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Simbolismo II

Lista de 15 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Simbolismo com questões de Vestibulares.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Simbolismo.




01. (PUC-RS) INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o poema “O mar”, de Cruz e Sousa.

Que nostalgia vem das tuas vagas,

Ó velho mar, ó lutador oceano!

Tu de saudades íntimas alagas

O mais profundo coração humano.


Sim! Do teu choro enorme e soberano,

Do teu gemer nas desoladas plagas,

Sai o quer que é, rude sultão ufano,

Que abre nos peitos verdadeiras chagas.


Ó mar! ó mar! embora esse eletrismo,

Tu tens em ti o gérmen do lirismo,

És um poeta lírico demais.


E eu para rir com bom humor das tuas

Nevroses colossais, bastam-me as luas

Quando fazem luzir os seus metais.


Com base no poema e em seu contexto, preencha os parênteses com V para verdadeiro e F para falso.

( ) A obsessão pelo branco, uma das características de Cruz e Sousa, aparece de forma intensa neste poema.

( ) O soneto, através do uso da personificação, estabelece uma relação de correspondência entre o mar e o poeta.

( ) O mar surge, no poema, como um elemento catalizador de memórias e de inspiração.

( ) O soneto expressa forte musicalidade, revelada no cuidado com a linguagem, embora seja composto de versos brancos.

O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

  1. F – V – V – V
  2. F – V – V – F
  3. F – V – F – F
  4. V – F – V – V
  5. V – F – F – V

02. (ESPM) Do léxico de Cruz e Sousa, especialmente o dos primeiros livros, já se disse que, além da presença explicável de termos litúrgicos, traía a obsessão do branco, fator comum a tantas de suas metáforas (...) Ao que se pode acrescer a não menor frequência de objetos luminosos ou translúcidos.

(Alfredo Bosi, História Concisa da Literatura Brasileira)

Os versos que confirmam de modo mais preciso as características apontadas no texto são:

  1. Ó Formas alvas, brancas. Formas claras
    De luares, de neves, de neblinas!...
    Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
    Incensos dos turíbulos das aras... (“Antífona”)
  2. Para as Estrelas de cristais gelados
    As ânsias e os desejos vão subindo,
    Galgando azuis e siderais noivados
    De nuvens brancas a amplidão vestindo. (“Siderações”)
  3. Nesse lábio mordente e convulsivo,
    Ri, ri risadas de expressão violenta
    O Amor, trágico e triste, e passa, lenta,
    A morte, o espasmo gélido, aflitivo... (“Lésbia”)
  4. Alma! Que tu não chores e não gemas,
    Teu amor voltou agora.
    Ei-lo que chega das mansões extremas,
    Lá onde a loucura mora! (“Ressurreição”)
  5. As minhas carnes se dilaceraram
    E vão, das llusões que flamejaram,
    Com o próprio sangue fecundando as terras...(“ Clamando”)

03. (UESB) Cansei-me de tentar o teu segredo:

No teu olhar sem cor, — frio escalpelo, —

O meu olhar quebrei, a debatê-lo,

Como a onda na crista dum rochedo.


Segredo dessa alma, e meu degredo

E minha obsessão! Para bebê-lo,

Fui teu lábio oscular, num pesadelo,

Por noites de pavor, cheio de medo.


E o meu ósculo ardente, alucinado,

Esfriou sobre o mármore correto

Desse entreaberto lábio gelado...


Desse lábio de mármore, discreto,

Severo como um túmulo fechado,

Sereno como um pélago quieto.

PESSANHA, Camilo. Clepsidra: poemas de Camilo Pessanha. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009. p. 63.

O sujeito poético

  1. mostra-se desencantado pela impossibilidade de realização do desejo.
  2. experimenta a sensação de exilado decorrente do distanciamento físico da amada.
  3. projeta-se num tempo futuro a fim de alcançar a felicidade.
  4. sublima o sentimento amoroso, afastando-se de uma atmosfera erótica.
  5. revela-se como um ser emocionalmente instável, oscilando entre sentimentos antitéticos.

04. (UESB) Cansei-me de tentar o teu segredo:

No teu olhar sem cor, — frio escalpelo, —

O meu olhar quebrei, a debatê-lo,

Como a onda na crista dum rochedo.


