Império do Congo
Lista de 05 exercícios de História com gabarito sobre o tema Império do Congo com questões de Vestibulares.
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01. (URCA) No século XV, na margem meridional do baixo rio Congo, existiu um reino denominado Reino do Congo. A capital do reino, Banza Congo (Mbanza), situava-se na confluência de várias rotas comerciais. Sobre a organização política do Reino do Congo:
I. O mani Congo (rei) comandava o reino com a ajuda dos líderes regionais, das aldeias, os quais prestavam auxílio militar.
II. As aldeias (lubatas) e cidades (banzas) pagavam tributos ao mani Congo - alimentos, tecidos, sal, dentre outros produtos.
III. Os limites do reino eram traçados pelos conjuntos de aldeias, que deviam fidelidade ao rei e ao mesmo tempo recebiam a proteção do poder central.
Marque a alternativa correta:
- Todas as afirmações estão corretas: I, II e III.
- Estão corretas as afirmações I e II.
- Estão corretas as afirmações I e III.
- Apenas a afirmação II está correta.
- Nenhuma das afirmações é verdadeira.
02. (UNIFENAS) “Disposto a abraçar a fé de Cristo, o Manicongo enviou, em 1489, uma embaixada para o rei português, que foi presenteado com tecidos de palmeiras e objetos de marfim, formalizando seu desejo de se converter ao cristianismo e pedindo o envio de clérigos, assim como de artesãos, mestres de pedraria e carpintaria, trabalhadores da terra, burros e pastores. Junto com os pedidos, deixou claro, segundo Rui de Pina, cronista que registrou o evento, seu desejo de que doravante os dois reinos se igualassem nos costumes e na maneira de viver, solicitando que alguns jovens, enviados com a embaixada, fossem instruídos na fala, escrita e leitura latinas, além dos mandamentos da fé católica. E, com efeito, durante todo o ano de 1490 os enviados do rei do Congo permaneceram em Portugal, aprendendo o português, os mandamentos da fé católica e os costumes da sociedade portuguesa.”
VAINFAS, Ronaldo e MELLO e SOUZA, Marina de. Catolização e poder no tempo do tráfico: o reino do Congo da conversão coroada ao movimento antoniano, séculos XV-XVIII. Disponível em: https://www.historia.uff.br/tempo/artigos_dossie/artg6-7.pdf.
Ao retratar aspectos da organização da sociedade do Congo, o texto destaca a
- clara relação imediatamente percebida pelos congoleses entre fé e poder.
- centralidade política estatal dificultada pela imposição de costumes europeus.
- complexidade política legitimada pelas tradições comerciais iorubás e nagôs.
- diversidade religiosa estimulada pelo expansionismo colonial português.
- fragilidade real impulsionada pelo contato com os traficantes de escravos.
03. (UFPR) Considere o seguinte trecho de uma carta enviada pelo rei do Congo ao rei de Portugal em 1526:
Os comerciantes estão sequestrando o nosso povo dia após dia – filhos deste país, filhos de nossos nobres e vassalos, mesmo as pessoas de nossa própria família [...]. Essa corrupção e depravação estão tão generalizadas que a nossa terra é inteiramente despovoada. [...] Precisamos neste reino só de sacerdotes e professores, e nenhuma mercadoria, a menos que seja vinho e farinha para o santo sacramento [...]. É nosso desejo que este reino não seja um lugar para o comércio ou transporte de escravos.
(MEREDITH, Martin. O Destino da África: cinco mil anos de riquezas, ganância e desafios. Tradução Marlene Suano. Rio de Janeiro: Zahar, 2017, p. 122.)
Com base no texto acima e nos conhecimentos acerca dos contatos entre sociedades africanas e europeias no início da Idade Moderna, é correto afirmar que:
- o tráfico de pessoas escravizadas por parte de Portugal visava o despovoamento do Reino do Congo como estratégia para uma futura colonização.
- a cristianização do Reino do Congo se deu através da presença militar e da construção de feitorias portuguesas na costa africana.
- o Reino do Congo buscava, através da diplomacia, estabelecer suas próprias leis para a regulação do tráfico de pessoas escravizadas.
- as influências políticas e culturais de Portugal eram recebidas com hostilidade pelo Reino do Congo porque entravam em conflito com tradições locais.
- as tensões decorrentes do tráfico de pessoas escravizadas ocasionaram a Primeira Guerra Luso-Portuguesa.
