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Intertextualidade

Lista de 19 exercícios de Linguagens com gabarito sobre o tema Intertextualidade com questões do Enem.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Intertextualidade.




01. (Enem 2019) TEXTO I

O Estatuto do Idoso completou 15 anos em 2018 e só no primeiro semestre o Disque 100 recebeu 16 mil denúncias de violação de direitos dos idosos em todo o País.

Para especialistas da área, o aumento no número de denúncias pode ser consequência do encorajamento dos mais velhos na busca pelos direitos. Mas também pode refletir uma onda crescente de violência na sociedade e dentro das próprias famílias.

Políticas públicas mais eficazes no atendimento ao idoso são o mínimo que um país deve estabelecer. O Brasil está ficando para trás e é preciso levar em consideração que o País envelhece (tendência mundial) sem estar preparado para arcar com os desafios, como criar uma rede de proteção, preparar os serviços de saúde pública e dar suporte às famílias que precisam cuidar de seus idosos dependentes.

Disponível em: www.folhadelondrina.com.br. Acesso em: 9 dez. 2018 (adaptado).

Texto II Na comparação entre os textos, conclui-se que as regras do Estatuto do Idoso

Imagem disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 9 dez. 2018.

Na comparação entre os textos, conclui-se que as regras do Estatuto do Idoso

  1. apresentam vantagens em relação às de outros países.
  2. são ignoradas pelas famílias responsáveis por idosos.
  3. alteram a qualidade de vida das pessoas com mais de 60 anos.
  4. precisam ser revistas em razão do envelhecimento da população.
  5. contrastam com as condições de vida proporcionadas pelo País.

02. (Enem 2018) O segundo texto, que propõe uma reflexão sobre o primeiro acerca do impacto de mudanças no estilo de vida na saúde, apresenta uma visão

Disponível em: http://revistaliqb.usac.edu.gt. Acesso em: 25 abr. 2018 (adaptado).

TEXTO II

Imaginemos um cidadão, residente na periferia de um grande centro urbano, que diariamente acorda às 5h para trabalhar, enfrente em média 2 horas de transporte público, em geral lotado, para chegar às 8h ao trabalho. Termina o expediente às 17h e chega em casa às 19h para, aí sim, cuidar dos afazeres domésticos, dos filhos etc. Como dizer a essa pessoa que ela deve praticar exercícios, pois é importante para sua saúde? Como ela irá entender a mensagem da importância do exercício físico? A probabilidade de essa pessoa praticar exercícios regularmente é significativamente menor que a de pessoas da classe média/alta que vivem outra realidade. Nesse caso, a abordagem individual do problema tende a fazer com que a pessoa se sinta impotente em não conseguir praticar exercícios e, consequentemente, culpada pelo fato de ser ou estar sedentária.

FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física escolar: ampliando o enfoque. RBCE, n. 2, jan 2001 (adaptado).

O segundo texto, que propõe uma reflexão sobre o primeiro acerca do impacto de mudanças no estilo de vida na saúde, apresenta uma visão

  1. medicalizada, que relaciona a prática de exercícios físicos por qualquer indivíduo à promoção da saúde.
  2. ampliada, que considera aspectos sociais intervenientes na prática de exercícios no cotidiano.
  3. crítica, que associa a interferência das tarefas da casa ao sedentarismo do indivíduo.
  4. focalizada, que atribui ao indivíduo a responsabilidade pela prevenção de doenças.
  5. geracional, que preconiza a representação do culto à jovialidade.

3. (Enem 2017) TEXTO I

Criatividade em publicidade: teorias e reflexões

Resumo: O presente artigo aborda uma questão primordial na publicidade: a criatividade. Apesar de aclamada pelos departamentos de Criação das agências, devemos ter a consciência de que nem todo anúncio é, de fato, criativo. A partir do resgate teórico, no qual os Conceitos são tratados à luz da publicidade, busca-se estabelecer a compreensão dos temas. Para elucidar tais questões, é analisada uma campanha impressa da marca XXXX. As reflexões apontam que a publicidade criativa é essencialmente simples e apresenta uma releitura do cotidiano.

