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Filosofia Moderna I

Lista de 23 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Filosofia Moderna com questões de Vestibulares.


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01. (UEL) O Renascimento, amplo movimento artístico, literário e científico, expandiu-se da Península Itálica por quase toda a Europa, provocando transformações na sociedade. Sobre o tema, é correto afirmar que:

  1. o racionalismo renascentista reforçou o princípio da autoridade da ciência teológica e da tradição medieval.
  2. houve o resgate, pelos intelectuais renascentistas, dos ideais medievais ligados aos dogmas do catolicismo, sobretudo da concepção teocêntrica de mundo.
  3. nesse período, reafirmou-se a ideia de homem cidadão, que terminou por enfraquecer os sentimentos de identidade nacional e cultural, os quais contribuíram para o fim das monarquias absolutas.
  4. o humanismo pregou a determinação das ações humanas pelo divino e negou que o homem tivesse a capacidade de agir sobre o mundo, transformando-o de acordo com sua vontade e interesse.
  5. os estudiosos do período buscaram apoio no método experimental e na reflexão racional, valorizando a natureza e o ser humano.

02. (UNESP) Os homens, diz antigo ditado grego, atormentam-se com a ideia que têm das coisas e não com as coisas em si. Seria grande passo, em alívio da nossa miserável condição, se se provasse que isso é uma verdade absoluta. Pois se o mal só tem acesso em nós porque julgamos que o seja, parece que estaria em nosso poder não o levarmos a sério ou o colocarmos a nosso serviço. Por que atribuir à doença, à indigência, ao desprezo um gosto ácido e mau se o podemos modificar? Pois o destino apenas suscita o incidente; a nós é que cabe determinar a qualidade de seus efeitos.

(Michel de Montaigne. Ensaios, 2000. Adaptado.)

De acordo com o filósofo, a diferença entre o bem e o mal

  1. representa uma oposição de natureza metafísica, que não está sujeita a relativismos existenciais.
  2. relaciona-se com uma esfera sagrada cujo conhecimento é autorizado somente a sacerdotes religiosos.
  3. resulta da queda humana de um estado original de bem-aventurança e harmonia geral do Universo.
  4. depende do conhecimento do mundo como realidade em si mesma, independente dos julgamentos humanos.
  5. depende sobretudo da qualidade valorativa estabelecida por cada indivíduo diante de sua vida.

03. (Unespar) A filosofia moderna é marcada pela necessidade de afirmar a importância de um método para a investigação, fato que não afeta apenas as preocupações dos filósofos, mas também dos cientistas que começavam a esboçar, de forma mais metódica, produção de conhecimento. O método mais celebrado entre os filósofos da época foi aquele desenvolvido por René Descartes, conhecido como o pai do Racionalismo moderno. Contudo, o filósofo Francis Bacon colocou importantes críticas a respeito da validade do método de Descartes. Assinale a alternativa que melhor represente a contribuição de Descartes e a de Bacon, respectivamente.

  1. O método cartesiano consistia em criticar sistematicamente a lógica e acreditar na evidência da verdade na mente subjetiva. Já o de Bacon tratava de ignorar o mundo empírico em busca de verdades racionais;
  2. O método cartesiano propõe colocar em dúvida tudo aquilo que pode conter erros, até atingir verdades fundamentais que possuam absoluta evidência racional. O de Bacon, parte do reconhecimento de que a ciência da época não progredia em função de uma lógica que não era adequada ao conhecimento do mundo empírico, e apenas este conhecimento deveria importar em detrimento de raciocínios metafísicos;
  3. Descartes propunha que se desconfiasse das verdades estabelecidas, uma vez que nenhuma verdade é possível para o intelecto humano, e Bacon propunha buscar a verdade apenas no mundo empírico, sem considerar argumentos racionais;
  4. Uma frase emblemática de Descartes é “não há nada no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos”, e seu método consiste numa arqueologia das sensações que dão origem a um conceito. Já Bacon é conhecido por ser o pai do método científico, que preconiza que a investigação deve ser realizada através da experimentação;
  5. Descartes divide seu método em fases e diz que precisamos conhecer primeiro as diferentes lógicas para depois aplicá-las ao conhecimento da verdade. Bacon critica justamente a preponderância da lógica aristotélica no conhecimento elaborado pela ciência, até então.