04. (PUC-Rio) A Comissão de Património Mundial da UNESCO declarou, em 08.07.2017, o centro histórico da cidade de Mbanza Congo, norte de Angola, como Património Mundial da Humanidade.
A candidatura de Angola destacava que o Reino do Congo estava perfeitamente organizado quando da chegada dos portugueses, no século XV, uma das mais avançadas em África à data.
Dividido em seis províncias que ocupavam parte das atuais República Democrática do Congo, República do Congo, Angola e Gabão, o Reino do Congo dispunha de 12 igrejas, conventos, escolas, palácios e residências
Mbanza Congo declarada Património Mundial da Humanidade -09.07.2017. Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2017.
Tendo como referência a notícia acima e os conhecimentos que você possui, analise as afirmativas seguintes com relação à história do antigo Reino do Congo.
I - O Reino do Congo foi um dos mais conhecidos reinos da região centro-ocidental da África. Fundado no fi nal do século XIII, chegou a abranger parte dos atuais países de Angola, República do Congo, República Democrática do Congo e Gabão.
II - A partir do século XV ocorreram os primeiros contatos dos portugueses com as autoridades políticas do Reino do Congo, transformando essa região em uma das maiores exportadoras de africanos escravizados para as Américas.
III - A capital do Reino do Congo era Mbanza Congo ou São Salvador, como ficou conhecida após a conversão ao catolicismo do manicongo (rei do Congo) e a construção da Catedral de São Salvador do Congo.
IV - A organização política do Reino do Congo somente ocorreu após a chegada dos portugueses na região, quando estes influenciaram a formação de uma “elite burocrática” que ajudava o manicongo (rei do Congo) a governar.
Estão corretas SOMENTE as afirmativas:
- II, III e IV.
- I, II e III.
- I, II e IV.
- I e II.
- I e III.
05. (FGV-SP) [Desde o início do século XIV], no reino do Congo (...) moravam povos agricultores que, quando convocados pelo mani Congo, partiam em sua defesa contra inimigos de fora ou para controlar rebeliões de aldeias que queriam se desligar do reino. Aldeias (lubatas) e cidades (banzas) pagavam tributos ao mani Congo, geralmente com o que produziam: alimentos, tecidos de ráfia vindos do nordeste, sal vindo da costa, cobre vindo do sudeste e zimbos (pequenos búzios afunilados colhidos na região de Luanda que serviam de moeda). (...) o mani Congo, cercado de seus conselheiros, controlava o comércio, o trânsito de pessoas, recebia os impostos, exercia a justiça, buscava garantir a harmonia da vida do reino e das pessoas que viviam nele. Os limites do reino eram traçados pelo conjunto de aldeias que pagavam tributos ao poder central, devendo fidelidade a ele e recebendo proteção, tanto para os assuntos deste mundo como para os assuntos do além, pois o mani Congo também era responsável pelas boas relações com os espíritos e os ancestrais.
(...) O mani Congo vivia em construções que se destacavam das outras pelo tamanho, pelos muros que a cercavam, pelo labirinto de passagens que levavam de um edifício a outro e pelos aposentos reais que ficavam no centro desse conjunto e eram decorados de tapetes e tecidos de ráfia. Ali o mani vivia com suas mulheres, filhos, parentes, conselheiros, escravos, e só recebia os que tivessem nobreza suficiente para gozar desse privilégio.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2006)
A partir da descrição do reino do Congo, é correto afirmar que, nesse reino,
- toda a organização administrativa estava voltada para a acumulação de riquezas nas mãos do soberano, que as redistribuía entre as aldeias mais leais e com maior potencialidade econômica.
- o político e o sobrenatural estavam intimamente relacionados, além das semelhanças entre uma corte europeia e uma de um reino na África, porque ambas eram caracterizadas por hierarquias rígidas.
- a ordem política derivava de uma economia voltada para a produção baseada no uso da mão de obra compulsória, por isso o soberano era o maior beneficiado com a captura de homens para serem escravizados.
- a fragmentação do poder entre os chefes das aldeias e os conselheiros do soberano permitiu a consolidação de uma prática política pouco usual na África, na qual as decisões eram tomadas pelos moradores do reino.
- a prevalência da condição tribal favoreceu sua dominação por outros povos africanos, mas especialmente pelos comerciantes europeus, interessados na exploração de metais amoedáveis.