Depexe, S D. Travessias: Pesquisas em Educação, Cultura, Linguagem e Artes, n. 2, 2008.

TEXTO II Os dois textos apresentados versam sobre o tema Criatividade. O Texto I é um resumo de Caráter Científico e o Texto II, uma homenagem promovida por um site de publicidade. De que maneira O Texto II exemplifica o conceito de criatividade em publicidade apresentado no Texto I?

Os dois textos apresentados versam sobre o tema Criatividade. O Texto I é um resumo de Caráter Científico e o Texto II, uma homenagem promovida por um site de publicidade. De que maneira O Texto II exemplifica o conceito de criatividade em publicidade apresentado no Texto I?

  1. Fazendo menção ao difícil trabalho das mães em criar seus filhos.
  2. Promovendo uma leitura simplista do papel materno em seu trabalho de criar os filhos.
  3. Explorando a polissemia do termo “criação”.
  4. Recorrendo a uma estrutura linguística simples.
  5. Utilizando recursos gráficos diversificados.

04. (Enem 2016) TEXTO I

Nesta época do ano, em que comprar compulsivamente é a principal preocupação de boa parte da população, é imprescindível refletirmos sobre a importância da mídia na propagação de determinados comportamentos que induzem ao consumismo exacerbado. No clássico livro O capital, Karl Marx aponta que no capitalismo os bens materiais, ao serem fetichizados, passam a assumir qualidades que vão além da mera materialidade. As coisas são personificadas e as pessoas são coisificadas. Em outros termos, um automóvel de luxo, uma mansão em um bairro nobre ou a ostentação de objetos de determinadas marcas famosas são alguns dos fatores que conferem maior valorização e visibilidade social a um indivíduo.

LADEIRA, F. F. Reflexões sobre o consumismo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 18 jan. 2015.

TEXTO II

Todos os dias, em algum nível, o consumo atinge nossa vida, modifica nossas relações, gera e rege sentimentos, engendra fantasias, aciona comportamentos, faz sofrer, faz gozar. Às vezes constrangendo-nos em nossas ações no mundo, humilhando e aprisionando, às vezes ampliando nossa imaginação e nossa capacidade de desejar, consumimos e somos consumidos. Numa época toda codificada como a nossa, o código da alma (o código do ser) virou código do consumidor! Fascínio pelo consumo, fascínio do consumo. Felicidade, luxo, bem-estar, boa forma, lazer, elevação espiritual, saúde, turismo, sexo, família e corpo são hoje reféns da engrenagem do consumo.

BARCELLOS, G. A alma do consumo. Disponível em: www.diplomatique.org.br. Acesso em: 18 jan. 2015.

Esses textos propõem uma reflexão crítica sobre o consumismo. Ambos partem do ponto de vista de que esse hábito

  1. desperta o desejo de ascensão social.
  2. provoca mudanças nos valores sociais.
  3. advém de necessidades suscitadas pela publicidade.
  4. deriva da inerente busca por felicidade pelo ser humano.
  5. resulta de um apelo do mercado em determinadas datas.

05. (Enem PPL 2016) TEXTO I

Mama África Mama África (a minha mãe)

é mãe solteira

e tem que fazer

mamadeira todo dia

além de trabalhar

como empacotadeira

nas Casas Bahia

Mama África tem tanto o que fazer

além de cuidar neném

além de fazer denguim

filhinho tem que entender

Mama África vai e vem

mas não se afasta de você

quando Mama sai de casa

seus filhos se olodunzam

rola o maior jazz

Mama tem calos nos pés

Mama precisa de paz

Mama não quer brincar mais

filhinho dá um tempo

é tanto contratempo

no ritmo de vida de Mama

CHICO CÉSAR. Mama África. São Paulo: MZA Music, 1995.

TEXTO II A pesquisa, realizada pelo IBGE, evidencia características das famílias brasileiras, também tematizadas pela canção Mama África. Ambos os textos destacam o(a)

Fonte: IBGE A nova família brasileira. Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 17 dez. 2012 (adaptado).

