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Interpretação de Texto

Lista de 17 exercícios de Linguagens com gabarito sobre o tema Interpretação de Texto com questões do Enem.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Interpretação de Texto.




1. (Enem 2017) Garcia tinha-se chegado ao cadáver, levantara o lenço e contemplara por alguns instantes as feições defuntas. Depois, como se a morte espiritualizasse tudo, inclinou-se e beijou-a na testa. Foi nesse momento que Fortunato chegou à porta. Estacou assombrado; não podia ser o beijo da amizade, podia ser o epílogo de um livro adúltero […].

Entretanto, Garcia inclinou-se ainda para beijar outra vez o cadáver, mas então não pôde mais. O beijo rebentou em soluços, e os olhos não puderam conter as lágrimas, que vieram em borbotões, lágrimas de amor calado, e irremediável desespero. Fortunato, à porta, onde ficara, saboreou tranquilo essa explosão de dor moral que foi longa, muito longa, deliciosamente longa.

ASSIS, M. A causa secreta, Disponível em: www.dominimopublico.gov.br Acesso em: 9 out. 2015.

No fragmento, o narrador adota um ponto de vista que acompanha a perspectiva de Fortunato. O que singulariza esse procedimento narrativo é o registro do(a)

  1. indignação face à suspeita do adultério da esposa.
  2. tristeza compartilhada pela perda da mulher amada.
  3. espanto diante da demonstração de afeto de Garcia.
  4. prazer da personagem em relação ao sofrimento alheio.
  5. superação do ciúme pela comoção decorrente da morte.

2. (Enem 2017) TEXTO I

Terezinha de Jesus

De uma queda foi ao chão

Acudiu três cavalheiros

Todos os três de chapéu na mão

O primeiro foi seu pai

O segundo, seu irmão

O terceiro foi aquele

A quem Tereza deu a mão

ATISTA, M. F. B. M.; SANTOS, I. M. F. (Org.). Cancioneiro da Paraíba. João Pessoa: Grafset, 1993 (adaptado).

TEXTO II

Outra interpretação é feita a partir das condições sociais daquele tempo. Para a ama e para a criança para quem cantava a cantiga, a música falava do casamento como um destino natural na vida da mulher, na sociedade brasileira do século XIX, marcada pelo patriarcalismo. A música prepara a moça para o seu destino não apenas inexorável, mas desejável: o casamento, estabelecendo uma hierarquia de obediência (pai, irmão mais velho, marido), de acordo com a época e circunstâncias de sua vida.

Disponível em: http://provsjose.blogspot.com.br. Acesso em: 5 dez. 2012.

O comentário do texto II sobre o texto I evoca a mobilização da língua oral que, em determinados contextos,

  1. assegura a existência de pensamentos contrários à ordem vigente.
  2. mantém a heterogeneidade das formas de relações sociais.
  3. conserva a influência religiosa sobre certas culturas.
  4. preserva a diversidade cultural e comportamental.
  5. reforça comportamentos e padrões culturais.

3. (Enem 2017) O consumidor do século XXI, chamado de novo consumidor social, tende a se comportar de modo diferente do consumidor tradicional.

O consumidor do século XXI, chamado de novo consumidor social, tende a se comportar de modo diferente do consumidor tradicional. Pela associação das características apresentadas no diagrama, infere-se que esse novo consumidor sofre influência da

  1. cultura do comércio eletrônico.
  2. busca constante pelo menor preço.
  3. divulgação de informações pelas empresas.
  4. necessidade recorrente de consumo.
  5. postura comum aos consumidores tradicionais.

4. (Enem 2017) A língua tupi no Brasil

Há 300 anos, morar na vila de São Paulo de Piratininga (peixe seco, em tupi) era quase sinônimo de falar língua de índio. Em cada cinco habitantes da cidade, só dois conheciam o português. Por isso, em 1698, o governador da província, Artur de Sá e Meneses, implorou a Portugal que só mandasse padres que soubessem “a língua geral dos índios”, pois “aquela gente não se explica em outro idioma”.

