Simbolismo I
Lista de 15 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Simbolismo com questões de Vestibulares.
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01. (ESA) Leia os versos a seguir, e assinale a alternativa que os analisa corretamente:
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices de vozes
Dos ventos, vivas. vãs, vulcanizadas.
- os versos decassílabos apresentam os paradoxos característicos do Barroco.
- a expressão objetiva aponta para a racionalidade dos poetas do Realismo.
- a linguagem dos versos materializa no texto a visão bucólica do Arcadismo.
- as metáforas insólitas traduzem a crítica social própria do Modernismo.
- a combinação vocabular provoca a ênfase na sonoridade típica do Simbolismo.
02. (FIP-Moc) Antífona
Ó formas alvas, brancas, formas claras
De luares, de neves, de neblinas!
Ó formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras
Formas do Amor, constelarmente puras,
De Virgens e de Santas vaporosas...
Brilhos errantes, mádidas frescuras
E dolências de lírios e de rosas...
Indefiníveis músicas supremas,
Harmonias da Cor e do Perfume...
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...
(...)
SOUSA, João da Cruz e. Poesias completas de Cruz e Sousa. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d., p.29.
Sobre o poema, são feitas as seguintes afirmativas:
I. Os versos retomam a temática do vago e impreciso, característica da poesia simbolista.
II. A musicalidade é resultado do uso constante de aliterações.
III. A presença de versos brancos é um recurso bastante utilizado por Cruz e Sousa.
IV. Nesses versos, encontra-se a figura da sinestesia, aspecto comum na poesia simbolista.
Está correto apenas o que se afirma em:
- I, III e IV.
- II, III e IV.
- II e III.
- I, II e IV.
- II e IV.
03. (UEFS) Os poetas simbolistas renunciavam à tradução da forma fixa do objeto em favor do ritmo do devir, da fugacidade do momento. Buscavam a expressão de algo que escapa a uma forma definida e não é abordável por um caminho direto.
A partir desses poetas, a poesia ocidental vive um momento em que a objetividade e o tom escultural do Parnasianismo [ou seja, o seu culto da forma e do descritivo] cedem lugar à evocação sugestiva e musical. Em lugar da exatidão, o vago.
(Lígia Cademartori. Períodos literários, 1987. Adaptado.)
Assinale a alternativa em que se verifica um trecho de um poema simbolista.
- Fulge de luz banhado, esplêndido e suntuoso,
O palácio imperial de pórfiro luzente
E mármor da Lacônia. O teto caprichoso
Mostra, em prata incrustado, o nácar do oriente. - Parado o engenho, extintas as senzalas,
Sem mais senhor, existe inda a fazenda,
A envidraçada casa de vivenda
Entregue ao tempo com as desertas salas. - É um velho paredão, todo gretado,
Roto e negro, a que o tempo uma oferenda
Deixou num cacto em flor ensanguentado
E num pouco de musgo em cada fenda. - Visões, salmos e cânticos serenos,
surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...
Dormências de volúpicos venenos
sutis e suaves, mórbidos, radiantes... - Guiava à casa do morro, em voltas, o caminho,
Até lhe ir esbarrar com as orlas do terreiro;
Dava-lhe o doce ingá, rachado ao sol, o cheiro,
E um rumor de maré o cafezal vizinho.
Texto para as próximas questões
Leia o trecho do poema “Acrobata da dor”, do poeta Cruz e Sousa (1861-1898), para responder à questão.
Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.
Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
Salta, gavroche1, salta clown2, varado
pelo estertor3 dessa agonia lenta ...
Pedem-te bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa4 os músculos, retesa
nessas macabras piruetas d’aço...
E embora caias sobre o chão, fremente,
afogado em teu sangue estuoso5 e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.
(Melhores poemas, 2001.)
1 gavroche: menino.
2 clown: palhaço.
3 estertor: respiração ruidosa dos moribundos.
4 retesar: tornar tenso; esticar.
5 estuoso: ardente.
04. (UEA - SIS) O tom predominante nesse soneto é de
- descontração.
- apatia.
- angústia.
- entusiasmo.
- comicidade.
05. (UEA - SIS) No soneto, o eu lírico dirige-se a um interlocutor. O interlocutor do eu lírico é
- a gargalhada.
- o coração.
- o riso.
- a dor.
- o sangue.
06. (FDSM) Sobre o estilo de época, denominado simbolismo, assinale a alternativa incorreta.
- No simbolismo, predomina uma concepção mística do mundo.
- No simbolismo, há um interesse pelo indefinido e pelo mistério.
- No simbolismo, predomina o rigor formal, tão próprio do parnasianismo.
- No simbolismo, há a presença da musicalidade.
- No simbolismo, a palavra passa a valer pela sua sonoridade, pois se atribui a sons e ritmos a propriedade de estimular a imaginação para que a ideia seja apreendida.
