Romantismo
Lista de 12 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Romantismo com questões do Enem.
Para responder as questões abaixo é necessário o conhecimento de varias fases do romantismo, tais como a primeira e a segunda geração, a terceira geração com a sua poesia social, além do romance indianista, regionalista e o ultrarromantismo.
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01. (Enem 2024) — Eu lhe juro, Aurélia. Estes lábios nunca tocaram a face de outra mulher, que não fosse minha mãe. Meu primeiro beijo de amor, guardei-o para minha esposa, para ti...
[...]
— Ou de outra mais rica! disse ela, retraindo-se para fugir ao beijo do marido, e afastando-o com a ponta dos dedos.
A voz da moça tomara o timbre cristalino, eco da rispidez e aspereza do sentimento que lhe sublevava o seio, e que parecia ringir-lhe nos lábios como aço.
— Aurélia! Que significa isto?
— Representamos uma comédia, na qual ambos desempenhamos o nosso papel com perícia consumada. Podemos ter este orgulho, que os melhores atores não nos excederiam. Mas é tempo de pôr termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos escarnecendo mutuamente, senhor. Entremos na realidade por mais triste que ela seja; e resigne-se cada um ao que é, eu, uma mulher traída; o senhor, um homem vendido.
— Vendido! — exclamou Seixas ferido dentro d’alma.
— Vendido, sim: não tem outro nome. Sou rica, muito rica; sou milionária; precisava de um marido, traste indispensável às mulheres honestas. O senhor estava no mercado; comprei-o. Custou-me cem contos de réis, foi barato; não se fez valer. Eu daria o dobro, o triplo, toda a minha riqueza por este momento.
ALENCAR, J. Senhora. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 2003.
Ao tematizar o casamento, esse fragmento reproduz uma concepção de literatura romântica evidenciada na
- defesa da igualdade de gêneros.
- importância atribuída à castidade.
- indignação com as injustiças sociais.
- interferência da riqueza sobre o amor.
- valorização das relações interpessoais.
Resposta: D
Resolução: O fragmento de Senhora, de José de Alencar, explora a complexa relação entre amor e dinheiro dentro do casamento, característica da literatura romântica, evidenciando a interferência da riqueza sobre o amor. Aurélia menciona explicitamente que "comprou" o marido, destacando a influência do dinheiro nessa união. Isso reflete a crítica romântica à mistura de amor e conveniência financeira, o que torna a alternativa D a mais adequada.
02. (ENEM 2022) A escrava
– Admira-me —, disse uma senhora de sentimentos sinceramente abolicionistas —; faz-me até pasmar como se possa sentir, e expressar sentimentos escravocratas, no presente século, no século dezenove! A moral religiosa e a moral cívica aí se erguem, e falam bem alto esmagando a hidra que envENEMa a família no mais sagrado santuário seu, e desmoraliza, e avilta a nação inteira! Levantai os olhos ao Gólgota, ou percorrei-os em torno da sociedade, e dizei-me:
— Para que se deu em sacrifício, o Homem Deus, que ali exalou seu derradeiro alento? Ah! Então não era verdade que seu sangue era o resgate do homem! É então uma mentira abominável ter esse sangue comprado a liberdade!? E depois, olhai a sociedade... Não vedes o abutre que a corrói constantemente!... Não sentis a desmoralização que a enerva, o cancro que a destrói?
Por qualquer modo que encaremos a escravidão, ela é, e sempre será um grande mal. Dela a decadência do comércio; porque o comércio e a lavoura caminham de mãos dadas, e o escravo não pode fazer florescer a lavoura; porque o seu trabalho é forçado.
REIS, M. F. Úrsula outras obras.
Brasília: Câmara dos Deputados, 2018.
Inscrito na estética romântica da literatura brasileira, o conto descortina aspectos da realidade nacional no século XIX ao
- revelar a imposição de crenças religiosas a pessoas escravizadas.
- apontar a hipocrisia do discurso conservador na defesa da escravidão.
- sugerir práticas de violência física e moral em nome do progresso material.
- relacionar o declínio da produção agrícola e comercial a questões raciais.
- ironizar o comportamento dos proprietários de terra na exploração do trabalho.
03. (Enem PPL 2015) Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como um brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira seu fulgor? Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande novidade do dia. Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade, sem os comentos malévolos de que usam vesti-la os noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade. Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina. Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como entendesse. Constava também que Aurélia tinha um tutor; mas essa entidade era desconhecida, a julgar pelo caráter da pupila, não devia exercer maior influência em sua vontade, do que a velha parenta.
