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A República de Platão

Lista de 15 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema A República de Platão com questões de Vestibulares.


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01. (UEL) No pensamento ético-político de Platão, a organização no Estado Ideal reflete a justiça concebida como a disposição das faculdades da alma que faz com que cada uma delas cumpra a função que lhe é própria. No Livro V de A República, Platão apresentou o Estado Ideal como governo dos melhores selecionados. Para garantir que a raça dos guardiões se mantivesse pura, o filósofo escreveu:

É preciso que os homens superiores se encontrem com as mulheres superiores o maior número de vezes possível, e inversamente, os inferiores com as inferiores, e que se crie a descendência daqueles, e a destes não, se queremos que o rebanho se eleve às alturas.

(Adaptado de: PLATÃO. A República. 7. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993, p.227-228.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento ético-político de Platão é correto afirmar:

  1. No Estado Ideal, a escolha dos mais aptos para governar a sociedade expressa uma exigência que está de acordo com a natureza.
  2. O Estado Ideal prospera melhor com uma massa humana difusamente misturada, em que os homens e mulheres livremente se escolhem.
  3. O reconhecimento da honra como fundamento da organização do Estado Ideal torna legítima a supremacia dos melhores sobre as classes inferiores.
  4. A condição necessária para que se realize o Estado Ideal é que as ocupações próprias de homens e mulheres sejam atribuídas por suas qualidades distintas.
  5. O Estado Ideal apresenta-se como a tentativa de organizar a sociedade dos melhores fundada na riqueza como valor supremo.

02. (UFT) “Supõe então uma linha cortada em duas partes desiguais; corta novamente cada um dos segmentos a mesma proporção, o da espécie visível e o da inteligível; e obterás, no mundo visível, segundo a sua claridade ou obscuridade relativa, uma secção, a das imagens. [...] Na parte anterior, a alma, servindose, como se fossem imagens, dos objectos que então eram imitados, é forçada a investigar a partir de hipóteses, sem poder caminhar para o princípio, mas para a conclusão; ao passo que, na outra parte, a que conduz ao princípio absoluto, parte da hipótese, e, dispensando as imagens que havia no outro, faz caminho só com o auxílio das ideias”

Fonte: Platão, A República, Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2012, p. 311.

Ao apresentar uma proposta dualista da realidade, o trecho apresentado acaba por descreditar certo tipo de conhecimento que o autor pensa ser insuficiente para a compreensão da verdade. Com isso, descreve um processo que vai do grau mais inferior ao mais elevado de conhecimento. Quanto ao assunto, analise as afirmativas abaixo.

I. A princípio temos contato com o que é apresentado pelos sentidos, e, por fim, conhecemos as Ideias com auxílio da razão.

II. O conhecimento parte do abandono do que propõe a multiplicidade das coisas rumo ao que é idêntico a si mesmo.

III. As impressões e as opiniões que delas advêm devem ser deixadas de lado, bem como o conhecimento das Ideias eternas.

IV. O conhecimento das Ideias é encontrado na multiplicidade das coisas que são percebidas sensivelmente.

Assinale, entre as alternativas abaixo, aquela que indica as afirmativas CORRETAS quanto ao conhecimento, segundo o passo citado a partir d´A República de Platão.

  1. Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
  2. Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
  3. Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
  4. Apenas as afirmativas II e III estão corretas.

03. (UEL) Leia o texto a seguir.

Os melhores de entre nós, quando escutam Homero ou qualquer poeta trágico a imitar um herói que está aflito e se espraia numa extensa tirada cheia de gemidos, ou os que cantam e batem no peito, sabes que gostamos disso, e que nos entregamos a eles, e os seguimos, sofrendo com eles, e com toda seriedade elogiamos o poeta, como sendo bom, por nos ter provocado até o máximo, essas disposições. [. . . ] Mas quando sobrevém a qualquer de nós um luto pessoal, reparaste que nos gabamos do contrário, se formos capazes de nos mantermos tranquilos e de sermos fortes, entendendo que esta atitude é característica de um homem [. . . ]?

PLATÃO. A República. 605 d-e. Trad. Maria Helena da Rocha Pereira. 12. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010. p. 470.