Derivado do dialeto de São Vicente, o tupi de São Paulo se desenvolveu e se espalhou no século XVII, graças ao isolamento geográfico da cidade e à atividade pouco cristã dos mamelucos paulistas: as bandeiras, expedições ao Sertão em busca de escravos índios. Muitos bandeirantes nem sequer falavam o português ou se expressavam mal. Domingos Jorge Velho, o paulista que destruiu o Ouilombo dos Palmares em 1694, foi descrito pelo bispo de Pernambuco como “um bárbaro que nem falar sabe”. Em suas andanças, essa gente batizou lugares como Avanhandava (lugar onde o índio corre), Pindamonhangaba (lugar de fazer anzol) e Itu (cachoeira). E acabou inventando uma nova língua. “

Os escravos dos bandeirantes vinham de mais de 100 tribos diferentes”, conta o historiador e antropólogo John Monteiro, da Universidade Estadual de Campinas. “Isso mudou o tupi paulista, que, além da influência do português, ainda recebia palavras de outros idiomas.” O resultado da mistura ficou conhecido como língua geral do sul, uma espécie de tupi facilitado.

ÂNGELO, C. Disponível em: <http: //super.abril.com.br>. Acesso em: 8 ago. 2012. (Adaptado).

O texto trata de aspectos sócio-históricos da formação linguística nacional. Ouanto ao papel do tupinaformação do português brasileiro, depreende-se que essa língua indígena

  1. contribuiu efetivamente para o léxico, com nomes relativos aos traços característicos dos lugares designados.
  2. originou o português falado em São Paulo no século XVII, em cuja base gramatical também está a fala de variadas etnias indígenas.
  3. desenvolveu-se sob influência dos trabalhos de catequese dos padres portugueses, vindos de Lisboa.
  4. misturou-se aos falares africanos, em razão das interações entre portugueses e negros nas investidas contra o Ouilombo dos Palmares.
  5. expandiu-se paralelamente ao português falado pelo colonizador, e juntos originaram a língua dos bandeirantes paulistas.

5. (Enem 2017) TEXTO I

Criatividade em publicidade: teorias e reflexões

Resumo: O presente artigo aborda uma questão primordial na publicidade: a criatividade. Apesar de aclamada pelos departamentos de Criação das agências, devemos ter a consciência de que nem todo anúncio é, de fato, criativo. A partir do resgate teórico, no qual os Conceitos são tratados à luz da publicidade, busca-se estabelecer a compreensão dos temas. Para elucidar tais questões, é analisada uma campanha impressa da marca XXXX. As reflexões apontam que a publicidade criativa é essencialmente simples e apresenta uma releitura do cotidiano.

Depexe, S D. Travessias: Pesquisas em Educação, Cultura, Linguagem e Artes, n. 2, 2008.

TEXTO II Os dois textos apresentados versam sobre o tema Criatividade. O Texto I é um resumo de Caráter Científico e o Texto II, uma homenagem promovida por um site de publicidade. De que maneira O Texto II exemplifica o conceito de criatividade em publicidade apresentado no Texto I?

Os dois textos apresentados versam sobre o tema Criatividade. O Texto I é um resumo de Caráter Científico e o Texto II, uma homenagem promovida por um site de publicidade. De que maneira O Texto II exemplifica o conceito de criatividade em publicidade apresentado no Texto I?

  1. Fazendo menção ao difícil trabalho das mães em criar seus filhos.
  2. Promovendo uma leitura simplista do papel materno em seu trabalho de criar os filhos.
  3. Explorando a polissemia do termo “criação”.
  4. Recorrendo a uma estrutura linguística simples.
  5. Utilizando recursos gráficos diversificados.

6. (Enem 2017) A ascensão social por meio do esporte mexe com o imaginário das pessoas, pois em poucos anos um adolescente pode se tornar milionário caso tenha um bom desempenho esportivo. Muitos meninos de famílias pobres jogam com o objetivo de conseguir dinheiro para oferecer uma boa qualidade de vida à família. Isso aproximou mais ainda o futebol das camadas mais pobres da sociedade, tornando-o cada vez mais popular.

Acontece que esses jovens sonham com fama e dinheiro, enxergando no futebol o único caminho possível para o sucesso. No entanto, eles não sabem da grande dificuldade que existe no início dessa jornada em que a minoria alcança a carreira profissional. Esses garotos abandonam a escola pela ilusão de vencer no futebol, à qual a maioria sucumbe.

