Metafísica
Lista de 15 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Metafísica com questões de Vestibulares.
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01. (Enem PPL 2020) A humanidade, a humanidade do homem, ainda é um conceito completamente novo para o filósofo que não cochila em pé. A velha questão do próprio homem continua por ser inteiramente reelaborada, não apenas em relação às ciências do vivo, não apenas em relação ao que se nomeia com essa palavra geral, homogênea e confusa, o animal, mas em relação a todos os traços que a metafísica reservou ao homem e que nenhum deles resiste à análise.
DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação Liberdade, 2004.
No trecho, caracteriza-se o seguinte tema fundamental do pensamento filosófico contemporâneo:
- Crise do sujeito.
- Relativismo ético.
- Virada linguística.
- Teoria da referência.
- Crítica à tecnociência.
Resposta: A
Resolução:
02. (FAMECA) Como surgiu o mundo onde vivemos? De onde viemos? O que será depois, quando a vida acabar?
Os homens mesopotâmicos também sentiam-se incomodados com essas e outras dúvidas e procuravam decifrar os seus enigmas. Em geral, suas respostas diferem muito do que entendemos por ciência hoje em dia: eram explicações mitológicas.
(Marcelo Rede. A Mesopotâmia, 2002.)
É correto afirmar que, assim como outras sociedades, os povos mesopotâmicos recorriam aos mitos para
- criar uma versão fictícia do mundo e, assim, fugir das dificuldades da vida cotidiana.
- impedir a difusão de valores e princípios religiosos, que dificultavam a percepção racional da vida.
- substituir o pensamento científico, que não conseguia responder às dúvidas sobre a origem dos homens.
- entreter e divertir os participantes das festas e cerimônias cívicas e religiosas.
- compreender os mistérios relacionados às suas origens e ao mundo em que viviam.
Resposta: E
Resolução: Os mitos desempenhavam um papel essencial na cultura e na mentalidade dos povos antigos, incluindo os mesopotâmicos. Eles usavam mitos e narrativas mitológicas para explicar questões complexas sobre a origem do mundo, a criação do homem, os eventos naturais, as divindades e as forças da natureza, entre outros aspectos. Essas narrativas mitológicas ofereciam uma visão simbólica e metafórica do mundo, ajudando as pessoas a entenderem a realidade à sua volta, mesmo que de maneira não científica.
As opções A, B, C e D estão incorretas porque os mitos não eram usados para criar versões fictícias para escapar das dificuldades da vida cotidiana, não tinham o objetivo de impedir a difusão de valores religiosos ou substituir o pensamento científico, e embora pudessem ser usados em festas e cerimônias, essa não era sua principal finalidade na cultura mesopotâmica. A resposta mais apropriada é a opção E, que destaca a busca por compreensão dos mistérios relacionados à origem e ao mundo em que viviam.
03. (UFU) Aristóteles distingue duas noções fundamentais para a compreensão dos seres: substância e acidente.
Assinale a alternativa que apresenta a definição correta de ambos os conceitos, respectivamente.
- O que está dentro do ser e o que lhe pertence naturalmente.
- O que é inerente ao ser e aquilo que não lhe é essencial.
- O que não é parte integrante do ser e o que lhe é essencial.
- O que está fora da natureza do ser e o que a essa pertence.
Resposta: B
Resolução: De acordo com Aristóteles, substância (ou essência) é o que é inerente ao ser e constitui sua natureza fundamental, ou seja, aquilo que é essencial para a sua existência e identidade. Já o acidente é aquilo que não é parte integrante do ser, são características ou propriedades que podem mudar sem alterar a natureza essencial do objeto. Enquanto a substância é permanente e não pode ser separada do ser, os acidentes são contingentes e mutáveis.
04. (UFPR) Nas primeiras linhas das Meditações Metafísicas, Descartes declara que “recebera muitas falsas opiniões por verdadeiras” e que “aquilo que fundou sobre princípios mal assegurados devia ser muito duvidoso e incerto”.
(DESCARTES, R. Meditações Metafísicas, In: MARÇAL, J. CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. (org.) Antologia de textos filosóficos, Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 153.)
A fim de dar bom fundamento ao conhecimento científico, Descartes entende que é preciso:
- confiar nas próprias opiniões.
- certificar-se de que os outros pensam como nós.
- seguir as opiniões dos mais sábios.
- partir de princípios seguros e proceder com método.
- aceitar que o conhecimento é duvidoso e incerto.