Com base no texto, nos conhecimentos sobre mimesis (imitação) e sobre o pensamento de Platão, assinale a alternativa correta:

  1. A maneira como Homero constrói seus personagens retratando reações humanas deve ser imitada pelos demais poetas, pois é eticamente aprovada na Cidade Ideal platônica.
  2. O fato de mostrar as emoções de maneira exagerada em seus personagens faz de Homero e de autores de tragédia excelentes formadores na Cidade Ideal pensada por Platão.
  3. Reagir como os personagens homéricos e trágicos é digno de elogio, pois Platão considera que a descarga das emoções é benéfica para a formação ética dos cidadãos.
  4. Poetas como Homero e autores de tragédia provocam emoções de modo exagerado em quem os lê ou assiste, não sendo bons para a formação do cidadão na Cidade Ideal platônica.
  5. A imitação de Homero e dos trágicos das reações humanas difere da dos pintores, pois, segundo Platão, não estão distantes em graus da essência, por isso podem fazer parte da cidade justa.

04. (Santa Casa) O povo não tem sempre o costume assinalado de pôr uma pessoa qualquer à sua frente, fomentando o desenvolvimento da sua grandeza? [...]

É, portanto, evidente que, quando a tirania se origina, é da semente deste protetor, e não de outra, que ela germina.

[...]

Porventura não é também assim que aquele que está à frente do povo e que, apanhando a multidão a obedecer-lhe, não se abstém do sangue dos da sua tribo [...]? Acaso para um homem assim não é forçoso, depois disto, e fatal, que pereça às mãos dos seus inimigos ou que se torne um tirano, transformando-se de homem em lobo?

(Platão. A República, 1987.)

Platão (428 a.C.- 348 a.C.), em A República, identifica os vários tipos de governos e governantes da Grécia Antiga.

No texto, caracteriza-se a tirania como

  1. uma tendência absolutista comum em Esparta, que valorizava o respeito total aos governantes.
  2. uma etapa posterior à democracia, com a ascensão de legisladores dotados de pleno poder.
  3. um fenômeno que resultava da relação ambígua entre governantes autoritários e a população.
  4. uma forma de governo típica das pequenas cidades gregas, marcada pela irracionalidade dos governantes.
  5. uma estratégia de controle oligárquico, que favorecia os interesses das classes nobres da cidade.

05. (UFPR) O livro X da obra A República é, em grande parte, dedicado aos poetas em geral e a Homero em particular.

Tendo em vista os argumentos desenvolvidos nesse livro, é correto afirmar que, para Platão:

  1. o trabalho dos poetas expressa a própria ideia de beleza.
  2. os poetas imaginam coisas que não existem no campo das ideias.
  3. a poesia é útil para a educação dos jovens, em especial por seu caráter lúdico.
  4. a poesia é uma forma de imitação que não revela um bom conhecimento do que imita.
  5. a poesia é a forma de conhecimento que mais se aproxima das ideias.

06. (Unioeste) Segundo a conhecida alegoria da caverna, que aparece no Livro VII da República, de Platão, há prisioneiros, voltados para uma parede em que são projetadas as sombras de objetos que eles não podem ver. Esses prisioneiros representam a humanidade em seu estágio de mais baixo saber acerca da realidade e de si mesmos: a doxa, ou “opinião”. Um desses prisioneiros é libertado à força, num processo que ele quer evitar e que lhe causa dor e enormes dificuldades de visão (conhecimento). Gradativamente, ele é conduzido para fora da caverna, a um estágio em que pode ver as coisas em si mesmas, isto é, os fundamentos eternos de tudo o quê, antes, ele via somente mediante sombras. Esses fundamentos são as Formas. Para além das Formas, brilha o Sol, que representa a Forma das Formas, o Bem, fonte essencial de todo ser e de todo conhecer e unicamente acessível mediante intuição direta. Com base nisso, responda à seguinte questão: se chegamos ao conhecimento das Formas mediante a dialética, que é o estabelecimento de fundamentos que possibilitam o conhecimento das coisas particulares (sombras), é CORRETO dizer:

  1. para Platão, a dialética é o conhecimento imediato (doxa) dos objetos particulares.
  2. o Bem é um objeto particular, que pode ser conhecido sensivelmente, de modo imediato e indolor, por todos os seres humanos.
  3. as Formas são somente suposições teóricas, sem realidade nelas mesmas.
  4. a dialética, que não é o último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, que exige esforço, às coisas em si mesmas (Formas).
  5. a dialética, último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, ao conhecimento do Bem.

