Sociedade no Brasil Colônia
Lista de 24 exercícios de História com gabarito sobre o tema Sociedade no Brasil Colônia com questões de Vestibulares.
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Sociedade, Família Real Portuguesa
01. (Enem 2021) Eu, Dom João, pela graça de Deus, faço saber a V. Mercê que me aprouve banir para essa cidade vários ciganos — homens, mulheres e crianças — devido ao seu escandaloso procedimento neste reino. Tiveram ordem de seguir em diversos navios destinados a esse porto, e, tendo eu proibido, por lei recente, o uso da sua língua habitual, ordeno a V. Mercê que cumpra essa lei sob ameaça de penalidades, não permitindo que ensinem dita língua a seus filhos, de maneira que daqui por diante o seu uso desapareça.
TEIXEIRA, R C. História dos ciganos no Brasil Recdo Núciso ce Estudos Ciganos. 2008
A ordem emanada da Coroa portuguesa para sua colônia americana, em 1718, apresentava um tratamento da identidade cultural pautado em
- converter grupos infiéis à religião oficial.
- suprimir formas divergentes de interação social.
- evitar envolvimento estrangeiro na economia local.
- reprimir indivíduos engajados em revoltas nativistas.
- controlar manifestações artísticas de comunidades autóctones.
Escravidão, Sociedade
02. (Enem Digital 2020) As pessoas do Rio de Janeiro se fazem transportar em cadeirinhas bem douradas sustentadas por negros. Esta cadeira é seguida por um ou dois negros domésticos, trajados de librés mas com os pés nus. Se é uma mulher que se transporta, ela tem frequentemente quatro ou cinco negras indumentadas com asseio; elas vão enfeitadas com muitos colares e brincos de ouro. Outras são levadas em uma rede. Os que querem andar a pé são acompanhados por um negro, que leva uma sombrinha ou guarda-chuva, como se queira chamar.
LARA, S. H. Fragmentos setecentistas. São Paulo: Cia. das Letras, 2007 (adaptado).
Essas práticas, relatadas pelo capelão de um navio que ancorou na cidade do Rio de Janeiro em dezembro de 1748, simbolizavam o seguinte aspecto da sociedade colonial:
- A devoção de criados aos proprietários, como expressão da harmonia do elo patriarcal.
- A utilização de escravos bem-vestidos em atividades degradantes, como marca da hierarquia social.
- A mobilização de séquitos nos passeios, como evidência do medo da violência nos centros urbanos.
- A inserção de cativos na prestação de serviços pessoais, como fase de transição para o trabalho livre.
- A concessão de vestes opulentas aos agregados, como forma de amparo concedido pela elite senhorial.
Sociedade
03. (Enem 2019) O processamento da mandioca era uma atividade já realizada pelos nativos que viviam no Brasil antes da chegada de portugueses e africanos. Entretanto, ao longo do processo de colonização portuguesa, a produção de farinha foi aperfeiçoada e ampliada, tornando-se lugar-comum em todo o território da colônia portuguesa na América. Com a consolidação do comércio atlântico em suas diferentes conexões, a farinha atravessou os mares e chegou aos mercados africanos.
BEZERRA, N. R. Escravidão, farinha e tráfico atlântico: um novo olhar sobre as relações entre o Rio de Janeiro e Benguela (1790-1830). Disponível em: www.bn.br. Acesso em: 20 ago. 2014 (adaptado)
Considerando a formação do espaço atlântico, esse produto exemplifica historicamente a
- difusão de hábitos alimentares.
- disseminação de rituais festivos.
- ampliação dos saberes autóctones.
- apropriação de costumes guerreiros.
- diversificação de oferendas religiosas.
Escravidão, Sociedade, Religião
04. (Enem 2018) Outra importante manifestação das crenças e tradições africanas na Colônia eram os objetos conhecidos como “bolsas de mandinga”. A insegurança tanto física como espiritual gerava uma necessidade generalizada de proteção: das catástrofes da natureza, das doenças, da má sorte, da violência dos núcleos urbanos, dos roubos, das brigas, dos malefícios de feiticeiros etc. Também para trazer sorte, dinheiro e até atrair mulheres, o costume era corrente nas primeiras décadas do século XVIII, envolvendo não apenas escravos, mas também homens brancos.
CALAINHO, D. B. Feitiços e feiticeiros. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013 (adaptado).
A prática histórico-cultural de matriz africana descrita no texto representava um(a)
- expressão do valor das festividades da população pobre.