ALENCAR, J. Senhora. São Paulo: Ática, 2006.
O romance Senhora, de José de Alencar, foi publicado em 1875. No fragmento transcrito, a presença de D. Firmina Mascarenhas como "parenta" de Aurélia Camargo assimila práticas e convenções sociais inseridas no contexto do Romantismo, pois
- o trabalho ficcional do narrador desvaloriza a mulher ao retratar a condição feminina na sociedade brasileira da época.
- o trabalho ficcional do narrador mascara os hábitos sociais no enredo de seu romance.
- as características da sociedade em que Aurélia vivia são remodeladas na imaginação do narrador romântico.
- o narrador evidencia o cerceamento sexista à autoridade da mulher, financeiramente independente
- o narrador incorporou em sua ficção hábitos muito avançados para a sociedade daquele período histórico.
04. (Enem 2012) “Ele era o inimigo do rei” , nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda , “ um romancista que colecionava desafetos azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil” . Assim era JOSÉ DE Alencar (1829-1877) , o conhecido autor de O guarani e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil. Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas facetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito será digitalizada.
(História Viva, n.99,2011.)
Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que:
- a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus romances.
- o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma vasta obra literária com temática atemporal.
- a divulgação das obras de José de Alencar , por meio da digitalização, demonstra sua importância para a história do Brasil imperial.
- a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da memória linguística e da identidade nacional.
- o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua temática indianista.
05. (Enem 2010) Leia o soneto abaixo:
“Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!… já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece…
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!”
(AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000)
O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico. O fundamento desse lirismo é:
- a angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte.
- a melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda.
- o descontrole das emoções provocado pela auto piedade.
- o desejo de morrer como alívio para a desilusão amorosa.
- o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.
06. (Enem 2009) TEXTO I
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas tem mais flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nossa vida mais amores.
[...]
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, a noite -
Mais prazer eu encontro la;
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras
Onde canta o Sabiá.
DIAS, G. Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1998.
TEXTO II
Canto de regresso à Pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase tem mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita
Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que eu veja a rua 15
E o progresso de São Paulo
ANDRADE, O. Cadernos de poesia do aluno Oswald. São Paulo: Círculo do Livro. s/d.
Os textos A e B, escritos em contextos históricos e culturais diversos, enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem brasileira entrevista a distância. Analisando-os, conclui-se que:
- o ufanismo, atitude de quem se orgulha excessivamente do país em que nasceu, e o tom de que se revestem os dois textos.
- a exaltação da natureza é a principal característica do texto B, que valoriza a paisagem tropical realçada no texto A.
- o texto B aborda o tema da nação, como o texto A, mas sem perder a visão crítica da realidade brasileira.
- o texto B, em oposição ao texto A, revela distanciamento geográfico do poeta em relação à pátria.
- ambos os textos apresentam ironicamente a paisagem brasileira
07. (Enem 2009) No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a tese de que no Brasil havia duas literaturas independentes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, regiões segundo ele muito diferentes por formação histórica, composição étnica, costumes, modismos linguísticos etc. Por isso, deu aos romances regionais que publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um escritor gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar com bastante engenho que no Brasil há, em verdade, literaturas setoriais diversas, refletindo as características locais.
CANDIDO, A. A nova narrativa. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 2003.
Com relação à valorização, no romance regionalista brasileiro, do homem e da paisagem de determinadas regiões nacionais, sabe-se que
- o romance do Sul do Brasil se caracteriza pela temática essencialmente urbana, colocando em relevo a formação do homem por meio da mescla de características locais e dos aspectos culturais trazidos de fora pela imigração europeia.
- José de Alencar, representante, sobretudo, do romance urbano, retrata a temática da urbanização das cidades brasileiras e das relações conflituosas entre as raças.
- o romance do Nordeste caracteriza-se pelo acentuado realismo no uso do vocabulário, pelo temário local, expressando a vida do homem em face da natureza agreste, e assume frequentemente o ponto de vista dos menos favorecidos.
- a literatura urbana brasileira, da qual um dos expoentes é Machado de Assis, põe em relevo a formação do homem brasileiro, o sincretismo religioso, as raízes africanas e indígenas que caracterizam o nosso povo.
- Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Simões Lopes Neto e Jorge Amado são romancistas das décadas de 30 e 40 do século XX, cuja obra retrata a problemática do homem urbano em confronto com a modernização do país promovida pelo Estado Novo.
08. (Enem 2009) O sertão e o sertanejo
“Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra o incêndio que algum tropeiro, por acaso ou mero desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Minando à surda na touceira, queda a vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por débil que seja, e levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula, como que a contemplar medrosa e vacilante os espaços imensos que se alongam diante dela. O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir de todo, deixando como sinal da avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte melancolia; de todos os lados tétricas perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou por aqueles sombrios recantos a traçar às pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de espantosa atividade.”
(TAUNAY, Visconde de. Inocência.)
O romance romântico teve fundamental importância na formação da ideia de nação. Considerando o trecho acima, é possível reconhecer que uma das principais e permanentes contribuições do Romantismo para construção da identidade da nação é a:
- possibilidade de apresentar uma dimensão desconhecida da natureza nacional, marcada pelo subdesenvolvimento e pela falta de perspectiva de renovação.
- consciência da exploração da terra pelos colonizadores e pela classe dominante local, o que coibiu a exploração desenfreada das riquezas naturais do país.
- construção, em linguagem simples, realista e documental, sem fantasia ou exaltação, de uma imagem da terra que revelou o quanto é grandiosa a natureza brasileira.
- expansão dos limites geográficos da terra, que promoveu o sentimento de unidade do território nacional e deu a conhecer os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros.
- valorização da vida urbana e do progresso, em detrimento do interior do Brasil, formulando um conceito de nação centrado nos modelos da nascente burguesia brasileira.
09. (Enem 2009) A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto.
CAMINHA, P. V. A carta. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 12 ago. 2009.
Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o trecho do texto de Caminha, conclui-se que
- ambos se identificam pelas características estéticas marcantes, como tristeza e melancolia, do movimento romântico das artes plásticas.
- o artista, na pintura, foi fiel ao seu objeto, representando-o de maneira realista, ao passo que o texto é apenas fantasioso.
- a pintura e o texto têm uma característica em comum, que é representar o habitante das terras que sofreriam processo colonizador.
- o texto e a pintura são baseados no contraste entre a cultura europeia e a cultura indígena.
- há forte direcionamento religioso no texto e na pintura, uma vez que o índio representado é objeto da catequização jesuítica.
10. (Enem 2007) O canto do guerreiro
Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
— Ouvi-me, Guerreiros,
— Ouvi meu cantar.
Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
— Guerreiros, ouvi-me;
— Quem há, como eu sou?
Gonçalves Dias.
Macunaíma
(Epílogo)
Acabou-se a história e morreu a vitória.
Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do deserto...
Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera.
Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói?
Mário de Andrade.
A leitura comparativa dos dois textos acima indica que
- ambos têm como tema a figura do indígena brasileiro apresentada de forma realista e heróica, como símbolo máximo do nacionalismo romântico.
- a abordagem da temática adotada no texto escrito em versos é discriminatória em relação aos povos indígenas do Brasil.
- as perguntas “— Quem há, como eu sou?” (1.o texto) e “Quem podia saber do Herói?” (2.o texto) expressam diferentes visões da realidade indígena brasileira.
- o texto romântico, assim como o modernista, aborda o extermínio dos povos indígenas como resultado do processo de colonização no Brasil.
- os versos em primeira pessoa revelam que os indígenas podiam expressar-se poeticamente, mas foram silenciados pela colonização, como demonstra a presença do narrador, no segundo texto.
11. (Enem 2001) Leia o poema abaixo:
MOCIDADE E MORTE
“Oh! eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh’alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n’amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma…
Nos seus beijos de fogo há tanta vida…
– Árabe errante, vou dormir à tarde
À sombra fresca da palmeira erguida.”
No trecho acima, de Castro Alves, reúnem-se vários dos temas e aspectos mais característicos de sua poesia.
São eles:
- identificação com a natureza, condoreirismo, erotismo.
- aspiração de amor e morte, sensualismo, exotismo.
- sensualismo, aspiração de absoluto, nacionalismo, orientalismo.
- personificação da natureza, hipérboles, sensualismo velado, exotismo.
- aspiração de amor e morte, condoreirismo, hipérboles.
12. (Enem 2001) No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o romantismo.
“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957.
A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa:
- ... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas ...
- ... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ...
- Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, ...
- Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ...
- ... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.