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Lygia Fagundes Telles

Lista de 13 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Lygia Fagundes Telles com questões de Vestibulares.


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01. (ACAFE) Sobre as obras indicadas para o Vestibular Acafe – Inverno 2021, assinale a alternativa que se refere ao conto “A caçada”, de Lygia Fagundes Telles.

  1. Para compor o espaço físico onde a ação irá se desenvolver, empregam-se imagens de percepção sensória. Assim, o leitor sente o cheiro da loja: “tinha o cheiro de uma arca de sacristia com seus panos embolorados e livros comidos de traça”; tem a sensação do tato, por intermédio da personagem, que, “com a ponta dos dedos, o homem toca em uma pilha de livros”; vê detalhes do lugar, “uma mariposa levantou voo e foi chocar-se contra uma imagem de mãos decepadas”.
  2. O primeiro médico a examinar o personagem protagonista Vicente Mascarenhas é identificado como o responsável pelo Pavilhão de Observação do Hospício. No dia seguinte, o exame ocorreria logo pela manhã, após Vicente passar a noite com pessoas consideradas miseráveis e indigentes, que eram levadas ao hospício em carros da polícia. Sobre esse médico, cujo nome não é revelado, o narrador fez a seguinte observação: "um moço, pois o era, em toda a linha, inteligente, simpático e bom..."
  3. Após acentuar que o rei “tinha cruel vocação pela caça de abelhas ferozes” a ponto de permanecer “muitos dias sem comer” quando a ela se dedicava, emparelha num período elementos grandiosos e minúsculos – “no alvoroço da caça, armado de estilingue e minúsculas pedras afiadas, exigia dos escravos que abrissem as matas com longos facões imperiais” – de cujo confronto resulta a ironia e o ridículo.
  4. A temática da negritudes é evocada em muitos textos, a exemplo de “Emparedado”, em prosa, em que “por uma questão banal da química biológica do pigmento ficam alguns mais rebeldes e curiosos fósseis preocupados, a ruminar primitivas erudições, perdidos e atrelados pelas longas galerias submarinas de uma sabedoria infinita, esmagadora, irrevogável”.

02. (UFN) Sobre a obra de Lygia Fagundes Telles, assinale a alternativa incorreta.

  1. Lygia Fagundes Telles aprimorou a técnica de composição em narrativas curtas, trazendo uma preocupação nitidamente psicológica na criação de seus contos.
  2. Ao expor de forma incisiva as fraquezas humanas, explora os estados de angústia em que suas personagens se encontram, experimentando uma imensa solidão.
  3. O tema da relação amorosa entre o homem e a mulher destaca-se na maioria de seus contos.
  4. O espaço urbano, em sua variada galeria de tipos sociais, forneceu a Lygia Fagundes Telles matériaprima para a construção de suas narrativas.
  5. Os contos da escritora trazem, quase sempre, o homem no centro das narrativas, abordando as diversas facetas que compõem o interior masculino.

03. (UPF) O romance As meninas, publicado por Lygia Fagundes Telles na década de ___________, coloca no centro da narrativa três universitárias que moram em um pensionato na cidade de ___________, durante _______________ vigente no país, período ao qual remete diretamente a atuação política de ____________ e de seu namorado.

Assinale a alternativa cujas informações preenchem corretamente as lacunas do enunciado.

  1. setenta / São Paulo / a ditadura militar / Lia.
  2. setenta / São Paulo / a ditadura militar / Lorena.
  3. setenta / Belo Horizonte / a ditadura militar / Lorena.
  4. oitenta / São Paulo / o processo de redemocratização / Lia.
  5. oitenta / Belo Horizonte / o processo de redemocratização / Ana Clara.

04. (FDV) Leia o diálogo entre as personagens do romance mencionado – Lia e Lorena –, depois, responda o que se pede:

“— Ingleses? – pergunto. – Prefiro nossos biscoitos e nossa música. Chega de colonialismo cultural.

— Mas nossa música não me comove, querida. Se os seus baianos dizem que estão desesperados, acredito, acho ótimo. Mas se vem John Lennon e diz a mesma coisa, então vibro, fico mística. Sou mística.

— Você é fresca.

(TELLES, Lygia Fagundes. As meninas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p.13)

O diálogo apresenta posições antagônicas, registrando o debate entre o nacionalismo e as influências estrangeiras. Esse debate NÃO esteve presente nas produções do:

  1. Romantismo.
  2. Modernismo.
  3. Simbolismo.
  4. Tropicalismo.
  5. Romance regionalista de 30.

05. (UFGD) Leia o fragmento recortado do conto Senhor Diretor, integrante da coletânea de contos Seminário dos Ratos, de Lygia Fagundes Telles.