Resposta: D
Resolução: Descartes era um filósofo e matemático conhecido por seu método racional e cético de dúvida sistemática, no qual ele procurava estabelecer conhecimento sólido e indubitável. Ele buscava encontrar princípios fundamentais, claros e evidentes que servissem como alicerces para construir todo o edifício do conhecimento. A partir desses princípios seguros, ele desenvolveu seu famoso método cartesiano, que envolvia análise, dedução e uma busca rigorosa pela verdade, baseada na razão.
05. (ENEM 3ª Aplicação 2016) Todas as coisas são diferenciações de uma mesma coisa e são a mesma coisa. E isto é evidente. Porque se as coisas que são agora neste mundo — terra, água, ar e fogo e as outras coisas que se manifestam neste mundo — , se alguma destas coisas fosse diferente de qualquer outra, diferente em sua natureza própria e se não permanecesse a mesma coisa em suas muitas mudanças e diferenciações, então não poderiam as coisas, de nenhuma maneira, misturar-se umas às outras, nem fazer bem ou mal umas às outras, nem a planta poderia brotar da terra, nem um animal ou qualquer outra coisa vir à existência, se todas as coisas não fossem compostas de modo a serem as mesmas. Todas as coisas nascem, através de diferenciações, de uma mesma coisa, ora em uma forma, ora em outra, retomando sempre a mesma coisa.
DIÓGENES, In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1967.
O texto descreve argumentos dos primeiro pensadores, denominados pré-socráticos.
Para eles, a principal preocupação filosófica era de ordem
- cosmológica, propondo uma explicação racional do mundo fundamentada nos elementos da natureza.
- política, discutindo as formas de organização da pólis ao estabelecer as regras da democracia.
- ética, desenvolvendo um filosofia dos valores virtuosos que tem a felicidade como o bem maior.
- aparecimento de novas instituições religiosas.
- surgimento da cidade como organização social.
Resposta: A
Resolução: Os filósofos pré-socráticos foram os primeiros pensadores da Grécia Antiga que se dedicaram a buscar explicações racionais e naturais para a origem e a estrutura do mundo, em contraste com as explicações mitológicas e religiosas. Eles estavam interessados nos princípios fundamentais da natureza (tais como água, fogo, terra, ar, etc.) e tentavam entender como esses elementos compunham o mundo e suas mudanças. Suas ideias estavam voltadas para questões cósmicas e fundamentais sobre a natureza do universo.
06. (UEL) Leia o texto a seguir.
Dever é a necessidade de uma ação por respeito à lei. [...] devo proceder sempre de maneira que eu possa querer também que a minha máxima se torne uma lei universal.
KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos costumes. Trad. Paulo Quintela. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p. 208-209.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria kantiana do dever, assinale a alternativa correta.
- A máxima de uma ação moral universalizável pode ter como fundamento os efeitos da ação, sendo considerada moralmente boa uma ação cujos efeitos causam o bem.
- A obrigação incondicional que a lei moral impõe advém do reconhecimento da possibilidade de universalização das máximas da ação.
- A mentira pode, em certas circunstâncias, ser legitimada moralmente quando dela resulta uma ação benéfica ou impede o prejuízo a outrem.
- A máxima incondicional de uma ação moral pode ter como fundamento a experiência, pois os costumes fornecem elementos suficientes para ela.
- O imperativo categórico, princípio dos imperativos do dever, escolhe, dentre os estímulos fornecidos à vontade, o que lhe é mais adequado.
Resposta: B
Resolução: A teoria ética de Immanuel Kant é conhecida como "deontologia" e é baseada no conceito do "imperativo categórico". Kant defende que uma ação é moralmente correta se for realizada a partir de um dever racional, e não apenas pelos efeitos ou consequências da ação.
O imperativo categórico é um princípio ético central em sua filosofia e é expresso na frase "age apenas de acordo com aquela máxima pela qual você pode ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal". Em outras palavras, uma ação é moralmente correta se sua máxima (o princípio ou razão por trás da ação) pode ser universalizada, ou seja, se todos pudessem agir da mesma maneira em situações semelhantes, sem conflito moral.
07. (Unimontes) Admiração é a categoria que nos possibilita tomar consciência da nossa própria ignorância, que, por sua vez, é entendida aqui como ausência de conhecimento. É essa categoria que estimula a abertura para o saber e o conhecer. Aristóteles, no início da Metafísica, lembra-nos de que: “Na verdade, foi pela admiração que os homens começaram a filosofar, tanto no princípio, como agora”. Assinale a alternativa CORRETA.
- A admiração constitui possibilidade ímpar para o ato de filosofar.
- A admiração conduz ao devaneio e à distância da filosofia.