A pesquisa, realizada pelo IBGE, evidencia características das famílias brasileiras, também tematizadas pela canção Mama África. Ambos os textos destacam o(a)

  1. preocupação das mulheres com o mercado de trabalho.
  2. responsabilidade das mulheres no sustento das famílias.
  3. comprometimento das mulheres na reconstituição do casamento.
  4. dedicação das mulheres no cuidado com os filhos.
  5. importância das mulheres nas tarefas diárias.

06. (Enem 2014) TEXTO I

Seis estados zeram fila de espera para transplante da córnea

Seis estados brasileiros aproveitaram o aumento no número de doadores e de transplantes feitos no primeiro semestre de 2012 no país e entraram para uma lista privilegiada: a de não ter mais pacientes esperando por uma córnea.

Até julho desse ano, Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Norte e São Paulo eliminaram a lista de espera no transplante de córneas, de acordo com balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, no Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos. Em 2011, só São Paulo e Rio Grande do Norte conseguiram zerar essa fila.

TEXTO II A notícia e o cartaz abordam a questão da doação de órgãos. Ao relacionar os dois textos, observa-se que o cartaz é

A notícia e o cartaz abordam a questão da doação de órgãos. Ao relacionar os dois textos, observa-se que o cartaz é

  1. contraditório, pois a notícia informa que o país superou a necessidade de doação de órgãos.
  2. complementar, pois a notícia diz que a doação de órgãos cresceu e o cartaz solicita doações.
  3. redundante, pois a notícia e o cartaz têm a intenção de influenciar as pessoas a doarem seus órgãos.
  4. indispensável, pois a notícia fica incompleta sem o cartaz, que apela para a sensibilidade das pessoas.
  5. discordante, pois ambos os textos apresentam posições distintas sobre a necessidade de doação de órgãos.

7. (Enem 2014) Na criação do texto, o chargista Iotti usa criativamente um intertexto: os traços reconstroem uma cena de Guernica, painel de Pablo Picasso que retrata os horrores e a destruição provocados pelo bombardeio a uma pequena cidade da Espanha.

Na criação do texto, o chargista Iotti usa criativamente um intertexto: os traços reconstroem uma cena de Guernica, painel de Pablo Picasso que retrata os horrores e a destruição provocados pelo bombardeio a uma pequena cidade da Espanha. Na charge, publicada no período de carnaval, recebe destaque a figura do carro, elemento introduzido por Iotti no intertexto. Além dessa figura, a linguagem verbal contribui para estabelecer um diálogo entre a obra de Picasso e a charge, ao explorar:

  1. uma referência ao contexto, “trânsito no feriadão”, esclarecendo-se o referente tanto do texto de Iotti quanto da obra de Picasso.
  2. uma referência ao tempo presente, com o emprego da forma verbal “é”, evidenciando-se a atualidade do tema abordado tanto pelo pintor espanhol quanto pelo chargista brasileiro.
  3. um termo pejorativo, “trânsito”, reforçando-se a imagem negativa de mundo caótico presente tanto em Guernica quanto na charge.
  4. uma referência temporal, “sempre”, referindose à permanência de tragédias retratadas tanto em Guernica quanto na charge.
  5. uma expressão polissêmica, “quadro dramático”, remetendo-se tanto à obra pictórica quanto ao contexto do trânsito brasileiro.

08. (Enem 2013) TEXTO I

É evidente que a vitamina D é importante — mas como obtê-la? Realmente, a vitamina D pode ser produzida naturalmente pela exposição à luz do sol, mas ela também existe em alguns alimentos comuns. Entretanto, como fonte dessa vitamina, certos alimentos são melhores do que outros. Alguns possuem uma quantidade significativa de vitamina D, naturalmente, e são alimentos que talvez você não queira exagerar: manteiga, nata, gema de ovo e fígado.

Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012.

TEXTO II

Todos nós sabemos que a vitamina D (colecalciferol) é crucial para sua saúde. Mas a vitamina D é realmente uma vitamina? Está presente nas comidas que os humanos normalmente consomem? Embora exista em algum percentual na gordura do peixe, a vitamina D não está em nossas dietas, a não ser que os humanos artificialmente incrementem um produto alimentar, como o leite enriquecido com vitamina D. A natureza planejou que você a produzisse em sua pele, e não a colocasse direto em sua boca.