O caminho até o profissionalismo acontece por meio de um longo processo seletivo que os jovens têm de percorrer. Caso não seja selecionado, esse atleta poderá ter que abandonar a carreira involuntariamente por falta de uma equipe que o acolha. Alguns podem acabar em subempregos, à margem da sociedade, ou até mesmo em vícios de correntes dese fracasso e dessa desilusão. Isso acontece porque no auge da sua formação escolar e na Condição juvenil de desenvolvimento, eles não se preparam e não são devidamente orientados para buscar alternativas de experiências mais amplas de ocupação fora e além do futebol.

BALZANO, O N MORAIS, J. S. A formação do jogador de futebol e sua relação Com a escola EFDeportes, n. 172, set 2012 (adaptado)

Ao abordar o fato de, no Brasil, muitos jovens depositarem suas esperanças de futuro no futebol, o texto critica o(a)

  1. despreparo dos jogadores de futebol para ajudarem suas famílias a superar a miséria.
  2. garantia de ascensão social dos jovens pela carreira de jogador de futebol.
  3. falta de investimento dos clubes para que os atletas possam atuar profissionalmente e viver do futebol.
  4. investimento reduzido dos atletas profissionais em sua formação escolar, gerando frustração e desilusão profissional no esporte.
  5. despreocupação dos sujeitos com uma formação paralela à esportiva, para habilitá-los a atuar em Outros setores da vida.

7. (Enem 2017) TEXTO II O gravador Oswaldo Goeldi recebeu influências de um movimento artístico europeu do início do século XX, que apresenta as características reveladas nos traços da obra de

TEXTO II

Na sua produção, Goeldi buscou refletir seu caminho pessoal e político, sua melancolia e paixão sobre os intensos aspectos mais latentes em sua obra, como: cidades, peixes, urubus, caveiras, abandono, solidão, drama e medo.

ZULIETTI, L. F. Goeldi: da melancolia ao inevitável. Revista de Arte, Mídia e Política. Acesso em: 24 abr. 2017 (adaptado).

O gravador Oswaldo Goeldi recebeu influências de um movimento artístico europeu do início do século XX, que apresenta as características reveladas nos traços da obra de

  1. Alfredo Kubin, representante do Expressionismo. Sonho e desarranjo. Alfred Kubin. Alfredo Kubin, representante do Expressionismo. Sonho e desarranjo. Alfred Kubin.
  2. Henri Matisse, representante do Fauvismo. Bailarina deitada, Henri Matisse Henri Matisse, representante do Fauvismo. Bailarina deitada, Henri Matisse
  3. Diego Rivera, representante do Muralismo. Mineiro, Diego Rivera Diego Rivera, representante do Muralismo. Mineiro, Diego Rivera.
  4. Pablo Picasso, representante do Cubismo. Retrato de Igor Stravinsky, Pablo Picasso. Pablo Picasso, representante do Cubismo. Retrato de Igor Stravinsky, Pablo Picasso.
  5. René Magritte, representante do Surrealismo. Os amantes, René Magritte. René Magritte, representante do Surrealismo. Os amantes, René Magritte.

8. (Enem 2017) E aqui, antes de continuar este espetáculo, e necessário que façamos uma advertência a todos e a cada um. Neste momento, achamos fundamental que cada um tome uma posição definida. Sem que cada um tome uma posição definida, não é possível continuarmos. É fundamental que cada um tome uma posição, seja para a esquerda, seja para a direita. Admitimos mesmo que alguns tomem uma posição neutra, fiquem de braços cruzados. Mas é preciso que cada um, uma vez tomada sua posição, fique nela! Porque senão, companheiros, as cadeiras do teatro rangem muito e ninguém ouve nada.

FERNANDES, M.; RANGEL, F. Liberdade, liberdade. Porto Alegre: L&PM, 2009,

A peça Liberdade, liberdade, encenada em 1964, apresenta o impasse vivido pela sociedade brasileira em face do regime vigente. Esse impasse é representado no fragmento pelo(a)

  1. barulho excessivo produzido pelo ranger das cadeiras do teatro.
  2. indicação da neutralidade como a melhor opção ideológica naquele momento.
  3. constatação da censura em função do engajamento social do texto dramático.
  4. correlação entre o alinhamento politico e a posição corporal dos espectadores.
  5. interrupção do espetáculo em virtude do comportamento inadequado do público.

9. (Enem 2017) Apesar de muitas crianças e adolescentes terem a Barbie como um exemplo de beleza, um infográfico feito pelo site Rehabs.com comprovou que, caso uma mulher tivesse as medidas da boneca de plástico, ela nem estaria viva.

