Cruzadas
Lista de 15 exercícios de História com gabarito sobre o tema Cruzadas com questões de Vestibulares.
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01. (UNIVESP) Leia o texto para responder à questão.
“A todos os que partirem e morrerem no caminho, em terra ou mar, ou que perderem a vida combatendo os pagãos, será concedida a remissão dos pecados. Que combatam os infiéis [...]. A terra que habitam é pequena e miserável para tão grande população, mas no território sagrado do Oriente há extensões de onde jorram leite e mel. Tomai o caminho do Santo Sepulcro, arrebatai aquela terra da raça perversa e submetei-a a vós mesmos.”
Papa Urbano II, Concílio de Clermont, 1095. In: DOMINGES, J.E. História em Documento. Imagem e Texto. 2ªed. São Paulo: FTD, 2013. p.107.
A aclamação de Urbano II é considerada o marco inicial das Cruzadas, expedições militares que
- travaram guerras contra os muçulmanos para retirar deles o controle de Jerusalém, a “Terra Santa” onde se localiza o túmulo de Cristo.
- mobilizaram os hunos, os francos e os alanos, católicos nômades que viviam no norte da Europa, contra o domínio do Império Romano.
- rumaram para as Américas com o objetivo de combater o politeísmo e dominar as regiões auríferas ocupadas pelos povos maia e asteca.
- partiram de Portugal em direção à África para conquistar territórios, dominar rotas comerciais e catequisar os povos politeístas.
- conquistaram as terras do Extremo Oriente, retomando o controle das regiões ocupadas por populações budistas e hindus.
02. (FGV-SP) Chegam a Jerusalém a 7 de junho de 1099. Jejuam e fazem procissões em redor da cidade, esperando que as suas orações deitem abaixo as muralhas, do mesmo que as trombetas de Josué tinham derrubado as de Jericó. A chegada a Jafa de navios genoveses, pisanos e venezianos é para eles de um grande auxílio [...] A cidade tão cobiçada é tomada a 15 de julho de 1099. Assistimos, então, à pilhagem e ao massacre sistemático de toda a população. Depois do regresso dos cruzados ao Ocidente, a posse de Jerusalém torna-se precária.
Tate, G. Dois séculos de confronto entre o Oriente e o Ocidente. In Arneville, M.-B. D’ e outros, As Cruzadas. Trad., Cascais: Pergaminho, 2001, p. 22.
O texto acima refere-se à
- terceira Cruzada e revela os interesses bizantinos nessa expedição.
- Reconquista Ibérica e apresenta as motivações religiosas dessa empreitada.
- sétima Cruzada e demonstra a forte presença da monarquia francesa.
- primeira Cruzada e revela a forte religiosidade da peregrinação armada.
- quarta Cruzada e revela a participação exclusiva dos fiéis franceses.
03. (UNESP) Mais ou menos a partir do século XI, os cristãos organizaram expedições em comum contra os muçulmanos, na Palestina, para reconquistar os “lugares santos” onde Cristo tinha morrido e ressuscitado. São as cruzadas [...]. Os homens e as mulheres da Idade Média tiveram então o sentimento de pertencer a um mesmo grupo de instituições, de crenças e de hábitos: a cristandade.
(Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007.)
Segundo o texto, as cruzadas
- contribuíram para a construção da unidade interna do cristianismo, o que reforçou o poder da Igreja Católica Romana e do Papa.
- resultaram na conquista definitiva da Palestina pelos cristãos e na decorrente derrota e submissão dos muçulmanos.
- determinaram o aumento do poder dos reis e dos imperadores, uma vez que a derrota dos cristãos debilitou o poder político do Papa.
- estabeleceram o caráter monoteísta do cristianismo medieval, o que ajudou a reduzir a influência judaica e muçulmana na Palestina.
- definiram a separação oficial entre Igreja e Estado, estipulando funções e papéis diferentes para os líderes políticos e religiosos.
04. (FATEC) Atendendo ao apelo do papa Urbano II, em 1095, a Europa cristã organizou uma série de expedições militares conhecidas como Cruzadas, cujos objetivos declarados eram a conquista da Terra Santa de Jerusalém, a ajuda aos bizantinos e a união da cristandade contra os muçulmanos.
Apesar das oito Cruzadas, realizadas entre 1096 e 1270, nenhum desses objetivos foi plenamente alcançado. Por outro lado, como destaca o medievalista Jacques Le Goff, os comerciantes foram os grandes ganhadores da expansão cristã do século XII. No contexto da Europa feudal, as Cruzadas contribuíram para a
- conquista, pelos árabes, de territórios cristãos na Península Ibérica.