Então, seria a vitamina D realmente uma vitamina?

Disponível em: www.umaoutravisao.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012.

Frequentemente circulam na mídia textos de divulgação científica que apresentam informações divergentes sobre um mesmo tema. Comparando os dois textos, constata-se que o Texto II contrapõe-se ao I quando

  1. comprova cientificamente que a vitamina D não é uma vitamina.
  2. demonstra a verdadeira importância da vitamina D para a saúde.
  3. enfatiza que a vitamina D é mais comumente produzida pelo corpo que absorvida por meio de alimentos.
  4. afirma que a vitamina D existe na gordura dos peixes e no leite, não em seus derivados.
  5. levanta a possibilidade de o corpo humano produzir artificialmente a vitamina D.

09. (Enem 2012) TEXTO I

A característica da oralidade radiofônica, então, seria aquela que propõe o diálogo com o ouvinte: a simplicidade, no sentido da escolha lexical; a concisão e coerência, que se traduzem em um texto curto, em linguagem coloquial e com organização direta; e o ritmo, marcado pelo locutor, que deve ser o mais natural (do diálogo). É esta organização que vai “reger” a veiculação da mensagem, seja ela interpretada ou de improviso, com objetivo de dar melodia à transmissão oral, dar emoção, personalidade ao relato de fato.

VELHO, A. P. M. A linguagem do rádio multimídia. Disponível em: www.bocc.ubi.pt. Acesso em: 27 fev. 2012.

TEXTO II

A dois passos do paraíso

A Rádio Atividade leva até vocês

Mais um programa da séria série

“Dedique uma canção a quem você ama”

Eu tenho aqui em minhas mãos uma carta

Uma carta d’uma ouvinte que nos escreve

E assina com o singelo pseudônimo de

“Mariposa Apaixonada de Guadalupe”

Ela nos conta que no dia que seria

o dia mais feliz de sua vida

Arlindo Orlando, seu noivo

Um caminhoneiro conhecido da pequena e

Pacata cidade de Miracema do Norte

Fugiu, desapareceu, escafedeu-se

Oh! Arlindo Orlando volte

Onde quer que você se encontre

Volte para o seio de sua amada

Ela espera ver aquele caminhão voltando

De faróis baixos e para-choque duro...

BLITZ. Disponível em: http://letras.terra.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (fragmento).

Em relação ao Texto I, que analisa a linguagem do rádio, o Texto II apresenta, em uma letra de canção,

  1. estilo simples e marcado pela interlocução com o receptor, típico da comunicação radiofônica.
  2. lirismo na abordagem do problema, o que o afasta de uma possível situação real de comunicação radiofônica.
  3. marcação rítmica dos versos, o que evidencia o fato de o texto pertencer a uma modalidade de comunicação diferente da radiofônica.
  4. direcionamento do texto a um ouvinte específico, divergindo da finalidade de comunicação do rádio, que é atingir as massas.
  5. objetividade na linguagem caracterizada pela ocorrência rara de adjetivos, de modo a diminuir as marcas de subjetividade do locutor.

10. (Enem 2010) Fora da ordem

Em 1588, o engenheiro militar italiano Agostinho Romelli publicou Le Diverse ET Artificiose Machine , no qual descrevia uma máquina de ler livros. Montada para girar verticalmente, como uma roda de hamster, a invenção permitia que o leitor fosse de um texto ao outro sem se levantar de sua cadeira.

Hoje podemos alternar entre documentos com muito mais facilidade – um clique no mouse é suficiente para acessarmos imagens, textos, vídeos e sons instantaneamente. Para isso, usamos o computador, e principalmente a internet – tecnologias que não estavam disponíveis no Renascimento, época em que Romelli viveu.

BERCITTO, D. Revista Língua Portuguesa. Ano II. N°14.

