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Mensagem: Fernando Pessoa

Lista de 15 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Mensagem: Fernando Pessoa com questões de Vestibulares.


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01. (Fuvest) A leitura de “Mensagem”, de Fernando Pessoa, permite a identificação de certas linhas de força que guiam e, até certo ponto, singularizam o espírito do homem português, dando-lhe marca muito especial.

Dentre as alternativas a seguir, em qual se enquadraria melhor essa ideia?

  1. Preocupação com os destinos de Portugal do século vinte.
  2. Preocupação com a história político-social de Portugal.
  3. Recorrência de certas constantes culturais portuguesas, como o messianismo.
  4. Reordenação da história portuguesa desde Dom Sebastião.
  5. A marca da religião católica na alma portuguesa como força determinante.

Resposta: C

Resolução: Em "Mensagem", Fernando Pessoa aborda a recorrência de certas constantes culturais portuguesas, como o messianismo, que guiam e singularizam o espírito do homem português. O livro busca recriar e reinterpretar a história de Portugal, explorando essas constantes culturais e míticas que influenciam a identidade portuguesa ao longo dos séculos.

02. (UFRGS) Assinale a alternativa CORRETA sobre Mensagem, de Fernando Pessoa.

  1. Mensagem traz as marcas da vanguarda sensacionista, na medida em que busca articular a história de Portugal ao mito, em um mesmo poema.
  2. A imagem do mar expressa simbolicamente a busca do infinito, que poderia apaziguar as almas atormentadas de Fernando Pessoa e de seus heterônimos.
  3. Fernando Pessoa, nessa obra publicada em vida, deu voz a seus heterônimos para expor uma visão poética e múltipla sobre a história portuguesa.
  4. Dom Sebastião é uma figura central para compreender Mensagem e a expectativa de uma possível redenção de Portugal.
  5. Os heróis da navegação portuguesa, símbolos do processo civilizacional, cristão, levado aos povos colonizados, são euforicamente celebrados em Mensagem.

Resposta: D

Resolução: A alternativa correta é a letra "D". Em "Mensagem" de Fernando Pessoa, Dom Sebastião é uma figura central que representa a expectativa de uma possível redenção de Portugal. A obra aborda a crença no retorno do rei Dom Sebastião como um messias redentor de Portugal.

03. (Fuvest) “Louco, sim porque quis grandeza

Qual a sorte a não dá.

Não coube em mim minha certeza;

Por isso onde o areal está

Ficou meu ser que houve, não o que há.”

“Sperai! Caí no areal e na hora adversa

Que Deus concede aos seus

Para o intervalo em que esteja a alma

imersa

Em sonhos que são Deus”.

“Mestre de Paz, ergue teu gládio ungido;

Excalibur do Fim em jeito tal

Que sua luz ao mundo dividido

Revele o Santo Gral ”

Estas três citações de Fernando Pessoa pertencem à mesma obra e referem-se à mesma personagem histórica de Portugal cujo mito, como se vê, o poeta associa à figura lendária do rei Artur. Assinalar a alternativa em que, ao título da obra, segue-se o da personagem histórica que virou mito e alimentou o sonho do quinto império:

  1. “Cancioneiro” – D. Dinis;
  2. “Mensagem” – D. Sebastião;
  3. “O guardador de rebanhos” – Pe. Vieira;
  4. “Cancioneiro” – D. João I, o mestre de Avis;
  5. “Mensagem” – D. Dinis.

Resposta: B

Resolução: A alternativa correta é a letra "B". A obra é "Mensagem" e a personagem histórica que virou mito e alimentou o sonho do quinto império é "D. Sebastião".

04. (PUC-SP) “Quem quer passar além do Bojador, Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.

“Fernando Pessoa, “Mar Português” in Obra poética. Ria de Janeiro, Editora José Aguilar, 1960, p 19

O trecho de Fernando Pessoa fala da expansão marítima portuguesa. Para entendê-lo, devemos saber que:

  1. ”Bojador” é o ponto ao extremo sul da África e que atravessá-lo significava encontrar o caminho para o Oriente.
  2. a “dor” representa as doenças, desconhecidas dos europeus, mas existentes nas terras a serem conquistadas pelas expedições.
  3. o “abismo” refere-se à crença, então generalizada. de que a Terra era plana e que, num determinado ponto, acabaria, fazendo caírem os navios.
  4. menção a “Deus” indica a suposição, à época, e que o Criador era contrário ao desbravamento dos mares e que puniria os navegadores.
  5. o “mar” citado é o Oceano Índico, onde estão localizadas as Índias, objetivo principal dos navegadores.

