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Contudo a Agatha Edu se mantém essencialmente com a renda gerada por anúncios, desativa aí rapidinho, parça. 😀

Intertextualidade II

Lista de 19 exercícios de Linguagens com gabarito sobre o tema Intertextualidade II com questões do Enem.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Intertextualidade II.




01. (Enem 2019) TEXTO I

O Estatuto do Idoso completou 15 anos em 2018 e só no primeiro semestre o Disque 100 recebeu 16 mil denúncias de violação de direitos dos idosos em todo o País.

Para especialistas da área, o aumento no número de denúncias pode ser consequência do encorajamento dos mais velhos na busca pelos direitos. Mas também pode refletir uma onda crescente de violência na sociedade e dentro das próprias famílias.

Políticas públicas mais eficazes no atendimento ao idoso são o mínimo que um país deve estabelecer. O Brasil está ficando para trás e é preciso levar em consideração que o País envelhece (tendência mundial) sem estar preparado para arcar com os desafios, como criar uma rede de proteção, preparar os serviços de saúde pública e dar suporte às famílias que precisam cuidar de seus idosos dependentes.

Disponível em: www.folhadelondrina.com.br. Acesso em: 9 dez. 2018 (adaptado).

Texto II Na comparação entre os textos, conclui-se que as regras do Estatuto do Idoso

Imagem disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 9 dez. 2018.

Na comparação entre os textos, conclui-se que as regras do Estatuto do Idoso

  1. apresentam vantagens em relação às de outros países.
  2. são ignoradas pelas famílias responsáveis por idosos.
  3. alteram a qualidade de vida das pessoas com mais de 60 anos.
  4. precisam ser revistas em razão do envelhecimento da população.
  5. contrastam com as condições de vida proporcionadas pelo País.

Resposta: E

Resolução: A alternativa correta é a opção E, "contrastam com as condições de vida proporcionadas pelo País". Isso é sugerido pelo texto I, que menciona o aumento no número de denúncias de violação de direitos dos idosos e aponta a falta de políticas públicas eficazes para atender a esse público, além da falta de preparo do país para lidar com os desafios do envelhecimento da população, como criar uma rede de proteção e dar suporte às famílias que precisam cuidar de idosos dependentes. Isso sugere que as regras do Estatuto do Idoso contrastam com as condições de vida proporcionadas pelo país, já que essas regras não são suficientemente cumpridas ou aplicadas e o país não está preparado para atender às necessidades dos idosos.

02. (Enem 2018) O segundo texto, que propõe uma reflexão sobre o primeiro acerca do impacto de mudanças no estilo de vida na saúde, apresenta uma visão

Disponível em: http://revistaliqb.usac.edu.gt. Acesso em: 25 abr. 2018 (adaptado).

TEXTO II

Imaginemos um cidadão, residente na periferia de um grande centro urbano, que diariamente acorda às 5h para trabalhar, enfrente em média 2 horas de transporte público, em geral lotado, para chegar às 8h ao trabalho. Termina o expediente às 17h e chega em casa às 19h para, aí sim, cuidar dos afazeres domésticos, dos filhos etc. Como dizer a essa pessoa que ela deve praticar exercícios, pois é importante para sua saúde? Como ela irá entender a mensagem da importância do exercício físico? A probabilidade de essa pessoa praticar exercícios regularmente é significativamente menor que a de pessoas da classe média/alta que vivem outra realidade. Nesse caso, a abordagem individual do problema tende a fazer com que a pessoa se sinta impotente em não conseguir praticar exercícios e, consequentemente, culpada pelo fato de ser ou estar sedentária.

FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física escolar: ampliando o enfoque. RBCE, n. 2, jan 2001 (adaptado).

O segundo texto, que propõe uma reflexão sobre o primeiro acerca do impacto de mudanças no estilo de vida na saúde, apresenta uma visão

  1. medicalizada, que relaciona a prática de exercícios físicos por qualquer indivíduo à promoção da saúde.
  2. ampliada, que considera aspectos sociais intervenientes na prática de exercícios no cotidiano.
  3. crítica, que associa a interferência das tarefas da casa ao sedentarismo do indivíduo.
  4. focalizada, que atribui ao indivíduo a responsabilidade pela prevenção de doenças.
  5. geracional, que preconiza a representação do culto à jovialidade.

Resposta: B

Resolução: A alternativa correta é a opção B, "ampliada, que considera aspectos sociais intervenientes na prática de exercícios no cotidiano". O segundo texto propõe uma reflexão sobre o impacto de mudanças no estilo de vida na saúde, mas não se limita a uma visão medicalizada, que simplesmente relaciona a prática de exercícios físicos à promoção da saúde. Em vez disso, o texto apresenta uma visão ampliada, que considera aspectos sociais intervenientes na prática de exercícios no cotidiano. Isso é evidente no exemplo dado do cidadão residente na periferia de uma grande cidade, cuja rotina de trabalho e afazeres domésticos pode dificultar a prática de exercícios, e que a abordagem individual do problema pode fazer com que essa pessoa se sinta impotente e culpada. A visão ampliada considera esses fatores sociais e sugere que a solução para o problema da falta de exercícios não pode ser encontrada apenas no nível individual, mas deve levar em consideração as condições sociais em que as pessoas vivem.