04. (UFMS) Leia atentamente o texto a seguir:

“Neste ponto, o filósofo compreendeu que havia uma crença da qual ele não podia duvidar: a crença na própria existência. Cada um de nós pensa ou diz: ‘Sou, existo’ – e, enquanto pensamos ou dizemos isso, não podemos estar errados. Quando o filósofo tentou aplicar o teste do gênio maligno a sua crença, percebeu que o gênio só podia levá-lo a acreditar que ele existe se ele, o próprio filósofo, de fato existir – como ele poderia duvidar da própria existência, se é preciso existir para ter dúvida?

O axioma ‘Eu sou, eu existo’ constitui a primeira certeza desse filósofo. Em sua obra anterior, Discurso sobre o método, ele a apresentou como ‘Penso, logo existo’, mas abandonou a frase ao escrever suas Meditações, pois o uso de ‘logo’ leva a afirmação a ser lida como premissa e conclusão. O filósofo queria que o leitor – o ‘eu’ que medita – percebesse que, assim que considero o fato de que existo, sei que isso é verdadeiro. Tal verdade é instantaneamente apreendida. A percepção de que existo é uma intuição direta, não a conclusão de um argumento.”

(Vários colaboradores. O livro da Filosofia. Tradução Douglas Kim. São Paulo: Globo, 2011. p. 120. Adaptado).

O texto desse enunciado exprime uma vertente do pensamento racionalista de um importante filósofo ocidental. Assinale a alternativa correta que apresenta o filósofo racionalista autor das reflexões apresentadas.

  1. Nicolau Maquiavel.
  2. São Tomás de Aquino.
  3. René Descartes.
  4. Voltaire.
  5. Immanuel Kant.

05. (PUC–PR) Inspirando-se na Antiguidade Clássica (Grécia-Roma), o Renascimento valorizava o homem, refletindo mesmo uma visão antropocêntrica do mundo. Esse movimento teve origem:

  1. na França
  2. na Alemanha.
  3. na Espanha.
  4. em Portugal.
  5. na Itália.

06. (UEL) “A escolha dos ministros por parte de um príncipe não é coisa de pouca importância: os ministros serão bons ou maus, de acordo com a prudência que o príncipe demonstrar. A primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência, é dada pelos homens que o cercam. Quando estes são eficientes e fiéis, pode-se sempre considerar o príncipe sábio, pois foi capaz de reconhecer a capacidade e manter fidelidade. Mas quando a situação é oposta, pode-se sempre dele fazer mau juízo, porque seu primeiro erro terá sido cometido ao escolher os assessores”.

(MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Trad. de Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2004. p. 136.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre Maquiavel, é correto afirmar:

  1. As atitudes do príncipe são livres da influência dos ministros que ele escolhe para governar.
  2. Basta que o príncipe seja bom e virtuoso para que seu governo obtenha pleno êxito e seja reconhecidopelo povo.
  3. O povo distingue e julga, separadamente, as atitudes do príncipe daquelas de seus ministros.
  4. A escolha dos ministros é irrelevante para garantir um bom governo, desde que o príncipe tenha um projeto político perfeito.
  5. Um príncipe e seu governo são avaliados também pela escolha dos ministros.

07. (UEL) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Maquiavel acerca da relação entre poder e moral, é correto afirmar.

  1. Maquiavel se preocupa em analisar a ação política considerando tão somente as qualidades morais do Príncipe quedeterminam a ordem objetiva do Estado.
  2. O sentido da ação política, segundo Maquiavel, tem por fundamento originário e, portanto, anterior, a ordem divina, refletida na harmonia da Cidade.
  3. Para Maquiavel, a busca da ordem e da harmonia, em face do desequilíbrio e do caos, só se realiza com a conquista da justiça e do bem comum.
  4. Na reflexão política de Maquiavel, o fim que deve orientar as ações de um Príncipe é a ordem e a manutenção dopoder.
  5. A análise de Maquiavel, com base nos valores espirituais superiores aos políticos, repudia como ilegítimo o emprego da força coercitiva do Estado.

08. (Ufsj) “Galileu e seus sucessores, atirando objetos de alturas para o solo, e fazendo rolar esferas sobre planos inclinados, contrastavam nitidamente seus métodos com a anterior e habitual especulação inspirada na Metafísica Aristotélica. Achavam-se, pois, abertamente em jogo os procedimentos adequados para a elaboração do Conhecimento. E era preciso não somente determinar esses procedimentos, mas trazer a sua justificação e reeducar-se na condução dos novos métodos. Tanto mais que tais métodos iam chocar-se em última instância com preconceitos profundamente implantados em concepções tradicionais que traziam o poderoso selo de convicções religiosas. As necessidades do momento levavam assim os homens de pensamento a se deterem atentamente nos problemas do Conhecimento. O que, afora as estéreis manipulações verbais a que se reduzira a Lógica formal clássica, praticamente já não detinha a atenção de ninguém”.