07. (Enem PPL 2015) Suponha homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, cuja entrada, aberta à luz, se estende sobre todo o comprimento da fachada; eles estão lá desde a infância, as pernas e o pescoço presos por correntes, de tal sorte que não podem trocar de lugar e só podem olhar para frente, pois os grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao longe, numa elevada do terreno, brilha por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros, há um caminho ascendente; ao longo do caminho, imagine um pequeno muro, semelhante aos tapumes que os manipuladores de marionetes armam entre eles e o público e sobre os quais exibem seus prestígios.

PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007.

Essa narrativa de Platão é uma importante manifestação cultural do pensamento grego antigo, cuja ideia central, do ponto de vista filosófico, evidencia o(a)

  1. caráter antropológico, descrevendo as origens do homem primitivo.
  2. sistema penal da época, criticando o sistema carcerário da sociedade ateniense.
  3. vida cultural e artística, expressa por dramaturgos trágicos e cômicos gregos.
  4. sistema político elitista, provindo do surgimento da pólis e da democracia ateniense.
  5. teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o mundo das ideias.

08. (UEA) — Imagina o seguinte. Se um homem descesse de novo para o seu antigo posto, não teria os olhos cheios de trevas, ao regressar subitamente da luz do Sol? E se lhe fosse necessário julgar daquelas sombras em competição com os que tinham estado sempre prisioneiros acaso não causaria o riso, e não diriam dele que por ter subido ao mundo superior, estragara a vista, e que não valia a pena tentar a ascensão? E a quem tentasse soltá-los e conduzi-los até cima, se pudessem agarrá-lo e matá-lo, não o matariam?

(Platão. A república, 1993. Adaptado.)

O texto, uma passagem da “Alegoria da Caverna”, pode estar se referindo, implicitamente, ao julgamento e execução de Sócrates na cidade de Atenas. A passagem descreve o retorno à caverna do homem que, liberto, conheceu a verdadeira realidade.

Esse homem representa, metaforicamente, o filósofo na pólis como um indivíduo

  1. magnânimo, interessado na justa solução de rivalidades entre grupos políticos.
  2. orgulhoso, voltado para a exposição pública de saberes elevados.
  3. incômodo socialmente, orientado por conhecimentos arduamente adquiridos.
  4. inativo economicamente, dedicado à contemplação religiosa da luz do Sol.
  5. sábio, compenetrado na missão de preparar os futuros líderes da democracia.

09. (Enem 2015) Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas.

RACHELS, J. Problema da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.

O sofista Trasímaco, persoagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de

  1. determinações biológicas impregnadas na natureza humana.
  2. verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.
  3. mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.
  4. convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.
  5. sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas.

10. (UEG) Considerando a história contada por Platão no livro VII da República, mais conhecida como Mito da Caverna, podemos deduzir que:

  1. o homem, apesar de nascer bom, puro e de posse da verdade, pode desviar-se e passar a acreditar em outro mundo mais perfeito de puras ideias.
  2. não podemos confiar apenas na razão, pois somente guiados pelos sentimentos e testemunhos dos sentidos poderemos alcançar a verdade.
  3. a caverna, na alegoria platônica, representa tudo aquilo que impede o surgimento da consciência filosófica, que possibilitaria uma ascensão para o mundo inteligível.
  4. a razão deve submeter-se aos testemunhos dos sentidos, pois a verdade que está no mundo inteligível só será atingida mediante a sensibilidade.
  5. os homens devem se libertar da crença na existência em outro mundo e buscar resolver seus conflitos aprofundando-se em sua interioridade.