- ferramenta para submeter os cativos ao trabalho forçado.
- estratégia de subversão do poder da monarquia portuguesa.
- elemento de conversão dos escravos ao catolicismo romano.
- instrumento para minimizar o sentimento de desamparo social.
Sociedade
05. (Enem PPL 2018) Os próprios senhores de engenho eram uns gulosos de doce e de comidas adocicadas. Houve engenho que ficou com o nome de “Guloso”. E Manuel Tomé de Jesus, no seu Engenho de Noruega, antigo dos Bois, vivia a encomendar doces às doceiras de Santo Antão; vivia a receber presentes de doces de seus compadres. Os bolos feitos em casa pelas negras não chegavam para o gasto. O velho capitão-mor era mesmo que menino por alfenim e cocada. E como estava sempre hospedando frades e padres no seu casarão de Noruega, tinha o cuidado de conservar em casa uma opulência de doces finos.
FREYRE, G. Nordeste: aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do Nordeste do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985 (adaptado).
O texto relaciona-se a uma prática do Nordeste oitocentista que está evidenciada em:
- Produção familiar de bens para festejar as datas religiosas.
- Fabricação escrava de alimentos para manter o domínio das elites.
- Circulação regional de produtos para garantir as trocas metropolitanas.
- Criação artesanal de iguarias para assegurar as redes de sociabilidade.
- Comercialização ambulante de quitutes para reproduzir a tradição portuguesa.
Escravidão, Sociedade
06. (Enem 2017) A fotografia, datada de 1860, é um indício da cultura escravista no Brasil, ao expressar a
- ambiguidade do trabalho doméstico exercido pela ama de leite, desenvolvendo uma relação de proximidade e subordinação em relação aos senhores.
- integração dos escravos aos valores das classes médias, cultivando a família como pilar da sociedade imperial.
- melhoria das condições de vida dos escravos observada pela roupa luxuosa, associando o trabalho doméstico a privilégios para os cativos.
- esfera da vida privada, centralizando a figura feminina para afirmar o trabalho da mulher na educação letrada dos infantes.
- distinção étnica entre senhores e escravos, demarcando a convivência entre estratos sociais como meio para superar a mestiçagem.
Sociedade
07. (Enem Libras 2017) Todos os anos, multidões de portugueses e de estrangeiros saem nas frotas para ir às minas. Das cidades, vilas, plantações e do interior do Brasil vêm brancos, mestiços e negros juntamente com muitos ameríndios contratados pelos paulistas. A mistura é de pessoas de todos os tipos e condições; homens e mulheres; moços e velhos; pobres e ricos; fidalgos e povo; leigos, clérigos e religiosos de diferentes ordens, muitos dos quais não têm casa nem convento no Brasil.
BOXER, C. O império marítimo português: 1435-1825. São Paulo: Cia. das Letras, 2002.
A qual aspecto da vida no Brasil colonial o autor se refere?
- À imposição de um credo exclusivo.
- À alteração dos fluxos populacionais.
- À fragilização do poder da Metrópole.
- Ao desregramento da ordem social.
- Ao antilusitanismo das camadas populares.
Escravidão, Povos Africanos, Sociedade
08. (Enem Libras 2016) Na segunda metade do século XIX, a capoeira era uma marca da tradição rebelde da população trabalhadora urbana na maior cidade do Império do Brasil, que reunia escravos e livres, brasileiros e imigrantes, jovens e adultos, negros e brancos. O que mais os unia era pertencer aos porões da sociedade, e na última escala do piso social estavam os escravos africanos.
SOARES, C. E. L. Capoeira mata um. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.
De acordo com o texto, um fator que contribuiu para a construção da tradição mencionada foi a
- elitização de ritos católicos.
- desorganização da vida rural.
- redução da desigualdade racial.
- mercantilização da cultura popular.
- diversificação dos grupos participantes.
Sociedade, Religiã
09. (Enem 2016)
TEXTO II
Os santos tornaram-se grandes aliados da Igreja para atrair novos devotos, pois eram obedientes a Deus e ao poder clerical. Contando e estimulando o conhecimento sobre a vida dos santos, a Igreja transmitia aos fiéis os ensinamentos que julgava corretos e que deviam ser imitados por escravos que, em geral, traziam outras crenças de suas terras de origem, muito diferentes das que preconizava a fé católica.
OLIVEIRA, A. J. Negra devoção.Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 20, maio 2007 (adaptado).