Assinale a alternativa que expressa o problema central desse fragmento de texto.

  1. A tentativa dos modernos em empreender uma nova metodologia para a Ciência e para a Filosofia.
  2. A iminente necessidade de se praticar uma Filosofia conduzida por novos métodos e técnicas de aprimoramento da metafísica aristotélica.
  3. A grande emergência de se fazer uma total integração da Filosofia com a Ciência através de uma tentativa de equiparação dos seus métodos.
  4. A constatação de que a Filosofia passaria a assumir o comprometimento com as questões relativas ao problema da retórica aristotélica bem como do conhecimento teológico.

09. (Unesp) ada acusa mais uma extrema fraqueza de espírito do que não conhecer qual é a infelicidade de um homem sem Deus; nada marca mais uma má disposição do coração do que não desejar a verdade das promessas eternas; nada é mais covarde do que fazer-se de bravo contra Deus. Deixem então essas impiedades para aqueles que são bastante mal nascidos para ser verdadeiramente capazes disso. Reconheçam enfim que não há senão duas espécies de pessoas a quem se possam chamar razoáveis: ou os que servem a Deus de todo o coração porque o conhecem ou os que o buscam de todo o coração porque não o conhecem.

(Blaise Pascal. Pensamentos, 2015. Adaptado.)

O pensamento desse filósofo é nitidamente influenciado por uma ótica

  1. científica.
  2. ateísta.
  3. antropocêntrica.
  4. materialista.
  5. teológica.

10. (Uel) A obra de Galileu Galilei está indissoluvelmente ligada à revolução científica do século XVII, a qual implicou uma “mutação” intelectual radical, cujo produto e expressão mais genuína foi o desenvolvimento da ciência moderna no pensamento ocidental. Neste sentido, destacam-se dois traços entrelaçados que caracterizam esta revolução inauguradora da modernidade científica: a dissolução da ideia greco-medieval do Cosmos e a geometrização do espaço e do movimento.

(KOYRÉ, A. Estudos Galilaicos. Lisboa: Dom Quixote, 1986. pp. 13-20; KOYRÉ, A. Estudos de História do Pensamento Científico. Brasília, Editora UnB, 1982. pp. 152-154.).

Com base no texto e nos conhecimentos sobre as características que marcam revolução científica no pensamento de Galileu Galilei, assinale a alternativa correta.

  1. A dissolução do Cosmos representa a ruptura com a ideia do Universo como sistema imutável, heterogêneo, hierarquicamente ordenado, da física aristotélica.
  2. A crença na existência do Cosmos, na física aristotélica, se situa na concepção de um Universo aberto, indefinido e até infinito, unificado e governado pelas mesmas leis universais.
  3. Contrária à concepção tradicional de ciência de orientação aristotélica, a física galilaica distingue e opõe os dois mundos do Céu e da Terra e suas respectivas leis.
  4. A geometrização do espaço e do movimento, na física galilaica, aprimora a concepção matemática do Universo cósmico qualitativamente diferenciado e concreto da física aristotélica.
  5. A física galilaica identifica o movimento a partir da concepção de uma totalidade cósmica, em cuja ordem cada coisa possui um lugar próprio conforme sua natureza.

11. (Uel) Leia o texto a seguir.

O pensamento moderno caracteriza-se pelo crescente abandono da ciência aristotélica. Um dos pensadores modernos desconfortáveis com a lógica dedutiva de Aristóteles – considerando que esta não permitia explicar o progresso do conhecimento científico – foi Francis Bacon. No livro Novum Organum, Bacon formulou o método indutivo como alternativa ao método lógico-dedutivo aristotélico.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Bacon, é correto afirmar que o método indutivo consiste

  1. na derivação de consequências lógicas com base no corpo de conhecimento de um dado período histórico.
  2. no estabelecimento de leis universais e necessárias com base nas formas válidas do silogismo tal como preservado pelos medievais.
  3. na postulação de leis universais com base em casos observados na experiência, os quais apresentam regularidade.
  4. na inferência de leis naturais baseadas no testemunho de autoridades científicas aceitas universalmente.
  5. na observação de casos particulares revelados pela experiência, os quais impedem a necessidade e a universalidade no estabelecimento das leis naturais.

