Descolonização Afro-Asiática
Lista de 20 exercícios de História com gabarito sobre o tema Descolonização Afro-Asiática com questões de Vestibulares.
Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Descolonização Afro-Asiática.
01. (FGV-RJ) Leia o trecho da canção abaixo para responder à questão:
Até que a filosofia que sustenta uma raça
Superior e outra inferior
Seja finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada,
Haverá guerra, eu digo, guerra.
(...)
Até que os regimes ignóbeis e infelizes,
Que aprisionam nossos irmãos em Angola, em Moçambique,
África do Sul, em condições subumanas,
Sejam derrubados e inteiramente destruídos, haverá
Guerra, eu disse, guerra.
(...)
Até esse dia, o continente africano
Não conhecerá a paz, nós, africanos, lutaremos,
Se necessário, e sabemos que vamos vencer,
Porque estamos confiantes na vitória
Do bem sobre o mal,
Do bem sobre o mal...
War. Bob Marley, 1976
A canção War foi composta por Bob Marley a partir do discurso pronunciado pelo imperador da Etiópia, Hailé Selassié (1892-1975), em 1936, na Liga das Nações. As ideias do discurso, presentes na letra da canção acima, estão associadas:
- Ao darwinismo social, que propunha a superioridade africana sobre as demais raças humanas.
- Ao futurismo, que consagrava a ideia da guerra como a higiene e renovação do mundo.
- Ao pan-africanismo, que defendia a existência de uma identidade comum aos negros africanos e a seus descendentes.
- Ao sionismo, que defendia que o imperador Selassié era descendente do rei Salomão e da rainha de Sabá e deveria assumir o governo de Israel.
- Ao apartheid, que defendia a superioridade branca e a política de segregação racial na África do Sul.
Resposta: C
Resolução: A canção "War" de Bob Marley, inspirada pelo discurso de Hailé Selassié, trata da luta contra a opressão racial e o colonialismo. O pan-africanismo, que busca a união e a solidariedade entre os povos africanos e seus descendentes, é o conceito que melhor se alinha com as ideias expressas na canção.
02. (Cesgranrio) “Morre um homem por minuto em Ruanda. Um homem morre por minuto numa nação do continente onde o Homo Sapiens surgiu há um milhão de anos… Para o ano 2000 só faltam seis, mas a Humanidade não ingressará no terceiro milênio, enquanto a África for o túmulo da paz.”
(Augusto Nunes, in: jornal O GLOBO, 6.8.94)
A situação de instabilidade no continente africano é o resultado de diversos fatores históricos, dentre os quais destacamos o(a):
- fortalecimento político dos antigos impérios coloniais na região, apoiado pela Conferência de Bandung.
- declínio dos nacionalismos africanos causado pelo final da Guerra Fria.
- acirramento das guerras intertribais no processo de descolonização que não respeitou as características culturais do continente.
- fim da dependência econômica ocorrida com as independências políticas dos países africanos, após a década de 50.
- difusão da industrialização no continente africano, que provocou suas grandes desigualdades sociais.
Resposta: C
Resolução: A instabilidade na África tem raízes profundas na descolonização, onde a desconsideração das divisões étnicas e culturais durante o processo de independência frequentemente resultou em conflitos internos. A descolonização não respeitou as características culturais, provocando conflitos e guerras intertribais.
03. (Unirio) A descolonização do continente africano, a partir de 1950, libertou nações do imperialismo. Entretanto, não solucionou os problemas estruturais de diversos países do continente. Sobre os países africanos descolonizados, é correto afirmar-se que:
- em Ruanda, ao processo de independência, conquistada em 1962, seguiu-se a criação de um governo de coalizão popular que, apoiado por investimentos ocidentais, extinguiu as rivalidades étnicas e as guerras tribais.
- em Angola, a prolongada guerra civil após a independência, em 1975, provocou a intervenção da ONU no conflito, com a participação de soldados brasileiros, cujo objetivo é desarmar a guerrilha e auxiliar na reconstrução do país.
- em Moçambique, que alcançou a independência em 1975, o movimento guerrilheiro de inspiração socialista FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), apoiado pela União Soviética, conquistou a gestão das regiões auríferas da Rodésia.
- na Argélia, independente em 1962, após o fracasso das tentativas de estabelecimento da democracia com as recentes eleições, ocorreu o golpe de estado dos fundamentalistas muçulmanos.
