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Luiz Ruffato

Lista de 08 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Luiz Ruffato com questões de Vestibulares.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Luiz Ruffato.




01. (UFJF) Numa entrevista publicada na Folha Ilustrada, em 14 de março de 2005, o escritor mineiro Luiz Ruffato disse o que está transcrito abaixo:

“Estou indo de certa forma na contracorrente da literatura contemporânea brasileira. Ela tende ou para o neonaturalismo ou para uma literatura que chamo de ‘egótica’, muito centrada no eu. Tento caminhar em outra seara, a da literatura realista, que no meu entender não é otimista nem pessimista. Ela estabelece uma reflexão sobre o real a partir do real.”

De acordo com o que disse Luiz Ruffato em sua entrevista, o conceito de “realismo contemporâneo” que ele defende pode ser explicado em qual das alternativas abaixo?

  1. Um realismo excessivamente elaborado, que busca o máximo de verossimilhança, mesmo que, para tanto, a verdade seja sacrificada no texto.
  2. Um realismo totalmente descompromissado das questões fundamentais do seu próprio tempo, com vistas a fortalecer uma ideia de ficção baseada somente na experimentação com a linguagem.
  3. Um realismo que parta do real cotidiano para compreender a realidade, cuidando de tomar certo distanciamento da matéria para não tomá-la de forma demasiado personalista.
  4. Um realismo de combate, fruto das reflexões profundas do escritor acerca da realidade, com vistas a assumir uma postura de orientação para as tomadas de posição pelo leitor.
  5. Um realismo indiferente, cujo único compromisso é com a literatura que se alimenta de testar os seus próprios limites

02. (IMEPAC) Assinale a alternativa que informa de modo CORRETO sobre as relações entre autor e personagem na obra literária Flores Artificiais, de Luiz Ruffato.

  1. Dório Finetto é um personagem criado ficcionalmente pelo autor da obra, Luiz Ruffato.
  2. O livro Histórias da Vida Alheia foi publicado por Luiz Ruffato na Argentina.
  3. Dório Finetto é um personagem real que divide a autoria de Flores Artificiais.
  4. Luiz Ruffato é um personagem ficcional elaborado pela mente criativa de Dório Finetto.

03. (UFN) Urbanização, lixo e modernidade fundem-se em muitos dos romances que enveredam pela representação do caos vivido em metrópoles como São Paulo. A maior cidade da América Latina, com todos os entraves e dejetos típicos de um lugar que abriga mais de dez milhões de habitantes, é palco para as mais variadas expressões artísticas - estejam elas vinculadas à fotografia, ao cinema, à música ou à literatura. Nesse contexto, insere-se o romance Eles eram muitos cavalos (2001), de Ruffato, cujos espaços se concentram no interior de uma cidade que, ao mesmo tempo, é paragem e perdição para os que por ela conduzem suas vidas.

(MELO, Cimara Valim. O lugar do romance na literatura brasileira contemporânea. São Paulo: Annablume, 2013. p. 214-215).

A propósito do romance Eles eram muitos cavalos, de Luiz Ruffato, assinale a alternativa correta.

  1. A São Paulo representada no romance mostra os desafios de uma cidade recém-ingressa na dinâmica do processo migratório do século XX.
  2. A temática privilegiada no romance segue a esteira de narrativas intimistas, como as de Lúcio Cardoso e Clarice Lispector.
  3. A voz narrativa assume um ponto de vista crítico aos migrantes que chegam à cidade.
  4. A cidade é apresentada segundo um modelo de representação típico da estética realista do final do século XIX.
  5. A estrutura fragmentada do romance visa a representar o ritmo caótico de uma metrópole de século XXI.

04. (IMEPAC) Assinale a alternativa que caracteriza de forma CORRETA a obra literária Flores Artificiais, de Luiz Ruffato.

  1. O tom predominantemente nacionalista busca estimular o leitor no tocante ao seu possível papel interventor em vista da realidade cruel e impiedosa do Brasil contemporâneo.
  2. A obra busca enfatizar em seus personagens a confiança eufórica de que o avanço da história trará o progresso social e humano, abolindo assim as angústias marcadamente humanas.
  3. Percebe-se na obra uma compilação de momentos determinantes na existência de pessoas que, não obstante terem origens distintas, passam por dificuldades comparáveis.
  4. A obra traz um relato brutal da dura existência nas metrópoles brasileiras, com personagens animalizados obcecados apenas pela sobrevivência imediata.

05. (UEMG) 13. Natureza-morta

A tia girou a chave, empurrou a porta, Ê!, algo a emperrava, estranhou. O corpo no ombro direito, a custo cedeu, pororoca estraçalhando, arrastando, O quê? Em algazarra, as crianças, às suas costas, espiavam-na, assustadiças, curiosas. Pela fresta, antecipou-se a manhã frágil iluminando o quadro de avisos – feltro verde colado sobre uma placa de cortiça – agora ponte em diagonal ligando o rodapé à maçaneta, garatujas e desenhos ainda assentados com tachinhas.