12. (UECE) Sobre a questão da liberdade em Spinoza, a filósofa brasileira Marilena Chauí afirma o seguinte: “[...] o poder teológico-político é duplamente violento. Em primeiro lugar, porque pretende roubar dos homens a origem de suas ações sociais e políticas, colocando-as como cumprimento a mandamentos transcendentes de uma vontade divina incompreensível ou secreta, fundamento da ‘razão de Estado’. Em segundo, porque as leis divinas reveladas, postas como leis políticas ou civis, impedem o exercício da liberdade, pois não regulam apenas usos e costumes, mas também a linguagem e o pensamento, procurando dominar não só os corpos, mas também os espíritos”.

CHAUÍ, Marilena. Espinosa, uma subversão filosófica. Revista CULT, 14 de março de 2010. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/baruch-espinosa/.

O poder teológico-político é violento, porque

  1. submete os homens a leis supostamente transcendentes ao negar-lhes a imanência de suas próprias ações.
  2. retira dos homens a esperança de que suas ações tenham como causa e fim a transcendência divina.
  3. transforma a linguagem e o pensamento dos homens em formas de libertação de corpos e espíritos.
  4. recusa aos usos e costumes o papel de fundamento transcendente das ações políticas e leis civis dos homens.

13. (UFSM) Sem leis e sem Estado, você poderia fazer o que quisesse. Os outros também poderiam fazer com você o que quisessem. Esse é o “estado de natureza” descrito por Thomas Hobbes, que, vivendo durante as guerras civis britânicas (1640-60), aprendeu em primeira mão como esse cenário poderia ser assustador. Sem uma autoridade soberana não pode haver nenhuma segurança, nenhuma paz.

Fonte: LAW, Stephen. Guia Ilustrado Zahar: Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

Considere as afirmações:

I. A argumentação hobbesiana em favor de uma autoridade soberana, instituída por um pacto, representa inequivocamente a defesa de um regime político monarquista.

II. Dois dos grandes teóricos sobre o “estado de natureza”, Hobbes e Rousseau, partilham a convicção de que o afeto predominante nesse “estado” é o medo.

III. Um traço comum da filosofia política moderna é a idealização de um pacto que estabeleceria a passagem do estado de natureza para o estado de sociedade.

Está(ão) correta(s)

  1. apenas I.
  2. apenas II.
  3. apenas III.
  4. apenas I e II.
  5. apenas II e III.

14. (UNICAMP) Quanto seja louvável a um príncipe manter a fé, aparentar virtudes e viver com integridade, não com astúcia, todos o compreendem; contudo, observa-se, pela experiência, em nossos tempos, que houve príncipes que fizeram grandes coisas, mas em pouca conta tiveram a palavra dada, e souberam, pela astúcia, transtornar a cabeça dos homens, superando, enfim, os que foram leais (...). Um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir.

(Nicolau Maquiavel, O Príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1997, p. 73-85.)

A partir desse excerto da obra, publicada em 1513, é correto afirmar que:

  1. O jogo das aparências e a lógica da força são algumas das principais artimanhas da política moderna explicitadas por Maquiavel.
  2. A prudência, para ser vista como uma virtude, não depende dos resultados, mas de estar de acordo com os princípios da fé.
  3. Os princípios e não os resultados é que definem o julgamento que as pessoas fazem do governante, por isso é louvável a integridade do príncipe.
  4. A questão da manutenção do poder é o principal desafio ao príncipe e, por isso, ele não precisa cumprir a palavra dada, desde que autorizado pela Igreja.

15. (Uema) Para Thomas Hobbes, os seres humanos são livres em seu estado natural, competindo e lutando entre si, por terem relativamente a mesma força. Nesse estado, o conflito se perpetua através de gerações, criando um ambiente de tensão e medo permanente. Para esse filósofo, a criação de uma sociedade submetida à Lei, na qual os seres humanos vivam em paz e deixem de guerrear entre si, pressupõe que todos renunciem à sua liberdade original. Nessa sociedade, a liberdade individual é delegada a um só dos homens que detém o poder inquestionável, o soberano.

Fonte: MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Trad. João Paulo Monteiro; Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Editora NOVA Cultural, 1997.

A teoria política de Thomas Hobbes teve papel fundamental na construção dos sistemas políticos contemporâneos que consolidou a (o):

  1. Monarquia Paritária.
  2. Despotismo Soberano.
  3. Monarquia Republicana.
  4. Monarquia Absolutista.
  5. Despotismo Esclarecido.