Resposta: C

Resolução: A alternativa correta é a letra "C". No poema "Mar Português" de Fernando Pessoa, "Bojador" refere-se ao ponto ao extremo sul da África, que os navegadores portugueses buscavam ultrapassar. O "abismo" mencionado não se refere à crença na Terra plana, mas sim à ideia de que o mar representava um desafio perigoso a ser superado. Não há menção a doenças ou à crença de que Deus fosse contrário à exploração marítima. A referência ao "mar" está relacionada à expansão marítima portuguesa em direção às Índias.

05. (UEL) A questão refere-se a uma estrofe, transcrita abaixo, do poema de Fernando Pessoa.

MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

Fonte: PESSOA, F. Mensagem. In: Mensagem e outros poemas afins seguidos de Fernando Pessoa e ideia de Portugal. Mem Martins: Europa-América [19-]. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, a frase Tudo vale a pena quando a alma não é pequena remete a:

  1. Se o objetivo é a grandeza da pátria, não importam os sacrifícios impostos a todos.
  2. Quando o resultado leva à paz, os meios justificam a finalidade almejada.
  3. Todas as pessoas têm valores próprios, por isso a guerra é defendida pelos governantes.
  4. O sacrifício é compensador mesmo que fiquemos insensíveis diante do bem comum.
  5. Tudo vale a pena quando temos o que almejamos e isso não implique enfrentamento de perigos.

Resposta: A

Resolução: A frase "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena" remete à alternativa A: "Se o objetivo é a grandeza da pátria, não importam os sacrifícios impostos a todos." Nessa frase, Fernando Pessoa expressa a ideia de que todos os sacrifícios e desafios enfrentados na busca por objetivos maiores, como a grandeza da pátria, são justificados, desde que a alma não seja pequena, ou seja, desde que as pessoas tenham um espírito nobre e corajoso.

06. (Universidade de Fortaleza) Considere o trecho do famoso poema que segue.

“Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.”

(Fernando Pessoa)

A construção das caravelas pelos portugueses no século XV impulsionou consideravelmente as grandes viagens marítimas para além do Cabo Bojador, localizado na costa da África e considerado durante muitos anos o limite para as navegações. Essas embarcações estiveram presentes em quase todas as grandes expedições empreendidas nessa época, como a realizada por Cristóvão Colombo que, em 1492, conduziu duas caravelas e uma nau rumo às Índias, chegando a um continente até então desconhecido pelos europeus. Aliada à construção das caravelas, as inovações que contribuíram especialmente para o êxito marítimo dos europeus nos séculos XV e XVI foram a:

  1. bússola, o astrolábio e a cartografia.
  2. máquina a vapor, o quadrante e o telégrafo.
  3. vela triangular, as cartas de navegação e o termômetro de mercúrio.
  4. luneta, o cilindro a ar e a hélice metálica.
  5. navegação de cabotagem, o binóculo e o leme.

Resposta: A

Resolução: A construção das caravelas pelos portugueses no século XV impulsionou consideravelmente as grandes viagens marítimas para além do Cabo Bojador, localizado na costa da África e considerado durante muitos anos o limite para as navegações. As inovações que contribuíram especialmente para o êxito marítimo dos europeus nos séculos XV e XVI incluem a bússola, o astrolábio e a cartografia.

07. (PUC-MG) A História e Literatura têm trazido contribuições importantes para compreensão do desenvolvimento das civilizações.

Leia o poema Mar Português, de Fernando Pessoa, e assinale a afirmativa CORRETA de acordo com o texto.

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lagrimas de Portugal!

