Unificação da Alemanha e da Itália
Lista de 15 exercícios de História com gabarito sobre o tema Unificação da Alemanha e da Itália com questões de Vestibulares.
Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Unificação da Alemanha e da Itália .
01. (Universidade de Fortaleza) Acerca do processo de unificação da Alemanha e seu impacto na Europa, é possível afirmar, exceto:
- O Império Austríaco e o Reino da Prússia eram nações extremamente industrializadas que lutaram pelo domínio da Confederação Germânica, composta por 39 monarquias independentes, resultando na unificação alemã.
- A Guerra Franco-Prussiana teve como pretexto a oferta, pelas Cortes espanholas, do trono da Espanha a um primo do Rei da Prússia, despertando a oposição da França. A vitória do exército prussiano garantiu a unificação da Alemanha.
- A criação do Zollverein, política de cooperação aduaneira entre os estados da Confederação Germânica, feita sob liderança da Prússia, excluiu a participação do ImpérioAustríaco, enfraquecendo-o economicamente.
- Depois da Revolução de 1848 nos Estado Alemães, os conflitos militares que selaram o processo de unificação alemã são, em ordem cronológica: Guerra dos Ducados, Guerra Austro-Prussiana e Guerra Franco-Prussiana.
- O processo de unificação da Alemanha, junto com o italiano, simbolizou um período de acirramento das disputas entre as economias europeias, preparando o terreno para a primeira guerra mundial.
02.(FGV-SP) Assinale a alternativa incorreta a respeito da unificação italiana.
- Os franco-piemonteses venceram os Austríacos em Magenta e Soferino em 1859, com o auxílio de Napoleão III.
- O Reino das Duas Sicílias, governado pelos Bourbons, foi conquistado por Giuseppe Garibaldi e seus “camisas vermelhas” em apenas alguns meses, em 1860.
- Veneza foi entregue aos italianos em 1866 como recompensa por terem participado da Guerra das Sete Semanas ao lado da Prússia contra a Áustria.
- Vítor Emanuel II tentou, em 1861, ser proclamado rei da Itália, mas foi impedido pelo primeiro-ministro Camilo Benso, o conde de Cavour.
- A unificação italiana se completou em 1870 quando, ao eclodir a Guerra Franco-Prussiana, as tropas francesas deixaram a Itália, possibilitando a anexação de Roma, que se tornou a capital do reino.
03. (Unaerp) As tentativas de imposição da ideia nacional que emergiram entre 1815 e 1848 pela via revolucionária e democrática foram caladas, mas a ideia nacional se imporia de qualquer modo, pelas construções tradicionalistas que se inspiraram no romantismo literário e no historicismo que procurou dar ênfase às singularidades nacionais, com o culto aos particularismos dos passados nacionais. Essa segunda vertente do ideal nacional esteve em voga na Europa a partir de meados dos anos 1800, e as suas melhores expressões políticas foram os processos de unificação da Itália e da Alemanha.
LESSA, Antônio Carlos. História das Relações Internacionais: a Pax Britannica e o mundo do século XIX. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008, p.105-106 (Coleção Relações Internacionais).
Sobre os processos de unificação da Itália e da Alemanha, é incorreto afirmar que
- a convergência dos interesses políticos e econômicos da burguesia industrial, que ascendera bastante ao longo do século XIX, e da aristocracia proprietária de terras, que passou a entender a importância da indústria para sua imposição diante dos vizinhos, foi fundamental em ambos os países para os processos de unificação.
- tais processos ameaçavam seriamente o equilíbrio europeu estabelecido com o Tratado de Viena de 1815, que havia determinado que as quatro principais potências europeias da época, Inglaterra, França, Rússia e Império Austro-Húngaro, iriam agir para normatizar conflitos e disputas territoriais de menor magnitude no continente.
- o processo de unificação italiana iniciou-se de fato quando o Conde de Cavour assumiu o posto de primeiro-ministro do Reino da Sardenha-Piemonte em 1852 e envolveu uma série de guerras por disputa de territórios de cultura italiana contra a Áustria e a Igreja Católica, que envolveram ainda a participação da França e da Prússia.
- o processo de unificação alemã ganhou força quando Otto von Bismarck assumiu a chancelaria da Prússia em 1862, sob o reinado de Guilherme I, e envolveu um processo de incorporação de territórios de cultura germânica à sua órbita de influência, o que afetou os interesses austríacos na região, além de guerras contra a própria Áustria, a Dinamarca e a França.
- as relações internacionais europeias do século XIX, fortemente pontuais e temporárias, e as disputas diplomáticas entre os países europeus, especialmente entre a Prússia de Bismarck e a França de Napoleão III, tiveram grande influência sobre os processos de unificação da Alemanha e da Itália; a Inglaterra, contudo, afastouse desses processos o máximo que pôde.