O inventor italiano antecipou, no século XVI, um dos princípios definidores do hipertexto: a quebra de linearidade na leitura e a possibilidade de acesso ao texto conforme o interesse do leitor. Além de ser característica essencial da internet, do ponto de vista da produção do texto, a hipertextualidade se manifesta também em textos impressos, como:

  1. dicionários, pois a forma do texto dá liberdade de acesso à informação.
  2. documentários, pois o autor faz uma seleção dos fatos e das imagens.
  3. relatos pessoais, pois o narrador apresenta sua percepção dos fatos.
  4. editoriais, pois o editorialista faz uma abordagem detalhada dos fatos.
  5. romances românticos, pois os eventos ocorrem em diversos cenários.

11. (Enem 2009) Diferentemente do texto escrito, que em geral compele os leitores a lerem numa onda linear – da esquerda para a direita e de cima para baixo, na página impressa – hipertextos encorajam os leitores a moverem-se de um bloco de texto a outro, rapidamente e não sequencialmente. Considerando que o hipertexto oferece uma multiplicidade de caminhos a seguir, podendo ainda o leitor incorporar seus caminhos e suas decisões como novos caminhos, inserindo informações novas, o leitor-navegador passa a ter um papel mais ativo e uma oportunidade diferente da de um leitor de texto impresso. Dificilmente dois leitores de hipertextos farão os mesmos caminhos e tomarão as mesmas decisões.

MARCUSCHI, L. A. Cognição, linguagem e práticas interacionais. Rio: Lucerna, 2007.

No que diz respeito à relação entre o hipertexto e o conhecimento por ele produzido, o texto apresentado deixa claro que o hipertexto muda a noção tradicional de autoria, porque:

  1. é o leitor que constrói a versão final do texto.
  2. o autor detém o controle absoluto do que escreve.
  3. aclara os limites entre o leitor e o autor.
  4. propicia um evento textual-interativo em que apenas o autor é ativo.
  5. só o autor conhece o que eletronicamente se dispõe para o leitor.

12. (Enem 2009) Texto I

O professor deve ser um guia seguro, muito senhor de sua língua; se outra for a orientação, vamos cair na “língua brasileira”, refúgio nefasto e confissão nojenta de ignorância do idioma pátrio, recurso vergonhoso de homens de cultura falsa e de falso patriotismo.

Como havemos de querer que respeitem a nossa nacionalidade se somos os primeiros a descuidar daquilo que exprime e representa o idioma pátrio?

ALMEIDA, N. M. Gramática metódica da língua portuguesa. Prefácio. São Paulo: Saraiva, 1999 (adaptado).

Texto II

Alguns leitores poderão achar que a linguagem desta Gramática se afasta do padrão estrito usual neste tipo de livro. Assim, o autor escreve tenho que reformular, e não tenho de reformular; pode-se colocar dois constituintes, e não podem-se colocar dois constituintes; e assim por diante. Isso foi feito de caso pensado, com a preocupação de aproximar a linguagem da gramática do padrão atual brasileiro presente nos textos técnicos e jornalísticos de nossa época.

REIS, N. Nota do editor. PERINI, M. A. Gramática descritiva do português. São Paulo: Ática, 1996.

Confrontando-se as opiniões defendidas nos dois textos, conclui-se que:

  1. ambos os textos tratam da questão do uso da língua com o objetivo de criticar a linguagem do brasileiro.
  2. os dois textos defendem a ideia de que o estudo da gramática deve ter o objetivo de ensinar as regras prescritivas da língua.
  3. a questão do português falado no Brasil é abordada nos dois textos, que procuram justificar como é correto e aceitável o uso coloquial do idioma.
  4. o primeiro texto enaltece o padrão estrito da língua, ao passo que o segundo defende que a linguagem jornalística deve criar suas próprias regras gramaticais.
  5. o primeiro texto prega a rigidez gramatical no uso da língua, enquanto o segundo defende uma adequação da língua escrita ao padrão atual brasileiro.

13. (Enem 2007) A figura abaixo é parte de uma campanha publicitária. Essa campanha publicitária relaciona-se diretamente com a seguinte afirmativa:

Essa campanha publicitária relaciona-se diretamente com a seguinte afirmativa:

  1. o comércio ilícito da fauna silvestre, atividade de grande impacto, é uma ameaça para a biodiversidade nacional.
  2. a manutenção do mico-leão-dourado em jaula é a medida que garante a preservação dessa espécie animal.
  3. o Brasil, primeiro país a eliminar o tráfico do mico-leão-dourado, garantiu a preservação dessa espécie.
  4. o aumento da biodiversidade em outros países depende do comércio ilegal da fauna silvestre brasileira.
  5. o tráfico de animais silvestres é benéfico para a preservação das espécies, pois garante-lhes a sobrevivência.

