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Segundo Reinado (1840-1889)

Lista de 07 exercícios de História com gabarito sobre o tema Segundo Reinado (1840-1889) com questões de Vestibulares.


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1. (Fuvest) Caracteriza o processo eleitoral durante a Primeira República, em contraste com o vigente no Segundo Reinado:

  1. a ausência de fraudes, com a instituição do voto secreto e a criação do Tribunal Superior Eleitoral.
  2. a ausência da interferência das oligarquias regionais, ao se realizarem as eleições nos grandes centros urbanos.
  3. o crescimento do número de eleitores, com a extinção do voto censitário e a extensão do direito do voto às mulheres.
  4. a possibilidade de eleições distritais e a criação de novos partidos políticos para as eleições proporcionais.
  5. a maior participação de eleitores das áreas urbanas ao se abolir o voto censitário e se limitar o voto aos alfabetizados.

Resposta: E

Resolução: Durante a Primeira República, o sistema eleitoral foi caracterizado por uma maior participação dos eleitores urbanos em comparação ao Segundo Reinado, onde o voto era censitário e restrito. A mudança para o voto direto e a maior influência das oligarquias regionais foram marcantes na Primeira República.

2. (Ufscar) Leia a seguinte nota jornalística.

Escravos premiados com a liberdade. É notório o serviço relevantíssimo que, por ocasião do motim levantado na casa de detenção, a 12 de dezembro último, por grande número que tentaram evadir-se, prestaram a ordem pública os escravos ali reclusos em número superior a 100 ... Estes homens, apesar de sua humilde condição de escravos, procederam então como procederiam bons cidadãos, adquiriram portanto o direito de serem levados até a altura de verdadeiros cidadãos ...

(Jornal "Província de São Paulo", 20.01.1884)

A partir da análise do documento, é correto deduzir que, na época, acreditava-se que:

  1. a educação na senzala possibilitava ao escravo uma formação para ser um cidadão.
  2. o escravo devia provar seu mérito, em atitudes e comportamentos, para ingressar na sociedade civilizada.
  3. a intransigência da escravidão estava ameaçada por leis nacionais relacionadas aos direitos humanos.
  4. da perspectiva do caráter, por princípio, a sociedade exigia igualmente dos brancos e negros e dos homens livres e escravos.
  5. a condição de escravo era socialmente semelhante a de um cidadão, quando não cometia infrações criminais.

Resposta: B

Resolução: O texto jornalístico reflete a crença de que os escravos deveriam provar seu valor e comportamento para serem reconhecidos como cidadãos, o que ressalta a visão de que a cidadania era um mérito a ser conquistado, e não um direito universal.

3. (Ufg) Durante o 2o Reinado, as relações entre o Brasil e a Inglaterra ficaram tensas. Nesse clima, a Questão Christie (1863) foi deflagrada pela

  1. resistência das elites escravistas brasileiras em extinguir o tráfico de africanos, gerando descontentamento entre os diplomatas ingleses.
  2. decisão do governo brasileiro de não renovar o tratado de comércio com a Inglaterra, favorecendo a situação financeira do governo imperial.
  3. aprovação da lei Bill Aberdeen pelo Parlamento inglês, proibindo o tráfico de escravos no Atlântico, sob pena da apreensão de navios negreiros.
  4. pilhagem da carga de um navio inglês naufragado no Brasil e pelo aprisionamento, pela Inglaterra, de navios brasileiros no Rio de Janeiro.
  5. instabilidade nas relações comerciais do Brasil com a Inglaterra, decorrente da entrada de produtos industrializados, principalmente dos Estados Unidos.

Resposta: D

Resolução: A Questão Christie foi provocada pela pilhagem da carga de um navio inglês naufragado no Brasil e pelo aprisionamento de navios brasileiros pela Inglaterra, o que gerou um grande conflito diplomático.

4. (Mackenzie) A Lei Eusébio de Queirós, promulgada em setembro de 1850, durante o Segundo Reinado, extinguindo o tráfico negreiro, foi resultado:

  1. de pressões do governo britânico, que, após a Revolução Industrial do século XVIII, se interessava na ampliação dos mercados consumidores para seus produtos manufaturados.
  2. da crescente pressão da opinião pública nacional, contrária à escravidão, que se chocava com os interesses econômicos internacionais, especialmente os ingleses.
  3. da pressão e do exemplo dos britânicos, que, por motivos religiosos, não aceitavam o trabalho compulsório, empregando e defendendo o trabalho livre assalariado.
  4. da exigência britânica, que impunha a extinção do tráfico negreiro como cláusula para reconhecimento da independência brasileira.
  5. da pressão executada pela Inglaterra, por meio da lei Bill Aberdeen, que conferia o direito à Marinha britânica de confiscar e utilizar a mão-de-obra escrava nas suas colônias antilhanas.

Resposta: A

Resolução: A Lei Eusébio de Queirós foi resultado das pressões do governo britânico, que queria expandir seus mercados para produtos manufaturados e forçar a extinção do tráfico de escravos.

5. (Uff) O colono Thomas Davatz escreveu, numa fazenda de café paulista, em meados do século XIX, "O caso do Brasil é o de um país que já perdeu todo o crédito. E o castigo que merece tal país é, nem mais nem menos, do que a retirada de todos os colonos que lá se acham e a supressão do tráfico brasileiro de braços europeus".