Por te cruzarmos quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

  1. Refere-se à expansão marítima portuguesa durante os séculos XV e XVI, ampliando a esfera política e geográfica do mundo conhecido.
  2. Explica o mito fundador da colonização do novo mundo a partir da imposição da Coroa Portuguesa e de seus aliados espanhóis.
  3. Trata-se de uma interpretação idealista da expansão marítima portuguesa, criada a partir das ideias mercantilistas inglesas e francesas do século XIX.
  4. Critica o modelo histórico que explica o processo de colonização portuguesa em função da mudança do eixo Atlântico para o Mediterrâneo.

Resposta: A

Resolução: O poema "Mar Português" de Fernando Pessoa faz referência à expansão marítima de Portugal durante os séculos XV e XVI, destacando os desafios e sacrifícios enfrentados pelos navegadores portugueses na busca por novas terras e rotas comerciais.

08. (UFPE) Mensagem, de Fernando Pessoa, foi o único livro em língua portuguesa publicado quando o autor era vivo. Os dois poemas abaixo fazem parte dessa obra. Analise as proposições seguintes.

Mar português

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu. (Fernando Pessoa, Mensagem).


Nevoeiro

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,

Define com perfil e ser

Este fulgor baço da terra

Que é Portugal a entristecer –

Brilho sem luz e sem arder,

Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.

Ninguém conhece que alma tem,

Nem o que é mal nem o que é bem.

(Que ânsia distante perto chora?)

Tudo é incerto e derradeiro.

Tudo é disperso, nada é inteiro.

Ó Portugal, hoje és nevoeiro…

É a Hora! (Fernando Pessoa, Mensagem).

  1. 0) Tanto um poema quanto outro expressam uma visão ufanista de Portugal. Ambos retratam, com euforia, o período áureo da história de Portugal, quando o mundo ainda era desconhecido dos entusiastas marinheiros da frota portuguesa.
  2. 1) Mar Português é um poema em diálogo com o épico camoniano, embora, na segunda estrofe, chegue a um grau de universalidade que nos faz refletir sobre o percurso do homem ao longo da vida.
  3. 2) No Mar Português, os dois primeiros versos encerram uma metáfora significativa que guia a leitura de toda a estrofe. O sabor do sal é tão desagradável quanto o sofrimento que o mar provoca, representado pelas lágrimas do povo português, também salgadas.
  4. 3) Nevoeiro canta o estado inglório em que se encontra Portugal no presente da enunciação; mas seu último verso acena para um momento de mudança, na esperança de se reconstruir a glória de Portugal outrora perdida.
  5. 4) Se as grandes navegações proporcionaram à nação portuguesa um surto de crescimento econômico, é verdade afirmar que o contexto atual de Portugal ainda colhe os frutos desse período de abundâncias, como preveem explicitamente os dois poemas.

Resposta: FVVVF

Resolução: 0) Tanto um poema quanto outro expressam uma visão ufanista de Portugal. Ambos retratam, com euforia, o período áureo da história de Portugal, quando o mundo ainda era desconhecido dos entusiastas marinheiros da frota portuguesa. (Falso)

1) Mar Português é um poema em diálogo com o épico camoniano, embora, na segunda estrofe, chegue a um grau de universalidade que nos faz refletir sobre o percurso do homem ao longo da vida. (Verdadeiro)

2) No Mar Português, os dois primeiros versos encerram uma metáfora significativa que guia a leitura de toda a estrofe. O sabor do sal é tão desagradável quanto o sofrimento que o mar provoca, representado pelas lágrimas do povo português, também salgadas. (Verdadeiro)

3) Nevoeiro canta o estado inglório em que se encontra Portugal no presente da enunciação; mas seu último verso acena para um momento de mudança, na esperança de se reconstruir a glória de Portugal outrora perdida. (Verdadeiro)

4) Se as grandes navegações proporcionaram à nação portuguesa um surto de crescimento econômico, é verdade afirmar que o contexto atual de Portugal ainda colhe os frutos desse período de abundâncias, como preveem explicitamente os dois poemas. (Falso)

09. (ESPM) Considere os dois excertos que seguem.

I

E disse: “Ó gente ousada, mais que quantas

No mundo cometeram grandes cousas,

Tu, que por guerras cruas, tais e tantas,

E por trabalhos vãos nunca repousas (...)”