16. (UFSJ) Sobre os ídolos preconizados por Francis Bacon, é CORRETO afirmar que:

  1. “A consequência imediata da ação dos ídolos é a inscrição do Homem num universo de massacre e sofrimento racional-indutivo, onde o conhecimento científico se distancia da filosofia, se deteriora e se amesquinha”.
  2. “Toda idolatria é forjada no hábito e na subjetividade humanos”.
  3. “Os ídolos invadem a mente humana e para derrogá-los, é necessário um esforço racional-dedutivo de análise, como bem advertiu Aristóteles”.
  4. “Os ídolos da caverna são os homens enquanto indivíduos, pois cada um [...] tem uma caverna ou uma cova que intercepta e corrompe a luz da natureza”.

17. (Unespar) Maquiavel, pensador político do período moderno, faz severas críticas ao modo de se fazer política no período grego e, sobretudo, no período moderno, isso porque, de acordo com esse pensador político, a política do seu tempo era tomada no sentido aristotélico, ou seja, pensava a partir do que se denomina de dever-ser, em outros termos, pensando o homem, a partir da visão aristotélica, como um animal político, isto é, nascido para a política, uma espécie de o homem como ser comunitário. Por essa razão, Maquiavel, em 1513, escreveu sua famosa obra O Príncipe e, no contexto dessa obra, o autor apresenta a seguinte discussão:

“Necessitando, portanto, um príncipe saber usar bem o animal, desse deve tomar como modelos a raposa e o leão, porque o leão não sabe se defender das armadilhas e a raposa não tem defesa contra os lobos. É preciso, portanto, ser raposa para conhecer as armadilhas e leão para aterrorizar os lobos. Aqueles que usam apenas os modos do leão, nada entendem dessa arte”

(MAQUIAVEL. O Príncipe. São Paulo: abril cultural, 978, p. 108. Coleção os pensadores)

Desse modo:

I. Para Maquiavel, a noção de lobo representa o uso da força e, nesse sentido, deve demonstrar coragem e, acima de tudo, poder para aniquilar os lobos.

II. Raposa é, no sentido apresentado na assertiva, uma figura metafórica que representa astúcia, sutileza e esperteza para lidar com os adversários.

III. A arte política é, no sentido apresentado por Maquiavel, uma forma ética de lidar com os adversários, pois, para esse autor, o homem é um animal político e por isso se traduz como um ser comunitário.

Assinale a alternativa correta, com relação aos enunciados acima:

  1. Apenas a alternativa I está correta;
  2. Apenas a alternativa II está correta;
  3. Apenas a alternativa III está correta;
  4. Todas as alternativas estão corretas;
  5. As alternativas I e II estão corretas.

18. (UECE) “O bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada [...] o poder de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se denomina o bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens; e, destarte, [...] a diversidade de nossas opiniões não provém do fato de serem uns mais racionais do que outros, mas somente de conduzirmos nossos pensamentos por vias diversas e não considerarmos as mesmas coisas.”

DESCARTES, René. Discurso do método, I. Tradução de J. Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Abril Cultural, 1979. Coleção Os Pensadores.

Tomando-se por base o que diz Descartes na citação acima, explica-se a diversidade de opiniões em que

I. alguns são mais racionais do que os outros.

II. usamos de modos distintos nossa razão.

III. as emitimos sobre coisas diferentes.

Estão corretas as complementações contidas em

  1. I e III apenas.
  2. I e II apenas.
  3. I, II e III.
  4. II e III apenas.

19. (UFV-MG) Exalta o direito de propriedade individual e da riqueza; opondo-se, consequentemente, à intervenção do estado na economia. Defende intransigentemente que deve haver total liberdade de produção, circulação e venda. Considera que o homem, enquanto indivíduo, deve desfrutar de todas as satisfações, não se submetendo senão aos limites da Razão. Crê no Progresso como sendo resultado de um fenômeno natural e decorrente da livre concorrência que, ao estimular as atividades econômicas, é a única forma aceitável de proporcionar liberdade, felicidade, prosperidade e igualdade entre todos os homens.

O trecho acima pode ser considerado uma síntese dos valores constitutivos da ideologia política intitulada:

  1. Catolicismo social.
  2. Socialismo utópico.
  3. Socialismo científico.
  4. Liberalismo.
  5. Anarquismo.

20. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.

