Memórias de um Sargento de Milícias: Manuel Antônio de Almeida
Lista de 10 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Memórias de um Sargento de Milícias: Manuel Antônio de Almeida com questões de Vestibulares.
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01. (UEMA) O livro Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida, foi publicado em folhetins no ano de 1853. Caracteriza-se por documentar os costumes, os comportamentos e os tipos sociais da classe média da sociedade brasileira do tempo do rei D. João VI, ignorados pela literatura até então. É considerado um clássico da literatura brasileira do século XIX.
O fragmento a seguir é parte do capítulo intitulado Estralada, no qual o personagem Leonardo Pataca, para vingar-se de um desafeto seu, contrata o valentão Chico-Juca. Leia-o para responder à questão.
[...]
— Isto passa de mais... varro... menos essa, senhor Chico-Juca; nada de graças pesadas com essa moça, que é cá coisa minha...
O Chico-Juca estava com efeito há mais de meia hora a dirigir graçolas das suas a uma moça que ele bem sabia que era coisa do rapaz que estava tocando; tanto fez que este, tendo percebido, proferiu aquelas palavras que acabamos de ouvir.
— Você respinga?!... - respondeu-lhe o Chico-Juca dirigindo-se para ele.
O rapaz, que não era peco, pôs-se em pé e replicou:
— Tenho dito, nada de graças com ela!...
[...]
ALMEIDA, M. A. Memórias de um Sargento de Milícias. Porto Alegre: L&PM, 2015.
A voz narrativa predominante no livro Memórias de um Sargento de Milícias é a 3a. pessoa, o que pode criar um certo distanciamento do narrador em relação aos fatos narrados.
No fragmento, notase que essa voz oscila, revelando um narrador que se coloca como testemunha da situação retratada, conforme o seguinte trecho:
- “— Tenho dito, nada de graças com ela!...” (5º.§)
- “[...] proferiu aquelas palavras que acabamos de ouvir.” (2º.§)
- “[...] nada de graças pesadas com essa moça, que é cá coisa minha...” (1º.§)
- “— Você respinga?!... respondeu-lhe o Chico-Juca dirigindo-se para ele.” (3º.§)
- “O rapaz, que não era peco, pôs-se em pé e replicou:” (4º.§)
02. (Unaerp) No romance Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, a personagem central é Leonardinho, de quem se pode afirmar que
No romance Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, a personagem central é Leonardinho, de quem se pode afirmar que
- é uma personagem de ambígua, dividida entre sua cultura de origem, mais rude, e as boas maneiras, o que lhe facilita o trânsito entre pessoas de uma classe social mais elevada.
- é uma personagem contraditória, cujas sutilezas e capacidade de introspecção o situam no limiar das personagens do Realismo, quando então se daria maior atenção à análise psicológica.
- destoa da expectativa do Romantismo, visto que é movido por ações circunstanciais, sem objetivo definido.
- é um herói tipicamente romântico, tendo como resultado de suas corajosas aventuras o casamento com sua amada (Luisinha), que lhe proporciona a felicidade pretendida.
- atua como um anti-herói romântico, pois sua personalidade, seu comportamento e sua trajetória de vida o impedem de realizar plenamente seus ideais cultivados na juventude.
03. (UFRGS) Assinale a alternativa correta a respeito de Memórias de um sargento de milícias , de Manuel Antonio de Almeida.
- Leonardinho é filho de agricultores portugueses, imigrantes que vieram para o Brasil junto com D. Manuel.
- O compadre e a comadre representam o trabalhador da indústria que nascia na organização econômica brasileira.
- A união entre o jovem Leonardo e Luisinha estabelece-se como marca romântica no romance, pois recupera o ideal do amor juvenil coroado pelo casamento.
- Leonardo é o típico herói romântico: sonhador e devotado à amada.
- O romance não apresenta definição de coordenadas temporais e espaciais, pois sua ação pode ocorrer tanto no Rio de Janeiro quanto em Salvador.
04. (UEMA) O texto a seguir, extraído do capítulo Caldo Entornado, serve de base para responder à questão.
[...] Um dia o toma-largura tinha saído em serviço; ninguém esperava por ele tão cedo; eram onze horas da manhã. O Leonardo, por um daqueles milhares de escaninhos que existem na ucharia, tinha ido ter à casa do toma-largura. Ninguém porém pense que era para maus fins. Pelo contrário era para o fim muito louvável de levar à pobre moça uma tigela de caldo do que há pouco fora mandado a el-rei... Obséquio de empregado da ucharia. Não há aqui nada de censurável. Seria entretanto muito digno de censura que quem recebia tal obséquio não o procurasse pagar com um extremo de civilidade; a moça convidou pois ao Leonardo para ajudá-la a tomar o caldo. E que grosseiro seria ele se não aceitasse tão belo oferecimento? Aceitou.[...]
