Cangaço
Lista de 08 exercícios de História com gabarito sobre o tema Cangaço com questões de Vestibulares.
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01. (FAMERP) O cangaço, a Coluna Prestes e a ação de Padre Cícero Romão Batista desenvolveram-se no interior do Brasil, ao longo dos anos 1920 ou 1930.
É correto dizer que os três movimentos
- foram duramente reprimidos pelo exército nacional, embora todos contassem com a participação direta de militares em sua direção.
- contaram com forte e contínuo apoio popular e estabeleceram alianças e apoios políticos recíprocos.
- expressaram a insatisfação popular com a Primeira República e defendiam o retorno à monarquia.
- evidenciam contradições e impasses sociais da Primeira República, embora tivessem objetivos e práticas diferentes.
- defendiam a instalação imediata de um governo popular e socialista, embora recorressem a estratégias de luta distintas.
02. (UERJ) Observe a foto do grupo de Lampião e Maria Bonita e o mapa que destaca a área do Nordeste brasileiro onde o cangaço se disseminou nas décadas de 1920 e 1930.
O cangaço representou uma manifestação popular favorecida, basicamente, pela seguinte característica da conjuntura social e política da época:
- cidadania restringida pelo voto censitário
- analfabetismo predominante nas áreas rurais
- criminalidade oriunda das taxas de desemprego
- hierarquização derivada da concentração fundiária
03. (UFTM) Observe o cartaz, datado de 1930, no qual o governo da Bahia oferece recompensa pela captura de Lampião.
Sobre o cangaço, é correto afirmar que
- os chefes dos bandos apresentavam-se como líderes religiosos e exploravam a boa-fé e as crenças dos sertanejos.
- os cangaceiros eram protegidos pelos habitantes do sertão, pois roubavam dos ricos fazendeiros para ajudar pobres e necessitados.
- os bandos vendiam proteção para fazendeiros, com os quais construíam alianças, e faziam-se respeitar pelo terror que impunham.
- a prática de suborno impedia que as perseguições policiais tivessem êxito, o que obrigou o governo federal a recorrer ao Exército.
- a Igreja, com sua política de proteção aos desfavorecidos, foi uma importante aliada do cangaço, pois acobertava membros dos bandos.
04. (UNIFENAS) Um cangaceiro conquista o mundo
O Cangaceiro, de 1953, foi o primeiro filme brasileiro a conquistar as telas do mundo. O filme, considerado o melhor que saiu da Vera Cruz, a “Hollywood paulista” foi escrito e dirigido pelo cineasta Vitor Lima Barreto, inspirado na figura de Lampião. No Festival Internacional de Cannes, O Cangaceiro ganhou o prêmio de melhor filme de aventura e de melhor trilha sonora. Em Paris, o filme ficou seis anos em cartaz.
(O Livro dos Políticos, Heródoto Barbeiro e Bruna Cantele, Ediouro, Rio de Janeiro, 2008, p. 145)
O Cangaço foi um importante movimento social brasileiro ocorrido principalmente durante
- o período colonial.
- o Império.
- a República Velha.
- a Ditadura Militar.
- a Nova República.
05. (FDV)
TEXTO
No interior do Pernambuco, o culto já exige monumentos. No dia 7 de julho, quando, segundo o Registro Civil, se comemoram 100 anos do nascimento de Lampião, o município de Triunfo lançará a pedra fundamental de uma estátua de 32 metros de altura para homenageá-lo. Com o apoio do povo. Triunfo segue o exemplo da vizinha Serra Talhada, ex-Vila Bela, terra natal do cangaceiro, que, em 1991, organizou um plebiscito para saber se ele merecia uma honraria dessas. O resultado foi sim e a estátua só não existe ainda por falta de verbas.
Bem antes de morrer, Lampião já inspirava poemas, músicas e livros. Uma propaganda de remédio chegou a comparar os males que ele causava à sociedade com os distúrbios provocados pela prisão de ventre. Mas a referência ao cangaceiro como figura nociva era exceção. Em geral, ele era tratado como herói, um nobre salteador, que tomava dos ricos para dar aos pobres. Em 1931, o mais importante jornal americano, The New York Times, divulgou essa versão caridosa do criminoso.