(Os Lusíadas, Luís de Camões, canto V)

II

Aqui ao leme sou mais do que eu:

Sou um povo que quer o mar que é teu;

E mais que o mostrengo, que me a alma teme

E roda nas trevas do fim do mundo,

Manda a vontade, que me ata ao leme,

De El-Rei D. João Segundo!

(Mensagem, de Fernando Pessoa, 2.ª parte)

Em I, o Gigante Adamastor fala aos navegantes portugueses que queriam, pioneiramente, atravessar o Cabo das Tormentas a caminho das Índias; em II, o timoneiro fala ao mostrengo o porquê de a embarcação lusitana estar enfrentando os perigos do mar.

A partir dos excertos e dos comentários, assinale a afirmação que esteja incorreta.

  1. Ambos os fragmentos trazem em suas falas o sentido de coletividade do povo português.
  2. Os dois excertos fazem menção ao fundamento histórico da expansão ultramarina promovida por Portugal.
  3. A fala do Gigante, em I, acusa os portugueses de guerreiros cruéis; a do timoneiro, em II, é mais branda, tem um tom de pedido.
  4. Camões, poeta clássico renascentista, usou a medida nova dos versos decassílabos; Fernando Pessoa, modernista, fez métrica irregular.
  5. Metaforicamente, os fragmentos demonstram que a expansão lusitana passou por obstáculos caros ao ser humano.

Resposta: C

Resolução: Na verdade, a fala do Gigante Adamastor, em I, não acusa diretamente os portugueses de serem guerreiros cruéis. O Gigante representa os perigos do mar e da natureza, e sua fala é mais uma advertência sobre os desafios enfrentados pelos navegadores portugueses. Em II, o timoneiro não está fazendo um pedido ao mostrengo, mas sim expressando a determinação e a vontade do povo português em conquistar os mares, mesmo diante dos perigos. Portanto, a diferença entre as falas não está relacionada a acusações ou tom de pedido, mas sim ao contexto e à representação simbólica dos elementos marítimos.

10. (UFRGS) Noite

A nau de um deles tinha-se perdido

No mar indefinido.

O segundo pediu licença ao Rei

De, na fé e na lei

Da descoberta, ir em procura

Do irmão no mar sem fim e a névoa escura.


Tempo foi. Nem primeiro nem segundo

Volveu do fim profundo

Do mar ignoto à pátria por quem dera

O enigma que fizera.

Então o terceiro a El-Rei rogou

Licença de os buscar, e El-Rei negou.


Como a um cativo, o ouvem a passar

Os servos do solar.

E, quando o veem, veem a figura

Da febre e da amargura,

Com fixos olhos rasos de ânsia

Fitando a proibida azul distância.


Senhor, os dois irmãos do nosso Nome

— O Poder e o Renome —

Ambos se foram pelo mar da idade

À tua eternidade;

E com eles de nós se foi

O que faz a alma poder ser de herói.


Queremos ir buscá-los, desta vil

Nossa prisão servil:

É a busca de quem somos, na distância

De nós; e, em febre de ânsia,

A Deus as mãos alçamos.


Mas Deus não dá licença que partamos.

Considere as seguintes afirmações sobre o poema e suas relações com o livro Mensagem.

I - As três primeiras estrofes estão relacionadas a um episódio real: a história dos irmãos Gaspar e Miguel Corte Real que desapareceram em expedições marítimas, no início do século XVI, para desespero do terceiro irmão, Vasco, que queria procurá-los, mas não obteve a autorização do rei.

II - O sujeito lírico, na quarta e na quinta estrofes, assume a primeira pessoa do plural, sugerindo que o drama individual dos irmãos pode representar um problema coletivo: a perda de poder e renome de Portugal, perda esta já associada à difícil situação do país no início do século XX, momento da escritura do poema.

III- O diagnóstico das perdas de Portugal está ausente em outros poemas de Mensagem, por exemplo, Mar português, Autopsicografia e Nevoeiro, que apresentam a visão eufórica e confiante do sujeito lírico em relação ao futuro de Portugal.

Quais estão corretas?