14. (Enem 2007) Texto I

Álcool, crescimento e pobreza

O lavrador de Ribeirão Preto recebe em média R$ 2,50 por tonelada de cana cortada. Nos anos 80, esse trabalhador cortava cinco toneladas de cana por dia. A mecanização da colheita o obrigou a ser mais produtivo. O corta-cana derruba agora oito toneladas por dia. O trabalhador deve cortar a cana rente ao chão, encurvado. Usa roupas mal-ajambradas, quentes, que lhe cobrem o corpo, para que não seja lanhado pelas folhas da planta. O excesso de trabalho causa a birola: tontura, desmaio, cãibra, convulsão. A fim de aguentar dores e cansaço, esse trabalhador toma drogas e soluções de glicose, quando não farinha mesmo. Tem aumentado o número de mortes por exaustão nos canaviais. O setor da cana produz hoje uns 3,5% do PIB. Exporta US$ 8 bilhões. Gera toda a energia elétrica que consome e ainda vende excedentes. A indústria de São Paulo contrata cientistas e engenheiros para desenvolver máquinas e equipamentos mais eficientes para as usinas de álcool. As pesquisas, privada e pública, na área agrícola (cana, laranja, eucalipto etc.) desenvolvem a bioquímica e a genética no país.

Folha de S. Paulo, 11/3/2007 (com adaptações).

Texto II

ÁLCOOL: O MUNDO DE OLHO EM NOSSA TECNOLOGIA O lavrador de Ribeirão Preto recebe em média R$ 2,50 por tonelada de cana cortada.

— Ah, fico meio encabulado em ter de comer com a mão diante de tanta gente!

ANGELI Folha de S. Paulo, 25/3/2007.

Confrontando-se as informações do texto com as da charge acima, conclui-se que:

  1. a charge contradiz o texto ao mostrar que o Brasil possui tecnologia avançada no setor agrícola.
  2. a charge e o texto abordam, a respeito da cana-de-açúcar brasileira, duas realidades distintas e sem relação entre si.
  3. o texto e a charge consideram a agricultura brasileira avançada, do ponto de vista tecnológico.
  4. a charge mostra o cotidiano do trabalhador, e o texto defende o fim da mecanização da produção da cana-de-açúcar no setor sucroalcooleiro.
  5. o texto mostra disparidades na agricultura brasileira, na qual convivem alta tecnologia e condições precárias de trabalho, que a charge ironiza.

15. (Enem 2005) Leia estes textos.

Texto 1

(QUINO. O mundo da Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 3)

Texto 2

Sonho Impossível

Sonhar

Mais um sonho impossível

Lutar

Quando é fácil ceder

Vencer o inimigo invencível

Negar quando a regra é vender

Sofrer a tortura implacável

Romper a incabível prisão

Voar num limite improvável

Tocar o inacessível chão

É minha lei, é minha questão

Virar esse mundo

Cravar esse chão

Não me importa saber

Se é terrível demais

Quantas guerras terei que vencer

Por um pouco de paz

E amanhã se esse chão que eu beijei

For meu leito e perdão

Vou saber que valeu delirar

E morrer de paixão

E assim, seja lá como for

Vai ter fim a infinita aflição

E o mundo vai ver uma flor

Brotar do impossível chão.

(J. Darione – M. Leigh – Versão de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra, 1972.)

A tirinha e a canção apresentam uma reflexão sobre o futuro da humanidade. É correto concluir que os dois textos:

  1. afirmam que o homem é capaz de alcançar a paz.
  2. concordam que o desarmamento é inatingível.
  3. julgam que o sonho é um desafio invencível.
  4. têm visões diferentes sobre um possível mundo melhor.
  5. transmitem uma mensagem de otimismo sobre a paz.