Posteriormente ressignificados no interios de certas irmandades e no contato com outra matriz religiosa, o ícone e a prática mencionada no texto estiveram desde o século XVII relacionados a um esforço da Igreja Católica para
- reduzir o poder das confrarias.
- cristianizar a população afro-brasileira.
- espoliar recursos materiais dos cativos.
- recrutar libertos para seu corpo eclesiástico.
- atender a demanda popular por padroeiros locais.
Sociedade, Religião
10. (Enem PPL 2016) As convicções religiosas dos escravos eram entretanto colocadas a duras provas quando de sua chegada ao Novo Mundo, onde eram batizados obrigatoriamente “para a salvação de sua alma” e deviam curvar-se às doutrinas religiosas de seus mestres. Iemanjá, mãe de numerosos outros orixás, foi sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, e Nanã Buruku, a mais idosa das divindades das águas, foi comparada a Sant’Ana, mãe da Virgem Maria.
VERGER, P. Orixás: deuses iorubás na África e no Novo Mundo. São Paulo: Corrupio, 1981.
O sincretismo religioso no Brasil colônia foi uma estratégia utilizada pelos negros escravizados para
- compreender o papel do sagrado para a cultura europeia.
- garantir a aceitação pelas comunidades dos convertidos.
- preservar as crenças e a sua relação com o sagrado.
- integrar as distintas culturas no Novo Mundo.
- possibilitar a adoração de santos católicos.
Escravidão, Economia, Sociedade
11. (Enem PPL 2016) Quando a Corte chegou ao Rio de Janeiro, a Colônia tinha acabado de passar por uma explosão populacional. Em pouco mais de cem anos, o número de habitantes aumentara dez vezes.
GOMES, L. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma Corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São Paulo: Planeta do Brasil, 2008 (adaptado).
A alteração demográfica destacada no período teve como causa a atividade
- cafeeira, com a atração da imigração europeia.
- industrial, com a intensificação do êxodo rural.
- mineradora, com a ampliação do tráfico africano.
- canavieira, com o aumento do apresamento indígena.
- manufatureira, com a incorporação do trabalho assalariado.
Família Real Portuguesa, Sociedade, Escravidão
12. (Enem PPL 2013) A vinda da família real deslocou definitivamente o eixo da vida administrativa da Colônia para o Rio de Janeiro, mudando também a fisionomia da cidade. A presença da Corte implicava uma alteração do acanhado cenário urbano da Colônia, mas a marca do absolutismo acompanharia a alteração.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995 (fragmento).
As transformações ocorridas na cidade do Rio de Janeiro em decorrência da presença da Corte estavam limitadas à superfície das estruturas sociais porque
- a pujança do desenvolvimento comercial e industrial retirava da agricultura de exportação a posição de atividade econômica central na Colônia.
- a expansão das atividades econômicas e o desenvolvimento de novos hábitos conviviam com a exploração do trabalho escravo.
- a emergência das práticas liberais, com a abertura dos portos, impedia uma renovação política em prol da formação de uma sociedade menos desigual.
- a integração das elites políticas regionais, sob a liderança do Rio de Janeiro, ensejava a formação de um projeto político separatista de cunho republicano.
- a dinamização da economia urbana retardava o letramento de mulatos e imigrantes, importante para as necessidades do trabalho na cidade.
Sociedade, Religião
13. (Enem 2012) Próximo da Igreja dedicada a São Gonçalo nos deparamos com uma impressionante multidão que dançava ao som de suas violas. Tão logo viram o ViceRei, cercaram-no e o obrigaram a dançar e pular, exercício violento e pouco apropriado tanto para sua idade quanto posição. Tivemos nós mesmos que entrar na dança, por bem ou por mal, e não deixou de ser interessante ver numa igreja padres, mulheres, frades, cavalheiros e escravos a dançar e pular misturados, e a gritar a plenos pulmões “Viva São Gonçalo do Amarante”.
BARBINAIS, Le Gentil. Noveau Voyage autour du monde. Apud: TINHORÃO, J. R. As festas no Brasil Colonial. São Paulo: Ed. 34, 2000 (adaptado).
O viajante francês, ao descrever suas impressões sobre uma festa ocorrida em Salvador, em 1717, demonstra dificuldade em entendê-la, porque, como outras manifestações religiosas do período colonial, ela
- seguia os preceitos advindos da hierarquia católica romana.
- demarcava a submissão do povo à autoridade constituída.