3. (Enem 2017) TEXTO I

Criatividade em publicidade: teorias e reflexões

Resumo: O presente artigo aborda uma questão primordial na publicidade: a criatividade. Apesar de aclamada pelos departamentos de Criação das agências, devemos ter a consciência de que nem todo anúncio é, de fato, criativo. A partir do resgate teórico, no qual os Conceitos são tratados à luz da publicidade, busca-se estabelecer a compreensão dos temas. Para elucidar tais questões, é analisada uma campanha impressa da marca XXXX. As reflexões apontam que a publicidade criativa é essencialmente simples e apresenta uma releitura do cotidiano.

Depexe, S D. Travessias: Pesquisas em Educação, Cultura, Linguagem e Artes, n. 2, 2008.

TEXTO II Os dois textos apresentados versam sobre o tema Criatividade. O Texto I é um resumo de Caráter Científico e o Texto II, uma homenagem promovida por um site de publicidade. De que maneira O Texto II exemplifica o conceito de criatividade em publicidade apresentado no Texto I?

Os dois textos apresentados versam sobre o tema Criatividade. O Texto I é um resumo de Caráter Científico e o Texto II, uma homenagem promovida por um site de publicidade. De que maneira O Texto II exemplifica o conceito de criatividade em publicidade apresentado no Texto I?

  1. Fazendo menção ao difícil trabalho das mães em criar seus filhos.
  2. Promovendo uma leitura simplista do papel materno em seu trabalho de criar os filhos.
  3. Explorando a polissemia do termo “criação”.
  4. Recorrendo a uma estrutura linguística simples.
  5. Utilizando recursos gráficos diversificados.

Resposta: C

Resolução: O Texto I afirma que a publicidade criativa é "essencialmente simples e apresenta uma releitura do cotidiano". O Texto II, por sua vez, mostra uma imagem de uma mãe criando seus filhos, o que pode ser considerado uma releitura do cotidiano, já que a criação de filhos é algo comum e rotineiro para muitas mães. Além disso, a imagem explora a polissemia do termo "criação", já que pode ser entendida tanto no sentido de "dar origem a algo" quanto no sentido de "cuidar e educar". Portanto, a opção C, "Explorando a polissemia do termo “criação”", é a resposta correta.

04. (Enem 2016) TEXTO I

Nesta época do ano, em que comprar compulsivamente é a principal preocupação de boa parte da população, é imprescindível refletirmos sobre a importância da mídia na propagação de determinados comportamentos que induzem ao consumismo exacerbado. No clássico livro O capital, Karl Marx aponta que no capitalismo os bens materiais, ao serem fetichizados, passam a assumir qualidades que vão além da mera materialidade. As coisas são personificadas e as pessoas são coisificadas. Em outros termos, um automóvel de luxo, uma mansão em um bairro nobre ou a ostentação de objetos de determinadas marcas famosas são alguns dos fatores que conferem maior valorização e visibilidade social a um indivíduo.

LADEIRA, F. F. Reflexões sobre o consumismo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 18 jan. 2015.

TEXTO II

Todos os dias, em algum nível, o consumo atinge nossa vida, modifica nossas relações, gera e rege sentimentos, engendra fantasias, aciona comportamentos, faz sofrer, faz gozar. Às vezes constrangendo-nos em nossas ações no mundo, humilhando e aprisionando, às vezes ampliando nossa imaginação e nossa capacidade de desejar, consumimos e somos consumidos. Numa época toda codificada como a nossa, o código da alma (o código do ser) virou código do consumidor! Fascínio pelo consumo, fascínio do consumo. Felicidade, luxo, bem-estar, boa forma, lazer, elevação espiritual, saúde, turismo, sexo, família e corpo são hoje reféns da engrenagem do consumo.

BARCELLOS, G. A alma do consumo. Disponível em: www.diplomatique.org.br. Acesso em: 18 jan. 2015.

Esses textos propõem uma reflexão crítica sobre o consumismo. Ambos partem do ponto de vista de que esse hábito

  1. desperta o desejo de ascensão social.
  2. provoca mudanças nos valores sociais.
  3. advém de necessidades suscitadas pela publicidade.
  4. deriva da inerente busca por felicidade pelo ser humano.
  5. resulta de um apelo do mercado em determinadas datas.

Resposta: B

Resolução:

05. (Enem PPL 2016) TEXTO I

Mama África Mama África (a minha mãe)

é mãe solteira

e tem que fazer

mamadeira todo dia

além de trabalhar

como empacotadeira

nas Casas Bahia

Mama África tem tanto o que fazer

além de cuidar neném

além de fazer denguim

filhinho tem que entender

Mama África vai e vem

mas não se afasta de você

quando Mama sai de casa

seus filhos se olodunzam

rola o maior jazz

Mama tem calos nos pés

Mama precisa de paz

Mama não quer brincar mais

filhinho dá um tempo

é tanto contratempo

no ritmo de vida de Mama

CHICO CÉSAR. Mama África. São Paulo: MZA Music, 1995.