(DAVATZ, Thomas. "Memórias de um Colono no Brasil". SP, Martins-Edusp, 1972)

O autor, ele mesmo um colono estrangeiro que trabalhou na atividade cafeeira, está denunciando, através de seu texto:

  1. que os fazendeiros brasileiros, em geral, praticavam o tráfico de escravos europeus, após 1831;
  2. as péssimas condições de vida dos colonos italianos que vieram para as grandes fazendas de café de São Paulo, após a adoção da imigração subvencionada pelo governo provincial;
  3. que o Brasil é um país que perdeu todo o seu crédito, porque os cafeicultores do Oeste Novo paulista não pagavam a seus colonos pelos serviços prestados;
  4. as péssimas condições de vida e de trabalho dos estrangeiros que vieram trabalhar nas colônias de São Paulo, em parceria com os proprietários de terra, onde eram tratados com desrespeito e viviam em crescente endividamento com os fazendeiros que os contratavam;
  5. que a vinda de imigrantes para o trabalho nas lavouras do Brasil, em geral, e na cafeicultura paulista, em particular, era inadequada por sua inadaptação às condições climáticas e ao convívio com os escravos.

Resposta: D

Resolução: Davatz está denunciando as péssimas condições de vida e trabalho dos estrangeiros nas colônias de São Paulo, além do desrespeito e endividamento dos trabalhadores com os fazendeiros.

6. (Ufes) "Senhores da Assembléia Legislativa Provincial, Desejarão, senhores, entregar ao esquecimento os dolorosos eventos que abalaram a paz e a tranqüilidade da província, desde o próximo passado mês de novembro. Naqueles dias, rebeldes haviam embebido nos ânimos das classes menos pensadoras sentimentos próprios para levá-las ao exaltamento. Sob o pretexto da demissão do ministério de 31 de março, substituído por um gabinete que fez renascer o programa de tolerância e justiça no Império, os revoltados julgaram que era chegada a ocasião de colocar em prática nefandos projetos. O primeiro sinal da revolta apareceu na Vila do Pão de Alho em fins de outubro, tentando o próprio comandante do destacamento da polícia sublevá-lo. Em Olinda, marchando para fora da cidade, uma parte da guarda nacional aliciada e comandada por seus próprios chefes foi ocupar a Vila de Iguarassú. Os diretores do movimento davam incremento à insurreição por todos os meios, fazendo em seu delírio gemer a imprensa com as mais audaciosas e imorais publicações, a ponto de apregoar dentro da própria Capital, onde abundavam os elementos da desordem!

Recife, 10 de abril de 1849.
Manuel Vieira Tosta"
(RELATÓRIO do Presidente de Província de Pernambuco. Recife: Typografia de M. F. de Faria, 1849.
http//www.brazil.crl.edu/bsd/bsd/u2362/000002.hmtl. Acesso em: 19 ago 2003. Adaptado)

No relato sobre a Revolução Praeira acima reproduzido, é possível identificar como uma importante razão do movimento a

  1. atuação da imprensa conservadora de Recife.
  2. exoneração do gabinete conservador.
  3. agitação dos escravos malês.
  4. extinção da Guarda Nacional por Feijó.
  5. demissão do Ministério liberal.

Resposta: E

Resolução: A demissão do Ministério liberal foi uma das principais razões para o movimento revolucionário em Pernambuco, pois os revoltosos estavam insatisfeitos com a mudança política e a substituição do gabinete.

7. (Puc) Sobre a crise que afetou o Estado Imperial brasileiro, a partir de 1870, é correto afirmar que:

I - A insatisfação de segmentos militares, desde o fim da Guerra do Paraguai, resultava, em larga medida, da percepção que possuíam a respeito do lugar secundário e subordinado que o Exército vinha ocupando no Estado Imperial.

II - A crescente crise econômica e financeira decorria, entre outros fatores, da acentuada queda do preço do café no mercado europeu e norte-americano, em um quadro marcado pela superprodução.

III - O descontentamento da burguesia cafeeira do Oeste Novo paulista, em especial a partir da promulgação da "Lei dos Sexagenários", resultava, em larga medida, do que considerava como uma excessiva centralização política e administrativa do governo imperial.

IV - O desagrado da nascente burguesia industrial originava-se da política monetária ortodoxa e do livrecambismo que vinham sendo implementados pelos diversos gabinetes imperiais, desde os anos de 1840.

V - O agravamento dos conflitos sociais, sobretudo nas cidades, decorria tanto da discussão e votação da Lei do Ventre Livre (1871) quanto da implementação de medidas protetoras dos libertos.

Assinale:

  1. Se somente as afirmativas I e III estão corretas.
  2. Se somente as afirmativas I e V estão corretas.
  3. Se somente as afirmativas II e III estão corretas.
  4. Se somente as afirmativas II e IV estão corretas.
  5. Se somente as afirmativas IV e V estão corretas.

Resposta: A

Resolução: As afirmativas I e III estão corretas. A crise estava ligada à insatisfação militar com a posição do Exército e à crise econômica causada pela queda dos preços do café e a centralização política que afetava a burguesia cafeeira.

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