- definia o pertencimento dos padres às camadas populares.
- afirmava um sentido comunitário de partilha da devoção.
- harmonizava as relações sociais entre escravos e senhores.
Sociedade, Capitanias Hereditárias, Escravidão
14. (Enem PPL 2012) Em teoria, as pessoas livres da Colônia foram enquadradas em uma hierarquia característica do Antigo Regime. A transferência desse modelo, de sociedade de privilégios, vigente em Portugal, teve pouco efeito prático no Brasil. Os títulos de nobreza eram ambicionados. Os fidalgos eram raros e muita gente comum tinha pretensões à nobreza.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp; Fundação do Desenvolvimento da Educação, 1995 (adaptado).
Ao reelaborarem a lógica social vigente na metrópole, os sujeitos do mundo colonial construíram uma distinção que ordenava a vida cotidiana a partir da
- concessão de títulos nobiliárquicos por parte da Igreja Católica.
- afirmação de diferenças fundadas na posse de terras e de escravos.
- imagem do Rei e de sua Corte como modelo a ser seguido.
- miscigenação associada a profissões de elevada qualificação.
- definição do trabalho como princípio ético da vida em sociedade.
Escravidão, Economia, Sociedade
15. (Enem PPL 2012) O desenho retrata a fazenda de São Joaquim da Grama com a casa-grande, a senzala e outros edifícios representativos de uma estrutura arquitetônica característica do período escravocrata no Brasil. Esta organização do espaço representa uma
- estratégia econômica e espacial para manter os escravos próximos do plantio.
- tática preventiva para evitar roubos e agressões por escravos fugidos.
- forma de organização social que fomentou o patriarcalismo e a miscigenação.
- maneira de evitar o contato direto entre os escravos e seus senhores.
- particularidade das fazendas de café das regiões Sul e Sudeste do país.
Sociedade, Religião
16. (Enem 2011) Uma explicação de caráter histórico para o percentual da religião com maior número de adeptos declarados no Brasil foi a existência, no passado colonial e monárquico, da
SMITH, D. Atlas da Situação Mundial. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 2007 (adaptado). (Foto: Reprodução/Enem)
- incapacidade do cristianismo de incorporar aspectos de outras religiões.
- incorporação da ideia de liberdade religiosa na esfera pública.
- permissão para o funcionamento de igrejas não cristãs.
- relação de integração entre Estado e Igreja.
- influência das religiões de origem africana.
Sociedade, Povos Indígenas
17. (Enem 2011) Quando os portugueses se instalaram no Brasil, o país era povoado de índios. Importaram, depois, da África, grande número de escravos. O Português, o Índio e o Negro constituem, durante o período colonial, as três bases da população brasileira. Mas no que se refere à cultura, a contribuição do Português foi de longe a mais notada.
Durante muito tempo o português e o tupi viveram lado a lado como línguas de comunicação. Era o tupi que utilizavam os bandeirantes nas suas expedições. Em 1694, dizia o Padre Antônio Vieira que “as famílias dos portugueses e índios em São Paulo estão tão ligadas hoje umas com as outras, que as mulheres e os filhos se criam mística e domesticamente, e a língua que nas ditas famílias se fala é a dos Índios, e a portuguesa a vão os meninos aprender à escola.”
TEYSSIER, P. História da língua portuguesa . Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1984 (adaptado).
A identidade de uma nação está diretamente ligada à cultura de seu povo. O texto mostra que, no período colonial brasileiro, o Português, o Índio e o Negro formaram a base da população e que o patrimônio linguístico brasileiro é resultado da
- contribuição dos índios na escolarização dos brasileiros.
- diferença entre as línguas dos colonizadores e as dos indígenas.
- importância do padre Antônio Vieira para a literatura de língua portuguesa.
- origem das diferenças entre a língua portuguesa e as línguas tupi.
- interação pacífica no uso da língua portuguesa e da língua tupi.