TEXTO II A pesquisa, realizada pelo IBGE, evidencia características das famílias brasileiras, também tematizadas pela canção Mama África. Ambos os textos destacam o(a)

Fonte: IBGE A nova família brasileira. Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 17 dez. 2012 (adaptado).

A pesquisa, realizada pelo IBGE, evidencia características das famílias brasileiras, também tematizadas pela canção Mama África. Ambos os textos destacam o(a)

  1. preocupação das mulheres com o mercado de trabalho.
  2. responsabilidade das mulheres no sustento das famílias.
  3. comprometimento das mulheres na reconstituição do casamento.
  4. dedicação das mulheres no cuidado com os filhos.
  5. importância das mulheres nas tarefas diárias.

Resposta: B

Resolução: Em ambos os textos, os autores criticam o impacto do consumismo na sociedade e sua influência no comportamento e nos valores das pessoas. O Texto 1 menciona que o consumismo leva à fetichização dos bens materiais e à personificação das coisas, e que as pessoas são coificadas na busca de status social e reconhecimento por meio da aquisição de bens e marcas de luxo. O Texto 2 argumenta que o consumismo afeta as ações e relacionamentos das pessoas, gera e regula emoções e comportamentos, e até mesmo escraviza e humilha as pessoas. Também afirma que o consumismo codifica e mercantiliza aspectos da vida como felicidade, luxo, bem-estar, saúde, lazer, espiritualidade, turismo, sexo, família e corpo. Portanto, a resposta correta é a opção B, que afirma que os textos propõem uma reflexão crítica sobre o consumismo que afirma que ele provoca mudanças nos valores sociais.

06. (Enem 2014) TEXTO I

Seis estados zeram fila de espera para transplante da córnea

Seis estados brasileiros aproveitaram o aumento no número de doadores e de transplantes feitos no primeiro semestre de 2012 no país e entraram para uma lista privilegiada: a de não ter mais pacientes esperando por uma córnea.

Até julho desse ano, Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Norte e São Paulo eliminaram a lista de espera no transplante de córneas, de acordo com balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, no Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos. Em 2011, só São Paulo e Rio Grande do Norte conseguiram zerar essa fila.

TEXTO II A notícia e o cartaz abordam a questão da doação de órgãos. Ao relacionar os dois textos, observa-se que o cartaz é

A notícia e o cartaz abordam a questão da doação de órgãos. Ao relacionar os dois textos, observa-se que o cartaz é

  1. contraditório, pois a notícia informa que o país superou a necessidade de doação de órgãos.
  2. complementar, pois a notícia diz que a doação de órgãos cresceu e o cartaz solicita doações.
  3. redundante, pois a notícia e o cartaz têm a intenção de influenciar as pessoas a doarem seus órgãos.
  4. indispensável, pois a notícia fica incompleta sem o cartaz, que apela para a sensibilidade das pessoas.
  5. discordante, pois ambos os textos apresentam posições distintas sobre a necessidade de doação de órgãos.

Resposta: B

Resolução: A resposta correta para esta questão é a alternativa B, que afirma que a notícia e o cartaz são complementares, pois a notícia diz que a doação de órgãos aumentou e o cartaz pede doações. A notícia menciona que seis estados do Brasil eliminaram as filas de espera para transplantes de córnea devido ao aumento do número de doadores e transplantes no primeiro semestre de 2012. O cartaz é um apelo visual para incentivar a doação de órgãos, que complementa as informações do as notícias.

7. (Enem 2014) Na criação do texto, o chargista Iotti usa criativamente um intertexto: os traços reconstroem uma cena de Guernica, painel de Pablo Picasso que retrata os horrores e a destruição provocados pelo bombardeio a uma pequena cidade da Espanha.

Na criação do texto, o chargista Iotti usa criativamente um intertexto: os traços reconstroem uma cena de Guernica, painel de Pablo Picasso que retrata os horrores e a destruição provocados pelo bombardeio a uma pequena cidade da Espanha. Na charge, publicada no período de carnaval, recebe destaque a figura do carro, elemento introduzido por Iotti no intertexto. Além dessa figura, a linguagem verbal contribui para estabelecer um diálogo entre a obra de Picasso e a charge, ao explorar:

  1. uma referência ao contexto, “trânsito no feriadão”, esclarecendo-se o referente tanto do texto de Iotti quanto da obra de Picasso.
  2. uma referência ao tempo presente, com o emprego da forma verbal “é”, evidenciando-se a atualidade do tema abordado tanto pelo pintor espanhol quanto pelo chargista brasileiro.
  3. um termo pejorativo, “trânsito”, reforçando-se a imagem negativa de mundo caótico presente tanto em Guernica quanto na charge.
  4. uma referência temporal, “sempre”, referindose à permanência de tragédias retratadas tanto em Guernica quanto na charge.
  5. uma expressão polissêmica, “quadro dramático”, remetendo-se tanto à obra pictórica quanto ao contexto do trânsito brasileiro.

