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Religião no Brasil Colônia

Lista de 11 exercícios de História com gabarito sobre o tema Religião no Brasil Colônia com questões de Vestibulares.


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Escravidão, Religião

01. (Enem Digital 2020) Dias depois da morte de D. Mariquinha, Seu Lula, todo de luto, reuniu os negros no pátio da casa-grande e falou para eles. A voz não era mais aquela voz mansa de outros tempos. Agora Seu Lula era o dono de tudo. O feitor, o negro Deodato, recebera as suas instruções aos gritos. Seu Lula não queria vadiação naquele engenho. Agora, todas as tardes, os negros teriam que rezar as ave-marias. Negro não podia mais andar de reza para S. Cosme e S. Damião. Aquilo era feitiçaria. [...]

E o feitor Deodato, com a proteção do senhor, começou a tratar a escravatura como um carrasco. O chicote cantava no lombo dos negros, sem piedade. Todos os dias chegavam negros chorando aos pés de D. Amélia, pedindo valia, proteção contra o chicote do Deodato. A fama da maldade do feitor espalhara-se pela várzea. O senhor de engenho do Santa Fé tinha um escravo que matava negro na peia. [...] E o Santa Fé foi ficando assim o engenho sinistro da várzea.

RÊGO, J. L. Fogo morto. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989.

A condição dos trabalhadores escravizados do Santa Fé torna-se exponencialmente aflitiva após a morte da senhora do engenho.

Nessa passagem, o sofrimento a que se submetem é intensificado pela reação à

  1. mania do novo senhor de se dirigir a eles aos gritos.
  2. saudade do afeto antes dispensado por D. Mariquinha.
  3. privação sumária de suas crenças e práticas ritualísticas.
  4. inércia moral de D. Amélia ante as imposições do marido.
  5. reputação do Santa Fé de lugar funesto a seus moradores.

Escravidão, Religião

02. (Enem 2020) Porque todos confessamos não se poder viver sem alguns escravos, que busquem a lenha e a água, e façam cada dia o pão que se come, e outros serviços que não são possíveis poderem-se fazer pelos Irmãos Jesuítas, máxime sendo tão poucos, que seria necessário deixar as confissões e tudo mais. Parece-me que a Companhia de Jesus deve ter e adquirir escravos, justamente, por meios que as Constituições permitem, quando puder para nossos colégios e casas de meninos.

LEITE. S. História da Companhia de Jesus no Brasil. Rio de Janeiro Civilização Brasileira. 1938 (adaptado)

O texto explicita premissas da expansão ultramarina portuguesa ao buscar justificar a

  1. propagação do ideário cristão.
  2. valorização do trabalho braçal.
  3. adoção do cativeiro na Colônia.
  4. adesão ao ascetismo contemplativo.
  5. alfabetização dos indígenas nas Missões.

Escravidão, Sociedade, Religião

03. (Enem 2018) Outra importante manifestação das crenças e tradições africanas na Colônia eram os objetos conhecidos como “bolsas de mandinga”. A insegurança tanto física como espiritual gerava uma necessidade generalizada de proteção: das catástrofes da natureza, das doenças, da má sorte, da violência dos núcleos urbanos, dos roubos, das brigas, dos malefícios de feiticeiros etc. Também para trazer sorte, dinheiro e até atrair mulheres, o costume era corrente nas primeiras décadas do século XVIII, envolvendo não apenas escravos, mas também homens brancos.

CALAINHO, D. B. Feitiços e feiticeiros. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013 (adaptado).

A prática histórico-cultural de matriz africana descrita no texto representava um(a)

  1. expressão do valor das festividades da população pobre.
  2. ferramenta para submeter os cativos ao trabalho forçado.
  3. estratégia de subversão do poder da monarquia portuguesa.
  4. elemento de conversão dos escravos ao catolicismo romano.
  5. instrumento para minimizar o sentimento de desamparo social.

Sociedade, Religiã

04. (Enem 2016)

TEXTO II

Os santos tornaram-se grandes aliados da Igreja para atrair novos devotos, pois eram obedientes a Deus e ao poder clerical. Contando e estimulando o conhecimento sobre a vida dos santos, a Igreja transmitia aos fiéis os ensinamentos que julgava corretos e que deviam ser imitados por escravos que, em geral, traziam outras crenças de suas terras de origem, muito diferentes das que preconizava a fé católica.

OLIVEIRA, A. J. Negra devoção.Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 20, maio 2007 (adaptado).