Segredo dessa alma, e meu degredo

E minha obsessão! Para bebê-lo,

Fui teu lábio oscular, num pesadelo,

Por noites de pavor, cheio de medo.


E o meu ósculo ardente, alucinado,

Esfriou sobre o mármore correto

Desse entreaberto lábio gelado...


Desse lábio de mármore, discreto,

Severo como um túmulo fechado,

Sereno como um pélago quieto.

PESSANHA, Camilo. Clepsidra: poemas de Camilo Pessanha. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009. p. 63.

As comparações utilizadas pelo poeta sugerem

  1. ansiedade.
  2. orgulho.
  3. indiferença.
  4. dilaceração.
  5. persistência.

05. (PUC-RS) INSTRUÇÃO: Para responder à questão, considere o poema Inefável em seu contexto, e leia as afirmativas que seguem.

Nada há que me domine e que me vença

Quando a minh’alma mudamente acorda...

Ela rebenta em flor, ela transborda

Nos alvoroços da emoção imensa.


Sou como um Réu de celestial sentença,

Condenado do Amor, que se recorda

Do Amor e sempre no Silêncio borda

De estrelas todo o céu em que erra e pensa.


Claros, meus olhos tornam-se mais claros

E tudo vejo dos encantos raros

E de outras mais serenas madrugadas!


Todas as vozes que procuro e chamo

Ouço-as dentro de mim porque eu as amo

Na minha alma volteando arrebatadas

I. A subjetividade, a sugestão no conteúdo e um cultivo à técnica formal revelam características da obra de um dos poetas mais importantes da escola simbolista.

II. Substantivos comuns grifados com maiúsculas, a obsessão pelo claro, pela cor branca, são marcas do poeta Cruz e Souza.

III. As aliterações são também um traço típico da obra deste poeta, perceptíveis no poema “Inefável”.

IV. Característica típica do simbolismo, o eu lírico neste poema sofre fisicamente por um amor não vivido.

As afirmativas corretas são, apenas,

  1. I e II.
  2. I e IV.
  3. III e IV.
  4. I, II e III.
  5. II, III e IV.

06. (ENEM) Vida obscura

Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,

ó ser humilde entre os humildes seres,

embriagado, tonto de prazeres,

o mundo para ti foi negro e duro.

Atravessaste no silêncio escuro

a vida presa a trágicos deveres

e chegaste ao saber de altos saberes

tornando-te mais simples e mais puro.

Ninguém te viu o sentimento inquieto,

magoado, oculto e aterrador, secreto,

que o coração te apunhalou no mundo,

Mas eu que sempre te segui os passos

sei que cruz infernal prendeu-te os braços

e o teu suspiro como foi profundo!

SOUSA, C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1961.

Com uma obra densa e expressiva no Simbolismo brasileiro, Cruz e Sousa transpôs para seu lirismo uma sensibilidade em conflito com a realidade vivênciada. No soneto, essa percepção traduz-se em

  1. sofrimento tácito diante dos limites impostos pela discriminação.
  2. tendência latente ao vício como resposta ao isolamento social.
  3. extenuação condicionada a uma rotina de tarefas degradantes.
  4. frustração amorosa canalizada para as atividades intelectuais.
  5. vocação religiosa manifesta na aproximação com a fé cristã.

07. (UCPEL) Sobre Alphonsus de Guimaraens e sua obra, analise as afirmações seguintes como FALSAS (F) ou VERDADEIRAS (V).

I. Sua poesia tem um caráter místico e religioso, divinizando sempre a mulher.

II. A precisão vocabular, a obsessão pela clareza, a metrificação e o ritmo impecáveis são a grande marca de sua obra.

III. Em suas últimas obras, o poeta rejeita a inspiração e assume uma posição de objetividade diante do mundo.

A sequência correta é

  1. V – V – V.
  2. F – V – F.
  3. F – V – V.
  4. F – F – F.
  5. V – F – F.

08. (UCS) Sobre o Simbolismo, é correto afirmar que

  1. a sinestesia é um recurso de linguagem característico desse período, centrado em sensações.
  2. o sonho, a nebulosidade, o mistério dão a esse movimento literário um aspecto de cientificidade.
  3. viajar em direção ao desconhecido é uma forma de os simbolistas negarem a intuição como guia e também como parte do processo de criação dos poemas.
  4. a forma do poema é valorizada pelos poetas, possibilitando-lhes o trânsito com o Parnasianismo.
  5. os simbolistas, retomando as propostas do Romantismo, procuram preencher o poema com ambientação mística.