No corredor, onde desaguavam as três salas-de-aula, gizes esmigalhados, rastros de cola colorida, massinhas-de-modelar esmagadas, folhas de papel sulfite estragadas, uma lousa no chão vomitada, trabalhinhos rasgados, pincéis embebidos de fezes que riscaram abstrações nas paredes brancas, pichações ininteligíveis, uma garrafa de coca-cola cheia de mijo, um cachimbo improvisado de crack – a capa de uma caneta bic espetada lateralmente num frasco de Yakult. Ao fundo, a fechadura arrombada, cacos do vidro do basculante, do barro do filtro d’água, marcas de chutes nas laterais do fogão, panelas e talheres amassados. Em correria, gritos atravessam as telhas francesas, olhos mendigam explicações.

Puxada, empurrada, vozes choramingas, “A hortinha, a hortinha...”, conduziram a tia ao quintal: à sua frente, fuçadas as leiras, legumes e verduras repisados, arrancados, enterrados, brotos de cenoura, beterrabas, alfaces, couves, tomates, tanto carinho desperdiçado, nunca mais vingariam, as crianças caminhando, com cuidado, por entre os pequenos cadáveres verdes, olhos baços, e ela, até onde a vista alcança, observa as escandalosas casas de tijolos à mostra, esqueletos de colunas, lajes por acabar, pipas singrando o céu cinza, fedor de esgoto, um comichão na pálpebra superior esquerda e a solidão e o desespero.

Nesse fragmento da obra de Luiz Ruffato, há o seguinte procedimento de construção textual:

  1. Ambiguidade: o título remete a um modo de pintura e a uma cena concreta presente no texto.
  2. Metalinguagem: a menção aos “gizes esmigalhados” e à “caneta bic” constitui um indício de que o texto reflete sobre sua própria estrutura.
  3. Ironia: a exclamação das crianças sobre a “hortinha” parece exprimir pesar, mas soa ironicamente.
  4. Musicalidade: o parágrafo final do texto explora propositalmente a reiteração de fonemas, a fim de sensibilizar o leitor.

06. (Unespar) Em relação à tipologia textual, é CORRETO afirmar que:

  1. Trata-se de texto narrativo, onde prevalecem passagens que reproduzem fábula e momentos da vida do autor, como fica comprovado pelo contido nos três primeiros parágrafos (linhas 01 a 29);
  2. Trata-se de texto descritivo, uma vez que são descritos aspectos da cordialidade do povo brasileiro (linhas 13 a 16) e algumas das belezas naturais do Brasil (linhas 41/42);
  3. Trata-se de texto argumentativo, no qual, para construir os argumentos em favor de seu ponto de vista, o autor faz uso, dentre outras, de passagens narrativas (linhas 01 a 29), além de reproduzir um conhecido poema de Gonçalves Dias (linhas 41/42);
  4. Trata-se de texto jornalístico, cuja tipologia não pode ser determinada com exatidão, uma vez ser construído pela sobreposição de passagens narrativas (como nas linhas 01 a 29), descritivas (linhas 25 a 29) e poéticas (linhas 41/42);
  5. Faltam elementos para especificar com exatidão a tipologia predominante do texto, o que faz com que não se enquadre em nenhuma das classificações disponíveis.

07. (Unespar) Dos pontos de vista abaixo relacionados, qual NÃO É DEFENDIDO PELO AUTOR DO TEXTO:

  1. Os brasileiros agem como os cegos da fábula hindu, por destacarem aspectos parciais ao defenderem as supostas superioridades naturais e de comportamento do país e de seu povo;
  2. O mito da cordialidade do brasileiro é uma falácia, que encobre nossa dificuldade em nos assumirmos como intolerantes, xenófobos, hipócritas e ufanistas;
  3. O brasileiro age de maneira patética e/ou bestialmente em determinadas situações que implicam em sua relação com estrangeiros, por falta de experiências com “o outro”, “o diferente”, “o estranho”;
  4. O exemplo descrito entre as linhas 12/13, de um descendente de japoneses negociando doce de procedência espanhola, é uma prova da convivência pacífica entre povos de diferentes procedências e da tolerância entre os brasileiros e os imigrantes;
  5. Em pleno Século XXI, os brasileiros continuam a reproduzir alguns estereótipos ufanistas, enaltecidos em obras literárias datadas do Século XIX.

08. (Unespar) Na frase “Havia filas durante todo o dia de pessoas interessadas [...]” (linha 14), o verbo “havia” está no singular porque foi usado no sentido de existir e, por isso, é impessoal, ou seja, não apresenta sujeito. Nesse caso, o verbo em questão só é conjugado na terceira pessoa do singular. Assinale a alternativa em que também ocorre um caso de verbo impessoal.

  1. A falta de dinheiro e a greve dos bancos confirmaram o caos;
  2. Muitos candidatos chegaram atrasados ao local da prova;
  3. Os alunos já haviam saído quando o professor chegou;
  4. Fazia dois anos que não via os seus colegas de turma;
  5. Os que perseverarem até o fim haverão de ser vitoriosos.

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