Pero Vaz de Caminha
Lista de 10 exercícios de História com gabarito sobre o tema Pero Vaz de Caminha com questões de Vestibulares.
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01. (PUC-SP) Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiverm medo dela, e não lhe queriam por mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados. Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, bolos, mel, figos-passa. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora. Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca, não gostaram dele nada, nem quiseram mais.
“A carta de Pero Vaz de Caminha”, maio de 1500. Extraído de Dea Ribeiro Fenelon. 50 textos de história do Brasil. São Paulo: Hucitec, 1986, p. 23.
O documento mostra um dos primeiros contatos entre portugueses e nativos do atual Brasil. Podemos dizer, entre outras coisas, que a carta, na sua íntegra, demonstra a
- superioridade técnica dos europeus em relação aos indígenas e os motivos de a conquista portuguesa não ter enfrentado resistência.
- necessidade de reeducar os hábitos dos indígenas, cuja alimentação cotidiana era muito menos diversificada que a dos conquistadores.
- importância da chegada dos portugueses ao continente americano, pois eles trouxeram melhores alimentos e melhores hábitos de vestimenta.
- variedade de hábitos culturais de europeus e indígenas, ao expor diferenças nas vestimentas, nos utensílios e na alimentação.
- harmonia plena com que se deram as relações entre conquistadores e conquistados, que se identificaram facilmente.
02. (FATEC) Quando a esquadra de Cabral chegou ao território que hoje chamamos de Brasil, o escrivão Pero Vaz de Caminha registrou, em uma longa carta ao rei, os principais acontecimentos. Entre eles, Caminha destacou: “Nesta terra, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro. Águas são muitas, infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo aproveitar, dar-se-á nesta terra tudo, por bem das águas que tem.”
(pt.scribd.com/doc/7011303/Marilena-Chaui-Brasil-Mito-Fundador-e-Sociedade-AutoritAria
Acesso em: 08.03.2013. Adaptado)
Relacionando esse trecho da carta de Caminha aos objetivos da colonização portuguesa na América, é correto afirmar que essa colonização foi\'
- de povoamento, pois se encontraram ouro e prata na primeira viagem às novas terras.
- de povoamento, já que havia pouca possibilidade de as terras serem produtivas ou férteis.
- de exploração, pois se pretendiam utilizar as águas dos rios para a produção de energia elétrica.
- mercantilista, pois se demonstrava interesse em metais preciosos e exploração da agricultura.
- mercantilista, já que a beleza do local era ideal para a exploração do mercado turístico.
03. (UNICAMP) Em carta ao rei D. Manuel, Pero Vaz de Caminha narrou os primeiros contatos entre os indígenas e os portugueses no Brasil: “Quando eles vieram, o capitão estava com um colar de ouro muito grande ao pescoço. Um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. Outro viu umas contas de rosário, brancas, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dissesse que dariam ouro por aquilo. Isto nós tomávamos nesse sentido, por assim o desejarmos! Mas se ele queria dizer que levaria as contas e o colar, isto nós não queríamos entender, porque não havíamos de dar-lhe!”
(Adaptado de Leonardo Arroyo, A carta de Pero Vaz de Caminha. São Paulo: Melhoramentos; Rio de Janeiro: INL, 1971, p. 72-74.)
Esse trecho da carta de Caminha nos permite concluir que o contato entre as culturas indígena e europeia foi
- favorecido pelo interesse que ambas as partes demonstravam em realizar transações comerciais: os indígenas se integrariam ao sistema de colonização, abastecendo as feitorias, voltadas ao comércio do pau-brasil, e se miscigenando com os colonizadores.
- guiado pelo interesse dos descobridores em explorar a nova terra, principalmente por meio da extração de riquezas, interesse que se colocava acima da compreensão da cultura dos indígenas, que seria quase dizimada junto com essa população.
- facilitado pela docilidade dos indígenas, que se associaram aos descobridores na exploração da nova terra, viabilizando um sistema colonial cuja base era a escravização dos povos nativos, o que levaria à destruição da sua cultura.
- marcado pela necessidade dos colonizadores de obterem matéria-prima para suas indústrias e ampliarem o mercado consumidor para sua produção industrial, o que levou à busca por colônias e à integração cultural das populações nativas.
04. (ENEM PPL 2010) Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têmtanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossosbrancos e verdadeiros. Os cabelos seus são corredios. CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. et al. Viagem pela história do Brasil: documentos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997 (adaptado).
