Café no vale do Paraíba
Lista de 10 exercícios de História com gabarito sobre o tema Café no vale do Paraíba com questões de Vestibulares.
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01. (FAMECA) O século XIX foi a época da expansão cafeeira no Brasil, começando pelo Rio de Janeiro e avançando pela Zona da Mata mineira e pelo Vale do Paraíba. Perto de 1850, o café alcançou o oeste de São Paulo e dali espalhou-se, chegando posteriormente ao sul de Minas Gerais e ao norte do Paraná. Junto com o café, ganhou impulso a modernização da economia brasileira.
(Cláudio Vicentino. Atlas histórico, 2011. Adaptado.)
Uma das características do ciclo do café que contribuiu para a dinamização da economia brasileira foi
- a participação do Estado como coprodutor do grão na primeira metade do século XIX.
- a construção das estradas de ferro na segunda metade do século XIX.
- a adaptação da produção cafeeira às especificidades do mercado interno no final do século XIX.
- a revogação da Lei Eusébio de Queirós no final do século XIX.
- o uso de pequenas propriedades para o plantio do grão no início do século XIX.
02. (UNICAMP) A casa de morar nas fazendas ou o palacete foram em geral construídos a partir de 1870. Representavam o poderio econômico e político do proprietário, assim como o gênero da pintura de paisagem que, segundo o historiador Rafael Marquese, foi mobilizado pela classe senhorial do Vale do Paraíba como uma resposta direta à crise da escravidão negra no Império do Brasil.
(Adaptado de Ana Luiza Martins, “Representações da economia cafeeira: dos barões aos ‘Reis do café’, em Wilma Peres Costa e Ana Betraiz Demarchi Barel (orgs.), Cultura e Poder entre o Império e a República. São Paulo: Alameda, 2018, p. 195.)
A partir do texto acima, é correto afirmar:
- Os senhores do café incrementaram um sistema de produção cafeeiro moderno que atendia o mercado internacional. Desde a instalação da corte joanina no Brasil, eles investiram nas formas de morar como capital simbólico.
- Na crise capitalista da década de 1870, os produtores de café no Brasil alavancaram o tráfico de escravizados vindos de África e investiram na riqueza simbólica de suas propriedades.
- No Segundo Reinado, com a intensa crise na obtenção de escravizados para as plantações de café e a acirrada disputa na definição das políticas migratórias, os cafeicultores redefiniram seu capital simbólico.
- O investimento nas casas de fazenda e na pintura de paisagem reafirmava a importância social da classe senhorial. Era uma reação política contra a reforma agrária estabelecida na Lei de Terras de 1850.
03. (FAMEMA) Leia o excerto de Brasil Pitoresco, escrito pelo francês Charles Ribeyrolles, sobre as fazendas de café do Vale do Paraíba.
A fazenda brasileira, viveiro de escravos, é uma instituição fatal. Sua oficina não pode se renovar, e a ciência, mãe de todas as forças, fugirá dela enquanto campearem a ignorância e a servidão. O dilema consiste, pois, no seguinte: transformar ou morrer.
(Charles Ribeyrolles, 1859. Apud Ana Luiza Martins. O trabalho nas fazendas de café, 1994.)
Na região do Oeste paulista, esse “dilema”
- dificultou o trabalho assalariado em função do preconceito gerado pelo atraso tecnológico da lavoura cafeeira.
- persistiu, o que impediu a modernização das fazendas de café, cujos proprietários lucravam com o tráfico negreiro.
- inexistiu, pois a mecanização já predominava na cafeicultura, o que dispensou a maioria dos trabalhadores.
- foi solucionado com a vinda de imigrantes apoiada pelos cafeicultores, que investiam também em ferrovias.
- resultou na crise da cafeicultura após a aprovação da Lei Áurea, devido à escassez de mão de obra.