Seca tudo, a velhice é seca, toda água evaporou de mim, minha pele secou, as unhas secaram, o cabelo que estala e quebra no pente. O sexo sem secreções. Seco. Faz tempo que a fonte secou completamente, fonte selada. A única diferença é que um dia, no nordeste, volta a chuva.

TELLES, Lygia Fagundes. Senhor Diretor. In. ___. Seminário dos ratos. 8. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, p. 27.

Essa narrativa é marcada por duas vozes: a do narrador e a da protagonista, Maria Emília, que escreve mentalmente uma carta ao diretor de uma revista. Maria Emília deseja compor uma carta que denuncie a imagem erótica usada para uma propaganda. Ao final, acaba por falar de si, de seus medos e de seus desejos abafados. No que se refere às reflexões da personagem, assinale a alternativa correta.

  1. Senhor Diretor destoa da obra Seminário dos Ratos, uma vez que a temática central dos demais contos está voltada para a denúncia da política instaurada, naquele momento, no Brasil.
  2. O conto deseja denunciar a hipocrisia de falsos moralistas. Maria Emília desprezava a amiga Mariana, porque ela tinha roubado o único namorado que conseguiu ter na juventude.
  3. Maria Emília tinha sessenta anos e era virgem. Ao escrever mentalmente a carta, percebe que sua infelicidade é resultado do fato de nunca ter conseguido atrair nenhum homem.
  4. Senhor Diretor discute a sexualidade feminina e denuncia, a partir da voz de sua protagonista, a repressão sexual sofrida pelas mulheres. O julgamento que faz da amiga Mariana, a revelação de seus desejos abafados e a forma com que ataca a publicidade encontrada no jornal são resultados de uma mulher que se reconhece envelhecida e presa à instrução moralista que recebeu durante a sua vida.
  5. “A única diferença é que um dia, no nordeste, volta a chuva”; neste momento, Maria Emília compara a imagem do periódico com a seca nordestina. Mostra que os corpos dos jovens vão envelhecer, perder o vigor enquanto que, no nordeste, a chuva pode rejuvenescer a terra.

06. (FDV) O romance As meninas, de Lygia Fagundes Telles, quarenta anos depois do seu lançamento, ainda pode ser considerado atual pelos motivos abaixo, EXCETO:

  1. Por expressar com habilidade os dilemas íntimos do ser humano na esfera emocional, social e política.
  2. Por falar de problemas ainda enfrentados pelas mulheres nos dias de hoje, como a busca por reconhecimento e realização no plano afetivo.
  3. Pela qualidade inequívoca da sua linguagem
  4. Por destacar o grave problema social da miséria extrema.
  5. Por tratar de temas como uso de drogas, abusos e carência afetiva.

07. (UFGD) Leia os fragmentos a seguir e assinale a qual obra ele pertence: Seminário dos Ratos, de Lygia Fagundes Telles ou O Menino de Engenho, de José Lins do Rego:

I. “Ela me impeliu na direção da porta. Tínhamos outra escolha? Nenhuma pensão nas redondezas oferecia um preço melhor a duas pobres estudantes, com liberdade de usar o fogareiro no quarto, a dona nos avisara por telefone que podíamos fazer refeições ligeiras com a condição de não provocar incêndio. Subimos a escada velhíssima, cheirando a creolina”;

II. “Era um homem alto e bonito, com uns olhos grandes e um bigode preto. Sempre que estava comigo, era a beijar-me, a contar-me histórias, a fazer-me as vontades. Tudo dele era para mim. Eu mexia nos seus livros, sujava as suas roupas, e meu pai não se importava”.

III. “A velha chamou-me para junto da cama, olhou-me de pertinho como um míope que quisesse ler com atenção, e caiu num choro agoniado”.

IV. “A mulher nos examinou com indiferença. Devia estar pensando em outra coisa quando soltou uma baforada tão densa que precisei desviar a cara. A saleta era escura, atulhada de móveis velhos, desparelhados. No sofá de palhinha furada no assento, duas almofadas que pareciam ter sido feitas com os restos de um antigo vestido, os bordados salpicados de vidrilho”.

V. “Guardo a roupa no armário. Calço os chinelos. Antes de vestir o roupão enfrento o espelho inteiro e nu. Ainda em forma, por que não? E o meu golfe? Meu tênis, porra. Talvez um pouco de estômago. Pego a dobra com dois dedos, está aqui o excesso. Encolho a barriga e viro de perfil até ver meu queixo duplo com o rabo do olho”.