- dinamização dos contatos comerciais entre o Oriente e o Ocidente.
- ampliação das áreas feudalizadas pela nobreza guerreira vitoriosa.
- dizimação dos campos de cultivo pelas epidemias da peste negra.
- expansão do Império Bizantino sobre as áreas mediterrânicas.
05. (UERN) Cruzadas – Batalhas da fé?
“Os promotores das Cruzadas haviam se colocado, pelo menos, três objetivos: a conquista da Terra Santa de Jerusalém, a ajuda aos bizantinos e a união da cristandade contra os infiéis. Mas nenhum desses objetivos havia sido alcançado plenamente. Nas palavras de um importante historiador da Idade Média, ‘Se os cruzados são os grandes perdedores da expansão cristã no século XII, os grandes ganhadores foram em definitivo os comerciantes’ [...]”
(Le Goff, Jacques. La Baja Edad Media. Madrid, Siglo XXI, 1985)
Baseado no texto, analise.
I. As cruzadas consistiram em expedições guerreiras estimuladas pelo papado com vistas à conquista da Terra Santa.
II. Os que das Cruzadas participaram, eram chamados de cruzados, receberiam da Igreja de Roma uma indulgência específica, ou seja, o perdão para seus pecados caso partissem para a Terra Santa.
III. As cruzadas exerceram pouca influência na evolução da civilização europeia.
IV. Os mercadores enriqueceram, pois, aproveitando-se das viagens, criaram novas oportunidades de comércio.
Estão corretas as afirmativas
- I, II, IV
- I, III
- III, IV
- I, II
06. (PUC-Campinas) Muitos guerreiros de sua raça acompanharam o chefe branco, para fundar com ele a mairi dos cristãos. Veio também um sacerdote de sua religião, de negras vestes, para plantar a cruz na terra selvagem.
Poti foi o primeiro que ajoelhou aos pés do sagrado lenho; não sofria ele que nada mais o separasse de seu irmão branco. Deviam ter ambos um só deus, como tinham um só coração.
Ele recebeu com o batismo o nome do santo, cujo era o dia; e o do rei, a quem ia servir, e sobre os dois o seu, na língua dos novos irmãos.
(José de Alencar. Iracema. São Paulo: Moderna, 1993. p. 83)
A expansão do cristianismo motivou diversas ações por parte da Igreja Católica, principalmente durante as Idades Média e Moderna. As cruzadas, cujo nome valia-se do símbolo sagrado mencionado no texto, tiveram dentre seus objetivos
- empreender a Guerra Justa a fim de catequizar, à força, os povos não europeus, como os índios e os mouros, bem como assegurar o controle europeu das rotas comerciais entre o velho continente, o Oriente e o “Novo Mundo”.
- expandir o poder das monarquias feudais, em aliança com o Papa e o alto clero, a fim de expulsar os mouros da Península Ibérica e reverter o chamado Cisma do Ocidente, que opunha católicos e protestantes.
- reagir às “trevas” marcadas pela rápida propagação da Peste Negra, das ordens mendicantes e dos hábitos mundanos dentre as populações camponesas, mobilizando romarias e longas peregrinações até Jerusalém.
- conquistar militarmente, sob a promessa da salvação para seus integrantes, terras dominadas pelo Islão, implantando novos feudos sobre a população dominada e expandindo a cristandade ocidental.
- assegurar o cesaropapismo, ou seja, o poder absoluto do Papa, mobilizando as massas para que lutassem por esse soberano da Igreja Católica e pela vitória da fé cristã sobre o chamado paganismo.
07. (ENEM 2011) O açúcar e suas técnicas de produção foram levados à Europa pelos árabes no século VIII, durante a Idade Média, mas foi principalmente a partir das Cruzadas (séculos XI e XIII) que a sua procura foi aumentando. Nessa época passou a ser importado do Oriente Médio e produzido em pequena escala no sul da Itália, mas continuou a ser um produto de luxo, extremamente caro, chegando a figurar nos dotes de princesas casadoiras.
CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil (1681-1716). São Paulo: Atual, 1996.
Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o açúcar foi o produto escolhido por Portugal para dar início à colonização brasileira, em virtude de
- o lucro obtido com o seu comércio ser muito vantajoso.
- os árabes serem aliados históricos dos portugueses.
- a mão de obra necessária para o cultivo ser insuficiente.
- as feitorias africanas facilitarem a comercialização desse produto.
- os nativos da América dominarem uma técnica de cultivo semelhante.