Disponível em: super.abril.com.br/historia/cangaceiro-idolatrado. Acesso em: 21 abr. 2016
TEXTO
O que existe de relato sobre Lampião não menciona nenhum ato de tirar dos ricos para dar aos pobres, nenhuma dispensação de justiça. Registra batalhas, ferimentos, ataques a cidades [...], sequestros, assaltos a ricos, combates com os soldados, aventuras com mulheres, episódios de fome e de sede, mas nada que lembre Robin Hood. Pelo contrário, registra “horrores”: como Lampião assassinou um prisioneiro, embora sua mulher o tivesse resgatado, como ele massacrava trabalhadores, como torturou uma velha que o amaldiçoara (sem saber de quem se tratava), fazendo-a dançar com um pé de mandacaru até morrer [...], e incidentes semelhantes. Causar terror e ser impiedoso é um atributo mais importante para esse bandido do que ser amigo dos pobres.
HOBSBAWM, Eric. Bandidos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1979. p. 57-58.
Sobre a memória do cangaceiro Lampião, os textos evidenciam que
- embora esteja associada a imagens de heroísmo em alguns lugares, como sua terra natal, tal perfil não encontra correspondência nas fontes históricas, já que estas associam o cangaceiro a crimes e violências diversos.
- apesar de pouco valorizada nacionalmente, é associada a atos de bravura e heroísmo por toda a população pernambucana, que desconhece completamente seus atos de violência.
- o fato de sua figura inspirar poemas e músicas, na década de 1930, foi responsável pela memória positiva em relação ao seu papel como cangaceiro.
- a associação feita com o personagem Robin Hood é imprópria, visto que Lampião já era valorizado como herói regional em vida.
- as fontes históricas reveladas nas últimas décadas foram responsáveis por eliminar o culto à figura de Lampião, provocando rejeição popular ao seu nome nos anos 1990.
06. (ENEM 2017) Elaborada em 1969, a releitura contida na Figura 2 revela aspectos de uma trajetória e obra dedicadas à
- valorização de uma representação tradicional da mulher.
- descaracterização de referências do folclore nordestino.
- fusão de elementos brasileiros à moda da Europa.
- massificação do consumo de uma arte local.
- criação de uma estética de resistência.
07. (Fatec) Em CANGACEIROS E FANÁTICOS, Rui Facó registra:
"... os senhores das classes dominantes e seus porta-vozes recusavam-se a acreditar na realidade: milhares de párias do campo armados em defesa da própria sobrevivência, em luta, ainda que espontânea, não consciente, contra a monstruosa e secular opressão latifundiária e semifeudal, violando abertamente o mais sagrado de todos os privilégios estabelecidos desde o começo da colonização européia do Brasil - o monopólio da terra nas mãos de uma minoria a explorar a imensa maioria."
O texto acima, referente ao período da República Velha do Brasil, trata:
- da organização dos quilombos, onde se abrigavam os escravos fugitivos.
- dos entraves que os inglesas impuseram às manufaturas portuguesas face às restrições ao tráfico negreiro.
- das revoltas violentas de trabalhadores rurais contra o poder oligárquico.
- das revoltas das camadas populares oprimidas, influenciadas por filosofias externas.
- da existência de grandes contingentes de trabalhadores rurais destituídos de propriedade, no período anterior à Proclamação da República.
08. (IFBA) Leia.
O encontro de Rodolfo Cavalcante com Lampião
(Trecho de Cordel)
Foi Virgulino Ferreira
Pobre homem injustiçado
E por isto vingativo
Se tornou um acelerado,
Se a justiça fosse reta
Nem jornalista ou poeta,
O teria decantado.
(...)
Embora seja criança
Com meus 15 anos de idade
Pude ver em Lampião
Vítima da sociedade.
Talvez ele em outro meio
(Posso dizer sem receio)
Era útil à humanidade ! (...)
CAVALCANTE, Rodolfo Coelho. O encontro de Rodolfo Cavalcante com Lampião Virgulino. Salvador: [s.n.], 1973. In: CATELLI Jr, Roberto. História: texto e contexto. São Paulo: Scipione, 2006. p. 499.
Para o autor do Cordel Lampião é uma “vítima da sociedade”.
Dentro desta perspectiva histórica, o cangaço é um fenômeno social resultante
- das alianças firmadas entre jagunços e coronéis no sentido de perpetuar o poder oligárquico no sertão brasileiro.
- das brigas entre os grandes coronéis, que incentivavam a formação de grupos de cangaceiros para se fortalecerem.
- dos conflitos entre famílias poderosas, que levavam alguns de seus membros a entrarem no cangaço para eliminar os inimigos.
- das poucas oportunidades oferecidas aos sertanejos em um contexto social marcado pela exploração oligárquica, pela miséria e pela fome.
- das disputas políticas entre grupos de jovens sertanejos, que se armavam e lutavam entre si para garantir o domínio de algumas cidades ou região.