados com a preparação para a vida pública, de tal modo que não deve haver separação entre o âmbito educacional e o âmbito público, com vistas a se formar, acima de tudo, cidadãos de bem.
- Para Arendt, uma vez que a educação deve ter em si um elemento de conservação, é importante que os educadores considerem unicamente o presente como tempo crucial para a formação das crianças, sendo que é a perpetuação do conservadorismo no presente o que garante a aplicação de valores éticos e políticos importantes para a coesão social.
- A crise na educação é decorrente de um tratamento diferenciado dado às crianças, sendo que essas não se distinguem dos adultos e, por essa razão, deveriam receber um tratamento igual ao dado aos adultos, com isso visando prepará-las para o inevitável amadurecimento.
05. (Enem PPL 2019) Declaração de Salamanca — 1994
Acreditamos e proclamamos que: toda criança tem direito fundamental à educação e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem: toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas; sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades.
Disponível em. http//portal.mec.gov.br. Acesso em: é out 2015.
Como signatário da Declaração citada, o Brasil comprometeu-se com a elaboração de políticas públicas educacionais que contemplem a
- criação de privilégios.
- contenção dos gastos.
- pluralidade dos sujeitos.
- padronização do currículo.
- valorização da meritocracia.
06. (Enem PPL 2019) A importância do conhecimento está em seu uso, em nosso domínio ativo sobre ele, quero dizer, reside na sabedoria. É convencional falar em mero conhecimento, separado da sabedoria, como capaz de incutir uma dignidade peculiar a seu possuidor. Não compartilho dessa reverência pelo conhecimento como tal. Tudo depende de quem possui o conhecimento e do uso que faz dele.
WHITHEHEAD, A. N. Os fins da educação e outros ensaios. São Paulo: Edusp, 1969
No trecho, o autor considera que o conhecimento traz possibilidades de progresso material e moral quando
- prioriza o rigor conceitual.
- valoriza os seus dogmas.
- avalia a sua aplicabilidade.
- busca a inovação tecnológica.
- instaura uma perspectiva científica.
07. (UEFS) Afirmar que a Evolução é um fato é confrontar-se com controvérsias, pois provavelmente nenhuma afirmação em toda a Ciência desperta tanta oposição emocional quanto a evolução biológica. Apesar disso, nenhuma hipótese científica diferente da descendência comum com modificações consegue elucidar e fazer previsões a respeito da unidade, diversidade e propriedades dos organismos vivos. [
...] A Teoria da Evolução é controversa porque é percebida por algumas pessoas como sendo incompatível com crenças religiosas, especialmente no que diz respeito à natureza e às origens humanas.
[...] A maioria dos biólogos que estuda a Evolução concorda que as questões referentes à crença espiritual não podem ser decididas pela Ciência, que, pela sua natureza, é limitada a determinar causas naturais observáveis, não pode pronunciar-se a respeito de assuntos sobrenaturais e não pode dar respostas a perguntas filosóficas ou éticas fundamentais. (FUTUYMA, 2002, p. 42).
A partir de uma análise com base científica do tema abordado no texto, é possível inferir que
- a ciência apresenta todas as informações necessárias para compreender a realidade a partir de um estudo detalhado e preciso das partes componentes do Universo.
- a religião deve validar as descobertas da ciência para que as teorias científicas permaneçam respaldadas ao longo do tempo.
- a evolução biológica enfrentou muitos questionamentos no passado por defender a idéia de imutabilidade da espécie humana em relação às outras espécies vivas atuais.
- o convívio harmônico entre os diversos modelos de percepção da realidade — ciência, artes, religião etc — favorece uma compreensão de mundo que apresenta afinidade com uma diversidade de pensamento.
- a ciência, por estar sustentada em observações e experimentação, deve ser capaz de explicar até mesmo os fenômenos considerados espirituais, sobrenaturais ou metafísicos.
08. (UNISC) A “alegoria da caverna”, de Platão, retrata as diferentes etapas da educação de um filósofo ao sair do mundo das sombras (das aparências) para alcançar o conhecimento verdadeiro. Uma vez alcançado esse conhecimento, ele (o filósofo) deve voltar à caverna para orientar os demais a assumirem o governo da cidade. Assinale a alternativa que identifica os dois pontos de vista segundo os quais a análise da “alegoria da caverna” é realizada nesse contexto.
- Político, pois o filósofo conhece a arte de governar; e educacional, pois o filósofo é o único que se preparou para governar.
- Educacional, pois o filósofo é o único que se preparou para governar; e religioso, porque o filósofo tem consciência de sua missão no mundo.
- Científico, pois o filósofo detém a ciência da arte de governar; e epistemológico, pois o filósofo volta para despertar nos demais o conhecimento verdadeiro.
- Político, pois o filósofo conhece a arte de governar; e científico, pois o filósofo detém a ciência da arte de governar.
- Epistemológico, pois o filósofo volta para despertar nos demais o conhecimento verdadeiro; e político, pois o filósofo conhece a arte de governar.
09. (PUC-PR) Leia o texto a seguir.
Esta é a situação básica do homem. O mundo é criado por mãos humanas para servir de casa aos humanos durante um tempo limitado. Porque o mundo é feito por mortais, ele é perecível. Porque os seus habitantes estão continuamente a mudar, o mundo corre o risco de se tornar tão mortal como eles. Para preservar o mundo contra a mortalidade dos seus criadores e habitantes, é necessário constantemente restabelecê-los de novo. O problema é saber como educar de forma a que essa recolocação continue a ser possível, ainda que, de forma absoluta, nunca possa ser assegurada.