04. (Fuvest) "Fizemos a Itália, agora temos que fazer os italianos". "Ao invés da Prússia se fundir na Alemanha, a Alemanha se fundiu na Prússia".
Estas frases, sobre as unificações italiana e alemã:
- aludem às diferenças que as marcaram, pois, enquanto a alemã foi feita em benefício da Prússia, a italiana, como demonstra a escolha de Roma para capital, contemplou todas as regiões.
- apontam para as suas semelhanças, isto é, para o caráter autoritário e incompleto de ambas, decorrentes do passado fascista, no caso italiano, e nazista, no alemão.
- chamam a atenção para o caráter unilateral e autoritário das duas unificações, imposta pelo Piemonte, na Itália, e pela Prússia, na Alemanha.
- escondem suas naturezas contrastantes, pois a alemã foi autoritária e aristocrática e a italiana foi democrática e popular.
- tratam da unificação da Itália e da Alemanha, mas nada sugerem quanto ao caráter impositivo de processo liderado por Cavour, na Itália, e por Bismarck, na Alemanha.
05. (PUC-Campinas) A guerra franco-prussiana de 1870 inspirou romances de diferentes categorias. A obra, porém, de maior fôlego sobre o tema foi sem dúvida o romance La Débâcle, de Émile Zola. Este autor documentou-se antes de escrever sobre a derrota do exército francês. O iniciador da literatura naturalista consultou diversas testemunhas do conflito. No século XIX, a história não representava mais simplesmente um pano de fundo para os romances, mas se tornava protagonista.
(www.linhaseveredas.blogspot.com. Ana Luiza Bedê, 01/07/2010)
A derrota do exército, a que o texto de Ana Luiza Bedê faz referência, foi responsável pela consolidação da unificação alemã. A partir desse momento, o desenvolvimento industrial da Alemanha tornou-se mais rápido e intenso, assumindo características próprias, como
- as inovações tecnológicas, adequadamente aproveitadas pelo Estado, que criaram as condições essenciais para que o capitalismo industrial, baseado na produção em massa, se desenvolvesse.
- uma vasta rede fluvial navegável e os investimentos privados na construção de bons portos, favoreceram o escoamento da produção e estimularam o seu desenvolvimento industrial.
- a introdução de novas técnicas agrícolas que propiciaram o aumento da produção de alimentos e, ao expulsarem o trabalhador do campo, forneceram mão de obra abundante às industrias.
- a presença do Estado como gestor do desenvolvimento econômico e a aliança entre banqueiros e industriais que foram decisivas para que o país empreendesse sua arrancada industrial.
- uma forte estabilidade política que reforçou as ligações do Estado com suas colônias asiáticas e garantiu a obtenção de matérias-primas necessárias para o avanço do processo industrial.
06. (UNESP) As unificações políticas da Alemanha e da Itália, ocorridas na segunda metade do século XIX, alteraram o equilíbrio político e social europeu. Entre os acontecimentos históricos desencadeados pelos processos de unificações, encontram-se:
- a ascensão do bonapartismo na França e o levante operário em Berlim.
- a aliança da Alemanha com a Inglaterra e a independência da Grécia.
- o nacionalismo revanchista francês e a oposição do Papa ao Estado italiano.
- a derrota da Internacional operária e o início da União Europeia.
- o fortalecimento do Império austríaco e a derrota dos fascistas na Itália.
07. (UFPR) A unificação alemã foi articulada pelo reino da:
- Prússia, após a derrota da Comuna de Paris na Guerra Franco-Prussiana, apoiado em uma aliança com a aristocracia austríaca e a burguesia prussiana.
- Áustria, devido à sua superioridade industrial e militar dentro da Confederação Germânica, apoiado em uma aliança com a aristocracia prussiana.
- Áustria, como resposta à ameaça prussiana de unificação após a instituição do Zollverein na Confederação Germânica, apoiado em uma aliança com a aristocracia austríaca.
- Prússia, devido ao seu poderio militar e força econômica dentro da Confederação Germânica, apoiado em uma aliança entre a aristocracia e a alta burguesia.
- Prússia, devido à mobilização nacionalista da Confederação Germânica durante a Guerra Franco-Prussiana, apoiado em uma aliança com a grande burguesia austríaca.
08. (UECE) A personagem histórica que teve fundamental importância no contexto da Unificação Italiana e lutou, também, na Revolução Farroupilha, no sul do Brasil, na segunda metade do século XIX, foi:
- Camilo de Cavour.