Economia, Sociedade
18. (Enem 2010) Os tropeiros foram figuras decisivas na formação de vilarejos e cidades do Brasil colonial. A palavra tropeiro vem de “tropa” que, no passado, se referia ao conjunto de homens que transportava gado e mercadoria. Por volta do século XVIII, muita coisa era levada de um lugar a outro no lombo de mulas. O tropeirismo acabou associado à atividade mineradora, cujo auge foi a exploração de ouro em Minas Gerais e, mais tarde, em Goiás. A extração de pedras preciosas também atraiu grandes contingentes populacionais para as novas áreas e, por isso, era cada vez mais necessário dispor de alimentos e produtos básicos. A alimentação dos tropeiros era constituída por toucinho, feijão preto, farinha, pimenta-do-reino, café, fubá e coité (um molho de vinagre com fruto cáustico espremido). Nos pousos, os tropeiros comiam feijão quase sem molho com pedaços de carne de sol e toucinho, que era servido com farofa e couve picada. O feijão tropeiro é um dos pratos típicos da cozinha mineira e recebe esse nome porque era preparado pelos cozinheiros das tropas que conduziam o gado.
(Disponível em http://www.tribunadoplanalto.com.br. Acesso em: 27 nov. 2008).
A criação do feijão tropeiro na culinária brasileira está relacionada à
- atividade comercial exercida pelos homens que trabalhavam nas minas.
- atividade culinária exercida pelos moradores cozinheiros que viviam nas regiões das minas.
- atividade mercantil exercida pelos homens que transportavam gado e mercadoria.
- atividade agropecuária exercida pelos tropeiros que necessitavam dispor de alimentos.
- atividade mineradora exercida pelos tropeiros no auge da exploração do ouro.
Sociedade, Religião
19. (Enem 2010) Gregório de Matos definiu, no século XVII, o amor e a sensualidade carnal.
O Amor é finalmente um embaraço de pernas, união de barrigas, um breve tremor de artérias. Uma confusão de bocas, uma batalha de veias, um rebuliço de ancas, quem diz outra coisa é besta.
VAINFAS, R. Brasil de todos os pecados. Revista de História. Ano1, no 1. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, nov. 2003.
Vilhena descreveu ao seu amigo Filopono, no século XVIII, a sensualidade nas ruas de Salvador.
Causa essencial de muitas moléstias nesta cidade é a desordenada paixão sensual que atropela e relaxa o rigor da Justiça, as leis divinas, eclesiásticas, civis e criminais. Logo que anoutece, entulham as ruas libidinosos, vadios e ociosos de um e outro sexo. Vagam pelas ruas e, sem pejo, fazem gala da sua torpeza.
VILHENA, L.S. A Bahia no século XVIII. Coleção Baiana. v. 1. Salvador: Itapuã, 1969 (adaptado).
A sensualidade foi assunto recorrente no Brasil colonial. Opiniões se dividiam quando o tema afrontava diretamente os “bons costumes”. Nesse contexto, contribuía para explicar essas divergências
- a existência de associações religiosas que defendiam a pureza sexual da população branca.
- a associação da sensualidade às parcelas mais abastadas da sociedade.
- o posicionamento liberal da sociedade oitocentista, que reivindicava mudanças de comportamento na sociedade.
- a política pública higienista, que atrelava a sexualidade a grupos socialmente marginais.
- a busca do controle do corpo por meio de discurso ambíguo que associava sexo, prazer, libertinagem e pecado.
Sociedade, Religião
20. (Enem 2010) “Pecado nefando” era expressão correntemente utilizada pelos inquisidores para a sodomia. Nefandus: o que não pode ser dito. A Assembleia de clérigos reunida em Salvador, em 1707, considerou a sodomia “tão péssimo e horrendo crime”, tao contrário à lei da natureza, que “era indigno de ser nomeado” e, por isso mesmo, nefando.
NOVAIS, F.; MELLO E SOUZA L. História da vida privada no Brasil. V. 1.
São Paulo: Companhia das Letras. 1997 (adaptado).
O número de homossexuais assassinados no Brasil bateu o recorde histórico em 2009. De acordo com o Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais (LGBT – Lés - bicas, Gays, Bissexuais e Travestis), nesse ano foram registrados 195 mortos por motivação homofóbica no País.
Disponível em: www.alemdanoticia.com.br/utimas_noticias.php?codnoticia=3871.
Acesso em: 29 abr. 2010 (adaptado).
A homofobia é a rejeição e menosprezo à orientação sexual do outro e, muitas vezes, expressa-se sob a forma de comportamentos violentos. Os textos indicam que as condenações públicas, perseguições e assassinatos de homossexuais no país estão associadas
- à baixa representatividade polítíca de grupos organizados que defendem os direitos de cidadania dos homossexuais.
- à falência da democracia no país, que torna impeditiva a divulgação de estatísticas relacionadas à violência contra homossexuais.
- à Constituição de 1988, que exclui do tecido social os homossexuais, além de impedi-los de exercer seus direitos políticos.