16. (Enem 2005) Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros. Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros
Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros
Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros
Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros

Sobre a temática dos “Retirantes”, Portinari também escreveu o seguinte poema:

(....)

Os retirantes vêm vindo com trouxas e embrulhos

Vêm das terras secas e escuras; pedregulhos

Doloridos como fagulhas de carvão aceso

Corpos disformes, uns panos sujos,

Rasgados e sem cor, dependurados

Homens de enorme ventre bojudo

Mulheres com trouxas caídas para o lado

Pançudas, carregando ao colo um garoto

Choramingando, remelento

(....)

(Cândido Portinari. Poemas. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1964.)

Das quatro obras reproduzidas, assinale aquelas que abordam a problemática que é tema do poema.

  1. 1 e 2
  2. 1 e 3
  3. 2 e 3
  4. 3 e 4
  5. 2 e 4

17. (Enem 2005) Leia estes poemas.

Texto 1 - Autorretrato

Provinciano que nunca soube

Escolher bem uma gravata;

Pernambucano a quem repugna

A faca do pernambucano;

Poeta ruim que na arte da prosa

Envelheceu na infância da arte,

E até mesmo escrevendo crônicas

Ficou cronista de província;

Arquiteto falhado, músico

Falhado (engoliu um dia

Um piano, mas o teclado

Ficou de fora); sem família,

Religião ou filosofia;

Mal tendo a inquietação de espírito

Que vem do sobrenatural,

E em matéria de profissão

Um tísico* profissional.

(Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1983. p. 395.)

Texto 2 - Poema de sete faces

Quando eu nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens

que correm atrás de mulheres.

A tarde talvez fosse azul,

não houvesse tantos desejos.

(....)

Meu Deus, por que me abandonaste

se sabias que eu não era Deus

se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo

mais vasto é o meu coração.

(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 53.)

(*) tísico=tuberculoso

Esses poemas têm em comum o fato de:

  1. descreverem aspectos físicos dos próprios autores.
  2. refletirem um sentimento pessimista.
  3. terem a doença como tema.
  4. narrarem a vida dos autores desde o nascimento.
  5. defenderem crenças religiosas.

18. (Enem 2005) Leia o texto e examine a ilustração:

Óbito do autor

(....) expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia − peneirava − uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: −”Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isto é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.” (....)

(Adaptado. Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Ilustrado por CândidoPortinari. Rio de Janeiro: Cem Bibliófilos do Brasil, 1943. p.1.)

Compare o texto de Machado de Assis com a ilustração de Portinari. É correto afirmar que a ilustração do pintor:

  1. apresenta detalhes ausentes na cena descrita no texto verbal.
  2. retrata fielmente a cena descrita por Machado de Assis.
  3. distorce a cena descrita no romance.
  4. expressa um sentimento inadequado à situação.
  5. contraria o que descreve Machado de Assis.

19. (Enem 2005) A DANÇA E A ALMA

A DANÇA? Não é movimento,

súbito gesto musical.

É concentração, num momento,

da humana graça natural.

No solo não, no éter pairamos,

nele amaríamos ficar.

A dança – não vento nos ramos:

seiva, força, perene estar.

Um estar entre céu e chão,

novo domínio conquistado, onde busque nossa paixão

libertar-se por todo lado...

Onde a alma possa descrever

suas mais divinas parábolas

sem fugir à forma do ser,

por sobre o mistério das fábulas.

(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 366.)

A definição de dança, em linguagem de dicionário, que mais se aproxima do que está expresso no poema é:

  1. a mais antiga das artes, servindo como elemento de comunicação e afirmação do homem em todos os momentos de sua existência.
  2. a forma de expressão corporal que ultrapassa os limites físicos, possibilitando ao homem a liberação de seu espírito.
  3. a manifestação do ser humano, formada por uma sequência de gestos, passos e movimentos desconcertados.
  4. o conjunto organizado de movimentos do corpo, com ritmo determinado por instrumentos musicais, ruídos, cantos, emoções etc.
  5. o movimento diretamente ligado ao psiquismo do indivíduo e, por consequência, ao seu desenvolvimento intelectual e à sua cultura.

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