09. (ITA) O poema ao lado traz a seguinte característica da escola literária em que se insere:

Violões que Choram...

Cruz e Sousa

Ah! plangentes violões dormentes, mornos,

soluços ao luar, choros ao vento...

Tristes perfis, os mais vagos contornos,

bocas murmurejantes de lamento.


Noites de além, remotas, que eu recordo,

noites de solidão, noites remotas

que nos azuis da Fantasia bordo,

vou constelando de visões ignotas.


Sutis palpitações à luz da lua,

anseio dos momentos mais saudosos,

quando lá choram na deserta rua

as cordas vivas dos violões chorosos.

[...]

  1. tendência à morbidez.
  2. lirismo sentimental e intimista.
  3. precisão vocabular e economia verbal.
  4. depuração formal e destaque para a sensualidade feminina.
  5. registro da realidade através da percepção sensorial do poeta.

10. (PUC-PR) Assinale o que for INCORRETO a respeito da estética simbolista e da poesia de Cruz e Sousa.

  1. Os poetas simbolistas se opunham ao objetivismo cientificista dos realistas/naturalistas.
  2. Cruz e Sousa é o maior representante da estética simbolista no país. Porém, nas primeiras décadas do século XX, observa-se urna grande expansão do Simbolismo no Sul do Brasil, sendo o Paraná um dos estados com maior número de manifestações poéticas dessa escola, seja pelas revistas que foram criadas, seja pelos poetas que foram revelados.
  3. Verifica-se na estética simbolista o culto à musicalidade do poema, em sintonia com a busca pela espiritualidade, um dos temas predominantes na poesia de Cruz e Sousa.
  4. O Simbolismo brasileiro recupera de modo inequívoco os procedimentos e os temas do Romantismo, valorizando o sentimento nacionalista e as ideias abolicionistas.
  5. Para os simbolistas, a poesia, experiência transcendente, é uma forma pela qual se alcança o sentido oculto das coisas e das vivências.

11. (UFAM PSC) Leia o poema “Ismália”, de autoria de Alphonsus de Guimaraens:

Quando Ismália enlouqueceu,

Pôs-se na torre a sonhar...

Viu uma lua no céu,

Viu outra lua no mar.


No sonho em que se perdeu,

Banhou-se toda em luar...

Queria subir ao céu,

Queria descer ao mar...


E, no desvario seu,

Na torre pôs-se a cantar...

Estava perto do céu,

Estava longe do mar...


E como um anjo pendeu

As asas para voar...

Queria a lua do céu,

Queria a lua do mar...


As asas que Deus lhe deu

Ruflaram de par em par...

Sua alma subiu ao céu,

Seu corpo desceu ao mar.

Assinale a alternativa que NÃO está correta NEM é admissível:

  1. O autor trabalha com, pelo menos, três pares de antíteses, sendo “céu” e “mar” uma delas.
  2. O poema está escrito em redondilhas menores, de onde se origina a extrema musicalidade de seus versos.
  3. O esquema de rimas, em todas as estrofes, é: ABAB.
  4. Sendo a ode um poema de estrofes simétricas (ou iguais), pode-se dizer que esse poema se enquadra nessa forma fixa.
  5. A torre, na verdade, não existe, sendo símbolo de degeneração e de aprisionamento na loucura.

12. (UEMA) O texto abaixo é de autoria do poeta maranhense Maranhão Sobrinho (1879-1915), composto numa São Luís do início do século XX, período de intenso debate intelectual sobre o resgate do valor literário maranhense, no cenário nacional do século XIX.

Leia, com atenção, o texto poético para responder à questão que segue.

Ânsia inocente

Ai! Como bom para nós dois seria

Se o bom Deus, dessas lendas milagrosas,

Cheio de amor, nos concedesse um dia

Dois brancos pares de asas vaporosas!


Não sei mesmo, de alegre, o que eu faria!

Deixando os lírios e deixando as rosas,

feliz contigo às nuvens subiria

para o noivado em flor das nebulosas...


na carícia de pluma de uma Trova.