- na Namíbia, a fraqueza política e econômica dos governos posteriores à independência, ocorrida em 1990, facilitou a invasão militar, com a anexação de seu território pela África do Sul.
Resposta: B
Resolução: A guerra civil em Angola após a independência e a intervenção da ONU para resolver o conflito é um exemplo das dificuldades enfrentadas pelos países africanos descolonizados. Apesar da ajuda, a guerra civil persistiu, afetando a estabilidade do país.
04. (UFSM-RS) "A primeira coisa, portanto, é dizer-vos a vós mesmos: Não aceitarei mais o papel de escravo. Não obedecerei às ordens como tais, mas desobedecerei quando estiverem em conflito com a minha consciência. O assim chamado patrão poderá sussurrar-vos e tentar forçar-vos a servi-lo. Direis: Não, não vos servirei por vosso dinheiro ou sob ameaça. Isso poderá implicar sofrimentos. Vossa prontidão em sofrer acenderá a tocha da liberdade que não pode jamais ser apagada." (Mahatma Gandhi)
In: MOTA, Myriam; BRAICK, Patrícia. História das cavernas ao Terceiro Milênio. São Paulo: Moderna, 2005. p.615.
“Acenderá a tocha da liberdade que não pode jamais ser apagada” são palavras de Mahatma Gandhi (1869-1948) que, no contexto da Guerra Fria, inspiraram movimentos como
- o acirramento da disputa por armamentos nucleares entre os EUA e a URSS, objetivando a utilização do arsenal nuclear como instrumento de dissuasão e amenização das disputas.
- a reação dos países colonialistas europeus visando a diminuir o poder da Assembleia Geral da ONU e reforçar o poder do Secretário-Geral e do Conselho de Segurança.
- as concessões unilaterais de independência às colônias que concordassem em formar alianças econômicas, políticas e estratégicas com suas antigas metrópoles, como a Comunidade Britânica de Nações e a União Francófona.
- o reforço do regime de “apartheid” na África do Sul que, após prender o líder Nelson Mandela e condená-lo à prisão perpétua, procurou expandir a segregação racial para os países vizinhos, como a Rodésia e a Namíbia.
- o não alinhamento político, econômico e militar aos EUA ou à URSS, decisão tomada pelos países do Terceiro Mundo reunidos na Conferência de Bandung, na Indonésia.
Resposta: E
Resolução: O movimento de não-alinhamento, que se formou durante a Guerra Fria, foi inspirado por ideais como os de Gandhi que preconizavam a resistência ao imperialismo e a busca pela independência sem se alinhar com os blocos de poder estabelecidos.
05. (Fuvest) Assolado pela miséria, superpopulação e pelos flagelos mortíferos da fome e das guerras civis, a situação de praticamente todo o continente africano é, neste momento de sua história, catastrófica. Este quadro trágico decorre:
- de fatores conjunturais que nada têm a ver com a herança do neocolonialismo, uma vez que a dominação colonial européia se encerrou logo após a segunda guerra mundial.
- exclusivamente de um fator estrutural, posterior ao colonialismo europeu, mas interno ao continente, que é o tribalismo, que impede sua modernização.
- da inserção da maioria dos países africanos na economia mundial como fornecedores de matérias-primas cujos preços têm baixado continuamente.
- exclusivamente de um fator estrutural, externo ao continente, a espoliação imposta e mantida pelo Ocidente que bloqueia a sua autodeterminação.
- da herança combinada de tribalismo e colonialismo, que redundou na formação de micro-nacionalismos incapazes de reconstruir antigas formas de associação bem como de construir novas.
Resposta: E
Resolução: A situação catastrófica na África é resultado da combinação de fatores históricos e estruturais, incluindo o legado do colonialismo e o tribalismo. A herança do colonialismo e a fragmentação política e social resultante são fatores críticos para entender a atual situação do continente.
06. (Fuvest) As resistências à descolonização da Argélia derivaram essencialmente:
- da reação de setores políticos conservadores na França, associados aos franceses que viviam na Argélia.
- da pressão das grandes potências que temiam a implantação do fundamentalismo islâmico na região.
- da iniciativa dos Estados Unidos que pressionaram a França a manter a colônia a qualquer preço.
- da ação pessoal do general De Gaulle que se opunha aos projetos hegemônicos dos Estados Unidos.