- A admiração liga-se aos sentidos e é falsa em sua origem.
- A admiração é enganadora e confusa na constituição do conhecimento.
Resposta: A
Resolução: De acordo com o texto apresentado, a admiração é uma categoria que nos possibilita tomar consciência de nossa própria ignorância, levando-nos a reconhecer a ausência de conhecimento em determinado assunto. Essa consciência de nossa ignorância é o ponto de partida para buscar saber e conhecer, o que é essencial para a filosofia.
Aristóteles, citado no texto, destaca que foi por meio da admiração que os homens começaram a filosofar, tanto no passado quanto no presente. A admiração desperta nossa curiosidade e nos leva a questionar, refletir e buscar respostas para aquilo que nos intriga ou surpreende.
08. (PUC-PR) Nas reflexões de Immanuel Kant sobre o conhecimento racional na sua obra “Fundamentação da Metafísica dos Costumes” lemos:
“A velha filosofia grega dividia-se em três ciências: a Física, a Ética e a Lógica. Esta divisão está perfeitamente conforme com a natureza das coisas, e nada há a corrigir nela a não ser apenas acrescentar o princípio em que se baseia, para deste modo, por um lado, nos assegurarmos da sua perfeição, e, por outro, podermos determinar exactamente as necessárias subdivisões”.
KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Tradução de Antônio Pinto de Carvalho. Lisboa: Companhia Editora Nacional. EDIÇÕES 70, 2007.
Sobre a Física, a Ética e a Lógica, é CORRETO afirmar que essas subdivisões
- ocupam-se de uma parte empírica em que as leis universais e necessárias do pensar não se assentam em princípios das experiências.
- não se contrapõem à filosofia natural, também não se contrapõem à filosofia moral, pois cada uma não possui parte empírica.
- baseiam-se em princípios da experiência cujas doutrinas se apoiam em princípios a posteriori da filosofia pura.
- não ressaltam a ideia de uma metafísica da Natureza nem de uma Metafísica dos Costumes pelo fato de que não se pode nomeá-las como uma Antropologia prática.
- ocupam-se da forma do entendimento e da razão em estabelecer a distinção das leis da natureza, das leis da liberdade e dos objetos materiais.
Resposta: E
Resolução: De acordo com Immanuel Kant, as três ciências da filosofia grega (Física, Ética e Lógica) podem ser subdivididas e aperfeiçoadas, e a base delas é a forma do entendimento e da razão em estabelecer a distinção das leis da natureza, das leis da liberdade e dos objetos materiais.
09. (UECE) “Todo o ser que só pode agir sob a ideia da liberdade é, por isso mesmo, em sentido prático, verdadeiramente livre. Quer dizer, para ele valem todas as leis que estão inseparavelmente ligadas à liberdade, exatamente como se a sua vontade fosse definida como livre em si mesma. A todo o ser racional que tem uma vontade, temos que atribuirlhe necessariamente também a ideia de liberdade, sob a qual ele unicamente pode agir.”
Kant, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. port. Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70, p. 16 – Adaptado.
Considerando a citação acima, é correto afirmar que
- vontade livre é a vontade determinada pela razão.
- o agir livre, na prática, é espontâneo e involuntário.
- o ser racional é impulsivo e necessariamente livre.
- liberdade é verdadeiramente agir pelas paixões.
Resposta: A
Resolução: De acordo com a citação de Immanuel Kant, todo ser que só pode agir sob a ideia da liberdade é verdadeiramente livre em sentido prático. Nesse contexto, a vontade livre é aquela que é determinada pela razão, ou seja, a capacidade de agir de acordo com princípios racionais e universais. A liberdade, para Kant, não é simplesmente a capacidade de agir impulsivamente ou seguir as paixões, mas sim a capacidade de agir de acordo com princípios morais racionais, que são universais e aplicáveis a todos os seres racionais.
10. (PUC-PR) Leia o texto abaixo.
“Só pode ser objeto de respeito e, portanto, mandamento aquilo que está ligado à minha vontade somente como princípio e nunca como efeito, não aquilo que serve à minha inclinação mas o que a domina ou que, pelo menos a exclui do cálculo na escolha, que dizer a simples lei por si mesma”
(KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Lisboa: Edições 70, 2011, p.32).
O filósofo Immanuel Kant discute o respeito à lei moral como contrário aos outros sentimentos que nascem das inclinações. Sobre o puro respeito é CORRETO afirmar que
- o reconhecimento imediato daquilo que é a lei para a pessoa se faz com o sentimento de respeito, ou seja, a consciência de subordinação da vontade a uma lei, sem intervenção de outras influências sobre a sensibilidade do sujeito.