- Otto Von Bismark
- Benjamin Disraeli
- Benito Mussolini
- Giuseppe Garibaldi
09. (Universidade de Pernambuco) Não causa admiração o fato de os historiadores falarem de uma “Europa Bismarckiana”. Em todos os Estados Europeus, a questão das relações com o Império alemão está no centro das preocupações dos homens de governo: é para Bismarck que todos olham.
(DUROSELLE, Jean Baptiste. A Europa de 1815 aos nossos dias. São Paulo: Pioneira, 1970, p. 37.)
Dentre as principais características políticas do governo desse influente líder alemão, a que mais se destacou foi a
- desestruturação da ideia de império, construindo a primeira República alemã, com sede na cidade de Weimar.
- construção de ampla política diplomática, que proporcionou uma ausência de guerra europeia entre as potências no intervalo de 1871 a 1914.
- diminuição dos domínios territoriais devolvendo à França as regiões da Alsácia-Lorena no intuito de desfazer um possível foco de conflito.
- implementação da estabilidade pela paz e não pela força, reduzindo o efetivo do exército alemão e evitando uma corrida de armamentos.
- organização do Congresso de Berlim que desfez as hostilidades entre as potências europeias, colocando um fim nas antigas rivalidades entre essas nações.
10. (ESPM) As imagens mostram dois importantes personagens da história europeia do século XIX, figuras que expressaram com sua liderança o sentimento nacionalista:
- a figura I é de Bismarck, ministro prussiano e articulador do processo de unificação da Alemanha – a figura II é de Vitor Emanuel, rei do Piemonte-Sardenha e primeiro rei da Itália unificada;
- a figura I é de Guilherme I, declarado kaiser do II Reich alemão em 1871 – a figura II é de Vitor Emanuel, rei do Piemonte-Sardenha e primeiro rei da Itália unificada;
- a figura I é de Von Moltke, o comandante prussiano responsável pela unificação alemã – a figura II é de Giuseppe Garibaldi, líder dos camisas vermelhas, forças populares republicanas, que combateram pela unificação da Itália;
- a figura I é de Bismarck, representante da aristocracia prussiana e artífice da unidade alemã – a figura II é Giuseppe Garibaldi, herói da unificação italiana e líder dos camisas vermelhas;
- a figura I é do kaiser Guilherme I, fundador do II Reich alemão – a figura II é de Camilo Cavour, ministro do reino do Piemonte-Sardenha e artífice da unificação italiana.
11. (FGV) A unidade italiana – o processo de constituição de um Estado único para o país – conserva o sistema oligárquico (...) Isto não impede a formação do Estado, mas retarda a eclosão do fenômeno nacional.
(Leon Pomer, O surgimento das nações, 1985, p. 40-42)
Fizemos a Itália; agora, precisamos fazer os italianos.
(Massimo d’Azeglio apud E. J. Hobsbawm, A era do capital, 1977, p. 108)
A partir dos textos, é correto afirmar que
- apesar de ter nascido antes da nação, o Estado italiano, unificado em 1871, representou os interesses dos não proprietários, o que implicou a defesa de mudanças revolucionárias, que tornaram o Estado não autoritário e permitiram a emergência do sentimento nacional, já fortificado pelas guerras de unificação.
- o Estado italiano, nascido em 1848, na luta da alta burguesia do norte pelo poder, representava os interesses liberais, isto é, a unidade do país como um alargamento do Estado piemontês, na defesa da pequena propriedade e do voto universal, condições para a consolidação do sentimento nacional que cria os italianos.
- em 1848, a criação do Estado italiano, pela burguesia do Reino das Duas Sicílias, foi uma vitória do liberalismo, pois a estrutura fundiária, baseada na grande propriedade, e a exclusão política dos não proprietários permaneceram, encorajando os valores nacionais, condição para diminuir as diferenças regionais.
- em 1871, o processo de unificação e o sentimento nacional estavam intimamente ligados, na medida em que a classe proprietária do centro da península, vitoriosa na guerra contra a Áustria, absorveu os valores populares nacionais, o que legitimou a formação do Estado autoritário, defensor das desigualdades regionais.
- o Estado italiano nasceu antes da nação, em 1871, como uma construção artificial, frágil e autoritária da alta burguesia do norte, cujos interesses de dominação excluíram as mudanças revolucionárias e atrasaram a emergência do sentimento nacional, ainda estranho para a grande maioria das diferentes regiões da península.
12. (Campo Real) De todos os países europeus, a Itália talvez seja aquele em que o uso da Antiguidade a serviço dos governos autoritários tenha atingido o seu ponto máximo. De unificação tardia – 1859-1870 –, a Itália teve na sua união um dos maiores eventos de sua História. A esse processo de unificação sucederá a escolha de Roma como capital.
(SILVA, Glaydson. História antiga e usos do passado. São Paulo: Annablume, 2007. p.39.)