O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, documento fundamental para a formação da identidade brasileira. Tratando da relação que, desde esse primeiro contato, se estabeleceu entre portugueses e indígenas, esse trecho da carta revela a
- preocupação em garantir a integridade do colonizador diante da resistência dos índios à ocupação da terra.
- postura etnocêntrica do europeu diante das características físicas e práticas culturais do indígena.
- orientação da política da Coroa Portuguesa quanto à utilização dos nativos como mão de obra para colonizar a nova terra.
- oposição de interesses entre portugueses e índios, que dificultava o trabalho catequético e exigia amplos recursos para a defesa da posse da nova terra.
- abundância da terra descoberta, o que possibilitou a sua incorporação aos interesses mercantis portugueses, por meio da exploração econômica dos índios.
05. (F. Santa Marcelina) Deram-lhes ali de comer pão e pescado cozido, mel e figos passados; não quiseram comer daquilo quase nada. E alguma coisa, se a provavam, lançavam-na logo fora. Trouxeram-lhes vinho por uma taça, mal lhe puseram a boca e não gostaram dele nada nem o quiseram mais.
(Pero Vaz de Caminha. Carta a el-rei Dom Manuel sobre o achamento do Brasil, 1974.)
A carta enviada ao rei de Portugal pelo escrivão da frota, que aportou no Brasil em abril de 1500, descreve um aspecto essencial das expansões marítimas europeias dos séculos XV e XVI, a saber:
- a facilidade de incorporação das tribos indígenas à colonização europeia.
- o propósito dos navegantes de abrir mercados para produtos portugueses
- os contatos entre povos de padrões culturais e civilizacionais distintos.
- a exploração da mão de obra indígena pelos conquistadores europeus.
- a superioridade dos hábitos culturais europeus sobre os dos nativos da terra.
06. (UFT) Na carta de Pero Vaz de Caminha, afirma-se que a terra "em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo."
Essa carta ficou três séculos depositada em um arquivo em Portugal. Apenas em 1817 foi publicada por historiadores interessados, no contexto da independência, em contar a história brasileira e que por isso endossaram aquela descrição do lugar que veio a se tornar o Brasil.
No século XX, contudo, foi lida como uma fonte para entender o imaginário dos navegantes sobre a América e não como uma descrição fidedigna da terra a que os portugueses chegaram.
Considerando o trecho da referida carta e as informações disponibilizadas é CORRETO afirmar que:
- as interpretações que os historiadores produzem das fontes documentais aprimoram-se e aproximam-se mais da verdade com o passar do tempo.
- os historiadores apenas descrevem aquilo que as fontes dizem dos acontecimentos, sendo assim produtores de uma verdade última sobre o passado.
- os historiadores, ao produzir um conhecimento universal e atemporal, não são impactados pelas questões sociais do tempo histórico em que escrevem.
- as interpretações que os historiadores fazem das fontes documentais mudam de acordo com as questões colocadas pelo momento histórico em que as produzem.
07. (FAMERP) O Capitão-mor perguntou a todos se nos parecia ser bem mandar a nova do achamento desta terra a Vossa Alteza pelo navio dos mantimentos, para a melhor mandar descobrir e saber dela mais do que agora nós podíamos saber, por irmos de nossa viagem. E foi por todos ou a maior parte dito que seria muito bem. Perguntou mais se seria bom tomar aqui por força um par destes homens para os mandar a Vossa Alteza e deixar aqui por eles outros dous destes degradados. A isto acordaram que não era necessário tomar por força homens por ser gente que ninguém entende.
(Pero Vaz de Caminha. Carta a el-rei dom Manuel sobre o achamento do Brasil, 1974. Adaptado.)
A carta de Pero Vaz de Caminha para o rei de Portugal, datada de 1 de maio de 1500, revela
- o descaso dos navegantes, assim como da coroa portuguesa, para com um território densamente povoado por indígenas.
- a necessidade de medidas para se ampliar o conhecimento da terra, considerando que a frota portuguesa devia partir para novo rumo.
- o desconhecimento das sociedades indígenas sobre as regiões demasiadamente afastadas do litoral.
- a intenção da coroa portuguesa em colonizar a terra recém- descoberta com prisioneiros e dissidentes políticos e religiosos.
- a impossibilidade da exploração da mão de obra indígena na extração de recursos e riquezas abundantes no litoral.
08. (UDESC) Leia com atenção o fragmento retirado da Carta de Pero Vaz de Caminha.