08. (UFTM) O monge São Bernardo de Claraval foi o pregador da segunda Cruzada, em 1147. Ele se referiu aos cavaleiros, que participavam das Cruzadas, com as seguintes palavras: O cavaleiro é verdadeiramente sem medo [...] e protege sua alma com a armadura da fé como cobre seu corpo com uma couraça de malha. Duplamente armado, ele não tem medo nem dos demônios nem dos homens. Aquele que deseja morrer não teme a morte.
(Citado por Albert Ollivier. Os Templários.)
São Bernardo de Claraval refere-se
- à crença que incutia confiança ao combatente na luta contra o Islã, a qual trouxe modificações econômicas, sociais e culturais na Europa Ocidental.
- ao movimento militar que tinha como objetivo fortalecer o poder dos reis nos países europeus, enfraquecendo os senhores feudais.
- ao nascimento do sentimento cristão na Europa medieval devido à formação das cidades, o ressurgimento da moeda e o desenvolvimento do comércio.
- à oposição da Igreja católica medieval aos servos rebelados, que se apropriaram das terras dos senhores que foram combater os muçulmanos.
- ao pessimismo dos homens medievais, que não acreditavam que a crise econômica e social europeia pudesse ter solução fora da Igreja.
09. (UNIVESP) No mundo islâmico medieval, se mantinham numerosos elementos não muçulmanos na população e, dentre eles, judeus e cristãos se beneficiavam de um estatuto particular: “povos da Bíblia”. Eram considerados como sendo crentes do mesmo deus, ainda que lhes faltasse a revelação suprema e derradeira, a de Maomé.
(George Tate. O Oriente das Cruzadas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. Adaptado)
O trecho apresenta uma característica fundamental do mundo árabe islâmico no contexto da expansão muçulmana, corretamente identificada como
- obscurantismo dogmático.
- preconceito racial.
- comportamento xenofóbico.
- intolerância religiosa.
- coexistência com a diferença.
10. (UERN) As Cruzadas, em certa época, foram consideradas como a causa principal de quase todo o progresso europeu da última fase da época feudal. Supunha-se que tinham contribuído para o crescimento das cidades, para a ruína do feudalismo e para a introdução na Europa Latina, da filosofia e da ciência muçulmana.
No entanto, a maioria dos historiadores dá um valor limitado a tal suposição por que:
- As Cruzadas não atingiram o objetivo de libertar Jerusalém do domínio dos turcos.
- O crescimento das cidades foi muito mais uma decorrência de fatores internos do que pelos resultados provocados pelas Cruzadas.
- Os participantes das expedições militares desprezaram a cultura muçulmana por considerá-la inferior.
- As Cruzadas têm uma importância apenas no aspecto militar, enquanto a crise feudal tem aspecto econômico e social.
11. (PUC-Campinas) (...) os mitos e o imaginário fantástico medieval não foram subitamente subtraídos da mentalidade coletiva europeia durante o século XVI. (...) Conforme Laura de Mello e Sousa, “parece lícito considerar que, conhecido o Índico e desmitificado o seu universo fantástico, o Atlântico passará a ocupar papel análogo no imaginário do europeu quatrocentista”.
(VILARDAGA, José Carlos. Lastros de viagem: expectativas, projeções e descobertas portuguesas no Índico (1498- 1554). São Paulo: Annablume, 2010, p. 197)
Durante a Idade Média, havia um imaginário vinculado às cruzadas, pautado pela concepção de que
- os nobres tinham a missão sagrada de proteger a população europeia dos “infiéis” que, após a tomada da Península Ibérica, vinham impondo violentamente sua crença e cobrando altos impostos a toda a cristandade.
- os vassalos deveriam morrer por meio do “bom combate” pois, ainda que não houvesse esperança alguma de reconquistar Jerusalém, o sacrifício humano fortaleceria a fé católica e o poder do Papa.
- a Guerra Santa iniciada pelos muçulmanos era uma provação que os cristãos deveriam enfrentar para que a tragédia da Peste Negra e outros castigos divinos não voltassem a incidir sobre o Ocidente.
- a longa peregrinação e os combates militares movidos pela fé, a fim de recuperar a Terra Santa, assegurariam, a todos os participantes, o perdão de seus pecados e a purificação de suas almas.
- o enriquecimento obtido através de pilhagens deveria ser inteiramente destinado às ordens mendicantes instaladas no Oriente e às famílias pobres muçulmanas como prova do não apego aos bens materiais pela Igreja católica.
12. (Fuvest) Se o Ocidente procurava, através de suas invasões sucessivas, conter o impulso do Islã, o resultado foi exatamente o inverso.