Não é exatamente uma novidade que as proporções da boneca mais famosa do mundo são absurdas para o mundo real. Ativistas que lutam pela construção de uma autoimagem mais saudável, pesquisadores de distúrbios alimentares e pessoas que se preocupam com o impacto da indústria cultural na psique humana apontam, há anos, a influência de modelos como a Barbie na distorção do corpo feminino.

Pescoço

Com um pescoço duas vezes mais longo e 15 centímetros mais fino do que o de uma mulher, a Barbie seria incapaz de manter sua cabeça levantada.

Cintura

Com uma cintura de 40 centímetros (menor do que a sua cabeça), a Barbie da vida real só teria espaço em seu corpo para acomodar metade de um rim e alguns centímetros de intestino.

Quadril

O índice que mede a relação entre a cintura e o quadril da Barbie é de 0,56, o que significa que a medida da sua cintura representa 56% da circunferência de seu quadril. Esse mesmo índice, em uma mulher americana média, é de 0,8.

Disponivel em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 2 maio 2015.

Ao abordar as possíveis influências da indústria de brinquedos sobre a representação do corpo feminino, o texto analisa a

  1. noção de beleza globalizada veiculada pela indústria cultural.
  2. influência da mídia para a adoção de um estilo de vida salutar pelas mulheres.
  3. relação entre a alimentação saudável e o padrão de corpo instituído pela boneca.
  4. proporcionalidade entre a representação do corpo da boneca e a do corpo humano.
  5. influência mercadológica na construção de uma auto imagem positiva do corpo feminino.

10. (Enem 2017) Campanhas publicitárias podem evidenciar problemas sociais. O Cartaz tem como finalidade

Campanhas publicitárias podem evidenciar problemas sociais. O Cartaz tem como finalidade

  1. alertar os homens agressores sobre as consequências de seus atos, Conscientizar a população sobre a necessidade de denunciar a violência doméstica.
  2. instruir as mulheres sobre o que fazer em casos de agressão.
  3. despertar nas crianças a capacidade de reconhecer atos de violência doméstica.
  4. exigir das autoridades ações preventivas contra a Violência doméstica.

11. (Enem 2017) No esporte-participação ou esporte popular, a manifestação ocorre no princípio do prazer lúdico, que tem como finalidade o bem-estar social dos seus praticantes. Está associado intimamente com o lazer e o tempo livre e ocorre em espaços não comprometidos com o tempo e fora das obrigações da vida diária. Tem como propósitos a descontração, a diversão, o desenvolvimento pessoal e o relacionamento com as pessoas. Pode-se afirmar que o esporte-participação, por ser a dimensão social do esporte mais inter-relacionada com os caminhos democráticos, equilibra o quadro de desigualdades de oportunidades esportivas encontrado na dimensão esporte-performance. Enquanto o esporte-performance só permite sucesso aos talentos ou àqueles que tiveram condições, o esporte-participação favorece o prazer a todos que dele desejarem tomar parte.

GODTSFRIEDT, J. Esporte e sua relação com a sociedade: uma síntese bibliográfica. EFDeportes, n. 142, mar. 2010.

O sentido de esporte-participação construído no texto está fundamentalmente presente

  1. nos Jogos Olímpicos, uma vez que reúnem diversos países na disputa de diferentes modalidades esportivas.
  2. nas competições de esportes individuais, uma vez que o sucesso de um indivíduo incentiva a participação dos demais.
  3. nos campeonatos oficiais de futebol, regionais e nacionais, por se tratar de uma modalidade esportiva muito popular no país.
  4. nas competições promovidas pelas federações e confederações, cujo objetivo é a formação e a descoberta de talentos.
  5. nas modalidades esportivas adaptadas, cujo objetivo é o maior engajamento dos cidadãos.

12. (Enem 2017) João/Zero (Wagner Moura) é um cientista genial, mas infeliz porque há 20 anos atrás foi humilhado publicamente durante uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma antiga e eterna paixão. Certo dia, uma experiência com um de seus inventos permite que ele faça uma viagem no tempo, retornando para aquela época e podendo interferir no seu destino. Mas quando ele retorna, descobre que sua vida mudou totalmente e agora precisa encontrar um jeito de mudar essa história, nem que para isso tenha que voltar novamente ao passado. Será que ele conseguirá acertar as coisas?

