Mensagem: Fernando Pessoa
Lista de 15 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Mensagem: Fernando Pessoa com questões de Vestibulares.
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01. (Fuvest) A leitura de “Mensagem”, de Fernando Pessoa, permite a identificação de certas linhas de força que guiam e, até certo ponto, singularizam o espírito do homem português, dando-lhe marca muito especial.
Dentre as alternativas a seguir, em qual se enquadraria melhor essa ideia?
- Preocupação com os destinos de Portugal do século vinte.
- Preocupação com a história político-social de Portugal.
- Recorrência de certas constantes culturais portuguesas, como o messianismo.
- Reordenação da história portuguesa desde Dom Sebastião.
- A marca da religião católica na alma portuguesa como força determinante.
02. (UFRGS) Assinale a alternativa CORRETA sobre Mensagem, de Fernando Pessoa.
- Mensagem traz as marcas da vanguarda sensacionista, na medida em que busca articular a história de Portugal ao mito, em um mesmo poema.
- A imagem do mar expressa simbolicamente a busca do infinito, que poderia apaziguar as almas atormentadas de Fernando Pessoa e de seus heterônimos.
- Fernando Pessoa, nessa obra publicada em vida, deu voz a seus heterônimos para expor uma visão poética e múltipla sobre a história portuguesa.
- Dom Sebastião é uma figura central para compreender Mensagem e a expectativa de uma possível redenção de Portugal.
- Os heróis da navegação portuguesa, símbolos do processo civilizacional, cristão, levado aos povos colonizados, são euforicamente celebrados em Mensagem.
03. (Fuvest) “Louco, sim porque quis grandeza
Qual a sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.”
“Sperai! Caí no areal e na hora adversa
Que Deus concede aos seus
Para o intervalo em que esteja a alma
imersa
Em sonhos que são Deus”.
“Mestre de Paz, ergue teu gládio ungido;
Excalibur do Fim em jeito tal
Que sua luz ao mundo dividido
Revele o Santo Gral ”
Estas três citações de Fernando Pessoa pertencem à mesma obra e referem-se à mesma personagem histórica de Portugal cujo mito, como se vê, o poeta associa à figura lendária do rei Artur. Assinalar a alternativa em que, ao título da obra, segue-se o da personagem histórica que virou mito e alimentou o sonho do quinto império:
- “Cancioneiro” – D. Dinis;
- “Mensagem” – D. Sebastião;
- “O guardador de rebanhos” – Pe. Vieira;
- “Cancioneiro” – D. João I, o mestre de Avis;
- “Mensagem” – D. Dinis.
04. (PUC-SP) “Quem quer passar além do Bojador, Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.
“Fernando Pessoa, “Mar Português” in Obra poética. Ria de Janeiro, Editora José Aguilar, 1960, p 19
O trecho de Fernando Pessoa fala da expansão marítima portuguesa. Para entendê-lo, devemos saber que:
- ”Bojador” é o ponto ao extremo sul da África e que atravessá-lo significava encontrar o caminho para o Oriente.
- a “dor” representa as doenças, desconhecidas dos europeus, mas existentes nas terras a serem conquistadas pelas expedições.
- o “abismo” refere-se à crença, então generalizada. de que a Terra era plana e que, num determinado ponto, acabaria, fazendo caírem os navios.
- menção a “Deus” indica a suposição, à época, e que o Criador era contrário ao desbravamento dos mares e que puniria os navegadores.
- o “mar” citado é o Oceano Índico, onde estão localizadas as Índias, objetivo principal dos navegadores.
05. (UEL) A questão refere-se a uma estrofe, transcrita abaixo, do poema de Fernando Pessoa.
MAR PORTUGUÊS
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fonte: PESSOA, F. Mensagem. In: Mensagem e outros poemas afins seguidos de Fernando Pessoa e ideia de Portugal. Mem Martins: Europa-América [19-]. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, a frase Tudo vale a pena quando a alma não é pequena remete a:
- Se o objetivo é a grandeza da pátria, não importam os sacrifícios impostos a todos.
- Quando o resultado leva à paz, os meios justificam a finalidade almejada.