Francis Bacon, em sua obra Nova Atlântida, imagina uma utopia tecnocrática na qual o sofrimento humano poderia ser removido pelo desenvolvimento e pelo aperfeiçoamento do conhecimento científico, o qual permitiria uma crescente dominação da natureza e um suposto afastamento do mito. Na obra Dialética do Esclarecimento, Adorno e Horkheimer defendem que o projeto iluminista de afastamento do mito foi convertido, ele próprio, em mito, caindo no dogmatismo e em numa forma de mitologia. O progresso técnico-científico consiste, para Adorno e Horkeheimer, no avanço crescente da racionalidade instrumental, a qual é incapaz de frear iniciativas que afrontam a moral, como foram, por exemplo, os campos de concentração nazistas.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o desenvolvimento técnico-científico, é correto afirmar:

  1. Bacon pensava que o incremento da racionalidade instrumental aliviaria as causas do sofrimento humano, apesar de a razão, a longo prazo, sucumbir novamente ao mito.
  2. Adorno e Horkheimer concordavam que o progresso científico não consegue superar o mito, mas se torna um tipo de concepção mítica incapaz de discriminar o que é certo do que é errado moralmente.
  3. Adorno e Horkheimer sustentavam que o crescente avanço da racionalidade instrumental consistia num incremento da capacidade humana de avaliar moralmente.
  4. Bacon apontava que o aumento da capacidade de domínio do homem sobre a natureza conduziria os seres humanos a uma forma de dogmatismo.
  5. Tanto Adorno e Horkheimer quanto Bacon viam o progresso técnico e científico como a solução para os sofrimentos humanos e para as incertezas morais humanas.

21. (Uncisal/2011) – No século XVIII, o filósofo Emanuel Kant formulou as hipóteses de seu idealismo transcendental. Segundo Kant, todo conhecimento logicamente válido inicia-se pela experiência, mas é construído internamente por meio das formas a priori da sensibilidade (espaço e tempo) e pelas categorias lógicas do entendimento. Dessa maneira, para Kant, não é o objeto que possui uma verdade a ser conhecida pelo sujeito cognoscente, mas sim o sujeito que, ao conhecer o objeto, nele inscreve suas próprias coordenadas sensíveis e intelectuais.

De acordo com a filosofia kantiana, pode-se afirmar que:

  1. A mente humana é como uma “tabula rasa”, uma folha em branco que recebe todos os seus conteúdos da experiência.
  2. Os conhecimentos são revelados por Deus para os homens.
  3. Todos os conhecimentos são inatos, não dependendo da experiência.
  4. Kant foi um filósofo da antiguidade.
  5. Para Kant, o centro do processo de conhecimento é o sujeito, não o objeto.

22. (UFU) Os filósofos contratualistas elaboraram suas teorias sobre os fundamentos ou origens do poder do Estado a partir de alguns conceitos fundamentais tais como, a soberania, o estado de natureza, o estado civil, o estado de guerra, o pacto social etc.

Com base em seus conhecimentos e no texto abaixo, assinale a alternativa correta, segundo Hobbes.

“[...] a condição dos homens fora da sociedade civil (condição esta que podemos adequadamente chamar de estado de natureza) nada mais é do que uma simples guerra de todos contra todos na qual todos os homens têm igual direito a todas as coisas; [...] e que todos os homens, tão cedo chegam a compreender essa odiosa condição, desejam [...] libertar-se de tal miséria.”

HOBBES, Thomas, Do Cidadão, Ed. Martins Fontes, 1992.

  1. O estado de natureza não se confunde com o estado de guerra, pois este é apenas circunstancial ao passo que o estado de natureza é uma condição da existência humana.
  2. A condição de miséria a que se refere o texto é o estado de natureza ou, tal como se pode compreender, o estado de guerra.
  3. O direito dos homens a todas as coisas não tem como consequência necessária a guerra de todos contra todos.
  4. A origem do poder nada tem a ver com as noções de estado de guerra e estado de natureza.

23. (Unespar) Immanuel Kant, um dos pensadores mais influentes do século XVIII, nos deixou três obras que conhecemos como as obras críticas: a Crítica da razão pura, a Crítica da razão prática e a Crítica da faculdade do juízo. Com essas obras ele se estabeleceu como um marco para o pensamento moderno, pois buscou resolver um conflito entres duas vertentes sempre constantes na história da filosofia: de um lado os filósofos racionalistas, e de outro, os empiristas. Para resolver o antagonismo entre esses dois lados, Kant desenvolveu sua filosofia crítica, também conhecida como:

  1. Filosofia analítica;
  2. Filosofia transcendental;
  3. Filosofia dialética;
  4. Filosofia imanente;
  5. Filosofia da desconstrução.

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