Disponível em: http://adorocinema.com. Acesso em: 4 out. 2011.

Qual aspecto da organização gramatical atualiza os eventos apresentados na resenha, contribuindo para despertar o interesse do leitor pelo filme?

  1. O emprego do verbo haver, em vez de ter, em “há 20 anos atrás foi humilhado”.
  2. A descrição dos fatos com verbos no presente do indicativo, como “retorna” e “descobre”.
  3. A repetição do emprego da conjunção “mas” para contrapor ideias.
  4. A finalização do texto com a frase de efeito "Será que ele conseguirá acertar as coisas?".
  5. O uso do pronome de terceira pessoa “ele” ao longo do texto para fazer referência ao protagonista "João/Zero".

13. (Enem 2017) Naquela manhã de céu limpo e ar leve, devido à chuva torrencial da noite anterior, saí a caminhar com o sol ainda escondido para tomar tenência dos primeiros movimentos da vida na roça. Num demorou nem um tiquinho e o cheiro intenso do café passado por Dona Linda me invadiu as narinas e fez a fome se acordar daquela rema letárgica derivada da longa noite de sono. Levei as mãos até a água que corria pela bica feita de bambu e o contato gelado foi de arrepiar. Mas fui em frente e levei as mãos em concha até o rosto. Com o impacto, recuei e me faltou o fôlego por alguns instantes, mas o despertar foi imediato. Já aceso, entrei na cozinha na buscação de derrubar a fome e me acercar do aconchego do calor do fogão à lenha. Foi quando dei reparo da figura esguia e discreta de uma senhora acompanhada de um garoto aparentando uns cinco anos de idade já aboletada na ponta da mesa em proseio íntimo com a dona da casa. Depois de um vigoroso “Bom dia!”, de um vaporoso aperto de mãos nas apresentações de praxe, fiquei sabendo que Dona Flor de Maio levava o filho Adão para tratamento das feridas que pipocavam por seu corpo, provocando pequenas pústulas de bordas avermelhadas.

GUIÂO, M. Disponível em: www.revistaecologico.com.br. Acesso em: 10 mar. 2014 (adaptado)

A variedade linguística da narrativa é adequada à descrição dos fatos. Por isso, a escolha de determinadas palavras e expressões usadas no texto está a serviço da

  1. localização dos eventos de fala no tempo ficcional
  2. composição da verossimilhança do ambiente retratado.
  3. restrição do papel do narrador à observação das cenas relatadas.
  4. construção mística das personagens femininas pelo autor do texto.
  5. caracterização das preferências linguísticas da personagem masculina.

14. (Enem 2017) Zé Araújo começou a cantar num tom triste, dizendo aos curiosos que começaram a chegar que uma mulher tinha se ajoelhado aos pés da santa cruz e jurado em nome de Jesus um grande amor, mas jurou e não cumpriu, fingiu e me enganou, pra mim você mentiu, pra Deus você pecou, o coração tem razões que a própria razão desconhece, faz promessas e juras, depois esquece. O caboclo estava triste e inspirado. Depois dessa canção que arrepiou os cabelos da Neusa, emendou com uma valsa mais arretada ainda, cheia de palavras difíceis, mas bonita que só a gota serena. Era a história de uma boneca encantadora vista numa vitrine de cristal sobre o soberbo pedestal. Zé Araújo fechava os olhos e soltava a voz:

Seus cabelos tinham a cor/ Do sol a irradiar/ Fulvos raios de amor./ Seus olhos eram circúnvagos/ Do romantismo azul dos lagos/ Mãos liriais, uns braços divinais,/

Um corpo alvo sem par/ E os pés muito pequenos./Enfim eu vi nesta boneca/ Uma perfeita Vênus.

CASTRO, N. L. As pelejas de Ojuara o homem que desafiou o diabo. São Paulo: Arx, 2006 (adaptado).

O comentário do narrador do romance “[…] emendou com uma valsa mais arretada ainda, cheia de palavras difíceis, mas bonita que só a gota serena” relaciona-se ao fato de que essa valsa é representativa de uma variedade linguística

  1. detentora de grande prestígio social.
  2. específica da modalidade oral da língua.
  3. previsível para o contexto social da narrativa.
  4. constituída de construções sintáticas complexas.
  5. valorizadora do conteúdo em detrimento da forma.