- Todas as pessoas têm valores próprios, por isso a guerra é defendida pelos governantes.
- O sacrifício é compensador mesmo que fiquemos insensíveis diante do bem comum.
- Tudo vale a pena quando temos o que almejamos e isso não implique enfrentamento de perigos.
06. (Universidade de Fortaleza) Considere o trecho do famoso poema que segue.
“Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.”
(Fernando Pessoa)
A construção das caravelas pelos portugueses no século XV impulsionou consideravelmente as grandes viagens marítimas para além do Cabo Bojador, localizado na costa da África e considerado durante muitos anos o limite para as navegações. Essas embarcações estiveram presentes em quase todas as grandes expedições empreendidas nessa época, como a realizada por Cristóvão Colombo que, em 1492, conduziu duas caravelas e uma nau rumo às Índias, chegando a um continente até então desconhecido pelos europeus. Aliada à construção das caravelas, as inovações que contribuíram especialmente para o êxito marítimo dos europeus nos séculos XV e XVI foram a:
- bússola, o astrolábio e a cartografia.
- máquina a vapor, o quadrante e o telégrafo.
- vela triangular, as cartas de navegação e o termômetro de mercúrio.
- luneta, o cilindro a ar e a hélice metálica.
- navegação de cabotagem, o binóculo e o leme.
07. (PUC-MG) A História e Literatura têm trazido contribuições importantes para compreensão do desenvolvimento das civilizações.
Leia o poema Mar Português, de Fernando Pessoa, e assinale a afirmativa CORRETA de acordo com o texto.
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lagrimas de Portugal!
Por te cruzarmos quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
- Refere-se à expansão marítima portuguesa durante os séculos XV e XVI, ampliando a esfera política e geográfica do mundo conhecido.
- Explica o mito fundador da colonização do novo mundo a partir da imposição da Coroa Portuguesa e de seus aliados espanhóis.
- Trata-se de uma interpretação idealista da expansão marítima portuguesa, criada a partir das ideias mercantilistas inglesas e francesas do século XIX.
- Critica o modelo histórico que explica o processo de colonização portuguesa em função da mudança do eixo Atlântico para o Mediterrâneo.
08. (UFPE) Mensagem, de Fernando Pessoa, foi o único livro em língua portuguesa publicado quando o autor era vivo. Os dois poemas abaixo fazem parte dessa obra. Analise as proposições seguintes.
Mar português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu. (Fernando Pessoa, Mensagem).
Nevoeiro
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…
É a Hora! (Fernando Pessoa, Mensagem).
- 0) Tanto um poema quanto outro expressam uma visão ufanista de Portugal. Ambos retratam, com euforia, o período áureo da história de Portugal, quando o mundo ainda era desconhecido dos entusiastas marinheiros da frota portuguesa.
- 1) Mar Português é um poema em diálogo com o épico camoniano, embora, na segunda estrofe, chegue a um grau de universalidade que nos faz refletir sobre o percurso do homem ao longo da vida.
- 2) No Mar Português, os dois primeiros versos encerram uma metáfora significativa que guia a leitura de toda a estrofe. O sabor do sal é tão desagradável quanto o sofrimento que o mar provoca, representado pelas lágrimas do povo português, também salgadas.
- 3) Nevoeiro canta o estado inglório em que se encontra Portugal no presente da enunciação; mas seu último verso acena para um momento de mudança, na esperança de se reconstruir a glória de Portugal outrora perdida.
- 4) Se as grandes navegações proporcionaram à nação portuguesa um surto de crescimento econômico, é verdade afirmar que o contexto atual de Portugal ainda colhe os frutos desse período de abundâncias, como preveem explicitamente os dois poemas.
09. (ESPM) Considere os dois excertos que seguem.
I
E disse: “Ó gente ousada, mais que quantas
No mundo cometeram grandes cousas,
Tu, que por guerras cruas, tais e tantas,
E por trabalhos vãos nunca repousas (...)”
(Os Lusíadas, Luís de Camões, canto V)
II
Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!