  1. Os fragmentos I e II são de Seminário dos Ratos.
  2. Apenas II e V pertencem à Menino de Engenho.
  3. Todos os fragmentos foram extraídos de Seminário dos Ratos.
  4. Os fragmentos I, IV e V estão em Seminário dos Ratos.
  5. I e IV fazem parte de Menino de Engenho.

08. (IFSulDeMinas) A questão refere-se à leitura das obras Noite na taverna, Antes do Baile Verde e do conto O burrinho Pedrês presente no livro Sagarana.

Assinale a alternativa que contempla a melhor análise acerca do livro Antes do Baile Verde de Lygia Fagundes Telles.

  1. Telles traz à tona discussões que tangem às camadas sociais marginalizadas, cujos conflitos e temáticas fogem da realidade, ao modo do escapismo romântico.
  2. Telles ratifica a fragilidade feminina em meio a uma sociedade patriarcal, cuja figura do homem mantém uma família-clã que inclui, além da esposa oficial, eventuais concubinas.
  3. De linguagem clara e concisa, Telles desenvolve um enredo ágil, descartando o que seria supérfluo para ficção, abordando temas que vão do adultério à ruptura estrutural da tradicional concepção de família.
  4. Por meio de uma narrativa lenta, Telles carrega seus contos de uma linguagem rebuscada, transmitindo ao leitor a morosidade habitual da sociedade contemporânea.

09. (UFRGS) Leia o fragmento a seguir da obra As meninas, de Lygia Fagundes Telles, em que a personagem Lia conversa com o motorista de Lorena.

- A filha também lhe dá alegria? Ele demora na resposta. Vejo sua boca entortar.

- Essa moda que vocês têm, essa de liberdade. Cismou de andar solta demais e não topo isso. Agora inventou de estudar de novo. Entrou num curso de madureza.

- E isso não é bom?

- Só sei que antes de fechar os olhos quero ver a garota casada, é só o que peço a Deus. Ver ela casada.

- Garantida, o senhor quer dizer. Mas ela pode estudar, ter uma profissão e casar também, não é mais garantido assim? Se casar errado, fica desempregada. Mais velha, com filhos, entende [...].

- A Loreninha também fala assim mas vocês são de família rica, podem ter esses luxos. Minha filha é moça pobre e lugar de moça pobre é em casa, com o marido, com os filhos. Estudar só serve pra atrapalhar a cabeça dela quando estiver lavando roupa no tanque.

Considere as afirmações abaixo, a respeito da situação da mulher, tema ilustrado no fragmento acima e presente em outros momentos do romance.

I - O discurso do motorista é exemplo de postura patriarcalista, que desaprova a liberdade da mulher, especialmente se ela for de classe baixa, pois a maior aspiração que ela pode ter na vida é o casamento.

II - A sexualidade feminina não é tema tratado no romance, aparecendo apenas de modo difuso, afim de escapar da censura vigente à época de sua publicação, em 1973.

III - As ideias de Lia mostram sua postura libertária em relação ao papel da mulher na sociedade, contrariando as visões estereotipadas que a reduzem a um ser passivo e dependente dos homens.

Quais estão corretas?

  1. Apenas I.
  2. Apenas II.
  3. Apenas I e III.
  4. Apenas II e III.
  5. I, II e III.

10. (UFRGS) No bloco superior abaixo, estão listadas personagens do romance; no inferior, características dessas personagens.

Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.

1. Lorena Vaz Leme

2. Lia de Melo Shultz

3. Ana Clara Conceição

( ) É modelo, viciada em drogas, e divide-se entre o noivo rico e o amante traficante.

( ) Envolve-se na militância política contra a ditadura e presencia a prisão de seu namorado.

( ) É culta, vive trancada em seu quartoconcha, possui um passado trágico, relacionado à morte do irmão e à loucura do pai.

( ) É filha de mãe baiana, vai para São Paulo estudar Ciências Sociais, fugindo do passado sombrio do pai, um ex-militar nazista.

A sequência correta, de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

referem-se à obra As meninas, de Lygia Fagundes Telles.