Posteriormente ressignificados no interios de certas irmandades e no contato com outra matriz religiosa, o ícone e a prática mencionada no texto estiveram desde o século XVII relacionados a um esforço da Igreja Católica para

  1. reduzir o poder das confrarias.
  2. cristianizar a população afro-brasileira.
  3. espoliar recursos materiais dos cativos.
  4. recrutar libertos para seu corpo eclesiástico.
  5. atender a demanda popular por padroeiros locais.

Sociedade, Religião

05. (Enem PPL 2016) As convicções religiosas dos escravos eram entretanto colocadas a duras provas quando de sua chegada ao Novo Mundo, onde eram batizados obrigatoriamente “para a salvação de sua alma” e deviam curvar-se às doutrinas religiosas de seus mestres. Iemanjá, mãe de numerosos outros orixás, foi sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, e Nanã Buruku, a mais idosa das divindades das águas, foi comparada a Sant’Ana, mãe da Virgem Maria.

VERGER, P. Orixás: deuses iorubás na África e no Novo Mundo. São Paulo: Corrupio, 1981.

O sincretismo religioso no Brasil colônia foi uma estratégia utilizada pelos negros escravizados para

  1. compreender o papel do sagrado para a cultura europeia.
  2. garantir a aceitação pelas comunidades dos convertidos.
  3. preservar as crenças e a sua relação com o sagrado.
  4. integrar as distintas culturas no Novo Mundo.
  5. possibilitar a adoração de santos católicos.

Sociedade, Religião

06. (Enem 2012) Próximo da Igreja dedicada a São Gonçalo nos deparamos com uma impressionante multidão que dançava ao som de suas violas. Tão logo viram o ViceRei, cercaram-no e o obrigaram a dançar e pular, exercício violento e pouco apropriado tanto para sua idade quanto posição. Tivemos nós mesmos que entrar na dança, por bem ou por mal, e não deixou de ser interessante ver numa igreja padres, mulheres, frades, cavalheiros e escravos a dançar e pular misturados, e a gritar a plenos pulmões “Viva São Gonçalo do Amarante”.

BARBINAIS, Le Gentil. Noveau Voyage autour du monde. Apud: TINHORÃO, J. R. As festas no Brasil Colonial. São Paulo: Ed. 34, 2000 (adaptado).

O viajante francês, ao descrever suas impressões sobre uma festa ocorrida em Salvador, em 1717, demonstra dificuldade em entendê-la, porque, como outras manifestações religiosas do período colonial, ela

  1. seguia os preceitos advindos da hierarquia católica romana.
  2. demarcava a submissão do povo à autoridade constituída.
  3. definia o pertencimento dos padres às camadas populares.
  4. afirmava um sentido comunitário de partilha da devoção.
  5. harmonizava as relações sociais entre escravos e senhores.

Sociedade, Religião

07. (Enem 2011) Uma explicação de caráter histórico para o percentual da religião com maior número de adeptos declarados no Brasil foi a existência, no passado colonial e monárquico, da

SMITH, D. Atlas da Situação Mundial. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 2007 (adaptado). (Foto: Reprodução/Enem)

  1. incapacidade do cristianismo de incorporar aspectos de outras religiões.
  2. incorporação da ideia de liberdade religiosa na esfera pública.
  3. permissão para o funcionamento de igrejas não cristãs.
  4. relação de integração entre Estado e Igreja.
  5. influência das religiões de origem africana.

Sociedade, Religião

08. (Enem 2010) Gregório de Matos definiu, no século XVII, o amor e a sensualidade carnal.

O Amor é finalmente um embaraço de pernas, união de barrigas, um breve tremor de artérias. Uma confusão de bocas, uma batalha de veias, um rebuliço de ancas, quem diz outra coisa é besta.

VAINFAS, R. Brasil de todos os pecados. Revista de História. Ano1, no 1. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, nov. 2003.

Vilhena descreveu ao seu amigo Filopono, no século XVIII, a sensualidade nas ruas de Salvador.

Causa essencial de muitas moléstias nesta cidade é a desordenada paixão sensual que atropela e relaxa o rigor da Justiça, as leis divinas, eclesiásticas, civis e criminais. Logo que anoutece, entulham as ruas libidinosos, vadios e ociosos de um e outro sexo. Vagam pelas ruas e, sem pejo, fazem gala da sua torpeza.

VILHENA, L.S. A Bahia no século XVIII. Coleção Baiana. v. 1. Salvador: Itapuã, 1969 (adaptado).