ARENDT, Hannah. A crise na educação. In: Entre o passado e o futuro. Tradução Mauro W. Barbosa de Almeida. 5ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.
No trecho extraído do texto A Crise na Educação, a filósofa Hannah Arendt tece considerações sobre o que ela considera como uma das razões do problema educacional moderno. Para a autora, essa questão passa por noções de conservadorismo, renovação, autoridade e tradição. Com base no trecho apresentado e nos seus conhecimentos sobre o texto, assinale a resposta CORRETA.
- Para Hannah Arendt, é preciso um mínimo de conservadorismo para se garantir a produção de uma educação capaz de formar bem as crianças, pois todo ensino baseia-se em apelo a uma tradição que deve servir como base para o aparecimento do novo e do revolucionário.
- Segundo considera a filósofa, a tradição não tem nenhuma função na produção da educação, sendo que todo ensino deve ser, por essência, revolucionário e inovador e os professores devem auxiliar os estudantes a criar novos conteúdos sem cuidado com o passado.
- Conforme pontua Hannah Arendt, o domínio da educação tem de ser estritamente vinculado aos outros domínios públicos, sobretudo com relação à vida política. O aprendizado só é possível por meio do emprego de autoridade, sendo que o uso da autoridade deve servir como uma ligação entre o meio educacional e o meio político.
- A educação deve ter esperança na novidade de cada nova geração. O respeito pelo passado não tem nenhuma utilidade para a fundamentação de uma educação formadora e a tradição deve servir apenas como uma oposição que deve ser combatida com vistas ao futuro.
- A crise na educação é decorrência de uma crise da tradição, sendo que os valores sociais do passado devem ser impostos às crianças por meio do uso da autoridade, buscando, assim, assegurar a conservação das verdades já alcançadas nos tempos passados.
10. (UEG) Considera-se que no início da filosofia e da ciência moderna, com Descartes e a Revolução Científica do séc. XVII, houve uma mudança fundamental na relação entre sujeito e sua confiança nas possibilidades da razão, o que resultou na mudança da questão ontológica grega, que perguntava pelo ser, para a questão gnosiológica que pergunta pelas possibilidades e limites da razão. Diante dessa questão surgem duas grandes correntes que marcam o pensamento moderno: o racionalismo e o empirismo. Em relação a tais tendências verifica-se que
- o racionalismo, ao contrário do empirismo, preocupa-se em levantar hipóteses passíveis de serem submetidas ao controle empírico e matemático em condições de laboratório.
- a questão gnosiológica de saber o que se pode conhecer foi tratada da mesma forma por empiristas e racionalistas que defendiam os mesmos critérios para determinar a verdade dos fatos e da existência humana.
- a questão gnosiológica colocada por racionalistas e empiristas só reforça sua confiança na razão, denotando uma falta de preocupação em determinar os limites e as possibilidades da racionalidade.
- o racionalismo defende o inatismo das ideais, o critério da evidência e a capacidade da razão em desvendar os mistérios da natureza e do universo, ao passo que o empirismo nega o inatismo, estabelecendo o critério da verificação para legitimar suas proposições.
11. (UNESP) Texto 1
É com Descartes que a oposição homem-natureza se tornará mais completa, constituindo-se no centro do pensamento moderno e contemporâneo. O homem, instrumentalizado pelo método científico, pode penetrar os mistérios da natureza e, assim, tornar-se “senhor e possuidor da natureza”.
(Carlos W. P. Gonçalves. Os (des)caminhos do meio ambiente, 1989. Adaptado.)
Texto 2
Quando a gente quis criar uma reserva da biosfera em uma região do Brasil, foi preciso justificar para a Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] por que era importante que o planeta não fosse devorado pela mineração. Para essa instituição, é como se bastasse manter apenas alguns lugares como amostra grátis da Terra.
(Ailton Krenak. Ideias para adiar o fim do mundo, 2019.)
Ailton Krenak constata os princípios da filosofia cartesiana ao reconhecer que
- a natureza operacionalizada serve aos humanos de forma harmônica e reforça a relevância de todos os seres vivos.
- o método cartesiano tem sido utilizado na natureza a partir de medidas ecológicas estabelecidas pela Unesco.
- os órgãos oficiais vêm se esforçando pelo equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação da natureza.
- as instituições que representam a humanidade negligenciam a integral manutenção do meio ambiente.
- a dúvida cartesiana não permite afirmações sobre o desenvolvimento sustentável, por estas serem inconclusivas.
12. (ITA) Assinale a opção que apresenta a sequência que melhor descreve o ciclo de ações envolvidas no método científico (hipotético - dedutivo):
- Observação → Hipótese → Experimento → Análise dos Resultados → Conclusões → Observação → ⋯
- Introdução → Hipótese → Argumentação → Conclusões → Introdução → ⋯
- Hipótese → Argumentação → Contra Argumentação → Consenso → Hipótese → ⋯
- Observação → Hipótese → Argumentação → Contra Argumentação → Consenso → Observação → ⋯
- Hipótese → Argumentação → Consenso → Experimento → Observação → Hipótese → ⋯