Resposta: E

Resolução: Nesta questão, a alternativa E está correta porque descreve corretamente como a linguagem verbal utilizada na charge estabelece um diálogo entre a obra de Picasso e a charge ao utilizar uma expressão polissêmica, "quadro dramático", que se refere tanto ao trabalho e o contexto do trânsito brasileiro. Um intertexto é uma referência a outro texto que é usado de forma criativa em um novo texto. Nesse caso, o cartunista Iotti usa como intertexto o quadro "Guernica" de Pablo Picasso, recriando uma cena dele no cartoon. A linguagem verbal da charge contribui para estabelecer um diálogo entre a obra de Picasso e a charge ao utilizar a expressão "quadro dramático", que pode ser traduzida como "cena dramática" ou "tragédia". Essa expressão se refere tanto à obra pictórica de "Guernica", que retrata os horrores e a destruição causados pelo bombardeio de uma pequena cidade espanhola, quanto ao contexto do trânsito brasileiro, também retratado como caótico e trágico na charge.

08. (Enem 2013) TEXTO I

É evidente que a vitamina D é importante — mas como obtê-la? Realmente, a vitamina D pode ser produzida naturalmente pela exposição à luz do sol, mas ela também existe em alguns alimentos comuns. Entretanto, como fonte dessa vitamina, certos alimentos são melhores do que outros. Alguns possuem uma quantidade significativa de vitamina D, naturalmente, e são alimentos que talvez você não queira exagerar: manteiga, nata, gema de ovo e fígado.

Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012.

TEXTO II

Todos nós sabemos que a vitamina D (colecalciferol) é crucial para sua saúde. Mas a vitamina D é realmente uma vitamina? Está presente nas comidas que os humanos normalmente consomem? Embora exista em algum percentual na gordura do peixe, a vitamina D não está em nossas dietas, a não ser que os humanos artificialmente incrementem um produto alimentar, como o leite enriquecido com vitamina D. A natureza planejou que você a produzisse em sua pele, e não a colocasse direto em sua boca.

Então, seria a vitamina D realmente uma vitamina?

Disponível em: www.umaoutravisao.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012.

Frequentemente circulam na mídia textos de divulgação científica que apresentam informações divergentes sobre um mesmo tema. Comparando os dois textos, constata-se que o Texto II contrapõe-se ao I quando

  1. comprova cientificamente que a vitamina D não é uma vitamina.
  2. demonstra a verdadeira importância da vitamina D para a saúde.
  3. enfatiza que a vitamina D é mais comumente produzida pelo corpo que absorvida por meio de alimentos.
  4. afirma que a vitamina D existe na gordura dos peixes e no leite, não em seus derivados.
  5. levanta a possibilidade de o corpo humano produzir artificialmente a vitamina D.

Resposta: C

Resolução: É claro que a vitamina D é importante - mas como podemos obtê-la? A vitamina D pode, de fato, ser produzida naturalmente pela exposição à luz solar, mas também existe em alguns alimentos comuns. No entanto, como fonte dessa vitamina, alguns alimentos são melhores que outros. Alguns naturalmente têm uma quantidade significativa de vitamina D, e são alimentos que você não pode exagerar: manteiga, nata, gema de ovo e fígado. Por outro lado, o segundo texto contradiz o primeiro quando afirma que a vitamina D não é uma vitamina, pois não está presente nos alimentos que o ser humano normalmente consome, exceto em pequenas quantidades na gordura do peixe, e que deve ser adicionada artificialmente a alimentos como leite fortificado. Ele também enfatiza que o corpo humano é projetado para produzir vitamina D através da pele, em vez de consumi-la diretamente pela boca.

09. (Enem 2012) TEXTO I

A característica da oralidade radiofônica, então, seria aquela que propõe o diálogo com o ouvinte: a simplicidade, no sentido da escolha lexical; a concisão e coerência, que se traduzem em um texto curto, em linguagem coloquial e com organização direta; e o ritmo, marcado pelo locutor, que deve ser o mais natural (do diálogo). É esta organização que vai “reger” a veiculação da mensagem, seja ela interpretada ou de improviso, com objetivo de dar melodia à transmissão oral, dar emoção, personalidade ao relato de fato.

VELHO, A. P. M. A linguagem do rádio multimídia. Disponível em: www.bocc.ubi.pt. Acesso em: 27 fev. 2012.

TEXTO II

A dois passos do paraíso

A Rádio Atividade leva até vocês

Mais um programa da séria série

“Dedique uma canção a quem você ama”

Eu tenho aqui em minhas mãos uma carta

Uma carta d’uma ouvinte que nos escreve

E assina com o singelo pseudônimo de

“Mariposa Apaixonada de Guadalupe”

Ela nos conta que no dia que seria

o dia mais feliz de sua vida

Arlindo Orlando, seu noivo

Um caminhoneiro conhecido da pequena e

Pacata cidade de Miracema do Norte

Fugiu, desapareceu, escafedeu-se

Oh! Arlindo Orlando volte

Onde quer que você se encontre

Volte para o seio de sua amada

Ela espera ver aquele caminhão voltando

De faróis baixos e para-choque duro...