- da atitude da França que desejava expandir suas colônias, após a Segunda Guerra Mundial.
Resposta: A
Resolução: As resistências à descolonização da Argélia foram motivadas pela reação de setores conservadores na França, incluindo os franceses que viviam na Argélia e queriam manter o controle colonial.
07. (FGV) O genocídio que teve lugar em Ruanda, assim como a guerra civil em curso na República Democrática do Congo, ou ainda o conflito em Darfur, no Sudão, revelam uma África marcada pela divisão e pela violência. Esse estado de coisas deve-se, em parte,
- às diferenças ideológicas que perpassam as sociedades africanas, divididas entre os defensores do liberalismo e os adeptos do planejamento central.
- à intolerância religiosa que impede a consolidação dos estados nacionais africanos, divididos nas inúmeras denominações cristãs e muçulmanas.
- aos graves problemas ambientais que produzem catástrofes e aguçam a desigualdade ao perpetuar a fome, a violência e a miséria em todo o continente.
- à herança do colonialismo, que introduziu o conceito de Estado-nação sem considerar as características das sociedades locais.
- às potências ocidentais que continuam mantendo uma política assistencialista, o que faz com que os governos locais beneficiem-se do caos.
Resposta: D
Resolução: O legado do colonialismo, que introduziu fronteiras artificiais e estados-nação que não correspondiam às realidades étnicas e culturais locais, é uma das principais causas dos conflitos e violência na África.
08. (Fatec) A descolonização do Oriente Médio enfrentou sérias dificuldades decorrentes, entre outras razões, das arbitrariedades cometidas na demarcação dos territórios de cada uma das novas nações. Esse procedimento, ao tentar solucionar os problemas dos ex-dominadores, dividiu grupos tradicionais, tirando-lhes regiões ricas ou estratégicas, colocando, com isso, os nascentes Estados em rivalidade permanente e levando, algumas vezes, ao surgimento de guerras como a Guerra dos Seis Dias (1967).
Esse conflito trouxe como principal problema para aquela região:
- o boicote petrolífero determinado pela OPEP contra os países do Ocidente.
- a guerra civil no Líbano após a queda de Nasser no Egito.
- a ocupação por Israel de vários territórios árabes, principalmente a margem ocidental do rio Jordão.
- a internacionalização de Jerusalém e a ocupação israelense em Golan.
- o fechamento do Canal de Suez e a ocupação egípcia da região do Sinai.
Resposta: C
Resolução: A Guerra dos Seis Dias em 1967 resultou na ocupação por Israel de vários territórios árabes, incluindo a margem ocidental do rio Jordão, o principal problema associado ao conflito.
09. (Cesgranrio) "A Conferência está de acordo em declarar que o colonialismo, em todas as suas manifestações, é um mal a que deve ser posto fim imediatamente."
(DECLARAÇÃO DA CONFERÊNCIA DE BANDUNG, abril de 1955)
Após a Segunda Guerra Mundial, a dominação ocidental no continente asiático e no continente africano foi contestada por movimentos locais de confronto com as nações imperialistas, em prol da independência e da autodeterminação dos povos desses continentes. Dentre os fatores que possibilitaram o processo de descolonização afro-asiático, NÃO podemos apontar a(o):
- influência da doutrina socialista, principalmente nas áreas coloniais que sofreram transformações revolucionárias, tais como o Vietnã e Angola.
- transferência para as áreas coloniais de uma ideologia humanista e antinacionalista, expressa na organização doutrinária do Bloco dos Não-Alinhados.
- deslocamento dos centros hegemônicos das decisões políticas internacionais da Europa para os EUA e a U.R.S.S.
- enfraquecimento das potências coloniais européias provocado por sua participação na Segunda Guerra Mundial.
- fim do mito da inferioridade dos povos afro-asiáticos, em virtude das vitórias japonesas contra os ocidentais na guerra do Pacífico.
Resposta: B
Resolução: O fator que não é relevante para o processo de descolonização afro-asiático é a transferência de uma ideologia humanista e antinacionalista, que não foi um elemento chave no processo de descolonização comparado aos outros fatores mencionados.
10. (Fgv) "... em 1955, em Bandung, na Indonésia, reuniram-se 29 (...) países que se apresentavam como do Terceiro Mundo. Pronunciaram-se pelo socialismo e pelo neutralismo, mas também contra o Ocidente e contra a União Soviética, e proclamaram o compromisso dos povos liberados de ajudar a libertação dos povos dependentes..."