Viveríamos nós, nós dois sozinhos,

Lá nas terras fiéis da Lua-Nova...


Morrer longe dos homens e das casas

Se Deus nos desse, como aos passarinhos,

Dois brancos pares de travessas asas!

Fonte: SOBRINHO, Maranhão. Papéis Velhos... Roídos pela Traça do Símbolo. São Luís: Tipografia Frias, 1908.

A voz poética, explorando possibilidades expressivas propostas no Simbolismo, revela a existência de

  1. saudade intensa da amada, o que faz o eu lírico buscá-la nos sonhos, evidenciada nos versos da última estrofe.
  2. expressão de desejo de morrer, uma vez que o locutor vive distante da amada, anunciada, sobretudo, nos versos da segunda estrofe.
  3. diálogo entre o enunciador e um interlocutor imaginário em que aquele expressa o desejo de ambos transcenderem como dois anjos, sobretudo, nos versos da primeira estrofe.
  4. referência constante aos milagres da vida eterna, em que o enunciador busca o amor infinito, metaforizado pelas palavras do último verso da terceira estrofe.
  5. ideia expressa de sonho materializado,

13. (FAG) Um dos aspectos que faz com que a poesia simbolista se contraponha frontalmente ao Parnasianismo é:

  1. a consideração do poema como um produto artístico, resultante de um processo lógico e analítico de interpretação do real.
  2. a visão materialista do mundo, adequadamente expressa por uma linguagem eivada de sugestões plásticas que acentuam a ideia de sensualidade.
  3. o predomínio da linguagem denotativa sobre a figurada, como tentativa de exprimir com mais clareza as ambiguidades da alma.
  4. a adoção de uma postura subjetiva diante da realidade, expressa por uma linguagem rica de associações sensoriais.
  5. o abandono do soneto, que, como forma poética fixa, passa ser considerado impróprio para exprimir a fluidez onírica.

14. (UNIFAE) O Assinalado

Tu és o louco da imortal loucura,

O louco da loucura mais suprema.

A Terra é sempre a tua negra algema,

Prende-te nela a extrema Desventura.


Mas essa mesma algema de amargura,

Mas essa mesma Desventura extrema

Faz que tu’alma suplicando gema

E rebente em estrelas de ternura.


Tu és o Poeta, o grande Assinalado

Que povoas o mundo despovoado,

De belezas eternas, pouco a pouco...


Na Natureza prodigiosa e rica

Toda a audácia dos nervos justifica

Os teus espasmos imortais de louco!

(Cruz e Souza. Últimos sonetos, 2002.)

Uma característica simbolista encontrada no poema é

  1. a exploração de situações prosaicas e contundentes.
  2. a escassez de adjetivos e de figuras de linguagem.
  3. a expressão concisa para a idealização da realidade.
  4. a representação objetiva da realidade vivida.
  5. a presença de questões metafísicas e transcendentais.

15. (UNIFAE) O Assinalado

Tu és o louco da imortal loucura,

O louco da loucura mais suprema.

A Terra é sempre a tua negra algema,

Prende-te nela a extrema Desventura.


Mas essa mesma algema de amargura,

Mas essa mesma Desventura extrema

Faz que tu’alma suplicando gema

E rebente em estrelas de ternura.


Tu és o Poeta, o grande Assinalado

Que povoas o mundo despovoado,

De belezas eternas, pouco a pouco...


Na Natureza prodigiosa e rica

Toda a audácia dos nervos justifica

Os teus espasmos imortais de louco!

(Cruz e Souza. Últimos sonetos, 2002.)

O eu lírico concebe que

  1. a Natureza, por ser prodigiosa e rica, transforma todo tipo de louco em terno poeta, o que indica o caráter lírico do poema.
  2. a Terra é triste e permeada pela desventura, sendo que nela o poeta se transforma em louco, o que indica o caráter de desesperança do poema.
  3. o poeta é um louco cuja alma transforma as experiências negativas em ternura, o que sugere o caráter metalinguístico do poema.
  4. o grande Assinalado é o poeta cuja arte se opõe à loucura sem limites do mundo, o que indica o caráter contestador do poema.
  5. a Desventura carrega em si o real sentido da vida e a loucura está no verdadeiro poeta, o que sugere o caráter moralizante do poema.

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