11. (UNISC) No Livro X da República, Platão defende a tese de que os poetas não têm lugar no estado ideal por ele proposto. Essa recusa em aceitar os poetas se deve

  1. ao fato de as criações artísticas dos poetas não terem cunho filosófico.
  2. ao fato de a arte ser uma imitação da aparência, uma cópia da cópia da realidade.
  3. ao fato de os poetas quererem tirar proveito pecuniário com sua arte.
  4. ao fato de as criações dos poetas não serem compreendidas pela maioria dos cidadãos.
  5. ao fato de a arte representar a realidade dos cidadãos, o que causaria problemas para o governo do estado.

12. (UECE) “Começando por Homero, todos os poetas são imitadores da imagem da virtude e dos restantes assuntos sobre os quais compõem, mas não atingem a verdade. O poeta, por meio de palavras e frases, sabe colorir devidamente cada uma das atividades técnicas, sem entender nada delas, sabendo apenas imitá-las.”

PLATÃO. República, 600e-601a. – 9 ed. Trad. port. Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001. – Adaptado.

Com base na passagem acima, é correto afirmar que, para Platão,

  1. os poetas expressam outra verdade, distinta do saber técnico e das virtudes humanas.
  2. a imitação da imagem das virtudes e das técnicas não é um conhecimento certo delas.
  3. não é possível um conhecimento verdadeiro sobre as virtudes e as diversas técnicas.
  4. a poesia imitativa fala corretamente sobre os conhecimentos técnicos, mas em versos.

13. (Enem PPL 2021) Os verdadeiros filósofos, tornados senhores da cidade, sejam eles muitos ou um só, desprezam as honras como as de hoje, por julgá-las indignas de um homem livre e sem valor algum, mas, ao contrário, têm em alta conta a retidão e as honras que dela decorrem e, julgando a justiça como algo muito importante e necessário, pondo-se a serviço dela e fazendo-a crescer, administram sua cidade.

PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2006 (adaptado).

No contexto da filosofia platônica, o texto expressa uma perspectiva aristocrática acerca do exercício do poder, uma vez que este é legitimado pelo(a)

  1. prática da virtude.
  2. consenso da elite.
  3. decisão da maioria.
  4. riqueza do indivíduo.
  5. pertencimento de sangue.

14. (Enem PPL 2020) Se os filósofos não forem reis nas cidades ou se os que hoje são chamados reis e soberanos não forem filósofos genuínos e capazes e se, numa mesma pessoa, não coincidirem poder político e filosofia e não for barrada agora, sob coerção, a caminhada das diversas naturezas que, em separado buscam uma dessas duas metas, não é possível, caro Glaucon, que haja para as cidades uma trégua de males e, penso, nem para o gênero humano.

PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

A tese apresentada pressupõe a necessidade do conhecimento verdadeiro para a

  1. superação de entraves dialógicos.
  2. organização de uma sociedade justa.
  3. formação de um saber enciclopédico.
  4. promoção da igualdade dos cidadãos.
  5. consolidação de uma democracia direta.

15. (UECE) Leia com atenção o trecho a seguir, composto por fragmentos das afirmações de Platão sobre a democracia enquanto sistema de governo:

“Pois bem!, a meu ver, a democracia aparece quando os pobres, tendo conquistado a vitória sobre os ricos, chacinam uns, banem outros e partilham igualmente, com os que sobram, o governo e os cargos público; e frequentemente estes cargos são sorteados...É como vês, um governo agradável, anárquico e variegado (diversificado, grifo meu) que confere uma espécie de igualdade tanto ao que é desigual, como ao que é igual”.

Platão, A República, v. 2, p.162-172.

Considerando o trecho acima, e o pensamento político do filósofo da antiguidade, atente para o que se diz a seguir e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.

( ) Tendo sido um dos maiores defensores da democracia ateniense, Platão considerava a democracia o melhor dos sistemas de governança.

( ) Fiel a sua origem aristocrática, Platão tinha uma visão elitista de poder na qual o seu exercício deveria ser dos mais sábios e não do homem comum.

( ) Para Platão, o melhor sistema de governo seria a sofocracia, ou seja, um governo dos homens que atingissem o grau máximo de sabedoria.

( ) Platão foi um grande defensor da tirania como forma de governo. Somente um tirano justo e sábio evitaria as formas degeneradas de poder.

A sequência correta, de cima para baixo, é:

  1. V, F, V, F.
  2. F, V, F, V.
  3. V, F, F, V.
  4. F, V, V, F.

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