A conferência a que o texto se refere é apontada como um
- indicador da crise do sistema colonial por representar os interesses dos países que estavam sofrendo as conseqüências do processo de industrialização na Europa.
- indício do processo de globalização da economia mundial uma vez que suas propostas defendiam o fim das restrições alfandegárias nos países periféricos.
- sintoma de esgotamento do imperialismo americano no Oriente Médio, provocado pela quebra do monopólio nuclear a favor dos árabes.
- sinal de desenvolvimento da economia dos denominados "tigres asiáticos" que valorizou o planejamento estratégico, a industrialização independente e a educação.
- marco no movimento descolonizador da África e da Ásia que condenou o colonialismo, a discriminação racial e a corrida armamentista.
Resposta: E
Resolução: A Conferência de Bandung em 1955 foi um marco importante no movimento de descolonização da África e da Ásia, destacando a condenação ao colonialismo, discriminação racial e a corrida armamentista.
11. (UNESP) Não há livro didático, prova de vestibular ou resposta correta do Enem que não atribua a miséria e os conflitos internos da África a um fator principal: a partilha do continente africano pelos europeus. Essas fronteiras teriam acotovelado no mesmo território diversas nações e grupos étnicos, fazendo o caos imperar na África. Porém, guerras entre nações rivais e disputas pela sucessão de tronos existiam muito antes de os europeus atingirem o interior da África. Graves conflitos étnicos aconteceram também em países que tiveram suas fronteiras mantidas pelos governos europeus. É incrível que uma teoria tão frágil e generalista tenha durado tanto – provavelmente isso acontece porque ela serve para alimentar a condescendência de quem toma os africanos como “bons selvagens” e tenta isentá-los da responsabilidade por seus problemas.
(Leandro Narloch. Guia politicamente incorreto da história do mundo, 2013. Adaptado.)
A partir da leitura do texto, é correto afirmar que:
- as desigualdades sociais e econômicas no mundo atual originam-se exclusivamente das contradições materiais do capitalismo.
- o conhecimento histórico que privilegia a “óptica dos vencidos” apresenta um grau superior de objetividade científica.
- na relação entre diferentes etnias, o etnocentrismo é um fenômeno antropológico exclusivo dos países ocidentais modernos.
- para explicar a existência dos atuais conflitos étnicos na África, é necessário resgatar os pressupostos da ideologia colonialista.
- a tese filosófica sobre um “estado de natureza” livre e pacífico é insuficiente para explicar os conflitos étnicos atuais na África.
Resposta: E
Resolução: O texto critica a ideia de que os conflitos na África são exclusivamente consequência das fronteiras traçadas pelos europeus, apontando que tais conflitos existiam antes da colonização e que a teoria da partilha europeia não explica adequadamente a situação atual. Assim, a tese filosófica sobre um "estado de natureza" pacífico não é suficiente para explicar os conflitos étnicos atuais na África, que são mais complexos e têm raízes em múltiplos fatores históricos e sociais.
12. (UEPA) A Conferência de Berlim, realizada na Alemanha em 1885, sacralizou o processo de partilha da África. Dela fizeram parte a Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha. A geopolítica imposta ao Continente Africano gerou, nas décadas posteriores, o sentimento anticolonialista, pois:
- a situação de supremacia europeia definiu-se diplomaticamente, garantindo a prerrogativa de defesa dos direitos civis dos países que negassem o princípio de protetorado que as potências do Norte queriam implantar nas colônias do Atlântico Sul, assegurando aos africanos a liberdade de expressão.
- os territórios afro-asiáticos a serem explorados formaram a Aliança Nacional Libertadora e apoiados pelos Estados Islâmicos resistiram ao domínio europeu transformando o Norte da África em um campo intercultural, onde cristãos e muçulmanos buscavam a supremacia.
- a luta pela independência das colônias africanas transformou-se posteriormente em objeto de debate local e global, ora de orientação capitalista, ora de orientação socialista, mesclados aos discursos locais nacionalistas, representados por diferentes projetos políticos.
- o nível de atraso no desenvolvimento tecnológico, industrial e econômico africano em comparação aos outros continentes deixou de existir graças aos empreendimentos dos países capitalistas nas áreas de dominação, assinalando o avanço bem-sucedido do capitalismo em relação ao socialismo.