15. (Enem 2017) A lavadeira começou a viver como uma serviçal que impõe respeito e não mais como escrava. Mas essa regalia súbita foi efêmera. Meus irmãos, nos frequentes deslizes que adulteravam este novo relacionamento, eram dardejados pelo olhar severo de Emilie; eles nunca suportaram de bom grado que uma índia passasse a comer na mesa da sala, usando os mesmos talheres e pratos, e comprimindo com os lábios o mesmo cristal dos copos e a mesma porcelana das xícaras de café. Uma espécie de asco e repulsa tingia-lhes o rosto, já não comiam com a mesma saciedade e recusavam-se a elogiar os pastéis de picadinho de carneiro, os folheados de nata e tâmara, e o arroz com amêndoas, dourado, exalando um cheiro de cebola tostada. Aquela mulher, sentada e muda, com o rosto rastreado de rugas, era capaz de tirar o sabor e o odor dos alimentos e de suprimir a voz e o gesto como se o seu silêncio ou a sua presença que era só silêncio impedisse o outro de viver.

HATOUM, M. Relato de um certo Oriente. São Paulo: Cia. das Letras, 2000.

Ao apresentar uma situação de tensão em família, o narrador destila, nesse fragmento, uma percepção das relações humanas e sociais demarcada pelo

  1. predomínio dos estigmas de classe e de raça sobre a intimidade da convivência.
  2. discurso da manutenção de uma ética doméstica contra a subversão dos valores.
  3. desejo de superação do passado de escassez em prol do presente de abastança.
  4. sentimento de insubordinação à autoridade representada pela matriarca da família.
  5. rancor com a ingratidão e a hipocrisia geradas pelas mudanças nas regras da casa.

16. (Enem 2017) Nesse cartaz publicitário de uma empresa de papel e celulose, a combinação dos elementos verbais e não verbais visa

Revista Bolsa, 1986. In: CARRASCOZA, J. A. A evolução do texto publicitário: a associação de palavras como elemento de sedução na publicidade. São Paulo: Futura, 1999 (adaptado).

Nesse cartaz publicitário de uma empresa de papel e celulose, a combinação dos elementos verbais e não verbais visa

  1. justificar os prejuízos ao meio ambiente, ao vincular a empresa à difusão da cultura. incentivar a leitura de obras literárias, ao referir-se a títulos consagrados do acervo mundial.
  2. seduzir o consumidor, ao relacionar o anunciante às histórias clássicas da literatura universal.
  3. promover uma reflexão sobre a preservação ambiental ao aliar o desmatamento aos clássicos da literatura.
  4. construir uma imagem positiva do anunciante, ao associar a exploração alegadamente sustentável à produção de livros.

17. (Enem 2017) Fim de semana no parque

Olha o meu povo nas favelas e vai perceber

Daqui eu vejo uma caranga do ano

Toda equipada e o tiozinho guiando

Com seus filhos ao lado estão indo ao parque

Eufóricos brinquedos eletrônicos

Automaticamente eu imagino

A molecada lá da área como é que tá

Provavelmente correndo pra lá e pra cá

Jogando bola descalços nas ruas de terra

É, brincam do jeito que dá

[…]

Olha só aquele clube, que da hora

Olha aquela quadra, olha aquele campo, olha

Olha quanta gente

Tem sorveteria, cinema, piscina quente

[…]

Aqui não vejo nenhum clube poliesportivo

Pra molecada frequentar nenhum incentivo

O investimento no lazer é muito escasso

O centro comunitário é um fracasso

RACIONAIS MCs. Racionais MCs. São Paulo: Zimbabwue, 1994 (fragmento)

A letra da canção apresenta uma realidade social quanto à distribuição distinta dos espaços de lazer que

  1. retrata a ausência de opções de lazer para a população de baixa renda, por falta de espaço adequado.
  2. ressalta a irrelevância das opções de lazer para diferentes classes sociais, que o acessam à sua maneira.
  3. expressa o desinteresse das classes sociais menos favorecidas economicamente pelas atividades de lazer.
  4. implica condições desiguais de acesso ao lazer, pela falta de infraestrutura e investimentos em equipamentos.
  5. aponta para o predomínio do lazer contemplativo, nas classes favorecidas economicamente; e do prático, nas menos favorecidas.

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