- o respeito é a representação de um valor que não causa dano ao amor-próprio do sujeito, pois o objeto do respeito é a lei que o sujeito se impõe e não tem por consequência nenhum dano ao agente da ação.
- o respeito é a causa do porquê a ação tem valor moral universal, porquanto condiciona a ação aos valores reconhecidos por aqueles que são objeto da ação.
- o sentimento do respeito à lei moral carece da materialidade, que está no propósito da ação. Pelo objeto da ação moral o sujeito sente a verdade derivada do respeito.
- a ação por dever é consequência do sentimento de respeito. O respeito purifica as inclinações e organiza os reais valores das ações, eliminando assim o prejuízo das ações do sujeito.
Resposta: A
Resolução: Kant considera o puro respeito como o reconhecimento imediato e racional da lei moral, onde a vontade se subordina à lei sem influências ou intervenções de outras inclinações ou interesses sensíveis do sujeito. O respeito à lei moral é uma ação autônoma da vontade que se submete ao princípio moral sem ser influenciada por qualquer outro motivo. É uma obediência racional e incondicional à lei moral, independentemente de inclinações ou interesses pessoais.
11. (UEA) Na contemplação do belo o conhecer puro ganhou a preponderância sem luta: a beleza do objeto facilita o conhecimento de sua Ideia. O sentimento do sublime nasce exatamente do fato de um objeto que tem relações desfavoráveis, hostis, com a vontade tornar-se objeto de contemplação.
(Arthur Schopenhauer. Metafísica do belo, 2003. Adaptado.)
As contemplações do belo e do sublime são semelhantes e, em um aspecto, diferentes.
O belo distingue-se do sublime por
- ajustar-se de imediato às dimensões humanas da observação.
- modificar as percepções habituais dos objetos artísticos.
- desvelar o mundo por meio da intensificação sensorial.
- transgredir a sensação de oposição entre o homem e a natureza.
- satisfazer aos anseios de felicidade dos observadores.
Resposta: A
Resolução: Kant considera o puro respeito como o reconhecimento imediato e racional da lei moral, onde a vontade se subordina à lei sem influências ou intervenções de outras inclinações ou interesses sensíveis do sujeito. O respeito à lei moral é uma ação autônoma da vontade que se submete ao princípio moral sem ser influenciada por qualquer outro motivo. É uma obediência racional e incondicional à lei moral, independentemente de inclinações ou interesses pessoais.
12. (PUC-PR) Leia o fragmento de texto a seguir.
“uma vez que despojei a vontade de todos os estímulos que lhe poderiam advir da obediência a qualquer lei, nada mais resta que a conformidade a uma lei universal das ações em geral que possa servir de único princípio à vontade, isto é: devo proceder sempre de maneira que eu possa querer também que a minha máxima se torne uma lei universal. Aqui é, pois, a simples conformidade à lei em geral (sem tomar como base qualquer lei destinada a certas acções) o que serve de princípio à vontade, e também o que tem de lhe servir de princípio”
(KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Lisboa: Edições 70, 2011, p.34).
No primeiro capítulo dessa obra, Kant apresenta que a pessoa dotada de boa vontade tem um compromisso firme com a ação moral. Essa boa vontade tem de ser governada por uma lei.
Analise as afirmativas a seguir abaixo e assinale a alternativa CORRETA, levando em conta o fragmento de texto dado do livro Fundamentação da metafísica dos costumes e seus conhecimentos sobre o assunto.
- A lei moral é um imperativo hipotético, no qual a vontade é despojada de qualquer estímulo interno e externo. A ação que é realizada pelo respeito a esse imperativo é universal.
- A lei que a pessoa toma como objeto de respeito é o imperativo categórico. É uma ação realizada pelo sentimento de respeito à lei moral.
- A boa vontade obediente à lei moral tem conformidade com a lei universal e com as leis específicas das inclinações e assim podem ser tomadas com validade universal.
- A pessoa quando age de boa vontade, escolhe sempre a felicidade. Essa lei universal presente entre os seres humanos é o que condiciona o valor da ação.
- A lei que rege as ações da pessoa moral exclui qualquer ação por inclinação, ou seja, ações por apetites ou desejos naturais. A boa vontade que orienta a ação tem um propósito de conduzir os seres humanos à felicidade.