07. (ESPM)
![](https://www.projetoagathaquestoes.com.br/imagens/questoes-vestibular/literatura/simbolismo/fazendo-uma-analise-mais-detalhada.webp)
Acrobata da Dor
Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.
Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
salta, gavroche¹, salta clown, varado
pelo estertor² dessa agonia lenta ...
Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
nessas macabras piruetas d’aço...
E embora caias sobre o chão, fremente³,
afogado em teu sangue estuoso4 e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.
(Cruz e Sousa)
¹gavroche: garotos de Paris, figuradamente artista.
²estertor: respiração anormal própria de moribundos.
³fremente: vibrante, agitado, violento.
4estuoso: que ferve, ardente, febril
Fazendo uma análise mais detalhada do soneto, assinale a afirmação incorreta:
- ao longo do texto, constata-se que o acrobata da dor, desempenhando o papel de um triste e sofrido palhaço, é metáfora do próprio coração.
- o acrobata precisa acolher a manifestação da audiência e seguir desempenhando seu papel, mesmo que o leve à morte.
- essa espécie de clown, que vive de agradar às multidões, paga um preço alto: a ocultação de sua dor interior.
- cena grotesca, o bis é a sedução da plateia que acaba conduzindo o acrobata para a tragédia.
- a plateia pedindo bis corresponde à elite política que exige do cidadão, em sua luta diária, as maiores acrobacias.
08. (ESPM)
![](https://www.projetoagathaquestoes.com.br/imagens/questoes-vestibular/literatura/simbolismo/fazendo-uma-analise-mais-detalhada.webp)
Acrobata da Dor
Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.
Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
salta, gavroche¹, salta clown, varado
pelo estertor² dessa agonia lenta ...
Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
nessas macabras piruetas d’aço...
E embora caias sobre o chão, fremente³,
afogado em teu sangue estuoso4 e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.
(Cruz e Sousa)
¹gavroche: garotos de Paris, figuradamente artista.
²estertor: respiração anormal própria de moribundos.
³fremente: vibrante, agitado, violento.
4estuoso: que ferve, ardente, febril
Assinale o item em que a expressão utilizada possui uma carga semântica que destoa das demais:
- “riso de tormenta”
- “gargalhada atroz, sanguinolenta”
- “agonia lenta”
- “Pedem-se bis”
- “macabras piruetas”
09. (UNIFESP) O Simbolismo é, antes de tudo, antipositivista, antinaturalista e anticientificista. Com esse movimento, nota-se o despontar de uma poesia nova, que ressuscitava o culto do vago em substituição ao culto da forma e do descritivo.
(Massaud Moisés. A literatura portuguesa, 1994. Adaptado.)
Considerando esta breve caracterização, assinale a alternativa em que se verifica o trecho de um poema simbolista.
- “É um velho paredão, todo gretado,
Roto e negro, a que o tempo uma oferenda
Deixou num cacto em flor ensanguentado
E num pouco de musgo em cada fenda.” - “Erguido em negro mármor luzidio,
Portas fechadas, num mistério enorme,
Numa terra de reis, mudo e sombrio,
Sono de lendas um palácio dorme.” - “Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.” - “Sobre um trono de mármore sombrio,
Num templo escuro e ermo e abandonado,
Triste como o silêncio e inda mais frio,
Um ídolo de gesso está sentado.” - “Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras...”
10. (EsPCEx) Quanto ao Simbolismo, assinale a alternativa correta.
- O objetivo declarado dos poetas desse movimento literário era um só: desenvolver a beleza formal à poesia, eliminando o que consideravam os excessos sentimentalistas românticos que comprometiam a qualidade artística dos poemas. Na base desse projeto estava a crença de que a função essencial da arte era produzir o belo. O lema adotado – a arte pela arte – traduz essa crença.
- A preocupação dos artistas desse período não é mais a análise da sociedade. O principal interesse é a sondagem do “eu”, a decifração dos caminhos que a intuição e a sensibilidade podem descortinar. A busca é do elemento místico, não-consciente, espiritual, imaterial.
- O desejo de dar um caráter científico à obra literária define as condições de produção dos textos dessa estética. Os escritores acompanham com interesse as discussões feitas no campo da biologia e da medicina, acreditando na possibilidade de tornar esse conhecimento como base para a criação de seus romances.
- Essa estética substitui a exaltação da nobreza pela valorização do indivíduo e de seu caráter. Em lugar de louvar a beleza clássica, que exige uma natureza e um físico perfeito, o artista desse período literário elogia o esforço individual, a sinceridade, o trabalho. Pouco a pouco, os valores burgueses vão sendo apresentados como modelos de comportamento social nas obras de arte que começam a ser produzidas.
- O modelo de vida ideal adotado pelos autores do período envolve a representação idealizada da Natureza como um espaço acolhedor, primaveril, alegre. Os poemas apresentam cenários em que a vida rural é sinônimo de tranquilidade e harmonia.