04. (FGV-SP) No livro de crônicas Cidades Mortas, o escritor Monteiro Lobato descreve o destino de ricas cidades cafeicultoras do Vale do Paraíba. Bananal, que chegou a ser a maior produtora de café da província de São Paulo, tornou-se uma “cidade morta”, que vive do esplendor do passado: transformou-se em uma estância turístico-histórica, mantendo poucas sedes majestosas conservadas, como a da Fazenda Resgate. A maioria, entretanto, está em ruínas. O fim da escravidão foi o fim dos barões. E também o fim do Império.
(Sheila de Castro Faria, Ciclo do café In Luciano Figueiredo (org), História do Brasil para ocupados, 2013, p.164)
Sobre a conclusão apresentada no texto, é correto afirmar que
- a decadência econômica do vale do Paraíba tem fortes vínculos com as periódicas crises internacionais que reduziam a demanda pelo café, mas a causa central da derrocada do cultivo nessa região foi a ação do Império combatendo a imigração.
- o Centro-Sul, especialmente a região do vale do Paraíba, manteve uma constante crítica à Monarquia, em razão da defesa que esta fazia do federalismo, opondo-se ao centralismo político-administrativo, prejudicial aos negócios do café.
- a decadência da produção cafeeira no vale do Paraíba, relacionada aos problemas de solo, foi impulsionada pela abolição da escravatura, fato que levou os grandes proprietários de terra da região a retirarem o seu apoio à Monarquia.
- as divergências entre os cafeicultores do vale do Paraíba e a liderança do Partido Conservador cristalizaram-se com o fim do tráfico de escravos, culminando no rompimento definitivo com a lei do Ventre Livre.
- a posição antimonarquista dos cafeicultores do vale do Paraíba, fundadores do Partido Republicano, resultou na imposição de medidas, por parte da elite imperial, prejudiciais a essa elite, como a proibição da entrada de imigrantes.
05. (UECE) No que diz respeito à dinâmica da produção cafeeira no Vale do Paraíba no final do século XIX, assinale a proposição FALSA.
- A dinâmica da produção cafeeira no Vale do Paraíba obedeceu aos padrões já conhecidos na economia colonial, com a predominância do trinômio latifúndio, monocultura e mão de obra escrava.
- Grande parte da vegetação que cobria o solo do Vale do Paraíba representado pela Mata Atlântica foi derrubada para montagem e organização das grandes fazendas de café.
- A montagem das fazendas de café começava e terminava pela construção das imensas casas grandes e restava aos escravos alimentaremse das sobras das mesas dos senhores.
- A decadência da produção de café na região do Vale do Paraíba não desequilibrou a economia nacional, pois o oeste paulista produziu uma acelerada expansão do setor.
06. (UNESP) Ao lado do latifúndio, a presença da escravidão freou a constituição de uma sociedade de classes, não tanto porque o escravo esteja fora das relações de mercado, mas principalmente porque excluiu delas os homens livres e pobres e deixou incompleto o processo de sua expropriação.
(Maria Sylvia de Carvalho Franco. Homens livres na ordem escravocrata, 1983.)
Segundo o texto, que analisa a sociedade cafeeira no Vale do Paraíba no século XIX,
- a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre assalariado freou a constituição de uma sociedade de classes durante o período cafeeiro.
- o imigrante e as classes médias mantiveram-se fora das relações de mercado existentes na sociedade cafeeira.
- o caráter escravista impediu a participação direta dos homens livres e pobres na economia de exportação da sociedade cafeeira.
- a inexistência de homens livres e pobres na sociedade cafeeira determinou a predominância do trabalho escravo nos latifúndios.
- a ausência de classes na sociedade cafeeira deveu-se prioritariamente ao fato de que o escravo estava fora das relações de mercado.
07. (FGV-SP) Em contraste com a estagnação e mesmo a decadência de outras regiões do Império, o vale do Paraíba do Sul apresentava- -se em franco progresso, especialmente a partir da década de 1830-1840. Em torno dos novos-ricos dessa região, formar-se-ia um novo bloco de poder, cuja hegemonia, durante muitos anos, não seria contestada.