ALMEIDA, M. A. Memórias de um Sargento de Milícias. Porto Alegre: L&PM, 2015.
No livro Memórias de um Sargento de Milícias, são relatados alguns dos casos amorosos do personagem Leonardo.
No fragmento acima, considerando a ironia do narrador, a ideia de que Leonardo teria um interesse particular pela jovem encontra respaldo no fato de o personagem
- visitá-la tão somente na ausência do marido.
- dirigir-se furtivamente à casa do toma-largura.
- levar-lhe da mesma comida servida ao rei.
- preocupar-se com a qualidade de sua alimentação.
- prestar-lhe um favor sem segundas intenções.
05. (FAAP) Sobre o romance Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, está correto afirmar que:
- as aventuras e desventuras de Leonardinho conduzem o protagonista a apuros dos quais ele sempre se salva, graças a seus protetores.
- o protagonista, herói romântico, mantém fidelidade amorosa a Luisinha e recusa-se a ter um relacionamento amoroso com a sedutora Vidinha quando a conhece.
- trata-se de um romance romântico convencional, que se constrói em torno da figura do malandro, personagem que tem influências popularescas.
- o barbeiro, personagem completamente adequado à sociedade, ao revelar as origens, evoca um passado exemplar.
- trata-se de um romance de memórias narrado pelo próprio protagonista Leonardinho, que tece comentários e digressões no desenrolar dos acontecimentos.
06. (Fuvest) Considerando-se o intervalo entre o contexto em que transcorre o enredo da obra Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, e a época de sua publicação, é correto afirmar que a esse período corresponde o processo de
- reforma e crise do Império Português na América.
- triunfo de uma consciência nativista e nacionalista na colônia.
- Independência do Brasil e formação de seu Estado nacional.
- consolidação do Estado nacional e de crise do regime monárquico brasileiro.
- Proclamação da República e instauração da Primeira República.
07. (PUC-SP) Memórias de um Sargento de Milícias cronologicamente faz parte da literatura romântica brasileira; no entanto, torna-se uma obra atípica em relação ao momento em que foi escrita. Das alternativas abaixo, indique a que não valida essa afirmação porque
- seu enredo é marcado por intenso e trágico sofrimento amoroso cujo desfecho concretiza um final feliz, com a união conjugal e ascensão social dos personagens.
- sua linguagem é marcada pela oralidade e coloquialidade, em tom de crônica jornalística, ilustrando a prática de que se deve escrever como se fala.
- obra caracterizada pela ausência do tom açucarado e idealizador da literatura romântica, visto que as relações sentimentais não se dão nem pela grandeza no sofrimento, nem pela redenção pela dor.
- a caracterização dos personagens ou fere a descrição sempre idealizada do perfil feminino ou configura traços de um herói pelo avesso mais marcado por defeitos que por virtudes.
08. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações sobre Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida.
I - O romance, narrado em primeira pessoa, apresenta tipos humanos e costumes da cidade do Rio de Janeiro e do mundo rural carioca, na época do rei português D. João VI.
II - Leonardo, personagem principal do romance, relaciona-se com Vidinha, moça pobre e festeira, embora se interesse também por Luisinha, uma jovem herdeira que se casa com outro pretendente, mas que, depois de enviuvar, volta a encontrar Leonardo.
III - Vidigal é a autoridade policial no Rio de Janeiro e comanda seus homens para que a ordem seja mantida. Disso resulta o conflito com Leonardo, cujo comportamento, atitudes e aventuras provocam desordem e confusão.
Quais estão corretas?
- Apenas I.
- Apenas II.
- Apenas I e III.
- Apenas II e III.
- I, II e III.
09. (Albert Einstein) Era no tempo do rei.
Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvidor e da Quitanda, cortando-se mutuamente, chamava-se nesse tempo – O Canto dos Meirinhos -; e bem lhe assentava o nome, porque era aí o lugar de encontro favorito de todos os indivíduos dessa classe (que gozava então de não pequena consideração). Os meirinhos de hoje não são mais do que a sombra caricata dos meirinhos do tempo do rei: esses eram gente temível e temida, respeitável e respeitada; formavam um dos extremos da formidável cadeia judiciária que envolvia todo o Rio de Janeiro no tempo em que a demanda era entre nós e um elemento da vida: o extremo oposto eram os desembargadores (...).