- o processo de independência das colônias em relação às metrópoles europeias foi assegurado através das reedições da Conferência, que a cada ano estabelecia um plano de metas de desenvolvimento local garantindo para as partes envolvidas igual partilha dos recursos naturais.
Resposta: C
Resolução: A Conferência de Berlim e a subsequente partilha da África geraram um sentimento anticolonialista, pois a luta pela independência nas colônias africanas se tornou um debate global e local, influenciado por diferentes orientações ideológicas, como o capitalismo e o socialismo, misturados com discursos nacionalistas locais.
13. (Fuvest) A Segunda Guerra Mundial fez emergir interesses e aspirações conflitantes que culminaram em relevantes mudanças nos quinze anos posteriores (1945-1960).
Entre esses novos acontecimentos, é possível citar:
- o início dos movimentos pela libertação colonial na África e a divisão do mundo em dois blocos.
- a balcanização do sudeste da Europa e o recrudescimento das ditaduras na América Latina.
- a criação do Mercosul e a expansão dos comunistas no Oriente Médio.
- os conflitos entre palestinos e judeus e o desaparecimento do império austro-húngaro.
- o desmantelamento da União Soviética e a dominação econômica dos Estados Unidos.
Resposta: A
Resolução: Após a Segunda Guerra Mundial, dois eventos significativos foram a emergência dos movimentos de libertação colonial na África e a divisão do mundo em blocos de influência (Ocidente e Oriente), marcando o início da Guerra Fria.
14. (Fuvest) Portugal foi o país que mais resistiu ao processo de descolonização na África, sendo Angola, Moçambique e Guiné-Bissau os últimos países daquele continente a se tornarem independentes.
Isto se explica:
- pela ausência de movimentos de libertação nacional naquelas colônias.
- pelo pacifismo dos líderes Agostinho Neto, Samora Machel e Amílcar Cabral.
- pela suavidade da dominação lusitana baseada no paternalismo e na benevolência.
- pelos acordos políticos entre Portugal e África do Sul para manter a dominação.
- pela intransigência do salazarismo somente eliminada com a Revolução de Abril de 1974.
Resposta: E
Resolução: Portugal resistiu ao processo de descolonização na África devido à intransigência do regime salazarista, que só foi eliminada com a Revolução dos Cravos em 1974.
15. (UFRN) Em relação ao processo de descolonização afro-asiático, é correto afirmar:
- As potências européias, fortalecidas com o fim da 2 Guerra Mundial, investiram recursos na luta contra os movimentos de libertação que explodiam nas colônias.
- A Organização das Nações Unidas tornou-se o parlamento no qual muitos países condenavam o neocolonialismo, dado que proclamava a autodeterminação dos povos.
- A Guerra Fria dificultou a descolonização, em virtude da oposição de soviéticos e americanos, que viam no processo uma limitação de seu poder de influência na África e na Ásia.
- As nações que optaram por guerra e luta armada foram as únicas que conquistaram independência e autonomia política frente à dominação dos países europeus.
Resposta: B
Resolução: A ONU desempenhou um papel significativo na condenação do neocolonialismo e na promoção da autodeterminação dos povos, tornando-se um fórum importante para a discussão sobre descolonização.
16. (Uerj) A África subsaariana conheceu, ao longo dos últimos quarenta anos, trinta e três conflitos armados que fizeram no total mais de sete milhões de mortos. Muitos desses conflitos foram provocados por motivos étnico-regionais, como os massacres ocorridos em Ruanda e no Burundi.
(Le Monde Diplomatique, maio/1993 - com adaptações.)
Das alternativas abaixo, aquela que identifica uma das raízes históricas desses conflitos no continente africano é:
- a chegada dos portugueses, que, em busca de homens para escravização, extinguiram inúmeros reinos existentes
- a Guerra Fria, que, ao provocar disputas entre EUA e URSS, transformou a África num palco de guerras localizadas
- o Imperialismo, que, ao agrupar as diferentes nacionalidades segundo tradições e costumes, anulou direitos de conquista
- o processo de descolonização, que, mantendo as mesmas fronteiras do colonialismo europeu, desrespeitou as diferentes etnias e nacionalidades
Resposta: D
Resolução: O processo de descolonização na África manteve as fronteiras traçadas pelos europeus, desrespeitando a diversidade étnica e nacional existente antes da colonização. Isso contribuiu para os conflitos atuais, pois as novas fronteiras muitas vezes ignoraram as realidades étnicas e culturais locais.