Resposta: B
Resolução: Kant apresenta a ideia do imperativo categórico como sendo a lei moral que deve guiar a ação da pessoa de boa vontade. A ação moral é aquela que é realizada pelo respeito a essa lei universal e não é condicionada por estímulos externos ou inclinações pessoais. A boa vontade age conforme o dever estabelecido pela lei universal das ações em geral, ou seja, a máxima da ação deve ser tal que possa ser transformada em uma lei universal.
13. (UECE) Leia atentamente a seguinte passagem:
“A experiência parece um pouco semelhante à ciência (epistéme) e à arte (tékhne). Com efeito, os homens adquirem ciência e arte por meio da experiência. A experiência, como diz Polo, produz a arte, enquanto a inexperiência produz o puro acaso. A arte se produz quando, de muitas observações da experiência, forma-se um juízo geral e único passível de ser referido a todos os casos semelhantes”
(Aristóteles, Metafísica, 981a5).
Com base no texto acima, considere as seguintes afirmações:
I. Somente a ciência é conhecimento universal, cujos juízos gerais se aplicam a todos os casos semelhantes.
II. A tékhne é uma forma de conhecimento universal, pois, com base nas experiências, se forma um juízo geral.
III. Por ser semelhante à experiência, a tékhne não constitui um conhecimento universal.
IV. A experiência é pressuposto dos conhecimentos universais (tékhné e epistéme), mas não é ainda um conhecimento universal.
É correto somente o que se afirma em
- I e IV.
- II e III.
- I e III.
- II e IV.
Resposta: D
Resolução: I - Errado: O texto não afirma que apenas a ciência é conhecimento universal. Ele faz uma relação entre experiência, ciência e arte, mas não especifica que a ciência é a única forma de conhecimento universal.
II - Correto: A tékhne (arte) é apresentada como uma forma de conhecimento universal, pois, a partir de muitas observações da experiência, forma-se um juízo geral e único que pode ser referido a todos os casos semelhantes.
III - Errado: O texto não afirma que a tékhne não constitui um conhecimento universal. Pelo contrário, ele destaca que a arte é uma forma de conhecimento que se baseia em observações da experiência para formar juízos gerais aplicáveis a casos semelhantes.
IV - Correto: O texto menciona que a experiência é o pressuposto dos conhecimentos universais (tékhné e epistéme), ou seja, é a base a partir da qual esses conhecimentos são desenvolvidos, mas ela mesma não é um conhecimento universal.
14. (UECE) “Chamo de princípio de demonstração às convicções comuns das quais todos partem para demonstrar: por exemplo, que todas as coisas devem ser afirmadas ou negadas e que é impossível ser e não ser ao mesmo tempo.”
ARISTÓTELES. Metafísica, 996b27-30.
Em sua Metafísica, Aristóteles apresenta um conjunto de princípios lógico-metafísicos que ordenam a realidade e nosso conhecimento acerca dela.
Dentre eles está o princípio de não contradição, o qual
- indica que afirmações contraditórias são lógica e metafisicamente aceitáveis, pois a contradição faz parte da realidade.
- estabelece que é possível que as coisas que tenham tais e tais características não as tenham ao mesmo tempo sob as mesmas circunstâncias.
- afirma que é impossível que as coisas que tenham tais e tais características não as tenham ao mesmo tempo sob as mesmas circunstâncias.
- é normativo, ou moral; portanto, deve ser rejeitado como antimetafísico, ou seja, não caracteriza a realidade.
Resposta: C
Resolução: O princípio de não contradição estabelece que uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo e sob as mesmas condições. Essa é uma base fundamental da lógica clássica e da filosofia aristotélica, pois busca evitar contradições e assegurar a consistência do conhecimento. Portanto, a resposta correta é a alternativa C.
15. (UFU) Segundo Kant, o princípio supremo da doutrina dos costumes é: “aja segundo uma máxima que possa valer ao mesmo tempo como lei universal – cada máxima que não se qualifica a isso é contrária à moral”.
KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. MARTINS, C. A. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco, 2013. p. 31.
A fórmula acima é denominada por Kant como imperativo categórico, diz-se que ela exige que
- nossas ações devem ser pela vontade.
- nossas ações sejam sempre por dever.
- as inclinações devem orientar a moral.
- agir conforme o dever é a lei universal.
Resposta: B
Resolução: O imperativo categórico estabelece que devemos agir de acordo com uma máxima que possa ser universalizada, ou seja, que seja válida como lei universal. Isso significa que nossas ações devem ser orientadas pelo dever moral, independentemente das nossas inclinações pessoais ou interesses individuais. A moralidade, para Kant, reside na vontade de agir por dever, seguindo princípios universais, e não apenas em agir de acordo com nossas inclinações momentâneas.