  1. Apenas I.
  2. Apenas II.
  3. Apenas I e II.
  4. Apenas II e III.
  5. I, II e III.

Resposta: C

Resolução:

I - As três primeiras estrofes estão relacionadas a um episódio real: a história dos irmãos Gaspar e Miguel Corte Real que desapareceram em expedições marítimas, no início do século XVI, para desespero do terceiro irmão, Vasco, que queria procurá-los, mas não obteve a autorização do rei. (Correto)

II - O sujeito lírico, na quarta e na quinta estrofes, assume a primeira pessoa do plural, sugerindo que o drama individual dos irmãos pode representar um problema coletivo: a perda de poder e renome de Portugal, perda esta já associada à difícil situação do país no início do século XX, momento da escritura do poema. (Correto)

III - O diagnóstico das perdas de Portugal está ausente em outros poemas de Mensagem, por exemplo, Mar português, Autopsicografia e Nevoeiro, que apresentam a visão eufórica e confiante do sujeito lírico em relação ao futuro de Portugal. (Falso)

11. (UNIFESP) Leia o poema Prece, de Fernando Pessoa.

Senhor, a noite veio e a alma é vil.

Tanta foi a tormenta e a vontade!

Restam-nos hoje, no silêncio hostil,

O mar universal e a saudade.


Mas a chama, que a vida em nós criou,

Se ainda há vida ainda não é finda.

O frio morto em cinzas a ocultou:

A mão do vento pode erguê-la ainda.


Dá o sopro, a aragem – ou desgraça ou ânsia –,

Com que a chama do esforço se remoça,

E outra vez conquistaremos a Distância –

Do mar ou outra, mas que seja nossa!

(Fernando Pessoa. Mensagem, 1995.)

Extraído do livro Mensagem, o poema pode ser considerado nacionalista, na medida em que o eu lírico

  1. apresenta Portugal como uma nação decadente, que não faz jus ao seu passado de heroísmo e glórias.
  2. inspira-se no passado de heroísmo do povo português que, no presente, já não acredita na sua história.
  3. busca reviver o sonho de uma da nação grandiosa, cantando um Portugal almejado por seus feitos gloriosos.
  4. reconhece o desejo de o povo português glorificar seus heróis, o que não foi possível até o seu presente.
  5. descreve o Portugal de seu tempo como uma nação gloriosa e marcada por histórias de heroísmo.

Resposta: C

Resolução: O poema "Prece" de Fernando Pessoa pode ser considerado nacionalista porque o eu lírico busca reviver o sonho de uma nação grandiosa, cantando um Portugal almejado por seus feitos gloriosos. Portanto, a alternativa correta é a C - busca reviver o sonho de uma nação grandiosa, cantando um Portugal almejado por seus feitos gloriosos.

12. (UFMA) Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa in, Fernando Pessoa:

No poema acima citado, Fernando Pessoa refere-se à expansão do Império Português, no início da Era Moderna. Se os resultados finais mais conhecidos dessas “Navegações Ultramarinas” foram a abertura de novas rotas comerciais em direção à Índia; a conquista de novas terras e a difusão da cultura europeia, outros elementos também compõem o panorama daquele contexto, como:

  1. os relatos de viajantes medievais; a reconquista árabe em Portugal; o anseio de crescimento mercantil.
  2. a ânsia de expandir o cristianismo; a demanda de especiarias; a aliança com as cidades italianas.
  3. a busca do enriquecimento rápido; o mito do abismo do mar; a desmonetarização da economia.
  4. o desenvolvimento da matemática; a busca do ouro para as cruzadas; a descentralização monárquica.
  5. o avanço das técnicas de navegação; a busca do mítico paraíso terrestre; a percepção do universo, segundo uma ordem racional.

Resposta: E

Resolução: O poema "Mar Português" de Fernando Pessoa refere-se à expansão do Império Português no início da Era Moderna, e outros elementos desse contexto incluem o avanço das técnicas de navegação, a busca do mítico paraíso terrestre e a percepção do universo segundo uma ordem racional.

13. (Unicamp) Referindo-se à expansão marítima dos séculos XV e XVI, o poeta português Fernando Pessoa escreveu, em 1922, no poema “Padrão”:

“E ao imenso e possível oceano

Ensinam estas Quinas, que aqui vês,

Que o mar com fim será grego ou romano:

O mar sem fim é português.”

(Fernando Pessoa, Mensagem – poemas esotéricos. Madri: ALLCA XX, 1997, p. 49.)