A sensualidade foi assunto recorrente no Brasil colonial. Opiniões se dividiam quando o tema afrontava diretamente os “bons costumes”. Nesse contexto, contribuía para explicar essas divergências

  1. a existência de associações religiosas que defendiam a pureza sexual da população branca.
  2. a associação da sensualidade às parcelas mais abastadas da sociedade.
  3. o posicionamento liberal da sociedade oitocentista, que reivindicava mudanças de comportamento na sociedade.
  4. a política pública higienista, que atrelava a sexualidade a grupos socialmente marginais.
  5. a busca do controle do corpo por meio de discurso ambíguo que associava sexo, prazer, libertinagem e pecado.

Sociedade, Religião

09. (Enem 2010) “Pecado nefando” era expressão correntemente utilizada pelos inquisidores para a sodomia. Nefandus: o que não pode ser dito. A Assembleia de clérigos reunida em Salvador, em 1707, considerou a sodomia “tão péssimo e horrendo crime”, tao contrário à lei da natureza, que “era indigno de ser nomeado” e, por isso mesmo, nefando.

NOVAIS, F.; MELLO E SOUZA L. História da vida privada no Brasil. V. 1.

São Paulo: Companhia das Letras. 1997 (adaptado).

O número de homossexuais assassinados no Brasil bateu o recorde histórico em 2009. De acordo com o Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais (LGBT – Lés - bicas, Gays, Bissexuais e Travestis), nesse ano foram registrados 195 mortos por motivação homofóbica no País.

Disponível em: www.alemdanoticia.com.br/utimas_noticias.php?codnoticia=3871.

Acesso em: 29 abr. 2010 (adaptado).

A homofobia é a rejeição e menosprezo à orientação sexual do outro e, muitas vezes, expressa-se sob a forma de comportamentos violentos. Os textos indicam que as condenações públicas, perseguições e assassinatos de homossexuais no país estão associadas

  1. à baixa representatividade polítíca de grupos organizados que defendem os direitos de cidadania dos homossexuais.
  2. à falência da democracia no país, que torna impeditiva a divulgação de estatísticas relacionadas à violência contra homossexuais.
  3. à Constituição de 1988, que exclui do tecido social os homossexuais, além de impedi-los de exercer seus direitos políticos.
  4. a um passado histórico marcado pela demonização do corpo e por formas recorrentes de tabus e intolerância.
  5. a uma política eugênica desenvolvida pelo Estado, justificada a partir dos posicionamentos de correntes filosófico-científicas.

Sociedade, Religião

10. (Enem 2009) Hoje em dia, nas grandes cidades, enterrar os mortos é uma prática quase íntima, que diz respeito apenas à família. A menos, é claro, que se trate de uma personalidade conhecida. Entretanto, isso nem sempre foi assim. Para um historiador, os sepultamentos são uma fonte de informações importantes para que se compreenda, por exemplo, a vida política das sociedades.

No que se refere às práticas sociais ligadas aos sepultamentos,

  1. na Grécia Antiga, as cerimônias fúnebres eram desvalorizadas, porque o mais importante era a democracia experimentada pelos vivos.
  2. na Idade Média, a Igreja tinha pouca influência sobre os rituais fúnebres, preocupando-se mais com a salvação da alma.
  3. no Brasil colônia, o sepultamento dos mortos nas igrejas era regido pela observância da hierarquia social.
  4. na época da Reforma, o catolicismo condenou os excessos de gastos que a burguesia fazia para sepultar seus mortos.
  5. no período posterior à Revolução Francesa, devido as grandes perturbações sociais, abandona-se a prática do luto.

Sociedade, Religião

11. (Enem 2009) No final do século XVI, na Bahia, Guiomar de Oliveira denunciou Antônia Nóbrega à Inquisição. Segundo o depoimento, esta lhe dava “uns pós não sabe de quê, e outros pós de osso de finado, os quais pós ela confessante deu a beber em vinho ao dito seu marido para ser seu amigo e serem bem-casados, e que todas estas coisas fez tendo-lhe dito a dita Antônia e ensinado que eram coisas diabólicas e que os diabos lha ensinaram”.

ARAÚJO, E. O teatro dos vı́cios. Transgressão e transigência na sociedade urbana colonial. Brası́lia: UnB/José Olympio, 1997.

Do ponto de vista da Inquisição,

  1. o problema dos métodos citados no trecho residia na dissimulação, que acabava por enganar o enfeitiçado.
  2. o diabo era um concorrente poderoso da autoridade da Igreja e somente a justiça do fogo poderia eliminá-lo.
  3. os ingredientes em decomposição das poções mágicas eram condenados porque afetavam a saúde da população.
  4. as feiticeiras representavam séria ameaça à sociedade, pois eram perceptı́veis suas tendências feministas.
  5. os cristãos deviam preservar a instituição do casamento recorrendo exclusivamente aos ensinamentos da Igreja.

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