(Hamilton M. Monteiro, Brasil Império. p. 36. Adaptado)
Sobre o projeto político hegemônico, é correto considerá-lo como
- o resultado de uma ampla negociação entre as elites do Centro-Sul e as nordestinas, pela qual o modelo político- -administrativo descentralizado era aceito por todos os grupos regionais, desde que o modelo agroexportador fosse protegido em Minas Gerais, a província mais rica do Segundo Reinado.
- uma vitória dos representantes das oligarquias que defendiam o liberalismo radical, porque no decorrer das Regências ampliou-se a autonomia das províncias e houve um alargamento dos direitos políticos, com a concessão do voto universal masculino desde 1837.
- uma articulação bem costurada entre liberais e conservadores, desde a aprovação da Reinterpretação do Ato Adicional em 1841, que garantiu a estabilidade do poder a partir do reforço do papel do Parlamento, especialmente do Senado, e o isolamento político do imperador Dom Pedro II.
- um processo desencadeado com o chamado Regresso Conservador, que defendia a anulação das medidas liberais presentes no Ato Adicional de 1834, o que resultou em uma série de práticas centralizadoras do poder, como a restauração do Conselho de Estado em 1841.
- uma ação decisiva das elites nordestinas e sulinas, muito preocupadas com a possibilidade de fragmentação político- -territorial em função das rebeliões regenciais, colaborando decisivamente para a reforma constitucional de 1840, que trouxe princípios federalistas.
08. (USS) Vassouras foi elevada à categoria de cidade em 29 de setembro de 1857, tendo ficado conhecida como a “capital do café”. Nas últimas décadas do século XIX, contudo, assistiu-se à decadência da cafeicultura do Vale do Paraíba, que fez os barões do café e seus descendentes se deslocarem para a capital do Império ou para o Oeste paulista. Essa decadência decorreu de mudanças importantes no cenário produtivo nacional.
- crise do trabalho escravo
- utilização de rodízio de plantio
- valorização da atividade industrial
- abandono do modelo primário exportador
09. (UECE) Sua Majestade, o café
“seca todo o humor frio, fortifica o fígado, igualmente
Soberano contra a sarna e a corrupção do sangue, refresca o coração e o bater vital dele...”
CD ROM, História do Brasil. Rio de Janeiro: Editora ATR Multimedia.
No início do século XVIII, o café já era bem conhecido na Europa, sendo considerado um produto de luxo. Em terras brasileiras, segundo a historiografia tradicional, somente na segunda metade do século XVIII se tem notícias do seu cultivo.
No que concerne à produção cafeeira no Brasil, assinale com V as afirmações verdadeiras e com F, as falsas.
( ) Por volta de 1760, já se tinha notícias a respeito do cultivo do café nas cercanias da cidade do Rio de Janeiro.
( ) As condições climáticas e geográficas mostraram-se decisivas para o desenvolvimento da cultura cafeeira no Rio de Janeiro.
( ) Seguindo o crescimento da demanda internacional, as plantações foram se expandindo pelo Vale do Paraíba.
( ) A região do Oeste Paulista, que competia com o Vale do Paraíba, entrou em decadência ainda em princípios do século XVIII.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
- F, F, F, V.
- V, F, F, V.
- V, V, V, F.
- F, V, V, F.
10. (UNIFESO) A cidade do Rio de Janeiro, de perfil colonial, conheceu a expansão de sua malha urbana ao longo do século XIX, o que tornou a cidade o símbolo do dinamismo social e econômico do Império do Brasil.
A respeito dos fatores que contribuíram para a posição de liderança da cidade do Rio de Janeiro, analise as afirmativas a seguir:
I. A cidade era a sede da corte e o pólo articulador do sistema produtivo cafeeiro do Vale do Paraíba.
II. A cidade era o principal pólo de concentração da imigração italiana o que contribuiu para o desenvolvimento da indústria local.
III. A cidade do Rio de Janeiro era, ao final do século XIX, o principal pólo industrial brasileiro, graças ao desenvolvimento da indústria têxtil.
Assinale:
- se somente a afirmativa I estiver correta.
- se somente a afirmativa II estiver correta.
- se somente a afirmativa III estiver correta.
- se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
- se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.