Njinga: Ndongo e de Matamba
Lista de 04 exercícios de História com gabarito sobre o tema Njinga: Ndongo e de Matamba com questões de Vestibulares.
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01. (FCMSCSP) Njinga foi uma guerreira destemida, que liderava pessoalmente seus exércitos, governando gentes distribuídas pelo Dongo e por Matamba. Controlou boa parte das rotas do tráfico que traziam escravos do interior e não deixou que os portugueses penetrassem nos sertões angolanos.
(Marina de Mello e Souza. Além do visível: poder, catolicismo e comércio no Congo e em Angola (séculos XVI e XVII), 2018. Adaptado.)
Os vínculos entre os portugueses e Njinga eram essenciais para
- a proteção dos povos da África atlântica frente aos traficantes de escravos.
- a manutenção de portos de abastecimento de caravelas a caminho do Oriente.
- o controle militar português sobre as rotas atlânticas recém-descobertas.
- o fornecimento de mão de obra para a indústria açucareira no Brasil.
- o comércio de produtos coloniais brasileiros para as tribos do território angolano.
02. (UEA) Njinga dizia que não queria a paz com os portugueses porque os portugueses haviam aprisionado sua irmã e não queriam libertá-la. O padre Serafim de Cortona escreveu, então, para o governador português de Angola, pedindo- -lhe que libertasse a irmã de Njinga, com o que faria grande serviço a Deus e ao rei, com a introdução “da nossa santa fé naquelas partes”. A favor da devolução, disse ainda que assim acabaria a já longa guerra e se abriria o “comércio ao resgate dos negros”.
(Marina de Mello e Souza. Além do visível: Poder, Catolicismo e Comércio no Congo e em Angola (Séculos XVI e XVII), 2018. Adaptado.)
O episódio é relatado pelo padre Serafim de Cortona em um documento escrito em 1658 sobre Njinga, rainha de territórios do interior da África.
Para o sacerdote,
- o fim da exploração do trabalho escravo dependia da conversão dos nativos ao cristianismo
- os povos do continente africano viviam em paz política antes da chegada dos colonizadores.
- as decisões políticas dos colonizadores prejudicavam o crescimento econômico das tribos africanas.
- as populações de religiões fetichistas resistiam com destemor às invasões europeias.
- os diversos interesses religiosos, políticos e econômicos dos colonizadores eram complementares.
03. (UENP) Leia o texto a seguir.
Enquanto a posição da Rainha Njinga com relação ao tráfico [de escravos] era ambivalente, às vezes abrindo e às vezes fechando os mercados, os reinos de Matamba e Cassanje, que controlavam a aquisição e distribuição de escravos e artigos de comércio nos sertões de Luanda, foram estabelecidos devido a seus vínculos com os portugueses.
(MELO E SOUZA, M. Reis Negros no Brasil Escravocrata. Belo Horizonte: UFMG, 2006. p.109.)
Sobre as Guerras Angolanas, ocorridas no século XVII, considere as afirmativas a seguir.
I. As alianças feitas entre a Rainha Njinga e os comerciantes europeus deveriam ser entendidas como uma estratégia para que seu reino, Ndongo, mantivesse uma relação de independência em relação ao reino do Congo.
II. A posição de Njinga de ora manter aliança com os portugueses ora desfazê-la deve ser entendida pelo seu arrependimento de ter abandonado o islã e ter se convertido ao cristianismo.
III. O reino do Congo manteve-se, ao longo de todo o período das guerras, aliado aos portugueses. Garcia Afonso II, rei do Congo, era considerado irmão de armas do reino de Portugal.
IV. Os holandeses entraram na disputa com os portugueses pela aliança política e comercial com os reinos africanos da região, pois naquele momento precisavam de escravos para abastecer as plantações de cana no Nordeste brasileiro.
Assinale a alternativa correta.
- Somente as afirmativas I e II são corretas.
- Somente as afirmativas I e IV são corretas.
- Somente as afirmativas III e IV são corretas.
- Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
- Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
04. (UNICAMP) A rainha Nzinga (1624-1663), governante seiscentista do Ndongo, um reino da África Central situado na atual Angola, chegou ao poder graças à sua competência militar, à diplomacia bem sucedida, à manipulação da religião e de conflitos entre potências europeias. Ela criou as condições para a primeira sublevação popular mbundu contra a exploração portuguesa ao atrair para sua causa os chefes que estavam sob influência europeia. Depois conquistou o reino vizinho de Matamba e o governou por três décadas junto com o que restou do poderoso reino Ndongo; desafiou treze governadores portugueses que regeram Angola entre 1622 e 1633. Apesar de seus feitos e o longo reinado, comparável ao de Elizabeth I (1503—1603) da Inglaterra, ela foi desacreditada pelos contemporâneos europeus e por autores posteriores.
(Adaptado de Linda Heywood, Nzinga de Angola: a rainha guerreira de África. Lisboa: Casa das Letras, 2017. p. 10-12; 82.)
Com base no excerto e em seus conhecimentos, é correto afirmar que a rainha Nzinga:
- Utilizou, como estratégias políticas para conter o avanço português em seus territórios, a formação de alianças com reinos vizinhos (como Congo), a exploração dos conflitos entre Portugal e Holanda e a interferência nas redes do tráfico.
- Expulsou os portugueses de Angola e reconstruiu o reino do Ndongo em sua extensão original através da política de distribuição de terras aos sobas que aceitaram a sua legitimidade no trono.
- Aboliu o tráfico atlântico de escravizados, apesar da oposição de missionários e comerciantes portugueses que viviam em Luanda, e perseguiu os sobas envolvidos com o comércio.
- Enfrentou um mundo onde o imaginário monárquico e o ideário político eram hegemonicamente masculinos e, assim como a Rainha Elizabeth I, não teve sucesso político e militar.