(Mensagem, de Fernando Pessoa, 2.ª parte)
Em I, o Gigante Adamastor fala aos navegantes portugueses que queriam, pioneiramente, atravessar o Cabo das Tormentas a caminho das Índias; em II, o timoneiro fala ao mostrengo o porquê de a embarcação lusitana estar enfrentando os perigos do mar.
A partir dos excertos e dos comentários, assinale a afirmação que esteja incorreta.
- Ambos os fragmentos trazem em suas falas o sentido de coletividade do povo português.
- Os dois excertos fazem menção ao fundamento histórico da expansão ultramarina promovida por Portugal.
- A fala do Gigante, em I, acusa os portugueses de guerreiros cruéis; a do timoneiro, em II, é mais branda, tem um tom de pedido.
- Camões, poeta clássico renascentista, usou a medida nova dos versos decassílabos; Fernando Pessoa, modernista, fez métrica irregular.
- Metaforicamente, os fragmentos demonstram que a expansão lusitana passou por obstáculos caros ao ser humano.
10. (UFRGS) Noite
A nau de um deles tinha-se perdido
No mar indefinido.
O segundo pediu licença ao Rei
De, na fé e na lei
Da descoberta, ir em procura
Do irmão no mar sem fim e a névoa escura.
Tempo foi. Nem primeiro nem segundo
Volveu do fim profundo
Do mar ignoto à pátria por quem dera
O enigma que fizera.
Então o terceiro a El-Rei rogou
Licença de os buscar, e El-Rei negou.
Como a um cativo, o ouvem a passar
Os servos do solar.
E, quando o veem, veem a figura
Da febre e da amargura,
Com fixos olhos rasos de ânsia
Fitando a proibida azul distância.
Senhor, os dois irmãos do nosso Nome
— O Poder e o Renome —
Ambos se foram pelo mar da idade
À tua eternidade;
E com eles de nós se foi
O que faz a alma poder ser de herói.
Queremos ir buscá-los, desta vil
Nossa prisão servil:
É a busca de quem somos, na distância
De nós; e, em febre de ânsia,
A Deus as mãos alçamos.
Mas Deus não dá licença que partamos.
Considere as seguintes afirmações sobre o poema e suas relações com o livro Mensagem.
I - As três primeiras estrofes estão relacionadas a um episódio real: a história dos irmãos Gaspar e Miguel Corte Real que desapareceram em expedições marítimas, no início do século XVI, para desespero do terceiro irmão, Vasco, que queria procurá-los, mas não obteve a autorização do rei.
II - O sujeito lírico, na quarta e na quinta estrofes, assume a primeira pessoa do plural, sugerindo que o drama individual dos irmãos pode representar um problema coletivo: a perda de poder e renome de Portugal, perda esta já associada à difícil situação do país no início do século XX, momento da escritura do poema.
III- O diagnóstico das perdas de Portugal está ausente em outros poemas de Mensagem, por exemplo, Mar português, Autopsicografia e Nevoeiro, que apresentam a visão eufórica e confiante do sujeito lírico em relação ao futuro de Portugal.
Quais estão corretas?
- Apenas I.
- Apenas II.
- Apenas I e II.
- Apenas II e III.
- I, II e III.
11. (UNIFESP) Leia o poema Prece, de Fernando Pessoa.
Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.
Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.
Dá o sopro, a aragem – ou desgraça ou ânsia –,
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistaremos a Distância –
Do mar ou outra, mas que seja nossa!
(Fernando Pessoa. Mensagem, 1995.)
Extraído do livro Mensagem, o poema pode ser considerado nacionalista, na medida em que o eu lírico
- apresenta Portugal como uma nação decadente, que não faz jus ao seu passado de heroísmo e glórias.
- inspira-se no passado de heroísmo do povo português que, no presente, já não acredita na sua história.
- busca reviver o sonho de uma da nação grandiosa, cantando um Portugal almejado por seus feitos gloriosos.
- reconhece o desejo de o povo português glorificar seus heróis, o que não foi possível até o seu presente.
- descreve o Portugal de seu tempo como uma nação gloriosa e marcada por histórias de heroísmo.