  1. 3 – 2 – 1 – 3.
  2. 2 – 3 – 3 – 2.
  3. 2 – 3 – 3 – 1.
  4. 1 – 2 – 1 – 2.
  5. 3 – 2 – 1 – 2

11. (UEM) Com relação a Lygia Fagundes Telles e aos contos de Antes do baile verde, assinale a alternativa correta

  1. A ficção produzida por Lygia Fagundes Telles é classificada pela crítica como "prosa urbana". Trata-se de uma obra cuja temática gira em torno de tópicos como a desumanidade, a violência, a solidão, a marginalização, o vazio associado à vida moderna, a luta de classes, além de outros aspectos que caracterizam o cotidiano das grandes metrópoles.
  2. O conto "Os objetos" gira em torno de uma situação emblemática da pós-modernidade: inspirado na técnica cinematográfica, a narrativa construída por meio da fragmentação enfoca a falta de sentido do culto que o homem contemporâneo rende a certos objetos e hábitos.
  3. O conto "Apenas um saxofone" foge à temática recorrente na ficção de Lygia Fagundes Telles – o triângulo amoroso e o relacionamento conjugal – para se centrar no tema da prostituição e da ascensão social, em uma espécie de retomada das narrativas românticas típicas do século XIX.
  4. O conto "Eu era mudo e só" qualifica-se como "prosa intimista", estilo predominante na ficção de Lygia Fagundes Telles, caracterizado pela observação psicológica das personagens, pela introspecção e pelo entrelaçamento do lirismo com o realismo, à moda de Clarice Lispector.
  5. O conto "As pérolas" qualifica-se como um típico exemplo da "prosa política", uma das vertentes da literatura brasileira contemporânea que, para contornar a ação da censura durante a ditadura militar, vale-se de estratégias narrativas como a do "realismo mágico", cujo objetivo é enfocar uma situação absurda que reflita metaforicamente a situação do país.

Leia o trecho do romance Ciranda de pedra, de Lygia Fagundes Telles, para responder às questões 12 e 13.

O quarto estava na penumbra, impregnado de um perfume adocicado e morno. A doente estava deitada no divã.

O roupão azul, frouxamente entreaberto no busto, deixava entrever o colo magro, da brancura seca do gesso. O rosto parecia tranquilo em meio à cabeleira em desordem, de um louro sem brilho.

[...] Pousou o olhar em Virgínia. — E quem é esta menina? Virgínia aproximou-se. “Outra vez, meu Deus, outra vez?!”

— Sou eu, mãe. Laura cerrou os grandes olhos mortiços. Tinha a expressão serena mas desatenta.

— Eu sou sua mãe, eu sou sua mãe — repetiu como uma criança obediente que consegue decorar a lição sem contudo entendê-la. Sorriu. — Eu estava brincando...

“Será melhor esperar”, resolveu Virgínia ajoelhando-se ao lado do divã. Se lhe perguntassem esperar o quê, não saberia responder. Apenas esperava. Uma vez surpreendeu uma mariposa presa numa teia. “Fuja depressa, fuja!”, desejara sem coragem de intervir. Mas a mariposa se deixava envolver sem nenhuma resistência no viscoso tecido cinzento que a aranha ia acumulando em torno de suas asas. Assim via a mãe, enleada em fios que lhe tapavam os ouvidos, os olhos, a boca. Não adiantava dizer-lhe nada. Nem mostrar- -lhe nada. Falas e pessoas batiam naquele invólucro macio e ao mesmo tempo resistente como uma carapaça, batiam e voltavam e batiam novamente num vaivém inútil. Apenas uma pessoa conseguia penetrar no emaranhado: Daniel.

(Ciranda de pedra, 2009.)

12. (UEA-SIS-3 2025) Não fosse a doença, a comparação com a mariposa enredada permitiria caracterizar Laura como uma mulher

  1. ensimesmada.
  2. inconveniente.
  3. enigmática.
  4. insistente.
  5. extrovertida

13. (UEA-SIS-3 2025) Verifica-se o emprego de vírgula para isolar um vocativo em:

  1. “O roupão azul, frouxamente entreaberto no busto, deixava entrever o colo magro, da brancura seca do gesso.” (1º parágrafo)
  2. “Virgínia aproximou-se. ‘Outra vez, meu Deus, outra vez?!’” (3º parágrafo)
  3. “— Eu sou sua mãe, eu sou sua mãe — repetiu como uma criança obediente que consegue decorar a lição sem contudo entendê-la.” (6º parágrafo)
  4. “‘Fuja depressa, fuja!’, desejara sem coragem de intervir.” (7º parágrafo)
  5. “Assim via a mãe, enleada em fios que lhe tapavam os ouvidos, os olhos, a boca.” (7º parágrafo)

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