- a um passado histórico marcado pela demonização do corpo e por formas recorrentes de tabus e intolerância.
- a uma política eugênica desenvolvida pelo Estado, justificada a partir dos posicionamentos de correntes filosófico-científicas.
21. (Enem PPL 2010) A imagem retrata uma cena da vida cotidiana dos escravos urbanos no início do século XIX. Lembrando que as atividades desempenhadas por esses trabalhadores eram diversas, os escravos de aluguel representados na pintura
- vendiam a produção da lavoura cafeeira para os moradores das cidades.
- trabalhavam nas casas de seus senhores e acompanhavam as donzelas na rua.
- realizavam trabalhos temporários em troca de pagamento para os seus senhores.
- eram autônomos, sendo contratados por outros senhores para realizarem atividades comerciais.
- aguardavam a sua própria venda após desembarcarem no porto.
Sociedade, Escravidão, Revoltas
22. (Enem 2009) No tempo da independência do Brasil, circulavam nas classes populares do Recife trovas que faziam alusão à revolta escrava do Haiti: Marinheiros e caiados Todos devem se acabar, Porque só pardos e pretos O país hão de habitar.
AMARAL, F. P. do. Apud CARVALHO, A. Estudos pernambucanos. Recife: Cultura Acadêmica, 1907.
O período da independência do Brasil registra conflitos raciais, como se depreende
- dos rumores acerca da revolta escrava do Haiti, que circulavam entre a população escrava e entre os mestiços pobres, alimentando seu desejo por mudanças.
- da rejeição aos portugueses, brancos, que significava a rejeição à opressão da Metrópole, como ocorreu na Noite das Garrafadas.
- do apoio que escravos e negros forros deram à monarquia, com a perspectiva de receber sua proteção contra as injustiças do sistema escravista.
- do repúdio que os escravos trabalhadores dos portos demonstravam contra os marinheiros, porque estes representavam a elite branca opressora.
- da expulsão de vários líderes negros independentistas, que defendiam a implantação de uma república negra, a exemplo do Haiti.
Sociedade, Religião
23. (Enem 2009) Hoje em dia, nas grandes cidades, enterrar os mortos é uma prática quase íntima, que diz respeito apenas à família. A menos, é claro, que se trate de uma personalidade conhecida. Entretanto, isso nem sempre foi assim. Para um historiador, os sepultamentos são uma fonte de informações importantes para que se compreenda, por exemplo, a vida política das sociedades.
No que se refere às práticas sociais ligadas aos sepultamentos,
- na Grécia Antiga, as cerimônias fúnebres eram desvalorizadas, porque o mais importante era a democracia experimentada pelos vivos.
- na Idade Média, a Igreja tinha pouca influência sobre os rituais fúnebres, preocupando-se mais com a salvação da alma.
- no Brasil colônia, o sepultamento dos mortos nas igrejas era regido pela observância da hierarquia social.
- na época da Reforma, o catolicismo condenou os excessos de gastos que a burguesia fazia para sepultar seus mortos.
- no período posterior à Revolução Francesa, devido as grandes perturbações sociais, abandona-se a prática do luto.
Sociedade, Religião
24. (Enem 2009) No final do século XVI, na Bahia, Guiomar de Oliveira denunciou Antônia Nóbrega à Inquisição. Segundo o depoimento, esta lhe dava “uns pós não sabe de quê, e outros pós de osso de finado, os quais pós ela confessante deu a beber em vinho ao dito seu marido para ser seu amigo e serem bem-casados, e que todas estas coisas fez tendo-lhe dito a dita Antônia e ensinado que eram coisas diabólicas e que os diabos lha ensinaram”.
ARAÚJO, E. O teatro dos vı́cios. Transgressão e transigência na sociedade urbana colonial. Brası́lia: UnB/José Olympio, 1997.
Do ponto de vista da Inquisição,
- o problema dos métodos citados no trecho residia na dissimulação, que acabava por enganar o enfeitiçado.
- o diabo era um concorrente poderoso da autoridade da Igreja e somente a justiça do fogo poderia eliminá-lo.
- os ingredientes em decomposição das poções mágicas eram condenados porque afetavam a saúde da população.
- as feiticeiras representavam séria ameaça à sociedade, pois eram perceptı́veis suas tendências feministas.
- os cristãos deviam preservar a instituição do casamento recorrendo exclusivamente aos ensinamentos da Igreja.