Amin Maalouf, As Cruzadas vistas pelos árabes. São Paulo: Brasiliense, p. 241, 2007
Um exemplo do “resultado inverso” das Cruzadas foi a
- difusão do islamismo no interior dos Reinos Francos e a rápida derrocada do Império fundado por Carlos Magno.
- maior organização militar dos muçulmanos e seu avanço, nos séculos XV e XVI, sobre o Império Romano do Oriente.
- imediata reação terrorista islâmica, que colocou em risco o Império britânico na Ásia.
- resistência ininterrupta que os cruzados enfrentaram nos territórios que passaram a controlar no Irã e Iraque.
- forte influência árabe que o Ocidente sofreu desde então, expressa na gastronomia, na joalheria e no vestuário.
13. (Mack) As Cruzadas, durante a Idade Média, representaram uma forma de solução para os problemas decorrentes do início da desestruturação do regime feudal.
A expressão “Cruzada” “derivou-se do fato de seus integrantes considerarem-se soldados de Cristo”. Tais expedições constituíram-se em
- empreendimentos de caráter militar, voltadas contra os inimigos da Cristandade, sem o apoio formal da Igreja Católica, mas patrocinadas por nobres feudais, que garantiam privilégios materiais aos participantes.
- oportunidades oferecidas em uma sociedade fortemente religiosa, mais clerical do que civil, em que o pecado e o crime equivaliam a mesma coisa, ou seja, do cruzado obter a indulgência, ou perdão aos seus pecados.
- movimentos nos quais tanto a iniciativa de lutar contra os infiéis quanto a de reconquistar a Terra Santa, partia de muitos indivíduos não combatentes, como mercadores, artesãos, mulheres e crianças, motivados pela fé.
- iniciativas militares, cujos recursos materiais para sustentar os cruzados provinham da Igreja Católica, única interessada na reconquista da região.
- possibilidades para escapar das dívidas e dos pagamentos dos tributos à Igreja e aos senhores feudais, já que o cruzado, ao participar dessas expedições, conseguia uma moratória estendida para toda sua vida.
14. (UFRR) As cruzadas, ocorridas durante a Idade Média, são analisadas por muitos historiadores como um evento “pouco glorioso e condenável”, como ilustra a citação abaixo:
“O cristianismo, tal como era ensinado por Jesus e o Novo Testamento (o Evangelho), era uma religião pacífica. Entre os primeiros cristãos, muitos foram perseguidos pelos romanos porque não queriam ir à guerra. Mas à medida que se tornavam cristãos, os bárbaros introduziram seus costumes guerreiros no cristianismo” (LE GOFF, Jacques. A Idade Média explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007).
Com base nessas informações, assinale a alternativa INCORRETA:
- as Cruzadas foram grandes batalhas contra os povos não cristãos que habitavam o norte da Europa, numa tentativa de convertê-los ao cristianismo através da força, contradizendo todo o ensinamento bíblico que se pautava numa religião pacífica;
- o movimento das Cruzadas teve como principal objetivo a conquista de Jerusalém e do Santo Sepulcro, onde Jesus teria sido sepultado;
- as Cruzadas iniciaram-se no Concílio de Clermont, quando o papa Urbano II convocou os cristãos para partirem rumo a Terra Santa, em um período da Idade Média que durou quase dois séculos;
- entre os séculos XI e XIII partiram da Europa oito Cruzadas que envolveram milhares de pessoas, desde a nobreza até os mendigos;
- além do objetivo religioso, de tomar lugares sagrados para os cristãos, as Cruzadas serviram a outros interesses, como a conquista de novas terras pela nobreza feudal e a ampliação das atividades mercantis.
15. (PUC-SP) Alguns historiadores consideram que as Cruzadas medievais tinham finalidade exclusivamente mercantil. A historiografia mais recente reconhece, no entanto, outras motivações das expedições cristãs em direção à Terra Santa, por exemplo,
- a intenção de frear as imigrações judaicas e muçulmanas para a Europa e impedir, assim, o surgimento de novas heresias.
- o esforço de engajar a população pobre dos países islâmicos na luta contra os inimigos europeus para expulsá-los de Meca.
- a busca do controle estratégico do Mar Mediterrâneo, facilitando o acesso ao Oceano Atlântico e a colonização do litoral da África.
- o anseio europeu de aproximação com o mundo árabe, visando à realização de trocas e diálogos culturais.
- a tentativa de unificar a fé cristã, reafirmando a liderança papal e ampliando a difusão da doutrina católica.