11. (UFPA) Entre os excertos de Broquéis (1893), de Cruz e Sousa (1861-1898), o que exemplifica a aliteração, recurso por excelência do Simbolismo é:
- “Eternas, imortais origens vivas / Da Luz, do Aroma, segredantes vozes / Do mar e luares de contemplativas, / Vagas visões volúpicas, velozes...”
- “Aladas alegrias sugestivas / De asa radiante e branca de albornozes, / Tribos gloriosas, fúlgidas, altivas, / De condores e de águias e albatrozes...”
- “Dentre o chorar dos trêmulos violinos, / Por entre os sons dos órgãos soluçantes / Sobem nas catedrais os neblinantes / Incensos vagos, que recordam hinos...”
- “Gargalha, ri, num riso de tormenta, / Como um palhaço, que desengonçado, / Nervoso, ri, num riso absurdo, inflado / De uma ironia e de uma dor violenta.”
- “Impotência cruel, ó vã tortura! / Ó Força inútil, ansiedade humana! / Ó círculos dantescos da loucura! / Ó luta, Ó luta secular, insana!”
12. (ESPM) Das definições abaixo, uma delas nos remete diretamente ao período literário conhecido como Simbolismo. Assinale-a:
- É a arte do conflito, do contraste, da contradição, do dilema e da dúvida, que se expressam pelo acúmulo de antíteses, paradoxos e oxímoros.
- A “arte pela arte” é um dos seus princípios centrais. A poesia volta-se para o belo (esteticismo), para o zelo da perfeição formal, descompromissada com os problemas do mundo,
- Aderiu ao cientificismo e ao materialismo, opondo-se à metafísica, à religião e a tudo que escapasse aos limites da matéria.
- Propõe uma volta aos modelos clássicos greco-romanos e renascentistas. Exalta a vida pastoril, campestre, entendendo que a felicidade e a beleza decorrem da vida no campo.
- Adotou a teoria das correspondências que propõe um processo cósmico de aproximação entre as realidades, expresso por meio da sinestesia, a qual consiste no cruzamento de percepção de um sentido para outro
13. (PUC-RS) Leia o poema A meu pai morto, de Augusto dos Anjos, e analise as afirmativas.
Podre meu Pai! A Morte o olhar lhe vidra.
Em seus lábios que os meus lábios osculam
Microrganismos fúnebres pululam
Numa fermentação gorda de cidra.
Duras leis as que os homens e a hórrida hidra
A uma só lei biológica vinculam,
E a marcha das moléculas regulam,
Com a invariabilidade da clepsidra!...
Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos
Roída toda de bichos, como os queijos
Sobre a mesa de orgíacos festins!...
Amo meu Pai na atômica desordem
Entre as bocas necrófagas que o mordem
E a terra infecta que lhe cobre os rins!
I. As estrofes que começam por “Podre meu Pai!” reiteram a ideia de que, por trás da Morte, há a presença de bichos e microrganismos cuja função é servir à lei biológica, que conduz todo ser vivo ao seu fim e à dissolução.
II. O poema, por ser um soneto, contrasta com a produção de Augusto dos Anjos, em geral marcada pela presença de versos livres e pela renovação formal.
III. O uso de vocabulário científico, transformado em linguagem poética pelo autor, é percebido na poesia de Augusto dos Anjos.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
- I, apenas.
- II, apenas.
- I e III, apenas.
- II e III, apenas.
- I, II e III.
14. (FATEC) INTERROGAÇÃO
Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar,
Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo;
E apesar disso, crês? nunca pensei num lar
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.
Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito.
E nunca te escrevi nenhuns versos românticos.
Nem depois de acordar te procurei no leito,
Como a esposa sensual do Cântico dos Cânticos.
Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno...
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como este sol de Inverno.
Passo contigo a tarde e sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, que provoca.
Eu não demoro o olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.
Eu não sei se é amor. Será talvez começo.
Eu não sei que mudança a minha alma pressente...
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço,
Que adoecia talvez de te saber doente.
(PESSANHA, Camilo. Clepsidra. São Paulo: Núcleo, 1989.)
O escritor português Camilo Pessanha faz parte da escola literária denominada Simbolismo.
Assinale a alternativa que possui uma característica desse movimento artístico presente no poema.
- Elipse, pois o autor omite todos os pronomes pessoais a fim de criar musicalidade.
- Bucolismo, pois o amor faz grande reverência à natureza ao evocar a sua sonoridade.
- Aliteração, pois o autor explora a repetição harmônica e ritmada de sons consonantais.
- Determinismo, pois o meio em que vive a pessoa amada determina o ritmo de sua vida.
- Ornamentação exagerada, pois há vocabulário ritmado com exclusividade de rimas ricas.
15. (IFRN) TEXTO
Versos Íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
(ANJOS, Augusto dos. Eu e outras poesias. São Paulo: Martins Fontes, 1994. p. 99.)
O Texto apresenta uma visão
- idealizada da vida.
- inverossímil da existência.
- pessimista da humanidade.
- contraditória do ser humano.