Considerando o argumento apresentado pelo autor, a escolha da capital da Itália unificada representou:
- uma valorização estética da arte helenística.
- um uso estratégico do espaço geográfico.
- uma tentativa pragmática de reconciliação religiosa.
- um apelo político ao mito da romanidade.
- um reconhecimento cultural do folclore latino.
13. (UFRGS) Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela que está correta em relação ao processo de unificação italiana, concluída na segunda metade do século XIX.
- O Congresso de Viena concluiu o processo de integração nacional italiano na medida em que este veio ao encontro dos interesses das elites locais.
- O processo de unificação nacional resultou das fortes pressões da burguesia do sul do país, cuja economia demandava um mercado interno homogêneo, dinâmico e integrado para a colocação da sua moderna produção industrial.
- A construção do Estado Nacional implicou enfrentar e expulsar as tropas de ocupação pertencentes aos impérios britânico, russo e espanhol, estabelecidas na Península Itálica desde os acontecimentos de 1848.
- O movimento de unificação partiu das áreas mais industrializadas, teve forte presença de uma burguesia interessada na ampliação do mercado interno e foi sustentado pela ideologia do nacionalismo.
- A consolidação da formação do Estado nacional italiano ocorreu com a anuência do papa Pio IX e o reconhecimento, pelo primeiro-ministro Cavour, da existência e da soberania do Estado do Vaticano, após as negociações da Questão Romana.
14. (UFPR) No Brasil, desde 2011, tem havido diversas comemorações dos 150 anos da Unificação Italiana, relembrando os fortes laços culturais entre os dois países. Sobre a relação entre a Unificação Italiana e a imigração de italianos para as Américas, é correto afirmar:
- A Unificação Italiana foi o resultado de uma série de revoltas populares, que culminaram em 1861 com a formação de uma república socialista sob a direção de Giuseppe Mazzini. A burguesia, que não concordava com o novo regime, emigrou para as Américas, levando capital suficiente para iniciar a industrialização em países como a Argentina, o Brasil e os Estados Unidos.
- O processo da Unificação Italiana contou com a intensa participação do Império brasileiro, pois D. Pedro II almejava estabelecer relações comerciais com os italianos. É notória a participação de Giuseppe Garibaldi na política brasileira do período imperial. Após a unificação, contudo, nem o Brasil nem os demais países aliados conseguiram levantar a Itália de uma profunda crise econômica, o que levou a uma grande leva emigratória para as Américas de 1880 a 1930.
- A Unificação Italiana foi um processo iniciado no início do século XIX, que se concluiu em 1861, com uma monarquia constitucionalista, sob o comando de uma aliança entre burgueses e latifundiários, que afastou os setores populares do poder. Muitos italianos camponeses e trabalhadores saíram empobrecidos após a unificação, o que estimulou uma intensa emigração para as Américas entre 1880 e 1930, engrossando fileiras de trabalhadores agrícolas e operários.
- A Unificação Italiana durou de 1861 a 1870, agregando estados independentes sob a direção do reino de Piemonte-Sardenha. Porém, sua conclusão só foi possível após a Unificação Alemã, que marcou o fim da ingerência de Otto Von Bismark na política europeia. Após esse processo, o monarca instituído perseguiu duramente seus inimigos políticos, que emigraram para as Américas.
- A emigração italiana para as Américas teve início por conta de uma série de dificuldades financeiras causadas por problemas climáticos, que, por volta de 1850, prejudicaram as colheitas. O volume de emigrantes intensificou-se após a Unificação em 1861, em decorrência do fato de que o governo anarquista instituído fracassou na tentativa de reerguer o país.
15. (Universidade de Vassouras) No momento da unificação, em 1860, estimou-se que não mais de 2,5% de seus habitantes falassem a língua italiana no dia a dia. O resto falava idiomas de tal forma diferentes, que professores enviados pelo Estado italiano para a Sicília, nessa época, foram confundidos com ingleses. Provavelmente uma percentagem bem maior, mas ainda uma modesta minoria, teria se sentido naquela data como italianos. Não é de se admirar que Massimo d’Azeglio (1792-1866) tivesse exclamado: “Fizemos a Itália, agora precisamos fazer os italianos”.
Adaptado de HOBSBAWM, Eric. A Era do Capital – 1848-1875. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
Para a consolidação dos Estados europeus em fins do século XIX, não foram suficientes as revoluções.
A frase “Fizemos a Itália, agora precisamos fazer os italianos” indica a necessidade de ações efetivas por parte do Estado, tais como:
- favorecimento do livre comércio para apoio à burguesia nacional
- incentivo à vinda de imigrantes para ocupação de novos territórios
- formação de um exército de mercenários em busca de controle militar
- estabelecimento do ensino público obrigatório em busca da unidade da nação