Nestes versos identificamos uma comparação entre dois processos históricos. É válido afirmar que o poema compara

  1. o sistema de colonização da Idade Moderna aos sistemas de colonização da Antiguidade Clássica: a navegação oceânica tornou possível aos portugueses o tráfico de escravos para suas colônias, enquanto gregos e romanos utilizavam servos presos à terra.
  2. o alcance da expansão marítima portuguesa da Idade Moderna aos processos de colonização da Antiguidade Clássica: enquanto o domínio grego e romano se limitava ao mar Mediterrâneo, o domínio português expandiu-se pelos oceanos Atlântico e Índico.
  3. a localização geográfica das possessões coloniais dos impérios antigos e modernos: as cidades-estado gregas e depois o Império Romano se limitaram a expandir seus domínios pela Europa, ao passo que Portugal fundou colônias na costa do norte da África.
  4. a duração dos impérios antigos e modernos: enquanto o domínio de gregos e romanos sobre os mares teve um fim com as guerras do Peloponeso e Púnicas, respectivamente, Portugal figurou como a maior potência marítima até a independência de suas colônias.

Resposta: B

Resolução: O poema de Fernando Pessoa compara o alcance da expansão marítima portuguesa da Idade Moderna aos processos de colonização da Antiguidade Clássica, destacando que enquanto o domínio grego e romano se limitava ao mar Mediterrâneo, o domínio português expandiu-se pelos oceanos Atlântico e Índico.

14. (UEA) Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

(Fernando Pessoa. Mar português. Mensagem, 1970.)

Mensagem foi o único livro que o poeta português Fernando Pessoa publicou em vida. Ele pensou, a princípio, dar-lhe o título de Portugal, considerando que os poemas tratavam da história do esplendor e da decadência do antigo reino. A estrofe transcrita exprime com lirismo e tristeza

  1. o orgulho do poeta em ser descendente de ilustres navegadores e a consciência portuguesa de ter criado o mundo moderno.
  2. os motivos da decadência abrupta de Portugal, devido aos gastos com a fabricação de caravelas e à perda de homens nos naufrágios.
  3. a resignação cristã que caracterizou a expansão marítima portuguesa, carente de qualquer interesse comercial ou político.
  4. as dificuldades inerentes às navegações marítimas da Idade Moderna e as suas consequências para a população portuguesa.
  5. a perda do domínio dos mares pelo governo português e a redução do número de habitantes do reino com as conquistas no além-mar.

Resposta: D

Resolução: O poema de Fernando Pessoa exprime com lirismo e tristeza as dificuldades inerentes às navegações marítimas da Idade Moderna e as suas consequências para a população portuguesa. O poema destaca o sofrimento das mães que viram seus filhos partir para o mar e as noivas que ficaram sem casar devido às perdas e perigos enfrentados pelos navegadores. Portanto, a estrofe reflete as dificuldades enfrentadas durante a expansão marítima portuguesa e suas consequências para o povo.

15. (Unesp) Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

(Fernando Pessoa. Mar Português. Obra poética, 1960. Adaptado.)

Entre outros aspectos da expansão marítima portuguesa a partir do século XV, o poema menciona

  1. o sucesso da empreitada, que transformou Portugal na principal potência europeia por quatro séculos.
  2. o reconhecimento do papel determinante da Coroa no estímulo às navegações e no apoio financeiro aos familiares dos navegadores.
  3. a crença religiosa como principal motor das navegações, o que justifica o reconhecimento da grandeza da alma dos portugueses.
  4. a percepção das perdas e dos ganhos individuais e coletivos provocados pelas navegações e pelos riscos que elas comportavam.
  5. a dificuldade dos navegadores de reconhecer as diferenças entre os oceanos, que os levou a confundir a América com as Índias.

Resposta: D

Resolução: O poema de Fernando Pessoa menciona a percepção das perdas e dos ganhos individuais e coletivos provocados pelas navegações e pelos riscos que elas comportavam. O poema destaca as lágrimas derramadas pelas mães, as preces em vão dos filhos e as noivas que ficaram por casar devido às dificuldades e perigos enfrentados pelos navegadores portugueses durante a expansão marítima. Portanto, ele reflete a compreensão das consequências das navegações tanto em nível pessoal quanto coletivo.

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