O trecho acima inicia o romance Memórias de um Sargento de Milícias, escrito em forma de folhetim entre 1852 e 1853 por Manoel Antonio de Almeida. Deste romance como um todo, é correto afirmar que
- reveste-se de comicidade, na linha do pitoresco, e desenvolve sátira saborosa aos costumes da época, que atinge todas as camadas sociais, em particular os políticos e os poderosos.
- apresenta personagem feminina, Luisinha, cuja descrição fere a caracterização sempre idealizada do perfil de mulher dentro da estética romântica.
- caracteriza um romance histórico que pretende narrar fatos de tonalidade épica e heroica da vida brasileira, ambientados no tempo do rei e vividos por seus principais protagonistas.
- configura personagens populares que, pela primeira vez, comparecem no romance brasileiro e que se tornam responsáveis pelo desprestígio da literatura brasileira junto ao público leitor da época.
10. (UNEMAT) "[...] O Leonardo abandonara de uma vez para sempre a casa fatal onde tinha sofrido tamanha infelicidade; nem mesmo passara mais por aquelas alturas; de maneira que o compadre por muito tempo não lhe pôde pôr a vista em cima. O pequeno, enquanto se achou novato em casa do padrinho, portou-se com toda a sisudez e gravidade; apenas porém foi tomando mais familiaridade, começou a pôr as manguinhas de fora. Apesar disto porém captou do padrinho maior afeição, que se foi aumentando de dia em dia, e que em breve chegou ao extremo da amizade cega e apaixonada. Até nas próprias travessuras do menino, as mais das vezes malignas, achava o bom do homem muita graça; não havia para ele em todo o bairro rapazinho mais bonito, e não se fartava de contar à vizinhança tudo o que ele dizia e fazia; às vezes eram verdadeiras ações de menino malcriado, que ele achava cheio de espírito e de viveza; outras vezes eram ditos que denotavam já muita velhacaria para aquela idade, e que ele julgava os mais ingênuos do mundo. Era isto natural em um homem de uma vida como a sua; tinha já 50 e tantos anos, nunca tinha tido afeições; passara sempre só, isolado; era verdadeiro partidário do mais decidido celibato. Assim à primeira afeição que fora levado a contrair sua alma expandiu-se toda inteira, e seu amor pelo pequeno subiu ao grau de rematada cegueira. Este, aproveitando-se da imunidade em que se achava por tal motivo, fazia tudo quanto lhe vinha à cabeça.
[...].
ALMEIDA, Manuel Ant�nio de. Mem�rias de um sargento de mil�cias. Bras�lia: Minist�rio da Educa��o/ Funda��o Biblioteca Nacional/ Departamento Nacional do Livro, s/d. Dispon�vel em: http://noticias.universia.com.br/net/files/2017/2/10/memorias-deumsargento-de-milicias-manuel-antonio-de-almeida.pdf. Acesso em: abr. 2019.
Memórias de um sargento de milícias é um romance de transição, uma vez que se localiza, temporalmente, entre o fim do romantismo e o início do realismo, tornando-se precursor deste último. A narrativa apresenta como protagonista um anti-herói, que, de acordo com os estudos literários, é uma categoria de personagens que não está dotada das virtudes tradicionalmente atribuídas ao herói, uma vez que seus atos tornam-se moralmente questionáveis. Porém, eles recebem a aprovação dos leitores, pela simpatia e carisma que acabam justificando os atos de malandragem.
Considerando-se o fragmento que constitui o texto base, assinale a alternativa cujas expressões caracterizam o protagonista na sua condição de antiherói.
- "Travessuras do menino, as mais das vezes malignas"; "não se fartava de contar à vizinhança tudo o que ele dizia e fazia"; "portou-se com toda a sisudez e gravidade".
- "Em breve chegou ao extremo da amizade cega e apaixonada"; "pôr as manguinhas de fora"; "não havia para ele em todo o bairro rapazinho mais bonito".
- "Travessuras do menino, as mais das vezes malignas"; "menino malcriado"; "velhacaria para aquela idade".
- "Portou-se com toda a sisudez e gravidade"; "pôr as manguinhas de fora"; "não havia para ele em todo o bairro rapazinho mais bonito"
- "Menino malcriado"; "velhacaria para aquela idade"; "não havia para ele em todo o bairro rapazinho mais bonito".