BLITZ. Disponível em: http://letras.terra.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (fragmento).

Em relação ao Texto I, que analisa a linguagem do rádio, o Texto II apresenta, em uma letra de canção,

  1. estilo simples e marcado pela interlocução com o receptor, típico da comunicação radiofônica.
  2. lirismo na abordagem do problema, o que o afasta de uma possível situação real de comunicação radiofônica.
  3. marcação rítmica dos versos, o que evidencia o fato de o texto pertencer a uma modalidade de comunicação diferente da radiofônica.
  4. direcionamento do texto a um ouvinte específico, divergindo da finalidade de comunicação do rádio, que é atingir as massas.
  5. objetividade na linguagem caracterizada pela ocorrência rara de adjetivos, de modo a diminuir as marcas de subjetividade do locutor.

Resposta: A

Resolução: O Texto II apresenta, em uma letra de canção, o estilo simples e marcado pela interlocução com o receptor, típico da comunicação radiofônica, conforme descrito no Texto I. A linguagem utilizada é coloquial, o ritmo é marcado pelo locutor e a mensagem é direta e concisa. Além disso, o Texto II também cumpre o objetivo de "dar melodia à transmissão oral, dar emoção, personalidade ao relato de fato", como mencionado no Texto I.

10. (Enem 2010) Fora da ordem

Em 1588, o engenheiro militar italiano Agostinho Romelli publicou Le Diverse ET Artificiose Machine , no qual descrevia uma máquina de ler livros. Montada para girar verticalmente, como uma roda de hamster, a invenção permitia que o leitor fosse de um texto ao outro sem se levantar de sua cadeira.

Hoje podemos alternar entre documentos com muito mais facilidade – um clique no mouse é suficiente para acessarmos imagens, textos, vídeos e sons instantaneamente. Para isso, usamos o computador, e principalmente a internet – tecnologias que não estavam disponíveis no Renascimento, época em que Romelli viveu.

BERCITTO, D. Revista Língua Portuguesa. Ano II. N°14.

O inventor italiano antecipou, no século XVI, um dos princípios definidores do hipertexto: a quebra de linearidade na leitura e a possibilidade de acesso ao texto conforme o interesse do leitor. Além de ser característica essencial da internet, do ponto de vista da produção do texto, a hipertextualidade se manifesta também em textos impressos, como:

  1. dicionários, pois a forma do texto dá liberdade de acesso à informação.
  2. documentários, pois o autor faz uma seleção dos fatos e das imagens.
  3. relatos pessoais, pois o narrador apresenta sua percepção dos fatos.
  4. editoriais, pois o editorialista faz uma abordagem detalhada dos fatos.
  5. romances românticos, pois os eventos ocorrem em diversos cenários.

Resposta: A

Resolução: A hipertextualidade é uma característica que permite a quebra da linearidade na leitura de um texto, permitindo ao leitor acessar informações de acordo com seu interesse e necessidade. Isso é possível tanto na internet quanto em textos impressos, como dicionários, que permitem acesso à informação de maneira não linear, ou seja, não seguindo uma ordem pré-determinada. Outro exemplo de texto impresso que possui características hipertextuais é o dicionário, pois o leitor pode acessar informações de acordo com o termo pesquisado. Portanto, a opção correta é a letra A.

11. (Enem 2009) Diferentemente do texto escrito, que em geral compele os leitores a lerem numa onda linear – da esquerda para a d e de cima para baixo, na página impressa – hipertextos encorajam os leitores a moverem-se de um bloco de texto a outro, rapidamente e não sequencialmente. Considerando que o hipertexto oferece uma multiplicidade de caminhos a seguir, podendo ainda o leitor incorporar seus caminhos e suas decisões como novos caminhos, inserindo informações novas, o leitor-navegador passa a ter um papel mais ativo e uma oportunidade diferente da de um leitor de texto impresso. Dificilmente dois leitores de hipertextos farão os mesmos caminhos e tomarão as mesmas decisões.

MARCUSCHI, L. A. Cognição, linguagem e práticas interacionais. Rio: Lucerna, 2007.

No que diz respeito à relação entre o hipertexto e o conhecimento por ele produzido, o texto apresentado deixa claro que o hipertexto muda a noção tradicional de autoria, porque:

  1. é o leitor que constrói a versão final do texto.
  2. o autor detém o controle absoluto do que escreve.
  3. aclara os limites entre o leitor e o autor.
  4. propicia um evento textual-interativo em que apenas o autor é ativo.
  5. só o autor conhece o que eletronicamente se dispõe para o leitor.