“E quando veio ao Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles [os índios] se levantaram conosco e alçaram as mãos, ficando assim, até ser acabado; e então tornaram-se a assentar como nós. E quando levantaram a Deus, que nos pusemos de joelhos, eles se puseram assim todos, como nós estávamos com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados, que, certifico a Vossa Alteza, nos fez muita devoção.”
Pero Vaz de Caminha. In: OLIVIERI, A. C. e VILLA, M. A. Crônicas do descobrimento. São Paulo: Ática, 1999, p. 23.
Em relação à Carta de Caminha para o Rei de Portugal, pode-se dizer que é:
- uma narrativa que projeta sobre as populações nativas uma visão de mundo cristão, como se o Brasil fosse uma espécie de paraíso edênico.
- um relato imparcial sobre as populações indígenas, porque o autor narra exatamente o que viu e viveu no Brasil.
- uma narrativa capaz de identificar a verdadeira essência das populações indígenas brasileiras que já conheciam o cristianismo, e traziam no seu íntimo um conhecimento prévio dos ensinamentos pregados por Cristo a seus discípulos.
- um relato que expressa total ignorância e despreparo do cronista sobre o caráter dissimulado e estratégico das populações indígenas, que desejavam tão somente ganhar a confiança dos viajantes europeus para obter lucros e fazer alianças políticas para derrotar seus inimigos.
- um relato sem valor histórico, pois está marcado por uma perspectiva eurocêntrica e preconceituosa sobre os habitantes nativos do Brasil.
09. (UFSM) Os hábitos alimentares estão entre os principais traços culturais de um povo. Era de se esperar, portanto, que houvesse alguma menção sobre o assunto no primeiro contato entre os portugueses e os nativos, conforme relatado na Carta de Pero Vaz de Caminha. De fato, Caminha escreve a respeito da reação de dois jovens nativos que foram até a caravela de Cabral e que experimentaram alimentos oferecidos pelos portugueses:
Deram-lhe[s] de comer: pão e peixe cozido,
confeitos, bolos, mel e figos passados. Não
quiseram comer quase nada de tudo aquilo.
E se provavam alguma coisa, logo a cuspiam
com nojo. Trouxeram-lhes vinho numa taça,
mas apenas haviam provado o sabor, imediatamente
demonstraram de não gostar e não
mais quiseram. Trouxeram-lhes água num
jarro. Não beberam. Apenas bochechavam, lavando
as bocas, e logo lançavamfora.
Fonte: CASTRO, Sílvio (org.) A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 2003, p. 93.
I - No fragmento, ao dar destaque às reações dos nativos frente à comida e à bebida oferecidas, Caminha registra o comportamento diferenciado deles quanto aos itens básicos da alimentação de um europeu.
II - No fragmento, percebe-se a antipatia de Caminha pelos nativos, o que se confirma na leitura do restante da carta quanto a outros aspectos dos indígenas, como sua aparência física.
III - O predomínio de verbos de ação, numa sequência de eventos interligados cronologicamente, confere um teor narrativo ao texto.
Está(ão) correta(s)
- apenas I.
- apenas II.
- apenas II e III.
- apenas I e III.
- I, II e III.
10. (Mackenzie) “(...) Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs o nome – o Monte Pascoal, e à terra – a Terra de Vera Cruz.”
CAMINHA, Pero Vaz de. “Carta. In: Freitas a el-rei D. Manuel”.In FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de história. Lisboa: Plátano, 1986. V. II, p. 99-100.
O texto acima é parte da carta do escrivão, Pero Vaz de Caminha, tripulante a bordo da armada de Pedro Álvarez Cabral, ao rei português D. Manuel, narrando o descobrimento do Brasil. Essa expedição marítima pode ser entendida no contexto socioeconômico da época, como uma
- tentativa de obtenção de novas terras, no continente europeu, para ceder aos nobres portugueses, empobrecidos pelo declínio do feudalismo, verificado durante todo o século XIV.
- consolidação do poder da Igreja junto às Monarquias ibéricas, interessada tanto em reprimir o avanço mulçumano no Mediterrâneo, quanto em cristianizar os indígenas do Novo Continente.
- busca por ouro e prata no litoral americano, para suprir a escassez de metais preciosos na Europa, o que prejudicava a continuidade do comércio com o Oriente.
- conquista do litoral brasileiro e sua ocupação, garantindo que a coroa portuguesa tomasse posse dos territórios a ela concedidos, pelo Tratado de Tordesilhas, em 1494.
- tomada oficial das terras garantidas a Portugal, pelo acordo de Tordesilhas, e o controle exclusivo português da rota atlântica, dando-lhes acesso ao lucrativo comércio de especiarias.