12. (UFMA) Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa in, Fernando Pessoa:
No poema acima citado, Fernando Pessoa refere-se à expansão do Império Português, no início da Era Moderna. Se os resultados finais mais conhecidos dessas “Navegações Ultramarinas” foram a abertura de novas rotas comerciais em direção à Índia; a conquista de novas terras e a difusão da cultura europeia, outros elementos também compõem o panorama daquele contexto, como:
- os relatos de viajantes medievais; a reconquista árabe em Portugal; o anseio de crescimento mercantil.
- a ânsia de expandir o cristianismo; a demanda de especiarias; a aliança com as cidades italianas.
- a busca do enriquecimento rápido; o mito do abismo do mar; a desmonetarização da economia.
- o desenvolvimento da matemática; a busca do ouro para as cruzadas; a descentralização monárquica.
- o avanço das técnicas de navegação; a busca do mítico paraíso terrestre; a percepção do universo, segundo uma ordem racional.
13. (Unicamp) Referindo-se à expansão marítima dos séculos XV e XVI, o poeta português Fernando Pessoa escreveu, em 1922, no poema “Padrão”:
“E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.”
(Fernando Pessoa, Mensagem – poemas esotéricos. Madri: ALLCA XX, 1997, p. 49.)
Nestes versos identificamos uma comparação entre dois processos históricos. É válido afirmar que o poema compara
- o sistema de colonização da Idade Moderna aos sistemas de colonização da Antiguidade Clássica: a navegação oceânica tornou possível aos portugueses o tráfico de escravos para suas colônias, enquanto gregos e romanos utilizavam servos presos à terra.
- o alcance da expansão marítima portuguesa da Idade Moderna aos processos de colonização da Antiguidade Clássica: enquanto o domínio grego e romano se limitava ao mar Mediterrâneo, o domínio português expandiu-se pelos oceanos Atlântico e Índico.
- a localização geográfica das possessões coloniais dos impérios antigos e modernos: as cidades-estado gregas e depois o Império Romano se limitaram a expandir seus domínios pela Europa, ao passo que Portugal fundou colônias na costa do norte da África.
- a duração dos impérios antigos e modernos: enquanto o domínio de gregos e romanos sobre os mares teve um fim com as guerras do Peloponeso e Púnicas, respectivamente, Portugal figurou como a maior potência marítima até a independência de suas colônias.
14. (UEA) Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
(Fernando Pessoa. Mar português. Mensagem, 1970.)
Mensagem foi o único livro que o poeta português Fernando Pessoa publicou em vida. Ele pensou, a princípio, dar-lhe o título de Portugal, considerando que os poemas tratavam da história do esplendor e da decadência do antigo reino. A estrofe transcrita exprime com lirismo e tristeza
- o orgulho do poeta em ser descendente de ilustres navegadores e a consciência portuguesa de ter criado o mundo moderno.
- os motivos da decadência abrupta de Portugal, devido aos gastos com a fabricação de caravelas e à perda de homens nos naufrágios.
- a resignação cristã que caracterizou a expansão marítima portuguesa, carente de qualquer interesse comercial ou político.
- as dificuldades inerentes às navegações marítimas da Idade Moderna e as suas consequências para a população portuguesa.
- a perda do domínio dos mares pelo governo português e a redução do número de habitantes do reino com as conquistas no além-mar.
15. (Unesp) Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
(Fernando Pessoa. Mar Português. Obra poética, 1960. Adaptado.)
Entre outros aspectos da expansão marítima portuguesa a partir do século XV, o poema menciona
- o sucesso da empreitada, que transformou Portugal na principal potência europeia por quatro séculos.
- o reconhecimento do papel determinante da Coroa no estímulo às navegações e no apoio financeiro aos familiares dos navegadores.
- a crença religiosa como principal motor das navegações, o que justifica o reconhecimento da grandeza da alma dos portugueses.
- a percepção das perdas e dos ganhos individuais e coletivos provocados pelas navegações e pelos riscos que elas comportavam.
- a dificuldade dos navegadores de reconhecer as diferenças entre os oceanos, que os levou a confundir a América com as Índias.