Resposta: A

Resolução: o hipertexto é mais flexível e permite que o leitor acesse informações de maneira não linear, permite que o leitor incorpore informações novas no texto, dá ao leitor um papel mais ativo na construção do conhecimento, muda a noção tradicional de autoria, pois o leitor é quem constrói a versão final do texto e permite que o leitor tome decisões durante a leitura, alterando o rumo do texto.

12. (Enem 2009) Texto I

O professor deve ser um guia seguro, muito senhor de sua língua; se outra for a orientação, vamos cair na “língua brasileira”, refúgio nefasto e confissão nojenta de ignorância do idioma pátrio, recurso vergonhoso de homens de cultura falsa e de falso patriotismo.

Como havemos de querer que respeitem a nossa nacionalidade se somos os primeiros a descuidar daquilo que exprime e representa o idioma pátrio?

ALMEIDA, N. M. Gramática metódica da língua portuguesa. Prefácio. São Paulo: Saraiva, 1999 (adaptado).

Texto II

Alguns leitores poderão achar que a linguagem desta Gramática se afasta do padrão estrito usual neste tipo de livro. Assim, o autor escreve tenho que reformular, e não tenho de reformular; pode-se colocar dois constituintes, e não podem-se colocar dois constituintes; e assim por diante. Isso foi feito de caso pensado, com a preocupação de aproximar a linguagem da gramática do padrão atual brasileiro presente nos textos técnicos e jornalísticos de nossa época.

REIS, N. Nota do editor. PERINI, M. A. Gramática descritiva do português. São Paulo: Ática, 1996.

Confrontando-se as opiniões defendidas nos dois textos, conclui-se que:

  1. ambos os textos tratam da questão do uso da língua com o objetivo de criticar a linguagem do brasileiro.
  2. os dois textos defendem a ideia de que o estudo da gramática deve ter o objetivo de ensinar as regras prescritivas da língua.
  3. a questão do português falado no Brasil é abordada nos dois textos, que procuram justificar como é correto e aceitável o uso coloquial do idioma.
  4. o primeiro texto enaltece o padrão estrito da língua, ao passo que o segundo defende que a linguagem jornalística deve criar suas próprias regras gramaticais.
  5. o primeiro texto prega a rigidez gramatical no uso da língua, enquanto o segundo defende uma adequação da língua escrita ao padrão atual brasileiro.

Resposta: E

Resolução: É possível concluir pelos textos que o primeiro texto preconiza o estrito cumprimento das regras gramaticais, enquanto o segundo texto defende a ideia de adequar a linguagem escrita ao padrão brasileiro vigente, tal como é utilizado nos textos técnicos e jornalísticos da época. Ambos os textos discutem o uso da língua portuguesa no Brasil e visam justificar a aceitabilidade do uso da linguagem coloquial. No entanto, o primeiro texto critica o falso patriotismo e o desconhecimento da língua nacional, enquanto o segundo texto não faz nenhuma crítica à língua falada no Brasil.

13. (Enem 2007) A figura abaixo é parte de uma campanha publicitária. Essa campanha publicitária relaciona-se diretamente com a seguinte afirmativa:

Essa campanha publicitária relaciona-se diretamente com a seguinte afirmativa:

  1. o comércio ilícito da fauna silvestre, atividade de grande impacto, é uma ameaça para a biodiversidade nacional.
  2. a manutenção do mico-leão-dourado em jaula é a medida que garante a preservação dessa espécie animal.
  3. o Brasil, primeiro país a eliminar o tráfico do mico-leão-dourado, garantiu a preservação dessa espécie.
  4. o aumento da biodiversidade em outros países depende do comércio ilegal da fauna silvestre brasileira.
  5. o tráfico de animais silvestres é benéfico para a preservação das espécies, pois garante-lhes a sobrevivência.

Resposta: A

Resolução: A campanha publicitária apresenta uma imagem de um mico-leão-dourado em uma jaula e a mensagem "O tráfico de animais silvestres é uma ameaça para a biodiversidade. Ajude a protegê-la". Isso indica que a campanha tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre os riscos e prejuízos do tráfico de animais silvestres para a biodiversidade, o que está de acordo com a afirmativa A, que diz que o comércio ilícito da fauna silvestre é uma ameaça para a biodiversidade nacional.

14. (Enem 2007) Texto I

Álcool, crescimento e pobreza

O lavrador de Ribeirão Preto recebe em média R$ 2,50 por tonelada de cana cortada. Nos anos 80, esse trabalhador cortava cinco toneladas de cana por dia. A mecanização da colheita o obrigou a ser mais produtivo. O corta-cana derruba agora oito toneladas por dia. O trabalhador deve cortar a cana rente ao chão, encurvado. Usa roupas mal-ajambradas, quentes, que lhe cobrem o corpo, para que não seja lanhado pelas folhas da planta. O excesso de trabalho causa a birola: tontura, desmaio, cãibra, convulsão. A fim de aguentar dores e cansaço, esse trabalhador toma drogas e soluções de glicose, quando não farinha mesmo. Tem aumentado o número de mortes por exaustão nos canaviais. O setor da cana produz hoje uns 3,5% do PIB. Exporta US$ 8 bilhões. Gera toda a energia elétrica que consome e ainda vende excedentes. A indústria de São Paulo contrata cientistas e engenheiros para desenvolver máquinas e equipamentos mais eficientes para as usinas de álcool. As pesquisas, privada e pública, na área agrícola (cana, laranja, eucalipto etc.) desenvolvem a bioquímica e a genética no país.