17. (Pucmg) Na segunda metade do século XX, após décadas de dominação européia, os povos da África conseguem se libertar. São marcas dos Estados Africanos hoje, EXCETO:
- o domínio exercido por uma elite africana em lugar do antigo dominador.
- o falso desenvolvimento econômico realizado em proveito do capital externo.
- a independência formal associada à manutenção do domínio de "tipo colonial".
- a solidariedade dos povos negros em luta contra os resíduos da europeização.
- a tendência autoritária e violenta dos pequenos Estados recém-formados.
Resposta: D
Resolução: A solidariedade dos povos africanos em luta contra os resíduos da europeização não é uma marca típica dos Estados africanos pós-coloniais. Em vez disso, é mais comum observar a dominação por elites africanas, desenvolvimento econômico em benefício do capital externo e tendências autoritárias e violentas.
18. (PUC-RJ) As lutas pela descolonização transformaram profundamente o mapa político mundial na segunda metade do século XX. As alternativas abaixo relacionam características importantes dos Estados nacionais surgidos na África e Ásia ao longo desse período, com EXCEÇÃO de uma. Qual?
- A maioria dos novos Estados nacionais adotou sistemas políticos e modelos de governo ocidentais inspirados nas experiências de suas metrópoles.
- Os Estados recém-constituídos conseguiram construir uma identidade política sólida, o que permitiu a organização do movimento dos países "não-alinhados", em Bandung, na Indonésia.
- Na maioria dos novos países, coube ao Estado tomar para si as tarefas de modernização e crescimento econômico com o objetivo de promover o desenvolvimento nacional.
- Nos países em que a independência se realizou por meio de revoluções sociais, os novos Estados tenderam para o modelo soviético.
- Nos processos de independência conseguidos através de guerras contra as antigas metrópoles, os exércitos nacionais e suas lideranças acabaram por desempenhar um papel de destaque na política nacional dos novos Estados.
Resposta: B
Resolução: A maioria dos novos Estados africanos e asiáticos teve dificuldades em construir uma identidade política sólida e em formar um movimento eficaz de países "não-alinhados". A questão B reflete a dificuldade desses Estados em construir uma identidade sólida.
19. (IBMEC) A África vive, ainda hoje, uma sequência impressionante de golpes militares e guerras civis, sendo o recente caso da Guiné-Bissau um típico exemplo de como esse processo continua a ocorrer. Vários são os fatores que explicam tal fenômeno, sendo um dos mais importantes:
- a manutenção de uma política assistencialista por parte das antigas potências coloniais, o que estimula o caos;
- uma disputa entre grupos políticos divergentes, favoráveis ou não ao liberalismo econômico;
- os resquícios da Guerra Fria, ainda evidentes, especialmente na África do Sul e na região central do continente;
- a ausência de políticas ambientais que minimizem os efeitos devastadores da fome e da violência;
- a execução de uma política colonialista que impôs o conceito de Estado-Nação sem levar em conta as características locais da sociedade.
Resposta: E
Resolução: A política colonialista que impôs o conceito de Estado-Nação sem considerar as características locais das sociedades africanas foi um fator crucial para os conflitos e instabilidade na região. Isso criou um cenário de divisão e tensão contínua.
20. (UFRN) Na Copa do Mundo de Futebol de 2010, realizada na África do Sul, muitos brasileiros ficaram surpresos ao saberem que várias nações do continente africano, como Costa do Marfim, Nigéria, Gana e o próprio país sede do evento, apresentavam influências linguísticas europeias. Isso ficava evidente, por exemplo, nos nomes dos jogadores estampados nas camisetas e nos hinos nacionais, cantados em inglês ou francês.
Essas influências da Inglaterra e da França na África são resultantes
- da expansão do Cristianismo, estimulado pelos propósitos das Cruzadas.
- do neocolonialismo do século XIX, no contexto da Segunda Revolução Industrial.
- da Globalização, que promoveu o intercâmbio cultural mundial no século XX.
- do tráfico negreiro, que implantou colônias europeias no continente africano.
Resposta: B
Resolução: As influências linguísticas e culturais das potências europeias na África são resultado do neocolonialismo do século XIX, que ocorreu no contexto da Segunda Revolução Industrial, e não do tráfico negreiro ou da globalização.