Folha de S. Paulo, 11/3/2007 (com adaptações).

Texto II

ÁLCOOL: O MUNDO DE OLHO EM NOSSA TECNOLOGIA O lavrador de Ribeirão Preto recebe em média R$ 2,50 por tonelada de cana cortada.

— Ah, fico meio encabulado em ter de comer com a mão diante de tanta gente!

ANGELI Folha de S. Paulo, 25/3/2007.

Confrontando-se as informações do texto com as da charge acima, conclui-se que:

  1. a charge contradiz o texto ao mostrar que o Brasil possui tecnologia avançada no setor agrícola.
  2. a charge e o texto abordam, a respeito da cana-de-açúcar brasileira, duas realidades distintas e sem relação entre si.
  3. o texto e a charge consideram a agricultura brasileira avançada, do ponto de vista tecnológico.
  4. a charge mostra o cotidiano do trabalhador, e o texto defende o fim da mecanização da produção da cana-de-açúcar no setor sucroalcooleiro.
  5. o texto mostra disparidades na agricultura brasileira, na qual convivem alta tecnologia e condições precárias de trabalho, que a charge ironiza.

Resposta: E

Resolução: O texto afirma que o setor da cana é responsável por 3,5% do PIB e exporta US$ 8 bilhões, enquanto a charge mostra a pobreza dos trabalhadores da cana.

15. (Enem 2005) Leia estes textos.

Texto 1

(QUINO. O mundo da Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 3)

Texto 2

Sonho Impossível

Sonhar

Mais um sonho impossível

Lutar

Quando é fácil ceder

Vencer o inimigo invencível

Negar quando a regra é vender

Sofrer a tortura implacável

Romper a incabível prisão

Voar num limite improvável

Tocar o inacessível chão

É minha lei, é minha questão

Virar esse mundo

Cravar esse chão

Não me importa saber

Se é terrível demais

Quantas guerras terei que vencer

Por um pouco de paz

E amanhã se esse chão que eu beijei

For meu leito e perdão

Vou saber que valeu delirar

E morrer de paixão

E assim, seja lá como for

Vai ter fim a infinita aflição

E o mundo vai ver uma flor

Brotar do impossível chão.

(J. Darione – M. Leigh – Versão de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra, 1972.)

A tirinha e a canção apresentam uma reflexão sobre o futuro da humanidade. É correto concluir que os dois textos:

  1. afirmam que o homem é capaz de alcançar a paz.
  2. concordam que o desarmamento é inatingível.
  3. julgam que o sonho é um desafio invencível.
  4. têm visões diferentes sobre um possível mundo melhor.
  5. transmitem uma mensagem de otimismo sobre a paz.

Resposta: D

Resolução: Ambos os textos apresentam uma reflexão sobre o futuro da humanidade, mas possuem visões diferentes sobre a possibilidade de um mundo melhor. Na tirinha, Mafalda expressa sua preocupação com o futuro da humanidade e com os problemas que o mundo enfrenta, como as guerras e a corrida armamentista. Já a música "Sonho Impossível" traz uma mensagem de otimismo e a ideia de que é possível superar os obstáculos e alcançar a paz. Portanto, a resposta correta é a opção D, "têm visões diferentes sobre um mundo possível melhor."

16. (Enem 2005) Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros. Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros
Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros
Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros
Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros

Sobre a temática dos “Retirantes”, Portinari também escreveu o seguinte poema:

(....)

Os retirantes vêm vindo com trouxas e embrulhos

Vêm das terras secas e escuras; pedregulhos

Doloridos como fagulhas de carvão aceso

Corpos disformes, uns panos sujos,

Rasgados e sem cor, dependurados

Homens de enorme ventre bojudo

Mulheres com trouxas caídas para o lado

Pançudas, carregando ao colo um garoto

Choramingando, remelento

(....)

(Cândido Portinari. Poemas. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1964.)

Das quatro obras reproduzidas, assinale aquelas que abordam a problemática que é tema do poema.

  1. 1 e 2
  2. 1 e 3
  3. 2 e 3
  4. 3 e 4
  5. 2 e 4

Resposta: C

Resolução: As obras reproduzidas abordam a problemática dos retirantes, que são pessoas que se mudam para outras regiões em busca de condições de vida mais favoráveis, devido à falta de recursos em suas regiões de origem. Portinari retratou essa questão em suas obras, mostrando a dificuldade e a miséria enfrentadas por essas pessoas em suas jornadas de migração. O poema também fala sobre os retirantes, descrevendo suas condições de vida e suas dificuldades

17. (Enem 2005) Leia estes poemas.

Texto 1 - Autorretrato

Provinciano que nunca soube

Escolher bem uma gravata;

Pernambucano a quem repugna

A faca do pernambucano;

Poeta ruim que na arte da prosa

Envelheceu na infância da arte,

E até mesmo escrevendo crônicas

Ficou cronista de província;

Arquiteto falhado, músico

Falhado (engoliu um dia

Um piano, mas o teclado

Ficou de fora); sem família,

Religião ou filosofia;

Mal tendo a inquietação de espírito

Que vem do sobrenatural,

E em matéria de profissão

Um tísico* profissional.

(Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1983. p. 395.)

Texto 2 - Poema de sete faces

Quando eu nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens

que correm atrás de mulheres.

A tarde talvez fosse azul,

não houvesse tantos desejos.

(....)

Meu Deus, por que me abandonaste

se sabias que eu não era Deus

se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo

mais vasto é o meu coração.

(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 53.)

(*) tísico=tuberculoso

Esses poemas têm em comum o fato de:

  1. descreverem aspectos físicos dos próprios autores.
  2. refletirem um sentimento pessimista.
  3. terem a doença como tema.
  4. narrarem a vida dos autores desde o nascimento.
  5. defenderem crenças religiosas.

Resposta: B

Resolução: Ambos os poemas apresentam um tom de autocrítica e pessimismo, mostrando as dificuldades e falhas dos seus autores. No primeiro poema, Manuel Bandeira se descreve como um provinciano, poeta ruim, arquiteto e músico falhado, sem religião ou filosofia e com uma profissão de tísico profissional. Já no segundo poema, Carlos Drummond de Andrade se apresenta como alguém que nasceu "gauche" (desajeitado), enfrenta desejos e dificuldades na vida e se sente abandonado por Deus. Em ambos os casos, os autores expressam sentimentos de inadequação, fracasso e pessimismo em relação a si mesmos e às suas vidas.

18. (Enem 2005) Leia o texto e examine a ilustração:

Óbito do autor

(....) expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia − peneirava − uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: −”Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isto é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.” (....)

(Adaptado. Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Ilustrado por CândidoPortinari. Rio de Janeiro: Cem Bibliófilos do Brasil, 1943. p.1.)

Compare o texto de Machado de Assis com a ilustração de Portinari. É correto afirmar que a ilustração do pintor:

  1. apresenta detalhes ausentes na cena descrita no texto verbal.
  2. retrata fielmente a cena descrita por Machado de Assis.
  3. distorce a cena descrita no romance.
  4. expressa um sentimento inadequado à situação.
  5. contraria o que descreve Machado de Assis.

Resposta: A

Resolução: É correto dizer que a ilustração de Portinari apresenta detalhes ausentes na cena descrita no texto verbal. O texto descreve a cena de um funeral, com a menção de onze amigos presentes e o tempo chuvoso e sombrio. A ilustração, por outro lado, mostra um grupo de pessoas carregando um caixão por uma bela paisagem verde, sem menção de chuva ou escuridão. Portanto, a ilustração adiciona detalhes à cena descrita no texto, ao invés de representá-la com precisão.

19. (Enem 2005) A DANÇA E A ALMA

A DANÇA? Não é movimento,

súbito gesto musical.

É concentração, num momento,

da humana graça natural.

No solo não, no éter pairamos,

nele amaríamos ficar.

A dança – não vento nos ramos:

seiva, força, perene estar.

Um estar entre céu e chão,

novo domínio conquistado, onde busque nossa paixão

libertar-se por todo lado...

Onde a alma possa descrever

suas mais divinas parábolas

sem fugir à forma do ser,

por sobre o mistério das fábulas.

(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 366.)

A definição de dança, em linguagem de dicionário, que mais se aproxima do que está expresso no poema é:

  1. a mais antiga das artes, servindo como elemento de comunicação e afirmação do homem em todos os momentos de sua existência.
  2. a forma de expressão corporal que ultrapassa os limites físicos, possibilitando ao homem a liberação de seu espírito.
  3. a manifestação do ser humano, formada por uma sequência de gestos, passos e movimentos desconcertados.
  4. o conjunto organizado de movimentos do corpo, com ritmo determinado por instrumentos musicais, ruídos, cantos, emoções etc.
  5. o movimento diretamente ligado ao psiquismo do indivíduo e, por consequência, ao seu desenvolvimento intelectual e à sua cultura.

Resposta: B

Resolução: O poema "A Dança e a Alma" de Carlos Drummond de Andrade apresenta a dança como forma de expressão que permite à alma humana comunicar-se através do corpo, transcendendo os limites físicos e permitindo a libertação do espírito. Essa definição de dança está mais alinhada com a opção B, que descreve a dança como "uma forma de expressão corporal que ultrapassa os limites físicos, permitindo a liberação do espírito humano". A opção B capta com precisão a ideia de que a dança permite que o indivíduo se expresse além de seu corpo físico e se conecte com um nível espiritual mais profundo do ser.

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